MUNDIAL-PRIMEIRO DIA:OS FUNDAMENTOS…

Desativo o som da transmissão televisiva a fim de não sentir o desprazer de ouvir tantas imprecisões sobre o que de real interesse a equipe americana apresentava na quadra.

Glorificar ao êxtase enterradas, bloqueios e arremessos de três, dando continuidade ao que reputam serem tais aspectos a essência do jogo, induzindo os jovens telespectadores (claro, aqueles cujo poder econômico os tornam espectadores de um espetáculo via cabo…) a errônea idéia de que “aquilo” que está sendo glorificado é o exemplo a ser seguido, imitado, buscado e praticado, numa ótica absurda e irresponsável.

Técnicas apuradíssimas de drible, fintas, passes, mudanças de ritmo e de direção, posicionamento defensivo irretocável, leitura antecipativa, na defesa e, principalmente no ataque, posicionamento nos rebotes, corta-luzes, cruzamentos, contra-ataques, arremessos DPJ, paradas bruscas, e acima de tudo, todo esse arsenal de habilidades executado numa velocidade assombrosa.

Trocando em miúdos, uma exibição do mais alto nível de fundamentos do jogo, sua marca indelével desde as categorias de base, aprimorada no dia a dia em seus treinamentos, já que ferramenta indissociável para a pratica do grande jogo.

Armadores, alas e pivôs, irmanados ao principio básico do jogo, esteio de qualquer sistema que empreguem, ou mesmo, sem utilizarem sistema algum, pois uma equipe mestra nos fundamentos sempre estará apta a enfrentar qualquer outra que se baseie unicamente em táticas e sistemas, porém com fundamentos de menor qualidade.

Foi o que vimos no jogo de hoje, onde podemos acrescentar mais dois aspectos pouco ou nada relatados por nossos narradores, analistas, jornalistas e um mar de comentaristas nos blogs da modalidade, a defesa dos pivôs à frente, e o entra e sai ofensivo destes mesmos marcadores quando no ataque, jogando de frente para a cesta, raramente de costas, ações estas somente possíveis a jogadores de alta estatura cujo potencial genético é preservado quanto à velocidade e elasticidade, na contra mão dos autênticos mamutes que muitos defendem por aqui, e que já se assanham nas exigências de mais 20-5kg de lastro ao jovem Lucas, que se “modificado” neste patamar, perderá sua maior qualidade, a velocidade, e arriscando-se a futuros rompimentos de tendões e articulações, como o inditoso Delfin.

Mike Krzyzewski, que apesar da exibição acintosa e vaidosa de dois anéis de campeão NCAA, um em cada mão, copiando (infelizmente) seu colega Rick Pitino, demonstra sua fidelidade ao princípio estrutural do basquete americano, elevando aos píncaros a importância dos fundamentos acima dos sistemas, fator que pode ser razoavelmente contestado por equipes com igual ou aproximado poder fundamental, que se somado a um eficiente sistema de jogo, principalmente valorizando ações interiores, poderá colocar tão cabal superioridade em risco considerável.

Mesmo assim, o simples fato da equipe americana ter posto de lado o sistema único de jogo, advindo da NBA, imitado por todas as equipes que até agora tiveram seus jogos transmitidos ( e acredito mesmo que todas o utilizarão), por si só conota uma verdadeira revolução, fator sempre bem vindo ao progresso do basquetebol.

Pena que nossa seleção se mantenha fiel ao mesmo, que claudique seriamente nos fundamentos, e que permaneça escrava de uma administração continuísta e política, onde a meritocracia não encontra a mínima acolhida, esmagada desde sempre pela mais deslavada e medíocre mesmice, que foi o que vimos hoje contra a fraquíssima equipe do Iran.

Os três magníficos pivôs nunca estiveram em plena forma, onde um já se foi, um outro só joga daqui a duas partidas(?), e o outro saiu de quadra hoje com uma bolsa de gelo na coxa, demonstrando não estar curado da lesão, além dos outros dois não terem atingido o nível técnico exigido para uma competição de tal magnitude.

Armadores? Temo pelos mesmos quando tiverem de enfrentar defesas mais próximas e agressivas, assim como nossos alas não estão a altura das exigências defensivas e reboteiras, pelo menos em comparação às equipes que tiveram seus jogos hoje transmitidos, assim como temo por uma classificação mais digna se adaptações emergenciais não forem fomentadas, principalmente no jogo ofensivo interior, e no bloqueio efetivo dos arremessos de três, trocando-os pelos de dois.

Nosso basquete tem que ser submetido a uma reforma radical, desde a base, desde a preparação de novos técnicos, sem as formatações e padronizações alardeadas pomposamente pela ENTB/CBB, ainda mais agora quando tais aspectos estão sendo confrontados pela pequena revolução técnico tática americana, advinda de uma escola pluralista e democrática, a mesma pequena e parecida revolução que ousei ensaiar na direção do Saldanha no NBB2, convenientemente expurgada para o NBB3.

Mas como santo de casa não faz milagres, Vox populi, Vox dei.

Amém.

VAMO LÁ!…

Sábado agora começa a festa na Turquia, de onde emergirá o novo campeão mundial. Favoritos? Alguns bons candidatos, mas nenhum absoluto. O padrão único de jogo, modelo mais do que testado NBA, imperará de forma quase absoluta, com uma única e irônica exceção, e logo quem, os Estados Unidos.

Sim senhor, enquanto o resto do mundo se digladiará com as mesmíssimas armas ofensivas, como que adquiridas no imenso super mercado  da NBA, onde os posicionamentos de 1 a 5 são referenciados e comparados pela mídia mundial, num prét a porter globalizado, a seleção do país que implantou esse modelo cegamente seguido e copiado pelos demais participantes da competição, jogará de forma antagônica ao que sempre pregou, e por conta desta mudança radical, se colocará como seriíssima candidata ao titulo maior.

Coach K, utilizando dois armadores puros, e mais dois para o revezamento, segue o posicionamento clássico do basquetebol universitário americano, de situar em quadra sempre dois armadores, assim como dois alas e um pivô dominante. Mas eis que o grande técnico se  priva exatamente dos grandes pivôs, e resolve escalar e convocar mais alas, passando a atuar com dois armadores e três alas-pivôs ágeis e de grande velocidade, contrastando e confundindo seus adversários com tamanha ousadia. E o mais impactante nesta formação, é o fato inconteste de que seus adversários terão de escalar um terceiro pivô para fazer frente aos três americanos se movimentando celeremente no perímetro interno, exatamente nas funções de um pivô clássico, só que com mobilidade continua e veloz x 3!

Vencerá o campeonato jogando dessa forma? Não ouso afirmar que sim, mas que dará uma trabalheira insana às defesas adversárias, ah, isto sim, dará, e muita. Se somar a esta característica ofensiva uma defesa sólida e agressiva, ai sim, vencerá com certeza. Ou seja, mantendo o conceito imutável de que uma ofensiva muito bem estruturada só será factível sob o manto de uma mais sólida ainda defesa, não terei dúvidas em conceder aos americanos a posição de favoritos ao titulo.

