DESCULPEM A RANZINZINSE (EM 3 ATOS)…

Ato 1 – Vila Velha e Paulistano jogaram três prorrogações para definir um vencedor, no caso os paulistas, por 126 x 120.

Até ai tudo bem, pois não faltaram altas doses de emoção e calafrios na espinha de quem lá esteve, eu não, já que pela TV só jogos determinados pelo Sportv…

Então, como técnico ranzinza que acham que sou, fui aos números, principalmente aqueles que tanto empobrecem o basquete brasileiro, e o que constatei? Vejamos:

– Foram arremessadas 66/119 bolas de dois pontos (35/62 para o Vila Velha, e 31/57 para o Paulistano), sendo perdidos 53 arremessos para ambos.

– Nas tentativas de três, 20/73 (9/35 para o Vila Velha e 11/38 para o Paulistano) ambas as equipes erraram 53 arremessos num total de 73, igual número de erros nas de dois pontos, para um total de 119 tentativas. Mesmo não indo de encontro aos percentuais, constata-se que bastaria que uma das equipes economizasse, vamos somente imaginar, 10 bolinhas de três, trocando-as pelas de dois, para vencer o jogo no tempo normal, sem atropelos e fortes emoções.

Agora, ir a um ginásio calorento, para assistir uma absurda sequência de 53 arremessos de três perdidos, alguns inclusive em contra ataques, realmente torna-se tragicômico, senão, simplesmente…trágico.

Mas há quem goste, e como…

 

Ato 2 – Que números, minha gente, vejam só:

– 4/8 (50%) nos arremessos de dois;

– 8/15 (53%) nos de três;

– 8/8 (100%) nos lances livres;

– 5 assistências;

– 5 rebotes;

Foram os números do jogador Nezinho do Brasília, quando anotou 40 pontos no jogo contra o Ceará, em que a equipe do planalto central venceu por 104 x 100, após uma prorrogação.

Sem dúvida uma excelente participação, agora, deixarem-no arremessar 15 bolas de três, livre e solto, e naquele estilo com a bola na altura do peito (e olha que ele não é alto…) beira ao ridículo defensivo (na foto não se vê nem um resquício de defesa pressionando-o), ante os 24 pontos conquistados num estilo defensável pelo ângulo em que é executado.

Mas o próprio jogador esclarece as criticas que recebe, numa matéria do GloboEsporte – (…)- Eu não jogo para esses caras que acham que entendem de basquete. Eu não jogo para eles. Eu jogo para manter esse sorriso. Eles nunca vão tirar minha alegria – pontuou (…)

A não ser quando marcado severamente, sumindo o sorriso e seu jogo, substituídos pela pressão na arbitragem, no que é, inquestionavelmente, um dos três mestres de sua vencedora equipe.

Mas como entendo muito pouco do grande jogo, fico por aqui…

Ato 3 – Primeira rodada das quartas de final da LDB, com a presença do Rúben Magnano, em sua busca hercúlea de novos valores para a seleção.

Jogos disputados, suados, emocionantes, pegados, e decididos nos “detalhes”, os célebres e sempre lembrados “detalhes”…

Mas nenhum deles transcendeu os números de erros nos fundamentos do jogo, que atingiram as seguintes marcas:

– Flamengo (12) e Suzano (26), num total de 38!

– Brasília (31) e São José (16), num total de 47!!!

– Total geral da rodada – 85 erros, isso mesmo, 85!

Fico imaginando as anotações do Magnano em sua prancheta, e como tenta analisar o futuro de nossa seleção…

Só vejo uma alternativa, mudar tudo, rigorosamente tudo na formação de base, começando pela realista e objetiva formação de nossos técnicos, das escolas de educação física, até a ENTB. Sem esse alto investimento técnico e cultural, não iremos a lugar nenhum, nenhum mesmo.

Amém.

Fotos – GloboEsporte(Arthur Costa) e Divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las.

Já começaram a chegar as primeiras inscrições Para a I Oficina de Aprimoramento do Ensino do Basquetebol (Detalhes aqui), todas de fora do estado do Rio. Legal, não?

AMPLITUDE, REFERÊNCIAS E EQUILIBRIO…

Foi como tivéssemos visto dois jogos distintos em um só, quando oito jogadores disparavam na pista e dois outros apenas caminhassem na mesma, sendo que um deles ainda trotava na ponta dos pés, e o outro nos calcanhares, ação típica de defesa das articulações tíbiotarsicas ao excesso de peso sobre elas. Foi triste assistir um filme com dois enredos díspares, quando deveria existir somente um, claro, guardadas as particularidades de cada uma das  equipes

Brasília, com um pivosão um pouco mais rápido que o do Flamengo, se situava melhor no esquema adotado por seus companheiros, que ao transitarem permanentemente pelo perímetro interno, o colocava sempre de frente para a cesta, facilitando suas conclusões e rebotes ofensivos, ao passo que a turma carioca, enfiava a bola para o Caio e ficavam apreciando de camarote suas evoluções de costas para a cesta, quase sempre cercado por três ou mais defensores, sem que nenhum de seus companheiros se deslocasse para ajudá-lo (fotos). Esse foi o mais grave (e vem sendo durante o campeonato…) defeito de sua ofensiva, largamente compensado pela artilharia de fora perpetrada pelo Marcos, pelo Alexandre, o Benite, o Duda, e às vezes o próprio Caio. Como declarou o Marcos após o jogo, de que foi mal e as bolas não caíram, assim como as de seus companheiros, pensando ter explicado a derrota, no que não deve ter concordado o seu técnico, claramente desorientado nos pedidos de tempo, onde, inclusive, jogadores discutiam suas colocações por sobre a prancheta. Aliás, deveria ter sido a mesma arremessada para fora do ginásio, em um jogo onde detalhes defensivos, prioritariamente defensivos, não só de sua equipe, como de seu adversário também, deveriam ter sido discutidos e orientados olho no olho, e não coreografias ofensivas fadadas ao fracasso, ante as prioridades esquecidas, numa quadra sem limites e referências, perdida na imensidão de um ginásio gigantesco, vide a ineficiência nos seus longos arremessos direcionados a uma cesta pendurada no espaço infinito…Numa área dessa dimensão o contrair e expandir defensivo tem de ser permanente, monocórdio, repetitivo, sempre.

Taticamente, se é que existiu tal principio nesse jogo, a turma do planalto se houve bem melhor, pois soube se adequar à lentidão de seu grandão, e aumentar a velocidade quando da entrada dos outros dois gigantes da equipe, o Alirio e o Cipriano, assim como a manteve através seus armadores reservas, o Eric e o Isaac, todos muito velozes e ágeis, apesar da equipe em seu todo errar muito nos fundamentos. As duas equipes erraram 23 vezes, muito para essa categoria.

Mas, algo de muito específico sobressaiu no jogo, a marcação do Alex sobre o Marcos, que mesmo sendo um palmo mais alto, não conseguia sobrepujar a força e velocidade de seu insistente marcador, pelo simples fato de o enfrentar sempre em equilíbrio estável (vide foto), ou seja, com seu centro de gravidade projetado na área por ele ocupada, num artifício bem claro de que efetuaria um arremesso a seu bel prazer, mas esquecendo que seu tique de dar um pequeno saltito de pés juntos (atenção senhores e versados juízes, se o mesmo for executado após definido o pé de apoio, pelo espaço que for, mesmo ínfimo, ele terá cometido a infração de andar, ou não?…) não encontrava espaço suficiente pela eficiente  aproximação do Alex para junto de seu corpo ao pressentir a ação. Logo, o Marcos deveria desde o inicio enfrentá-lo em constante movimento, quando em equilíbrio instável o dotaria da velocidade inicial e antecipativa necessária para transpor aquela precisa barreira. Não o fez, ou não sabe, ou não foi instruído a fazê-lo, e perdeu, porque segundo ele as bolinhas não caíram…E pensar que um jogador de sua estatura seria letal se desenvolvesse o DPJ justo, preciso e eficiente a cada dois pontos tentados, em vez do desperdício endêmico dos três pontos. Foram 50 tentativas para 12 acertos pelas duas equipes, numa lamentável ausência de bom senso, dentro, e principalmente fora da quadra…

Mas como a festa foi bonita, e a grande torcida saiu satisfeita, valeu a noitada no planalto, e fico pensando como seria se voltássemos ao maracanãnzinho, ginásio eterno do basquetebol carioca e brasileiro, construído para o Mundial de 54 e onde conquistamos o Bicampeonato Mundial de 63.

Enfim, nunca se sabe o dia de amanhã…

Amém.

Fotos-Reprodução da TV e Divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las.

E NÃO ESQUEÇAM DA I OFICINA DE APRIMORAMENTO DE ENSINO DO BASQUETEBOL

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2013 – ESPERANÇAS…

Terminou a folia, quando na realidade se inicia o expediente nesta festiva nação, e claro, como um país rico, 2013 dá a partida para mais um ano de prosperidade, progresso, justiça, educação e saúde para todos…

Pouco assisti de basquete nesses dias momescos, a não ser um bom jogo na Copa do Rei da Espanha, um jogo da NCAA, e uns breves momentos de NBA, e não esquecendo, alguns jogos da Liga das Américas, pontuada de equipes para lá de medíocres, onde um só jogo valeu um pouco mais, o de Brasília contra o Flamengo, onde a invencibilidade da equipe carioca foi quebrada de forma contundente.

Contundente Paulo, como? Ora, ora, bastou aos candangos concentrarem o jogo de duplo pivô em cima do Caio, com o outro ala passeando pelas mesmas redondezas, para desmontar uma equipe, que até aquele momento se destacava pela forte defesa, apontada pela maioria midiática como a responsável pela invencibilidade, quando na realidade o seu poderoso ataque é que resolvia as questões.

Como seus adversários, em sua esmagadora maioria, nada defendiam para além do perímetro interno, jogadores como o Marcos, Benite, Alexandre e Duda, e até o Caio se esbaldaram nas bolinhas de três, e eventualmente nas de dois, através os rebotes do Caio e do mesmo Alexandre, sem dúvida alguma o mais regular de seus jogadores, e não esquecendo a força nos contra ataques quando atuava em dupla armação, com o Kojo e o Benite, revesados pelo Gegê.

E o que fez Brasília, senão ir para dentro do perímetro rubro negro, atuando com o Guilherme e o Paulão num entre e sai do garrafão, combinados com o Arthur, e mais tarde com o Ronald e o Cipriano, todos alimentados à granel pelo Nezinho, o Alex e o Isaac?

Pois é, minha gente basqueteira, se já ensaiávamos a dupla armação em algumas equipes, porém amarradas nas rígidas coreografias do sistema único, agora pudemos testemunhar em terras bolivarianas um recital de três pivôs altamente móveis, todos em cima de um lento Caio e um esforçado Alexandre, na tentativa de contê-los em suas entranhas, já que os 2,07m do Marcos não se coadunam com a desejada firmeza quando a situação a ser encarada é a de… defender.

E foi tão tranqüila a superioridade da turma do planalto, que se não me engano o seu técnico não pediu um tempo sequer, dos cinco a que tem direito em um jogo.

Bem, que essa tranqüilidade faça brotar nas hostes da Gávea uma contrapartida inteligente, já qua nada inteligente foi sua decisão de dispensar o Teicheman, que no atual elenco se encaixaria com precisão, não só para a rotação com o Caio, como para atuarem juntos, como fez a equipe de Brasília.

Li agora a pouco no GloboEsporte, uma matéria com o Helio Rubens, onde planeja efetivar a dupla armação com o Helio e o Valter, que em conjunto com os altos, versáteis e rápidos Gruber, Cipolini, Leo, Day, em constantes deslocamentos pelo perímetro interno, levarão essa boa equipe a disputar com grandes chances o titulo da Liga, contando ainda com um Collum na rotação da dupla armadora.

Enfim, boas novas, que espero sejam disseminadas nas demais equipes, fugindo, ainda que tardiamente de um grilhão sufocante calcado e copiado da NBA, que aliás…está mudando também, assim como a turma da NCAA, agora embarcando na cornucópia dos arremessos de três, exceto aquelas tradicionais e vencedoras equipes que ascenderão ao March Madness com a competência de sempre.