Quanto à equipe brasileira, somente um grande e decisivo reparo, todo voltado à nossa incorrigível tendência de nos deixar levar por nomes, lobies e donos de posições, quando deveríamos nos interessar por ações concretas na quadra, nos treinamentos, não de algumas equipes, mas sim de todas elas, de onde deveriam emergir os convocados para uma seleção nacional, por mérito e competência, e não por marketing e auto promoções. O contrario destas simples medidas pode ser bem medido pelos percalços de diversas origens e formas que sempre nos assaltam quando da formação de nossas equipes nacionais. No entanto, os fatores políticos desportivos teimam em retardar tão necessárias conquistas, a da independência e justa convocação dos melhores a qualquer momento, assim como os que os dirigirão e orientarão.

Agora, o mais engraçado dessas histórias e tendências técnico táticas aqui ressaltadas, foi o simples fato de que a solução americana a um problema de ausência de grandes pivôs, foi desenvolvida, provada e comprovada por uma das equipes da LNB durante o NBB2, o Saldanha da Gama, que no returno da fase classificatória mudou toda uma imposição coletiva na forma de jogar o grande jogo, apresentando exatamente o conceito da dupla armação e três pivôs móveis com bastante sucesso, que claro, ficará convenientemente distante do NBB3 com a opção do CECRE (ex-Saldanha) em se fundir numa parceria com a Metodista São Bernardo de São Paulo, dispensando de uma só tacada toda a equipe e seu técnico, abraçando altaneira a solução majoritária do sistema único de jogo imposta pelo parceiro paulista, que em cinco rodadas de seu campeonato regional só venceu uma partida, até agora…

Mas para que fique bem marcada sua breve e impactante presença no NBB2, com suas propostas inovadoras e corajosas, ai estão os links dos jogos aqui postados anteriormente, como provas irrefutáveis do quanto somos também capazes de estudar, pesquisar, preparar e treinar boas equipes no país, sem a necessidade de importarmos técnicos que aqui chegam a peso de ouro sobraçando o velho e indefectível sistema único de jogo. Se ainda fosse o Coach K com sua corajosa revolução, vá lá, mas 6 por meia dúzia? Quem viver verá, infelizmente.

Amém.

1-      Saldanha x Brasília

2-      Saldanha x CETAF

3-      Joinville x Saldanha

ÀS CLARAS, FINALMENTE…

Ele chegou sorridente, animando a patuléia com sua determinante vontade de defender a nova camisa da seleção manufaturada por um patrocinador que, em hipótese alguma poderia privar de sua presença, juntamente aos outros três enebianos, frente ao mercado promissor de seus produtos nas terras tupiniquins. Marqueteiros profissionais de plantão na CBB, logo trataram de omitir a realidade física do delfin, assim como o real momento técnico dos demais estelares com treinos secretos à imprensa, e até jogos fantasmas na Europa como esse com a França onde a “realidade” física de alguns dos jogadores selecionados veio irremediavelmente à tona.

Meu Deus, gritam os anônimos nos blogs com a incúria de um planejamento todo voltado a uma seleção de astros que enfim estaria junta na quadra, e não no imaginário dos muitos que somente reconhecem basquete se travestido sob o manto da NBA, basicamente em sua forma de jogar, forma essa que o coach K  luta em desmitificar com sua seleção isenta de mastodontes pré-fabricados. Agora mesmo, em um dos blogs nacionais, anônimos já exigem 20 a 25 kg de massa muscular para o jovem Lucas como lastro necessário ao enfrentamento idealizado por seus devaneios de ignorantes absolutos do que venha a ser jogar o grande jogo com técnica e velocidade, e não “porrada under basket” ( desculpem, mas é o único termo que bem define tão brutal distorção), que é o que entendem do jogo.

Tudo pode acontecer gente, menos perdermos o Huertas, pois não temos ninguém no país para substituí-lo na armação da seleção, comenta outro anônimo. Então o que fazem o Raul e o Nezinho na seleção? Se não têm “experiência” internacional, por que lá estão?  Quem os convocou ou sugeriu convocação, sendo que um deles,  jovem e promissor, era reserva em seu clube no NBB2?

Pois é, o Huertas também está lesionado, que mesmo sendo uma contusão leve, nada justifica essa situação a uma semana do inicio de um mundial decisivo. E se a armação de um homem só, segundo os cânones do sistema único de jogo que praticamos a vinte anos, se torna agora claudicante, imaginem uma dupla armação?  Impossível com os que lá estão, ainda mais tendo o Leandro e o Alex funções pontuadoras como prioridades, e três alas que além de serem péssimos marcadores fazem dos arremessos de três suas únicas armas ofensivas.

Toda essa situação já era previsível, pois “quem faz um cesto, faz um cento”, sabia filosofia popular nordestina, que bem exemplifica essa realidade. Treinos e jogos secretos, determinam grosseiras faltas de planejamento estratégico, da preparação física, ao condicionamento técnico tático, ambos  fatores essenciais à formação de uma seleção nacional.

Ter um dos melhores técnicos do mundo não é suficiente para formarmos uma equipe vencedora, se esta não refletir uma realidade fundamentada na formação de base, a mesma formação que lastreou e sedimentou o título olímpico ao técnico Magnano, onde seus pedidos e exigências nos fundamentos básicos do jogo,tinham respostas imediatas de seus comandados argentinos, fruto de vinte anos de primorosa formação de base. Pergunta-se se estas respostas estão sendo dadas ao excelente argentino pelos convocados brasileiros? Nenhum de nós pode sequer aquilatar tal questão , fruto do hermetismo de um planejamento, e de uma negação presencial ao seu desenvolvimento.

A preparação da equipe, com seus quatro astros enebianos, foi restrita a uns poucos, muito mais interessados nas promoções de caráter comercial, do que àqueles que militam o dia a dia do basquete, informando e comentando, com erros e acertos, mas dando à patuléia uma imagem real, e não hipotética de uma equipe nacional.

Mas Paulo, dois treinos foram abertos ao público, claro, depois de credenciamento na CBB, e sem qualquer contato verbal com o técnico argentino, correto?  Incorreto, pois uma seleção que pretenda ser uma representante de um povo, não pode se esconder, e somente dar as caras em dois treinos descompromissados, para depois vir à quadra mostrando jogadores fora de forma, desentrosados, e o pior, com contusões determinantes.

Temos armadores bons no país? Afirmo que sim, mas sem o poder de patrocínios e marketing poderosos, e isso é um fato que não podemos negar e omitir.

Quando veiculei alguns jogos de minha equipe, o Saldanha da Gama aqui no blog, muitos se surpreenderam com a existência de bons armadores na equipe, e quantos mais apareceriam se os jogos do NBB fossem veiculados na TV ou em stream na internet, quantos? E pivôs, e alas, e principalmente, sistemas de jogo?

Temos agora a melhor trinca de pivôs para este mundial, afirmavam os torcedores, os articulistas e até alguma imprensa internacional. Mas podem jogar juntos?  Ou como serão realizados os rodízios?  Quando o problema maior era a condição dos mesmos,técnica e física.

E sorridente, solícito e de bem com a torcida, já que integrado à equipe de corpo e alma, não joga, again, o mundial. Tacada de mestre, pois se uma recuperação, segundo o médico da seleção, poderia ocorrer de cinco a dez dias, a onze dias do primeiro jogo, arriscar um contrato de 60 milhões é ato a não ser sequer pensado, no mundo globalizado em que vive, e sonhado por todos aqueles que desejariam vivenciar tal experiência de um vencedor num país de vencedores, será?…

Logo mais a seleção enfrentará a Austrália, num momento em que silêncios e ostracismos não têm mais cabimento e prazos, e oxalá, os deuses, os incansáveis e pacientes deuses nos propiciem esperanças, por menor que sejam, de melhorias e efetivas mudanças em nossa forma de jogar, agora um tanto remendada pela fragmentação de um quinteto base inédito nos últimos anos, mas bem atual, como reflexo de uma realidade da qual não podemos continuar a fugir, impunemente.

E que estes mesmos deuses determinem o meu equivoco, apesar de ter certeza de que tal determinação poderá, infelizmente, ser relevada.

Amém.

EM OFF, CARA?…

Paulo, aqui em off, quais suas analises sobre a seleção do Magnano que disputa o Mundial dentro de alguns dias?

Em off cara? O fato de ter entrado no clube da LNB (já me saíram…), não tira de mim o tique blogueiro, afinal de contas o Basquete Brasil está ai desde 2004…

Antes, um pequeno intróito justificativo ao que veremos taticamente dentro de poucos dias.

Nos sete primeiros jogos do campeonato paulista, com oito equipes que também participarão do NBB3, 440 arremessos de três foram perpetrados, numa média de 62.8 tentativas e de 28.5 bolas perdidas, numa clara demonstração de que a sangria dos três e os erros de fundamentos ainda continuarão a reinar por um longo tempo entre nós, assim como o indefectível sistema único de jogo, com suas capitanias hereditárias de 1 a 5.

E como a seleção representa a forma de jogar de seus jogadores, quanto mais a nossa que segue fielmente a notória globalização técnico tática advinda da NBA, pressinto que a mesmice irá imperar absoluta na Turquia, talvez com a exceção da equipe americana, pela ausência de seus pivôs de choque, tendendo para três alas-pivôs e os dois armadores clássicos de suas formações desde sempre, pois o Coach K indubitavelmente não teme mudar conceitos e sistemas de jogo, como excelente técnico que é.

E se quisermos mais análises feitas por quem realmente conhece o grande jogo, ai está um comentário do Prof. Walter Carvalho postado aqui no blog sobre a postagem “E SE NÃO BASTASSE…” DE 4/8/2010.

·  walter carvalho 16.08.2010 (2 dias atrás) ·

Professor Paulo Murilo,

(…) Em relação à seleção brasileira que está se preparando para o mundial, tive a oportunidade de assistir os jogos treinos no Brasil e estes são os meus comentários:
1. Não podemos contestar os resultados alcançados pelo técnico argentino..
2. Assistindo o jogo pela TV – não pude observar nenhuma diferença na forma de atuar do Brasil – O time parecia que ainda estava sendo dirigido por Lula, Helio Rubens, etc…O que eu pude observar foi um maior comprometimento e mais seriedade dos jogadores e isto geralmente acontece no período de lua de mel entre técnico e jogadores
3. O Brasil da forma que atuou não terá condições de competir a nível de mundial – pois a equipe com 3 armadores baixos e 2 pivôs não é a formação ideal para os adversários que encontrarão na competição na Turquia.
4. A defesa ainda comete os mesmos erros básicos de outrora – ou seja, deixam nossos pivôs Varejão e Splitter – desprotegidos e em situação de 1 contra 1 – pois os nossos armadores não sabem marcar o homem da bola – contra algum técnico esperto o Splitter e o Varejão não ficarão muito tempo na quadra pois sairão já no primeiro quarto com 2 faltas.
5. O sistema de ataque do Brasil era similar ao de nossos adversários, pois estes utilizam jogadas e movimentações da NBA e não movimentações que venham a favorecer e a tirar vantagem da habilidade individual de nossos jogadores – ou seja, não tem um jogo e forma brasileira de atacar
6. O Brasil marca mal o arremesso de 3 pontos e os bloqueios verticais e horizontais sem bola do adversário – movimentações estas muito utilizadas por equipes européias
7. Para o Brasil ter sucesso na competição 5 jogadores pelo menos terão que ter uma performance de 70-80% de aproveitamento em todos os segmentos do jogo (física e técnica) com jogos diários – isto será muito difícil manter e os nossos substitutos não estão no mesmo nível dos que começam o jogo.
8. As substituições feitas durante o jogo a nível de observação – não poderão ser feitas no mundial. Isto irá certamente influenciar na manutenção do rendimento técnico e físico dos atletas principais de nossa equipe
9. A formação inicia do Brasil é muito baixa – Huertas, Leandrinho e Alex não terão como auxiliar no rebote defensivo e este será um dos maiores problemas do Brasil.
10. O aproveitamento do Brasil nos arremessos de fora do garrafão e de 3 pontos é muito baixo – e nossos atletas são baixos para penetrar no garrafão dos europeus com eficiência.
11. A equipe não demonstrou nestes jogos possuir plano de jogo para cada adversário – jogou da mesma forma com as mesmas alternâncias técnicas e táticas previsíveis
12. O técnico argentino já deve, hoje, estar analisando, e espero que corrigindo os erros na composição da equipe e os erros defensivos – porém eu não acho que ele conhece bem os jogadores e tenha tempo o suficiente para corrigir.
13. Acredito também que o sistema defensivo que deve ser usado contra as equipes européias é um sistema de marcação combinada (triangle-and-two-ou box and 1) pois só assim o Brasil irá poder forçar a equipe adversária a jogar de uma outra forma ou a ter que se ajustar taticamente durante o jogo o que seria um fator positivo – Se marcar pura e simplesmente homem a homem voltaremos de uma competição mundial mais uma vez sem alcançar o sucesso esperado!
14. O Brasil só tem um armador – o Huertas -e continua dependendo dele para as armações táticas ofensivas da equipe – isto é um erro e o Brasil teria condições de fluir bem melhor no ataque jogando com 2 armadores. Do jeito que a seleção atuou aqui nos jogos amistosos, e se o Huertas tiver um dia ruim, ou se o marcador não o deixar jogar o Brasil não terá equilíbrio ofensivo e isto é um grave erro!
15. O resultado do amistoso contra Porto Rico já deve ter forçado o técnico argentino a ter que rever seus planos técnicos e táticos, e espero que ao chegar na Turquia estes planos tenham sido corrigidos, efetivados e implantados.