E pensar que no NBB2 ousei exatamente isso, e por isso fui marginalizado, mas agora assisto com certa nostalgia o que alguns implantam como novidade, novidade esta que apliquei nos anos 70, precedida dos ensinamentos dos grandes mestres, desde os primórdios do século passado.

Tudo bem, pois o que importa de verdade é que saiamos dessa mesmice endêmica a que nos acostumamos, e partamos para novos rumos, onde a criatividade tem que eclodir dentro da quadra, em vez do estrelato midiático de fora dela. Assim honestamente espero.

Amém.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.

Folder – I OFICINA DE APRIMORAMENTO DO ENSINO DE BASQUETEBOL.Clique no mesmo para ampliá-lo.

UMA ESPERANÇA…

Cheguei cedo ao ginásio, e pude ver o primeiro jogo na íntegra, o que reforçou definitivamente a certeza de que muito em breve já não farei muita questão de me deslocar de Jacarepaguá para a Tijuca para assistir o mesmo do mesmo, pois afinal de contas, pesa bastante perder tempo na minha idade.

E foi esta a impressão que me passou o primeiro jogo, onde a imagem  burocrática do sistema único se fez mais do que presente, e que apesar da tremenda superioridade da equipe do Paulistano sobre um combalido Tijuca, se mantinha irretocável em sua forma e nas sinalizações de praxe. Mas num setor havia uma substancial discrepância, a defesa muito forte dos paulistas, fora e dentro do perímetro, que somente permitiu 5 pontos aos cariocas no segundo quarto, mas que estranhamente não se estendeu nos números finais do placar, que deveria ter sido mais elástico. A comentar a atuação do armador Muñoz em sua segunda participação no Paulistano, defendendo e atacando com uma precisão elogiável, abrindo grandes perspectivas de num breve futuro se firmar de forma definitiva na equipe, principalmente se puder contar com o bom armador Elinho ao seu lado na armação dos bons pivôs paulistas.

Ao final do jogo, pude conversar e abraçar o excelente panamenho, desejando a ele o máximo de sucesso, agora que conseguiu se alçar a uma das grandes equipes da liga, por mérito e justiça ao seu grande talento e caráter. Sei que alcançará um grande sucesso no grande clube da paulicéia.

E veio o jogo final, quando poderíamos ver duas equipes altamente nominadas, apesar do grande desfalque dos paulistas que não poderiam contar com seu armador e pontuador, o Boracin.

Então a grande surpresa se estabeleceu, com a dupla armação do Flamengo, mais solta e criativa, penetrando e servindo os pivôs, e contra atacando de forma devastadora. Defensivamente soube manter o nível apresentado nas partidas anteriores, fator básico para se manter invicto na competição. Não fosse a proverbial lentidão do enorme Caio, e a equipe deslancharia com mais precisão, pois a discrepância entre a velocidade da equipe e a de seu cincão é desproporcional, razoavelmente compensada pela precisão do mesmo nas conclusões de curta distância. Pena a saída do Teichman, que comporia essa nova forma de jogar de maneira realmente eficiente.

Enfim, pudemos constatar que o sistema único começa a ser contestado em sua forma mais rígida, dando, aos poucos, lugar a um sistema mais flexível, criativo e evoluído. Aposentada a prancheta e seus absurdos hieróglifos, vejo nas equipes do Flamengo, Franca  e possivelmente Uberlândia (vamos vê-la hoje contra o líder Flamengo) uma saudável abertura, e por que não, ruptura de um sistema de jogo anacrônico e coercitivo.

Torço efetiva e fortemente para que consigamos evoluir técnica e taticamente, principalmente após abraçar e desejar sucesso ao jogador que melhor representou aquele passo decisivo na evolução do grande jogo em nosso país, após sua brilhante participação na equipe do Saldanha da Gama no NBB2, quando sedimentou a dupla armação na liga, e que agora encontra eco em algumas das grandes equipes da mesma. O Muñoz merece nossa admiração e respeito, e torço pelo seu merecido sucesso, como torço mais ainda para que alcemos novos e arejados vôos rumo a um futuro mais criativo e vencedor, que afinal de contas reflete o desafio que faço a mais absoluta questão de perder.

Amém

Foto – Ginasio repleto do Tijuca, que aos poucos vai se tornando pequeno para os grandes jogos. Clique na mesma para ampliá-la.

EQUIVOCADAS ATITUDES…

Chego ao ginásio, com enormes filas para a compra de ingressos, dirijo-me à porta dos jornalistas e dou-me conta que esqueci minha credencial em casa, mas como tenho 73 anos…

O primeiro jogo já se encontrava no quarto final, e pelo placar parecia estar muito disputado. Mas, ao reencontrar os técnicos Aristônio, Miguel Palmier e o José Geraldo, perco-me num papo animado e basqueteiro de costas para a quadra, e quando me dou conta do jogo o Pinheiros já estava doze pontos à frente a dois  minutos do  final, e um armador tijucano investindo por três ataques sucessivos em busca de uma cesta de doze pontos, quando poderia coordenar ataques de dois e até três pontos, quando aumentariam as chances de sua equipe tentar igualar o jogo. Despeço-me dos amigos, e me refugio numa afastada cadeira para o segundo jogo.