No mais só nos resta torcer, pois a falta de bons resultados em competições internacionais não é bom para nenhum de nos brasileiros que militam no grande jogo, tanto no Brasil quanto no exterior.

Seja o que Deus quiser!

Ao que respondi-

  • Basquete Brasil Ontem ·

Walter, se me permitir, assino embaixo de suas análises, precisas, irretocáveis. Muitos pretensos “conhecedores” do grande jogo não concordarão, e até se sentirão ofendidos, mas a realidade dos fatos você expôs na veia. Somente acrescentaria um penúltimo pormenor, o de não sabermos, e mesmo desconfiarmos do que venha a ser jogar com os pivôs, que segundo o Oscar, só servem para pegar rebotes, a fim de propiciar oportunidades aos matadores, principalmente os de três. Lamentável afirmação, de quem nos legou essa incontrolável hemorragia dos longos arremessos, desde as divisões iniciais de base, até a elite de nosso país.
E concluindo Walter, no excelente blog Bala na Cesta de hoje (17/8/2010), o Fabio Balassiano anotou(…)”Os 84 x 68 talvez espelhem não a diferença entre os times, mas a diferença dos “dois basquetes” jogados nos dois países(…) (Sobre o jogo de hoje contra a Espanha).
Creio que o bom jornalista cometeu um pequeno equívoco, pois assim aqui, como lá, o sistema único de jogo é utilizado, com uma diferença, os de lá praticam-no à base de fundamentos muito bem estruturados desde a mais tenra base, daí seus 1, 2, 3, 4 e 5 serem superiores aos nossos, ao passo que nós…
Um abração Walter. Paulo.

PS- Nesse nosso encontro convidei o Walter para fazer parte do projeto Escola Carioca de Basquete que lançarei em breve, reunindo-o a mim e ao Gil Guadron, para provermos os jovens técnicos brasileiros que se interessarem, de materiais gráficos, artigos e análises de sistemas e formas de treinamento, numa tentativa de difundirmos nossas experiências fundamentadas na generalização democrática de conceitos técnico táticos, e da informação, numa oposição clara e objetiva às formatações e padronizações que muitos vêm impondo coercitivamente ao nosso basquetebol.

Oxalá sejamos bem sucedidos nessa honesta tentativa. PM.

Amém.

Foto- Walter e eu no almoço de hoje(17/8/2010). Clique para ampliar.

E SE NÃO BASTASSE…

E se não bastasse me sentir obrigado a responder comentário como este, de um certo Roberto Leyser:

• Roberto Today •
Paulo Murilo…não preciso pesquisar, pois conheço muito bem o basquete brasileiro. Falei não para me informar, mas por saber que não há nenhum grande trabalho técnico desenvolvido por vc, somente corneta sobre aqueles que realmente fazem basquete no Brasil. É que, ao contrário daqueles que militam somente no meio acadêmico (e nunca viram um trabalho de verdade)e não conhecem o basquete brasileiro (só o estudam), sei muito bem que você sempre foi considerado um corneteiro que nunca se consagrou na prática.
Cérebro, meu caro, o sucesso profissional de cada um demonstra o quanto cada um possui.
(sobre o artigo RESPONDENDO… de 31/07/2010, cuja resposta já está publicada),

e ter de assimilar um email (4/07/2010 13:27)que menciona em dois de seus parágrafos:

(…)6o) Diante de sua postura em nos cobrar posicionamentos, o que é até natural, mas sem a nossa condição de oferecê-los, resolvemos por bem, deixá-lo livre para seguir seu futuro. A partir desta data, sinta-se, desobrigado em qualquer situação perante a nossa equipe. Se houver algo novo e que demande seu trabalho, entraremos em contato. Se ainda não estiver contratado e desejar conversar conosco, assim o faremos.

7o) O que gostaríamos era seguir o trabalho que terminou a temporada passada, com senhor como técnico, a mesma base de atletas e alguns reforços. Mas fatos novos surgiram estamos tomando as nossas decisões(…).

Alarico Duarte Lima

Posso afiançar que uma parceria está sendo estabelecida (CECRE/Metodista de São Bernardo do Campo) com prioridade financeira acima, bem acima da base e da fundamentação técnica, na qual uma equipe pertencente à LNB cede seus direitos de franquia, manutenção e formulação de uma equipe, em favor de outra que em momento algum aceitou um acordo mediano sugerido por mim a pedido , em uma reunião realizada em minha casa, na presença do dirigente Alarico Duarte do CECRE e do representante da Metodista Vanderlei Mazuchinni. A imposição de caráter financeiro, uma realidade no meio da alta competição, impôs-se a um trabalho realmente digno de ser continuado, já que destinado a uma profunda mudança no aspecto técnico tático de nosso basquetebol. Mas não destinado o suficiente para ser continuado.
Comunico ter sido essa talvez, a mais curta temporada de um técnico na LNB. E a grande ironia, é que se caracterizou por um esplêndido trabalho de uma equipe desacreditada, mas que foi capaz de demonstrar que o nosso basquete pode ser jogado de uma outra forma que não a que estamos já cansados de assistir, e que por certo assim deverá continuar com a sua fragmentação.
Foi uma bela experiência, que na minha idade só tenho que agradecer, não só a grande oportunidade de provar que, conhecimento, capacitação e ousadia, não são prerrogativas somente dos mais jovens, como, e principalmente, resgatar a magia de um jogo bem jogado em sua definição maestra, o coletivo, o grande, grandíssimo jogo. Sinto muito não poder dar continuidade ao projeto, me desculpem de coração.
Amém.

PS- No fim desta semana veiculo o último vídeo da equipe que honradamente dirigi, o Saldanha da Gama, contra a equipe do CETAF, como agradecimento e reconhecimento do fantástico apoio recebido de sua torcida, assim como, um documento final do quanto de inovador foi apresentado pela excelente e hoje desfeita equipe. PM.
PS 2-Clique na foto para ampliá-la.

2 ARMADORES E (?)PIVÔS MÓVEIS…

A seleção brasileira se sagrou campeã no sul americano, e em cima do tradicional adversário, a Argentina, pena que somente por 10 pontos, quando, se de 2 em 2 pontos poderia ter chegado aos 20-30 de diferença, bastando que para tal tivesse concentrado o jogo no perímetro interno, onde nossos pivôs se impuseram pela velocidade, e não pelo embate físico. A síndrome dos 3 pontos ainda não foi debelada, por puro ciúme dos “shooters” com a dinâmica dos 4 pivôs móveis que se revezaram de 2 em 2, com o Murilo de regente, jogando de frente para a cesta, e não de costas como os pivôs grandalhões e pesados argentinos. E para 3 pivôs móveis faltou pouco, já que o Arthur e o Tavernari também se movimentaram em deslocamentos constantes dentro do perímetro, onde os 2 pivôs ágeis e moveis reinaram absolutos.
E tudo isto fundamentado nas ações de 2 armadores sempre em quadra, nas figuras do Fúlvio, do Nezinho e do Luis Felipe, todos armadores natos, ações estas menos decisivas quando o Duda destoava na função por não dominá-la como os outros 3, daí sua preferência pelos arremessos de 3 sempre que possíveis. E mais, com os armadores sempre próximos, e não como costumávam jogar se escondendo no fundo do ataque.
Tanta mobilidade também acrescentou uma melhora substancial na defesa antecipativa e veloz, falhando só e gravemente nas anteposições dos precisos arremessos longos dos argentinos, quando um posicionamento bem próximo e energico aos mesmos, os instigariam às conclusões de 2 pontos, numa troca de 3 por 2 altamente benéfica para a equipe.
E pensar que quando sempre defendi a utilização permanente da dupla armação no controle do perímetro externo, e da utilização de pivôs de grande mobilidade no interno, fui tachado de teórico e lunático, até o dia em que retornei às quadras e provei com o humilde Saldanha que as possibilidades existiam, e não só com dois pivôs móveis, e sim com três! Mas estamos aprendendo, e depressa. Por isso parabenizo o João Marcelo que conseguiu exequibilizar esse inusitado modo de jogar, com algumas boas adaptações, fruto do que observou também, quando sua antiga equipe do Paulistano enfrentou a minha no NBB2 e perdeu em casa, exatamente pela utilização que fizemos da dupla armação e dos três pivôs móveis que não soube, ou não pode marcar. Agora a Argentina que se cuide daqui para a frente, já que estamos, aleluia, evoluindo técnica e taticamente de verdade.
O engraçado nessa história toda foi a declaração do Magnano em uma entrevista cedida ao jornalista Rodrigo Alves do Rebote em 30/06/2010, sob o título Papo de Mundial – Rubem Magnano, quando declarou –“ No meu estilo não jogo com dois armadores, mas há uma possibilidade tática aberta”.
Acho que a comissão técnica que esteve na Colômbia nesse sul americano optou pela “possibilidade tática” e venceu os conterrâneos do excelente técnico argentino. Mas será ser possível que essa mesma “possibilidade” possa ser empregue no Mundial que se avizinha? E por que não, também, os 3 grandes pivôs?
Não sei se teria a coragem necessária para fazê-lo. Pena, pois seria instigante e revolucionário. Meu humilde Saldanha (hoje acabado…), o provou.
Amém.

PREGUIÇOSOS E ARROGANTES…


Já fui chamado de “vagabundo e inútil” por um imbecil travestido em ministro da educação desse imenso e injusto país, quando professor concursado da maior universidade pública do país, a UFRJ, junto a uma plêiade de maravilhosos e inesquecíveis professores, que a tornaram grande como hoje se apresenta, que como eu, viravam noites e noites estudando e estruturando cursos, laboratórios e pós-graduações, além das muitas aulas a jovens ávidos de saber, numa labuta que invariavelmente ultrapassavam em muito os 30- 40 anos de trabalho.
E agora, aposentado dignamente pelas leis do país, tornei a exercer um trabalho que me apaixonou por mais de 50 anos, a direção técnica de uma equipe de basquetebol, não a mais pujante, mas aquela que me propiciou um recomeço aos 70 anos de idade, o Saldanha da Gama.
Mas, à sombra daquela injuria ministerial, agora se soma a alcunha de que pertenço a um segmento, que (…) “com poucas exceções, nossos treinadores são preguiçosos ou arrogantes demais para aprender – ou as duas coisas.” (…) (Trecho de uma matéria do Jornalista Rodrigo Alves, do blog Rebote (post-Técnicos do NBB? Nenhum…), em 29/07/2010, sobre a ausência dos técnicos do NBB nos dois treinos abertos da seleção brasileira que se prepara para o mundial sob o comando do técnico argentino Ruben Magnano no Rio de Janeiro).
No entanto, algo de muito importante no mundo do jornalismo investigativo, o qual é ainda um tanto cifrado para o jovem articulista, o questiona num simples argumento – Como, com que fundamentações, com que convicções chegou a tal conclusão, se não conhece e nem pertence ao meio que tão injustamente definiu? Ou já se considera um expert na concepção, e na essência do grande jogo? Onde o estudou, com quem estagiou e praticou, e como se graduou a tal ponto de poder definir comportamentos e decisões que absolutamente desconhece por ser um observador out court, e não inserido no mundo interno e seletivo de dentro das quadras?
Vou dar uma pista, e bem sei que me arrisco a fazê-lo, mas torna-se de fundamental importância que definamos prioridades num momento em que a NBA se arvora numa representação oficial no país, com escritórios e outras particularidades na trilha de 2016, inclusive anunciando parcerias com o NBB e CBB ( matéria publicada no site Lancenet em 28/07/2010), cujo campeonato milionário é a decantada especialidade do jovem jornalista que o cobre com tal ardor, que o levou àquelas gélidas paragens numa excursão exploratória que culminou com uma entrevista com seu ídolo máximo, Lebron James, nu em pelo, em seu vestiário, na presença inclusive de duas jornalistas japonesas envergonhadas com tanta ‘naturalidade”. Podemos até conceituar ser o mesmo um pretenso especialista em NBA, mas em NBB, convenhamos, é neófito e superficial.
E a prioridade que se impõe é das razões impreteríveis, aquelas irrecorríveis, já que produto de situações inadiáveis e decisivas.
Na sexta feira passada, em minha casa foi feita uma reunião com o Alarico Duarte, dirigente do CECRE/Vitoria e do representante da Metodista de São Bernardo do Campo, Vanderlei Mazzuchini, quando foram discutidas possibilidades de uma parceria para o NBB3, assunto ora em debates, e aproveitando o encontro, sendo o Vanderlei o supervisor da seleção brasileira, perguntei a ele o porque dos treinos fechados da mesma, e porque somente dois deles seriam abertos aos técnicos e jornalistas. Respondeu-me que era um exigência do técnico Magnano, com um “ é o jeitão dele…”. Tudo bem, cada técnico tem suas concepções de direção de equipes, mas como técnicos, a maioria deles de outros estados, todos, rigorosamente todos envolvidos na dura formação de suas equipes, principalmente os paulistas que tem seu exigente campeonato estadual começando a 10 de agosto, se deslocariam de seus estados para assistirem dois treinos no Rio de Janeiro? E aqui cabe um pequeno relato, de um encontro do Magnano com todos os técnicos do NBB, sem exceção de nenhum deles, quando do congresso técnico após o encerramento do NBB2, onde foi questionado técnicamente ( eu mesmo fiz três perguntas complexas) com respostas expositivas de alto teor, dando a todos os presentes a nítida sensação de que a seleção estava muito bem apoiada, não fosse o mesmo o competente e efetivo campeão olímpico, num diálogo eficiente e produtivo, direto e exclusivo, entre técnicos experientes e comprometidos, numa relação elogiada publicamente pelo competente argentino.
Então preclaro jornalista, foi o técnico argentino “esnobado” pelos técnicos do NBB? Ou simplesmente uma injunção de datas e prazos conflitaram com um reencontro de arquibancada, em nada comparável a um encontro olho no olho que todos tivemos com o exigente argentino num hotel fazenda no interior de São Paulo?
Claro que não, absolutamente não, e posso afiançar, e até mesmo ousar representar os demais técnicos ( será que sendo o mais idoso me aufere tal prerrogativa?…) num singelo, porém veemente protesto quanto aos termos ofensivos e pouco elegantes de preguiçosos e arrogantes, lançados infeliz e indevidamente por alguém, talentoso e muito jovem, que deveria ir mais fundo na grandeza irreconhecida de um grupo de teimosos e apaixonados por uma atividade impar, onde mesmo as desavenças pontuais dão lugar ao respeito e a admiração, pois fruto do trabalho e da persistência, fatores que ainda nos mantêm na luta pelo desenvolvimento do grande jogo entre nós.
Acredito ser eu o mais contestado de todos os técnicos da LNB por seus próprios pares, mas mesmo assim não posso me calar, me omitir ante uma injustiça de tão grande repercussão, pedindo humildemente ao blogueiro lutador do Rebote que, pelo menos, reconheça que nenhum de nós é preguiçoso e arrogante, quando na realidade somos simples e irremediavelmente, técnicos de basquetebol, que responsavelmente respondemos por nossos atos e decisões, com coragem, desprendimento e muito, muito trabalho.
Amém.