O ginásio já estava abarrotado, calorento, húmido e poeirento, mas animado como num jogo de futebol, cânticos inclusive. Engraçado, bem ali perto dormitava um maracãnanzinho, justa casa do basquete brasileiro, local que foi construído para o Mundial de 53, e onde dez anos depois conquistou nosso basquete o bi campeonato mundial. E vem o vôlei reivindicar o templo para eles, enviando o basquete para uma arena perdida num canto da Barra, inacessível para a maioria…

Jogo por começar e o que vejo incrédulo, a repetição (que ameaça virar rotina, e se tiver transmissão de TV então…) de um petit comitê entre juízes, técnicos e diretores das franquias, para discutir o que, meus deuses, o que? Como vai ser a arbitragem, os critérios, etc e tal? Que tal suspender a bola e dar início a um jogo com regras definidas desde sempre, que tal? Quem não as cumprir penalizado será, simples assim. Mas não vi um único policial presente, ou ser requisitado, a não ser em frente ao ginásio…  Saem da reuniãozinha os dois técnicos às gargalhadas, como prefaciando o lamentável espetáculo de vedetismo que veríamos dali para diante. E foi tanto exibicionismo gratuito, com invasões descabidas de quadra, que um dos comandantes acabou justamente excluído do jogo, deixando em seu lugar um pacato e comedido assistente que lá pelas tantas começou, “contagiado” pela massa ululante, o tradicional balé gestualistico de praxe. E o excluído comandante, parece não se dar conta de que está à frente de uma torcida de…FUTEBOL, em sua esmagadora maioria, mordida com os fracassos de sua básica e primaria paixão, isso mesmo, o FUTEBOL, e que se não for muito bem administrada de dentro para fora da quadra, poderemos ver, em breve, invasões altamente perigosas, haja vista que o respeito a não existência histórica e tradicional de uma barreira física que a separa do recinto de jogo pode ser rompida num piscar de olhos, com resultados muito graves.

No outro banco, mais um representante da genial geração de novos técnicos, pressionando ao extremo juízes nitidamente coagidos por eles e pela ensurdecedora massa humana, nervosa e comprimida, perdendo um tempo precioso para perceber que a dupla armação do adversário, forçando o jogo interior, não encontrava balanceamento pela utilização de um único armador, e olhe que um dos melhores jogadores para operar uma dupla armação estava no banco, o Munõz que estreava na equipe, e que só foi utilizado em revezamento com o Elinho, quando ante a opção de seu adversário pela dupla armação não respondia à altura, principalmente quando cabia a um jogador inábil na defesa exterior, o Eddy, exercer, por sua estatura, as anteposições aos arremessos de três, nitidamente batido em todas as tentativas, por sua lenta recuperação nas coberturas. Mas o importante era a pressão na arbitragem, numa atitude que relatei tempos atrás sobre a inconsciente síndrome do álibi às possíveis derrotas, que foi um dos mais sérios problemas que consegui contornar e erradicar de alguns jogadores do Saldanha. Nosso jovem técnico precisa descer rapidamente do enganoso pódio da hipnotizante exposição pública, para se concentrar única e exclusivamente nas minúcias do jogo, fugidias e excludentes se não captadas rápida e pacientemente (o binômio Diagnose/Retificação), e que não se coadunam com exibicionismos gratuitos, inócuos e equivocados. Fiquei desapontado vendo o excelente Muñoz fazendo sinais de jogadas, dando passes lateralizados e profundos, e correndo por trás de uma gigantesca defesa, no mais puro padrão do sistema único, quando deveria se encontrar permanentemente no foco das ações, preferencialmente dividindo o perímetro com o outro bom armador da equipe, assim como agiu seu oponente, que por isso venceu com maestria e precisão.

Pelo que vejo, e com alguma satisfação, já começamos a entender como válida a dupla armação, e o jogo interno sucedâneo à mesma, com a utilização inteligente dos rápidos alas pivôs que já temos, que quando aprenderem (ou forem ensinados…) a marcar pela frente, e se movimentar com mais velocidade no perímetro interno, jogando de frente para a cesta, originando o quase completo desaparecimento dos paquidérmicos cincões, estaremos dando um estratégico salto de qualidade na arte de praticar o grande jogo, e mesmo que o desafio que lancei caia no conveniente esquecimento de vaidosas mentes, já me permite constatar que a “descoberta” de que existem formas de jogar diferentes do sistema único, coercitivo e castrador, se faz presente, o que é inspirador e altamente esperançoso. Que sigam as novas conquistas, sem vedetismos, e com mais precisas e sutis ações criativas e ousadas.

Amém.

Foto – Divulgação CBB. Clique na mesma para ampliá-la.

OS PREOCUPANTES ERROS…

Tem-se escrito e falado muito na melhoria defensiva de algumas poucas equipes no NBB, principalmente as do Flamengo, Franca, Paulistano e Bauru, conotando às mesmas vitórias até certo ponto acachapantes neste primeiro turno.

Sábado passado, a dupla de técnicos espanhóis, contratados exatamente para melhorar nossos sistemas de jogo, os defensivos em particular, levaram duas surras memoráveis, com 36 e 45 pontos de diferença para cada uma das equipes que dirigem, exatamente contra Franca e Flamengo, que pressionando fortemente na defesa levaram de roldão Mogi e Palmeiras.

Mas algo realmente incomoda, não o fato de assistirmos defesas fortes e pressionadas num campeonato tradicionalmente aberto desde sempre à permissividade defensiva, daí o reinado das bolinhas de três, mas sim, e pelo fato das mesmas ao estarem na moda, sejam individuais, zonais ou toda a quadra, gerarem o aparecimento escancarado da indigência nos fundamentos de jogo, nosso real e inconteste fratura, haja vista a enorme e progressiva quantidade de erros de fundamentos que se avultam a cada rodada jogada, atingindo médias assustadoras e preocupantes. Pivôs perdendo bisonhamente a bola ao tentar driblar dentro do perímetro, alas praticamente tropeçando na bola ao partir para a cesta, armadores enredados em dobras laterais e enrolados na concepção, preparação e desenvolvimento de corta-luzes da forma mais bisonha possível, e técnicos a tudo assistindo e insistindo em jogadas que vão dos chifres aos punhos, obrigatoriamente falhadas pela primariedade de seus jogadores no domínio dos fundamentos. Pensar e agir na melhoria da técnica individual de seus jogadores, nem pensar para alguns, pois para isso ai estão os verdadeiros donos das equipes, os agentes e empresários, trocando peças insatisfatórias no teclar de um smartphone recheado com os currículos,  imagens e videos de “astros”, como numa terrível linha de montagem, “facilitando” os estrategistas, seguidores sôfregos da máxima- “Jogou mal, não pontuou, troca por outro, porque um dia se encaixam na minha filosofia de jogo”…