Fotos – Congresso de técnicos da LNB e Encontro com o técnico Ruben Magnano.( Clique nas fotos para ampliá-las).

UMA AULA DO GIL…

Mais uma preciosa colaboração do Gil, em sua incansável procura pelo basquetebol que sonhamos.

Paulo;Reciba nuestras mas efusivas muestras de amistad.Le adjunto en
“attachment” tres traducciones al Español de trabajos de Wooden,
estan publicados en la pagina web del –Club del Entrenador–, en la
pagina de la Federacion Española de Baloncesto.Se las envio en funcion de
las opiniones vertidas por jovenes entrenadores brasileiros queriendo saber
mas de Wooden.Por favor lealas y valore su publicacion en su tan
prestigiada pagina.Un enorme abrazo.Gil

RED DE EXPERIENCIAS
El MÉTODO WOODEN: “El Mejor Maestro del Siglo XX”

13/02/2010

En 1976 Ronald Tharp y Ronald Gallimore dos profesores de psicología de las Universidades de California en Santa Cruz y Los Ángeles realizaron un estudio sobre la relación y comunicación del mítico entrenador John Wooden con sus jugadores. Clasificaron las acciones de John Wooden en los entrenamientos realizados durante la temporada 1974-1975 en el cual UCLA ganó su décimo campeonato de la NCAA. Casi 30 años después los investigadores volvieron a analizar los resultados de dicho estudio combinándolo con entrevistas posteriores con el propio Wooden y sus jugadores. Hoy nos proporcionan una información de inestimable valor para entrenadores de baloncesto de cualquier nivel.

Por Tim Fanning* (jugador del CB Castellbisbal Copa Catalunya y entrenador del equipo junior)

¿La clave de su éxito?
La intensidad, economía y eficacia de sus entrenamientos.

Bill Walton, mítico pivot entrenado por Wooden, afirmó: “Los entrenamientos en UCLA eran eléctricos, intensos, exigentes… con Wooden por la línea de banda como un tigre enjaulado dando instrucciones, con refuerzos positivos y una máxima: ‘ser rápido pero sin prisa’… Pero llegaba el partido y entonces no exigía actuar con rapidez. Los partidos parecían transcurrir a un ritmo más lento. Yo pensaba: ’¿Por qué tanta diferencia de velocidad en los partidos y en los entrenamientos?” Los resultados de UCLA eran evidentes.

Es muy importante este detalle: los entrenamientos eran más rápidos y exigentes que los partidos. Cada entrenador tiene una forma de ser diferente y no todos somos “tigres enjaulados” pero todos podemos tener el objetivo de crear un entreno más exigente que un partido.

¿Cuánto tiempo hablas con tus jugadores?

El que posiblemente fuera el mejor maestro de baloncesto en la historia no hablaba casi nunca más de 20 segundos seguidos a sus jugadores durante los entrenamientos. Con tantas observaciones, simplemente no había lecturas. No quería parar el ritmo del entrenamiento.

Recuerdo los efectos negativos como jugador cuando he tenido un entrenador que paraba el entrenamiento durante uno o dos minutos para dar una larga explicación. Cuando volvíamos a jugar la mayoría de los jugadores del equipo tenían la cara perdida y la competitividad y energía que había antes de parar ya no existía. Wooden casi nunca hacía eso. Daba el mensaje que quería transmitir rápidamente y ¡a seguir!

Cada entrenador debe pensar bien no solamente el tiempo que hablará sino también el contenido del mensaje. El estudio de Tharp and Galimore desvela que el 65% de las intervenciones de Wooden durante el entrenamiento contenían instrucciones concretas. No hablaba por hablar ni decía solo lo que un jugador hacía mal. Casi siempre decía cómo se debía hacer correctamente. Los investigadores clasificaron casi 2.500 acciones de Wooden y más del 75% de las veces en que hablaba incluía en su mensaje instrucciones sobre cómo hacer algo correctamente. Eran intervenciones muy cortas pero concretas y específicas. Creo que si no hablas mucho, cuando lo haces y dices algo concreto, la gente te hará más caso.

En el C.B. Castellbisbal, club donde ejerzo de entrenador y de jugador, hay un entrenador que se hizo una prueba a si mismo durante un entrenamiento. Su ayudante tenía la misión de medir el tiempo en el que él hablaría durante la sesión. Él pensaba que en los 70 minutos que duró la sesión había intervenido alrededor de unos 10 minutos y el resultado real era que había hablado durante ¡30 minutos!

Creo que como entrenadores cometemos el error de ir hablando durante el entrenamiento sin darnos cuenta. Pensando que así hacemos mejor nuestro trabajo, que así explicamos mejor las cosas a nuestros jugadores. Según el ejemplo Wooden debemos intentar decir lo que queremos de la manera más corta posible y luego, si el jugador repite el error, nosotros debemos hacer las correcciones. Sobre todo, cuando el tiempo en pista es muy limitado, es importante que los entrenadores reflexionemos y pensemos bien qué decir y cuánto tiempo emplear en ello.