Agora mesmo estamos próximos das finais da LDB, e convido a todos os basqueteiros a acompanharem com atenção os estarrecedores números de erros de fundamentos nos jogos, pois talvez se convençam de que para irmos adiante, quem sabe rumo a 2016, teremos de investir pesado, muito pesado, mas responsável e diligentemente no ensino dos fundamentos, da base ao adulto (por que não?…), como um bom começo, para um pouco mais adiante estabelecermos confiáveis e eficientes sistemas de jogo, ofensivos e defensivos também. Mas tem um problema a ser resolvido, o de que para ensinar fundamentos não basta gostar do grande jogo, nem se considerar um estrategista do mesmo, e sim conhecê-lo em profundidade, e não na superficialidade medíocre em que nos encontramos, pranchetas inclusas…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

SENTADO DE FRENTE PARA O COMPUTADOR…

Na ausência do que realmente comentar, frente à pétrea mesmice técnica e  tática que caracteriza o nosso basquetebol, uns poucos, porém importantes tópicos podem ser mencionados, como a entrevista dada pelo técnico Aloizio Ferreira, o Lula, ao blog Bala na Cesta, em 8/1/13, da qual destaco uns parágrafos interessantes para uma analise bem superficial, já que o entrevistado critica ao fim da entrevista o fato de que –  “A tecnologia atual melhorou enormemente muita coisa, mas também viabilizou a possibilidade de qualquer interessado fazer análises profundas apenas sentado a frente do computador, sem ao menos sentir as condições reais do campo de trabalho e dos jogos.” Bem, como além de profundamente interessado no grande jogo, sendo também professor e técnico do mesmo, e de estar, por falta de opção na direção de equipes, sentado à frente de um computador, redigindo e editando o Basquete Brasil, do qual não me afastaria mesmo atendida a opção acima, é que passo às análises das matérias publicadas na semana.

Comecemos por alguns parágrafos da entrevista do técnico Lula:

(…) Temos também a participação dos técnicos da base nestes treinos, para que todos nós tenhamos a mesma filosofia de jogo, respeitando as características de desenvolvimento de cada idade. Outro fator que cuidamos com atenção é a carga de treino de cada atleta, procurando respeitar que a soma total de todos os treinos semanais seja compatível com a capacidade de cada atleta. (…)

Como vemos, uma boa idéia como essa tropeça na imposição da famigerada “filosofia de jogo”, que trocada em miúdos quer dizer que o sistema único, com suas definições de posições e jogadas marcadas têm de ser preservado desde a formação, preterindo o livre jogar e pensar lastreados pelos fundamentos do jogo, que obrigatoriamente deveriam ser os focos abordados na idade de formação, e não filosofias de jogo.

(…) Hoje quem quiser ser campeão do NBB5 certamente terá que evoluir técnica e taticamente em relação ao NBB4. As mesmas estratégias que deram certo na temporada anterior com certeza não serão suficientes para o sucesso nesta. (…)

Como isto é possível se desde o NBB2 nenhuma forma diferente de jogar o grande jogo sequer foi tentada? Porque confundir propositalmente estratégias com técnicas e táticas de jogo que são fatores dispares?

(…) Outra medida importante que a LNB adotou no NBB5, e que abre portas enormes para as análises técnicas e táticas, é que todos os jogos realizados são lançados num arquivo virtual com acesso para todos os técnicos. Isto viabiliza, para todos os treinadores, a oportunidade de estudar seu adversário acessando os jogos da última rodada. (…)

Todos os técnicos, como? Na realidade para a elite diretiva do NBB/ LNB, ou não? Caso esteja enganado, onde está publicado o link de tão importante arquivo, que se realmente público faria evoluir a modalidade em seu todo, e não uma elite fechada, onde? Público mesmo são os jogos que veiculei aqui nesse humilde blog…

(…) Acredito que é uma questão de tempo e teremos uma boa evolução técnica e tática no NBB. Claro que precisamos de outras ações, pois o NBB trabalha com a elite da modalidade, e o trabalho de base é fundamental. Vamos precisar muito que ENTB continue no seu projeto de formação dos técnicos, e que cada entidade do esporte, ministério, COB, Confederação, federações, secretarias estaduais e municipais façam sua parte e se integrem para um trabalho harmonioso. (…)

Eis um bom ponto da abordagem feita pelo técnico Lula, com uma restrição, o papel da ENTB na efetiva formação de técnicos, que em hipótese alguma pode ser pautada em cursos de 4 dias de palestras e prática insuficiente. Pensar, planejar e inserir conhecimentos práticos e teóricos demanda tempo e paciência, além de acompanhamento permanente e persistente. Uma escola não é balcão de apostilas.

(…) Em contrapartida, técnicos brasileiros que formam pólos de desenvolvimento do basquete, ou mudam o perfil de equipes de ponta do basquete brasileiro, como vemos claramente em equipes do NBB, não recebem o mesmo destaque por parte de quem julga. Nós, técnicos brasileiros, temos enormes defeitos e vícios que devemos correr atrás para melhorarmos, mas há um enorme problema na forma que somos analisados. A tecnologia atual melhorou enormemente muita coisa, mas também viabilizou a possibilidade de qualquer interessado fazer análises profundas apenas sentado a frente do computador, sem ao menos sentir as condições reais do campo de trabalho e dos jogos. (…)

Fora a equipe dirigida pelo entrevistado e pela do Paulistano e Minas, que investiram nos jovens, mas mantendo o sistema único de jogo, que perfil técnico tático originou qualquer pólo de desenvolvimento em nosso basquetebol a não ser a adequação de uma bem vinda dupla armação dentro do referido sistema ? Como explicar o altíssimo número de erros de fundamentos nas equipes de elite?

Outro impactante tópico se originou de uma matéria publicada no blog Bala na Cesta de 7/1/13, onde o jogador Fúlvio declarou:

(…) Peço desculpas à torcida de SJC por ter sido expulso de jogo “injustamente”. É muita blindagem para uma arbitragem despreparada. Não pode gesticular, falar, reclamar! E eles fazem o que querem sem consequência por seus atos” (…)

Que outra desculpa poderia ter sido dada pelo jogador, assim como a maioria dos jogadores brasileiros, quando vêem jogo após jogo seus técnicos gesticularem, falarem e reclamarem permanentemente das arbitragens, numa pressão inconcebível e indesculpável em uma divisão de elite. Com exemplos assim, por que não adotá-los ?

Finalmente, uma definição lapidar do momento político por que atravessa o basquetebol na fase pré-eleição em que se encontra, feita pelo professor e técnico José Medalha em carta aberta enviada ao Clipping do Basketball  do jornalista Alcir Magalhães em 9/1/13:

Amigos do basquetebol.
Estamos as vésperas de mais uma eleição para CBB. Conheço bem o processo. Fui ate candidato em 2004 iniciando um movimento chamado MUDA CBB.  Na época tinha o apoio de 04 presidentes considerados independentes, Maués do Pará,  Admilson do Piauí , Carlinhos de Alagoas e Cel. Julião do Ceará.. Com a candidatura mais forte então de outro opositor, Helio Barbosa, tentamos nos unir para promover a mudança tão esperada desde aquela época. Aprendi uma coisa, no atual processo não adianta entrevista, planos, projetos, etc. Os 27 donos dos votos é que decidem. A adesão de Chakmati tem tanto valor quanto a de outro presidente de uma federação menor. Analisando o atual momento tenho certeza de uma coisa, Carlos Nunes será reeleito, para o bem ou para o mal do nosso basquetebol, ou para continuar do jeito que está.

Jose Medalha

Perfeito, simplesmente disse tudo. Então o que se esperar de tal pleito?

 

Ah, ia me esquecendo uma declaração inédita de um técnico da elite, no Globo Esporte de 9/1/13, contratado para elevar sua equipe a novos e vencedores patamares, explanando detalhes de seu planejamento:

(…) No nosso planejamento inicial, quando apontamos os jogos em que podemos vencer, nós não colocamos nem esse jogo contra o Franca, nem o próximo contra o Uberlândia (no sábado, dia 12) na nossa lista. Claro que a gente fica esperançoso em fazer bons jogos, mas é realmente muito complicado vencer adversários desse porte. Essas equipes têm um grupo de trabalho de, pelo menos, quatro anos e o nosso trabalho está começando agora, então é complicado querer algo desse nível – (…)

Mesmo sentado à frente de um computador, dizer mais o que, em qualquer plano ou profundidade ?

Amém.

Fotos – Sites Bala na Cesta e GloboEsporte. Clique nas mesmas para ampliá-las.

UMA TÊNUE ESPERANÇA…

Queria começa o ano publicando algo positivo, alentado, progressista, e acima de tudo, realmente novo, como o ano que se inicia, repleto de esperanças em dias melhores.

Leio então tudo que posso sobre o nosso basquetebol, deixando de lado o que nos chega de fora, antítese de nossa realidade, desde a organização ao jogo em si, pois somente vejo uma maneira de irmos além, concentrando nossos esforços no soerguimento do grande jogo, aqui, bem aqui em terras tupiniquins, e não no eldorado quimérico e fantasioso que alguns teimam em nos empurrar goela abaixo, certos do continuísmo colonialista a que nos acostumaram e impuseram desde sempre.

Centro então na LDB recém finda em sua rodada classificatória inicial, afinal estaremos focando o futuro da LNB, de nossas seleções, de novas concepções de jogo, do amanhã, do 2016 enfim.

Mas algo de muito sério aconteceu, nenhuma imagem foi vinculada, nenhum jogo foi visto por quem lá não estiveram, em Brasília ou em Belo Horizonte, somente relatos de alguns blogueiros, e as indefectíveis estatísticas.

E os relatos e analises beiravam o ufanismo, afinal de contas se tratava da juventude em quadra, com tempo apreciável de jogo, muitos dos jogadores já participantes do NBB, numa demonstração de técnica e bons fundamentos, coletivismo e brilhantismo individual.

Nada pude ver, somente ler e olhar para tabelas estatísticas tão frias, quanto a dureza que passavam. Por que não veicular os jogos na mídia, ou no You Tube e o Vimeo que se prestariam muito bem para isso, sem narrações, comentários e afins, somente as imagens de todos aqueles jovens em ação, a fim de que pudéssemos realmente aquilatar a quantas andam nossas promessas do amanhã, que a essa altura de suas vidas, já deveriam ser donos de uma boa e apreciável técnica e um quase pleno domínio dos fundamentos, já que na ante sala da liga maior, ou não?

Então, peguei lápis e papel e fui perscrutar as ditas cujas, e olha que deu um trabalhão, mas teimoso que sou fui até o fim. O que encontrei? Olha minha gente, foi de assustar, tanto quanto aquele estrangeiro que decidiu ser técnico aqui na terrinha, bolou um magnificente projeto para estar na elite em 3 anos, conseguiu o registro de técnico (provisionado?…), fato que seria absolutamente impossível de um estrangeiro conseguir em sua terra natal, malhou sem piedade o sistema educacional brasileiro, embarcou para BH, xingou seus próprios jogadores em português e na língua dos bálcãs, se enroscou com os juízes, foi expulso e tomou a primeira suspensão de 4 jogos pela LNB, num recorde a partir de agora imbatível, numa atuação lastimável e comprometedora. E não me venham falar que estou faltando à ética, pois não o considero técnico de coisíssima alguma, sequer aspirante, quanto mais do grande jogo.