La información dirigida a la acción y no al actor

Los investigadores del estudio querían saber como un “master teacher” como John Wooden utilizaba refuerzos y castigos durante sus sesiones. La sorpresa llegó con el resultado ya que Wooden sólo elogiaba un 6% de las veces que hablaba y censuraba también un minúsculo 6%. Wooden no dirigía sus comentarios para calificar el trabajo sino para proporcionar información a sus jugadores.

En una entrevista realizada a Wooden, cuando le preguntaron sobre la falta estímulos positivos a sus jugadores, el entrenador contestó: “Siempre he creído que fijar la atención de los jugadores en puntos específicos, en ayudar a los jugadores a cumplir el objetivo en un ambiente intenso y exigente es el enfoque positivo.

“La información que recibí en sus correcciones era lo que más necesitaba. Esa información era la que estimulaba al cambio. Si la mayoría de los comentarios hubieran sido refuerzos positivos (‘muy bien’) o negativos (‘lo haces mal’), hubiera recibido sólo una evaluación, no una solución. Las correcciones en forma de información no me atacaban como persona. La información iba dirigida a la acción y no al actor.”

Si proponemos soluciones y correcciones específicas estamos trabajando para formar mejores jugadores de baloncesto. Si el entrenador tiene comentario sobre la acción y no el actor no hay discriminación. Y eso en mi opinión evita conflicto ya que en la relación entre jugador-entrenador o estudiante-profesor puede haber un nivel de discriminación. Cada entrenador (y persona) tiene gente que le gusta más y le gusta menos y estos sentimientos nos afectan en nuestras acciones. Si somos capaces de dirigir el mensaje sobre las acciones y no quien hizo la acción ayudaremos mucho en crear un ambiente de mucho mejor aprendizaje.

Un Wooden, el Sándwich de la corrección

Wooden, sin embargo, tampoco olvidaba incluir en la información el fallo que sucede. Sus correcciones solían contener tres partes:

1. Decir o demostrar como hacer la acción correctamente (M+)
2. Decir o demostrar como acababan de hacerla (mal) (M-)
3. Repetir o demostrar como hacerlo bien (M+)

Los investigadores clasificaron esta secuencia (M+,M-,M+) como un “Wooden” y lo hizo casi un 10% de las veces que hablaba. Los “Woodens” fueron legendarios y nadie que los vivió los olvidó.

Decían los investigadores que sus intervenciones rara vez superaban los 3 segundos, pero eran de tal calidad que dejaban una imagen en la memoria de los jugadores como un dibujo. Wooden presentaba la información en tal manera que los jugadores no pueden olvidarlo. Cualquier educador que pueda presentar información en una manera que sus estudiantes recuerden para siempre ha hecho un trabajo muy grande.

En el colegio tuve el mismo entrenador que entrenaba a Jason Kidd y no recuerdo todas las cosas tácticas que hacíamos pero sí un día en que no veníamos preparados para trabajar en defensa. El coach hizo su propia versión del Wooden, detuvo el entrenamiento para mostrar cómo estábamos defendiendo, luego se animó a un nivel que andaba al borde de la locura y se puso en posición defensiva con una cara e intensidad inolvidable. Nadie hubiese querido ser el jugador defendido. Nos dijo que tenemos que defender como un pitbulls que no ha comido varios días y la pelota es un trozo de carne. Hasta hoy, cuando pienso de la intensidad necesaria para defender correctamente pienso de ese coach que hizo un Wooden.

Planificar al detalle

John Wooden confesó que sus métodos de trabajo cambiaron cuando un día decidió ir a ver un entrenamiento de Frank Leahy, el entrenador de Fútbol Americano en la Universidad de Notre Dame. Wooden dijo que jamás había visto algo más organizado en su vida. Jugadores alternando ejercicios con una coordinación perfecta. El entrenamiento comenzó y acabó a tiempo.

Antes creía que las cosas que hacía John Wooden era debido a su personalidad y porque era un líder muy único. Seguro que era único pero más que en su forma de ser o personalidad (que también) creo que John Wooden marcó la diferencia en los detalles de su preparación. Después de leer sobre John Wooden y leer también sobre el entrenador actual de F.C. Barcelona, deduzco que los entrenadores con más éxito no tienen una fórmula mágica, simplemente trabajan mucho más que los demás. Son capaces de prestar atención al detalle más pequeño e intentar planear y controlar todos los aspectos influyentes en el entrenamiento.

Como anécdota cabe recordar que los entrenamientos de Wooden empezaban cada día a las 14:59 y acababan a las 16:59, ¡en punto! Wooden tenía el entreno planeado hasta el más mínimo detalle. Quizás muchos entrenadores no pueden empezar justamente a la hora de entreno porque tienen que esperar que acabe el equipo anterior pero cada entrenador de baloncesto puede tener un plan completo para el entrenamiento con objetivos y los ejercicios adecuados para cumplir estos objetivos.

Personalmente esta temporada tengo el objetivo de hacer libro con la planificación de cada entrenamiento. La verdad es que las primeras semanas costaba mucho, sobre todo con respecto al tiempo dedicado a algún ejercicio. Pero tomé notas sobre como había ido el entrenamiento y qué ejercicios necesitaban más o menos tiempo y ahora estas notas y este libro son partes integrales de la preparación del equipo. Planificar los entrenamientos y archivarlos en un lugar donde lo puedes consultar es una situación “Win-Win” en el hecho de que no puede tener efectos negativos, lo único que va a pasar es que los entrenamientos irán mejor, el equipo entrenará mejor y tú mejorarás como entrenador.

La importancia del trabajo individualizado

Wooden no sólo preparaba los entrenamientos pensando sólo en el grupo. También los preparaba para el individuo. Wooden entendía muy bien que cada jugador es diferente y no era recomendable trabajar con todos igual. Y para saber cómo sacar el máximo de cada uno de ellos Wooden estudiaba y analizaba, desde el aspecto personal y deportivo, cada jugador para entender qué les motivaba y cómo podía controlarlos mejor. “Los mismos sistemas no funcionarán con cada equipo. Depende de los componentes y para hacer un equipo tienes que conocer las personas con que estas trabajando.”

Los investigadores pensaban inicialmente que los “Wooden’s” o instrucciones del entrenador (M+,M-,M+) eran improvisadas. No era así. Al igual que planificaba analizaba los entrenamientos de cada jugador, Wooden también anticipaba los errores que cometerían y preparaba acciones para corregirlos. Preparaba hasta las palabras que diría a un jugador cuando cometiera un error específico. Este aspecto tiene mucho sentido porque los jugadores normalmente cometen los mismos errores muchas veces. Si como entrenador puedes anticipar los errores y prevés la manera de corregirlos estás preparado para en un instante y en una manera efectiva corregir sin parar el ritmo del entrenamiento.