Voltando às estatísticas, pude colher algumas pérolas, formidáveis pérolas, e que explicitam não estarmos tão bem como apregoaram analises de jogos que poucos assistiram, numa falha imensa, pois não espelhava uma realidade soprada aos ventos, a de que nossa renovação estaria garantida, etc e tal…

Vejamos algumas delas:

– Arremessos de 2 pontos: Classificadas: 651/1264 (51.5%)

Não classificadas:  140/502  (27.8%)

– Arremessos de 3 pontos: Classificadas: 181/589  (30.7%)

Não classificadas:  145/600   (24.1%)

 

– Lances livres:                   Classificadas: 441/739   (59.6%)

Não classificadas:   356/588   (60.5%)

 

– Rebotes:                          Classificadas: 1036 (média de 129.5)

Não classificadas:   1007 (média de 111.8)

 

– Assistências:                     Classificadas:  372  (média de 46.5)

Não classificadas:    233  (média de 25.8)

 

– Erros:                               Classificadas:  375  (média de 46.8)

Não classificadas:     527  (média de 58.5)

Como podemos observar, jogadores de uma divisão sub 22 ainda estão muito aquém, em sua grande maioria dos padrões básicos necessários à divisão superior, onde as marcas de 70% nos arremessos de 2 pontos, 60% nos de 3, 80% nos Lances livres são, ou deveriam ser exigidas, com um numero bem parelho nos rebotes e uma desproporção acentuada nas assistências, demonstrando divergências no jogo interior, e mais grave e emblemático no número astronômico de erros de fundamentos básicos, pois deveríamos computar também os arremessos nessa conta, afinal é o primeiro deles, o ato de arremessar à cesta.

Pode parecer incrível, mas tivemos um jogo, Minas e Vitoria, com 54 erros de fundamentos, 43 entre Bahia e Palmeiras e Suzano e Vitoria, ou mesmo 38 entre São José e Bauru, e uma grande quantidade de jogos que ultrapassaram os 30 erros. Tais números são incompatíveis numa divisão anterior à elite, comprometedora mesmo, demonstrando um ainda pouco apreço que muitas equipes destinam ao preparo básico e necessário dos fundamentos do jogo, e não estamos falando da formação de base bem mais atrás.

Por outro lado, tivemos equipes bem preparadas nos mesmos, como Flamengo e Pinheiros, respectivamente cometendo 25 e 29 erros entre as classificadas e Paulistano (36), Londrina (36) e LSB (37) entre as não classificadas.

Esperamos que nas chaves finais, as equipes reservem um bom tempo no preparo dos fundamentos, na redescoberta do DPJ, substituíndo as aventuras arrivistas dos arremessos despropositados de três pontos, e que também se aprimorem nas técnicas de defesa, de rebote e, principalmente, na leitura de jogo, não aquela visando obedecer coreografias de chifres, punhos e congêneres, e sim as que denotam os verdadeiros talentos, sabendo utilizar suas habilidades, ato contínuo às situações de jogo que se lhes apresentam, com presteza, velocidade e inteligência, bases postulares da criatividade, e do livre pensar., e que os técnicos, os verdadeiros, respeitem essa linha limítrofe, que bem separa o verdadeiro jogador do repetidor de esquemas e jogadas, formatado e padronizado, inanimado enfim.

Torço para que nessa fase, a LNB possa se livrar das amarras globais, veiculando em Stream ou pelo You Tube ou Vimeo, jogos da LDO, a fim de que todos possam aquilatar, analisar e divulgar o grande jogo por todo esse enorme, desigual e ainda muito injusto país. E por que não, o NBB também, como fiz com o Saldanha no NBB2 (videos alocados no espaço Multimidia deste blog), estando esses importantes documentos para analise, estudo e sugestões a todos aqueles que realmente o amam e o querem bem.

Amém.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.

 

 

UM HUMILDE PRESENTE NATALINO…

  • ·  Rodolpho 22.12.2012

Por que uma equipe tricampeã, que vive convergindo, mudaria o estilo?

Comentando o artigo CORNO ABAJO, CORNO ARRIBA, publicado no dia 12 deste mês, o leitor Rodolpho fez a instigante pergunta acima, que sem dúvida alguma poderá suscitar intensos debates, claro, se colocados frente à realidade do nosso basquete em sua crueza e a nula pretensão a vôos maiores, que não os de  consumo interno, e nada mais.

Vencer por três vezes consecutivas a liga maior, com praticamente a mesma constituição de equipe, convergindo sistematicamente, e praticando um sistema de jogo padrão a todas as equipes, gera uma perplexidade impar, pelo fato inconteste de que nesses três NBB’s nenhum adversário tenha se insurgido contra tal domínio, aceitando as conquistas como algo inexorável e definitivo…

Mas será que foi sempre assim? Afinal a grande equipe sofreu derrotas pontuais, algumas até surpreendentes, e disputou playoffs equilibrados apesar das usuais e corriqueiras convergências, mas sempre se impôs quando sua predominância sofreu contestações, e convergindo desde sempre.

Então, como tirar a incisiva razão contida na pergunta do Rodolpho, como?

Também não se pode negar uma evidência contundente, a de que dentro do cenário do basquete brasileiro, onde todos os seus personagens cultuam um único estilo, ou sistema de jogo, nenhuma equipe o pratica com mais propriedade que a de Brasília, cientes de suas habilidades na forma de atuar e desenvolvê-lo, como algo enraizado e amalgamado em sua forma lapidar de atuar no mesmo, com os jogadores talhados e encaixados em suas posições de forma exemplar.

Jogando, convergindo, e vencendo, por que mudar de estilo?

Se depender da vontade deles, nunca, mas se forem forçados a enfrentar de forma massiva um basquete alternativo e eficiente, cujos caminhos e atalhos dentro da quadra não sejam de seu pleno conhecimento e domínio pela mesmice endêmica implantada na modalidade, ai sim, teriam de mudar e se adaptar a novos conceitos, senão deixariam de reinar absolutos e cardinalícios.

Mas como isso poderia acontecer, se nenhum passo dado na direção de profundas mudanças técnico táticas têm sido tentado e aplicado na consecução de tão necessário objetivo, como?

Bem, esse passo já foi dado, comprovado, valentemente provado na quadra, na bola, no confronto direto e vencedor, mas como toda ação revisionária e corajosa, foi rapidamente abafada como algo a ser evitado, esquecido e jogado para baixo do tapete da história, como extemporâneo, acidental, aventureiro e pontual, afinal de contas não se mexe em time que está ganhando…

Mas neste encontro com a história não ganhou, quis convergir e não conseguiu, pois foi contestado o jogo inteiro, quis impor sistemas de defesa e não conseguiu encaixar nenhum, quis determinar sua forma de jogar no ataque e esbarrou numa linha da bola poderosa e sufocante, enfim, perdeu e perdeu-se em nossa realidade técnico tática a única oportunidade de que algo de realmente novo e instigante pudesse evoluir a partir daquele grande encontro, daquele grande jogo.

Nele, como uma equipe com media de arremessos de três acima das 25 tentativas, convergindo com os de dois pontos em muitas oportunidades na faixa acima das 30 tentativas, somente conseguiu 3/15 nos três pontos, com seu adversário ficando nos 4/11 de três, e um placar de 75 x 76, praticamente 15 pontos abaixo de sua media usual?

Como? Enfrentando algo de realmente novo, instigante, e que se continuado contribuiria para uma mudança de estilo dos tricampeões (dois pontos já estão sendo mudados a partir daquela experiência, a dupla armação e o intenso jogo interior adotado por ainda poucas equipes da liga, mas que fatalmente evoluirá com o passar do tempo…), sugiro a todos que revejam um documento primordial e inspirador, no qual uma defesa contestatória e pressionada, e um ataque de intensa dinâmica interior, alimentado por uma mais intensa ainda dinâmica exterior, e que foi relegado por querer ousar demais, por querer penetrar o corporativismo daqueles que não admitem mudanças, sequer experimentais. Se por um acaso se interessarem por dupla armação, ai está o como realizá-la com pleno conhecimento do que venha a ser leitura de jogo, e se forem mais adiante em seu interesse, constatem o que venha a ser jogar com três pivôs móveis na acepção do termo. E por conta dessa realidade injusta e até cruel para com o grande jogo, a mesmice permanecerá, e com ela as convergências, para que afinal concordemos na manutenção do que ai está. Mudar o estilo, pra que?

Ah, o jogo está AQUI. Vejam como se poderia obrigar um adversário a pelo menos considerar uma mudança de estilo, oferecido como uma humilde lembrança para este natal, honesta e muito bem preparada, e não como um presente antecipado de um outro natal dado pela equipe líder ao último colocado no campeonato daquele NBB2, segundo declaração do jogador Rossi após sua derrota, na bola, no sistema, na convergência e na sua arrogante magoa.

Amém.

Vídeo – Jogo do Saldanha da Gama x Brasília pelo NBB2.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.

CORNO ABAJO, CORNO ARRIBA…

Quatorze vezes de três

Brasília bombardeia Limeira com arremessos de longa distância e conquista terceira vitória no NBB 2012/2013

Muito bem, vista assim, a chamada da matéria no blog da LNB nos parece uma elegia à grande eficiência dos candangos nessa forma de jogar o grande jogo, no entanto, peca nos por quês de assim jogar, omitindo uma simples evidência, a de que para atingir tal feito, nenhuma oposição defensiva foi oferecida, sequer tentada, por ambas as equipes e cuja explicação vai contida nos números da partida, aqueles que não são nunca analisados, aqueles que remetem exibições desse porte a seus devidos e constrangedores fatos.

Foram 64 tentativas de três pontos, para somente 22 acertos, logo, 42 errados, leram bem, 42!! Um basquete sério não pode tolerar tal insânia e falta de respeito, não só ao jogo, mas principalmente ao público, que comparecendo em massa assistiu simplesmente um duelo de pseudos especialistas que em 64 tentativas erraram 42. Duro não? E pergunto, quantas arremessariam se devidamente marcados, responsavelmente marcados, tecnicamente marcados? Inadimissivel que um Nezinho, arremessando da altura do peito, verdadeiros tiros de meta, conseguisse um 5/9 de eficiência, ou um Alex desperdiçando tempo e paciência com uma performance de 1/6, enfim, que uma equipe galardoada como a mais temível da liga bombardeasse e se deixasse bombardear (Limeira acudiu com um 8/30 de três…) num jogo de liga maior? Estamos mal, muito mal, defensivamente então, pré agônico, a caminho do terminal…

E não é preciso nem comparecer num ginásio, para visualizar as contidas, e as extemporâneas torcidas de técnicos coniventes com tão descabido “sistema de jogo” a cada bolinha lançada, muitas vezes a menos de 2 metros de suas posições imperiais ao lado da rinha, impolutos e seguros de suas determinações, isso mesmo, conluio, pois se duas equipes cometem o desvario de 64 bolinhas, que não são 10 ou 20, são 64, e não intervêm, é porque apóiam e incentivam tais procedimentos. Logo, podemos concluir que se tal hemorragia se alastra no âmago do nosso basquetebol, é devido à tolerância e aceitação da mesma por muitos técnicos (?)…

Uma equipe que converge sistematicamente (nesse jogo arremessou 20/29 de dois pontos e 14/34 de três) e vence campeonatos também de forma sistemática, é a prova cabal de que nos abstemos, em concordância corporativista, ou não, de exercer o primado básico do grande jogo, o da defesa, da arte de defender, que muito, muito além da opinião abalizada de alguns, que se referem à mesma como “impulso e vontade”, ou o domínio de alguns “Cs”, exige um preparo técnico muitas vezes superior em conhecimento, domínio e precisão que a ofensiva em si, pois exige dos jogadores algo que a maioria deles, assim como ex jogadores hoje técnicos, desconhecem, o domínio pleno e amplo dos fundamentos, entre os quais, na posição mais relevante se encontra a arte da defesa, que se bem e convenientemente treinada, nenhum tiro de meta sequer seria disparado sem a devida contestação, unzinho sequer, pois o artigo primeiro do bem defender define que, jamais deve-se bloquear arremessos de campo, arriscando-se a faltas desnecessárias, e sim tentar de todas as formas permissíveis e possíveis alterar a trajetória dos mesmos, aspecto crucial na diminuição, e até negação de sua eficiência. Parece simples, não? Sim, somente parece, mas definitivamente não é, concordam senhores técnicos?

Fecho este comentário afirmando após ler as declarações do técnico do Flamengo que define sua equipe como praticante de uma forma diferente de jogar, que enquanto chifres (das mais diversas formas), punhos, camisas e outras mais coreografadas jogadas forem desenhadas em sua prancheta, nada de diferente estará se antepondo ao sistema único, agora enfeitado por uma linguagem ibérica interessante e inovadora, as jogadas “corno abajo e corno arriba”… Isto sim é que é progresso, e de além mar, aleluia…

Amém.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.