Los comentarios de John Wooden durante un entrenamiento eran tan concisos que parecían ser el resultado de una persona capaz de reaccionar con inteligencia en el momento pero en realidad la economía y eficacia de sus comentarios de los equipos imbatibles de UCLA eran el resultado de una minuciosa planificación. Para un entrenamiento de dos horas, Wooden planificaba con sus ayudantes por la mañana dos horas o más. Tenía libros con los entrenamientos de años anteriores y miraba lo que hizo el equipo en la misma fecha en los años anteriores. Todos sabían qué ejercicio iba a pasar y en qué momento. Los jugadores iban corriendo de ejercicio a ejercicio, perfectamente coordinados, juntos o por separado. Por cierto, no había agua y no tampoco había sillas en la pista…

Creo que hay dos maneras de pensar en los entrenadores. Una es que los jugadores tienen que adaptarse a estilo del entrenador. Otra es que el entrenador tiene que adaptarse al equipo que tiene.

Estoy convencido que los entrenadores que son capaces de adaptarse son los que duran más y son más efectivos. Esto no significa hacer lo que quieren tus jugadores ni mucho menos. Significa estar abierto a modificar cosas para adaptar a los jugadores y estudiar los jugadores con el entendimiento de que la clave de resolver el puzzle que es un equipo de basket es entender cada pieza. Si Bobby Knight leyera esto probablemente me tiraría una silla pero hay más entrenadores como Wooden, como por ejemplo Coach K’s (Duke) y Dean Smith que cambiaban sus estilos cada año basándose en sus jugadores que entrenador “estilo militar” como Bobby Knight.

Wooden tenía esta mentalidad de planificar, evaluar, modificar. Afirmaba: “Si consigues que tu equipo mejore poco a poco cada día acabará consiguiendo grandes cambios. No sucederá ni mañana, ni el día siguiente pero finalmente habrás dado un gran paso. No busques la mejora rápida. Busca pequeñas mejoras cada día. Es la única manera que suceda esa mejoría, y cuando sucede, es duradera.”

Cuando no estaba en la temporada Wooden hizo proyectos sobre diferentes aspectos del baloncesto (rebote, contraataque, etc). Aparte de investigar en bibliotecas se entrevistó personalmente con entrenadores y jugadores de éxito de todos los deportes para buscar aspectos para incorporar en su programa en UCLA. Su filosofía se basaba en la investigación constante. Como entrenadores o personas creo que esta filosofía de aprendizaje continuo nos guiará al éxito.

Wooden afirmaba que “todos somos profesores. Sea en una clase o para tus hijos o tus sobrinos”. Lideraba con el modelo del ejemplo. Y lo mejor de Wooden no tuvo nada que ver ni con los campeonatos que ganó con UCLA ni con los numerosos jugadores que fueron de UCLA a la NBA. Tuvo en la calidad humana su mejor virtud.

John Wooden entendió la responsabilidad que conllevaba ser una persona pública. “Nada escrito y dicho puede enseñar a nuestros jóvenes más que los hechos, los ejemplos”. En realidad hay pocos entrenadores que pueden usar su propia vida como ejemplo pero el mítico Wooden trasciende las líneas de la pista y se convierte en un maestro incomparable, creando no sólo excelentes jugadores de basket sino también excelentes personas. Para Coach Wooden “la vida era una clase de una escuela.”

*Tim Fanning es jugador del CB Castellbisbal Copa Catalunya y entrenador del equipo junior.

Amigos, eis um exemplo maior da arte de ensinar e treinar o grande jogo.
Amém.

Gil Guadron em sua aula na EEFD/UFRJ, quando de sua visita ao Brasil.

ME DEI UM TEMPO…

Me dei um tempo, precisava muito, não por cansaço físico, mas porque necessitava me situar com rigor ante a reviravolta que dei assumindo a direção de uma equipe da LNB, e numa situação de alto risco técnico, já que última classificada e muito depreciada.
Substituir o blog pela equipe não seria algo que desejava, já que profundamente arraigado aos princípios que nortearam a criação do mesmo, a luta pelo soerguimento do basquete em nossa terra, sob todos os aspectos, do político ao técnico tático, e sempre primando pelo respeito e a ética.
Foi então que resolvi postar o dia a dia do preparo da equipe, num trabalho que encontrou respostas positivas no seio dos jovens técnicos, e de todos aqueles que amam o grande jogo.
No entanto, nossa participação se encerrou, após 49 dias de muito sacrifício, perdas, derrotas e vitórias inquestionáveis e redentoras, mas não suficientes para nos afastar da última colocação na Liga.
Mas algumas conquistas foram determinantes, principalmente a utilização de sistemas ofensivos e defensivos diferenciados dos restantes membros participantes do NBB2, e que comprovaram serem eficientes, apesar do pouco tempo de treinamento. Muitos desejaram ver jogos da equipe em vídeos, aficionados e mesmo jornalistas, aos quais ofereci dois exemplos no blog( e que me custaram imensas preocupações e trabalho), aceitos e elogiados pelos primeiros, e decididamente omitidos pela maioria dos segundos, os mesmos que ansiavam assisti-los.
E o mutismo dessa imprensa altamente especializada tem uma explicação que prima pela simplicidade, não tinha, a grande maioria, a menor idéia do que assistiram ( se é que o fizeram…), já que profunda e irremediavelmente engessada e compromissada com o sistema único e divino de jogo utilizado em nosso país, calcado e colonizado pelo éden sagrado e desejado por todos, o World Championship basketball da NBA, pelo qual muitos são pagos e patrocinados ( o DraftBrasil foi o único site interessado no assunto).
E como o Eurobasket, aos poucos vem perdendo sua independência técnico tática por força do trator financeiro da matriz americana, haja vista a última final vencida pelo Barcelona, com um basquete cópia fidedigna do sistema único, inclusive nas interpretações arbitrais, antecipamos o que ocorrerá no próximo Mundial onde o reino dos jogadores 1, 2, 3, 4 e 5 ainda fluirá majestoso por um longo tempo, imutável.
Não atoa os argentinos subverteram a ordem olímpica e mundial a bem pouco tempo, mas aos poucos foram sendo engolfados pelo sistema único, fruto da mais bem urdida campanha publicitária de que se tem notícia na história do esporte, cujo peso político econômico não tem paralelo nos tempos modernos, juntamente com a religião mundial do futebol.
Estamos vivendo a decisão do NBB2, com jogos que raiam ao inconcebível, onde somente nos três últimos do play off final 201 arremessos de três foram tentados, ou 603 pontos possíveis, numa impossibilidade técnica de vê-los convertidos, numa média de 67 por jogo, furtando do mesmo o mais primário sistema coletivo, o principio de equipe, o principio do jogo. E todos, assim como as demais equipes da Liga, utilizando o sistema único.
Ainda conceituamos jogos de baixíssima qualidade, como exemplos de técnica apurada, numa proposital confusão onde se misturam emoção e agressividade, mas tudo em nome da preservação do status quo, onde jogadores, técnicos e muitos jornalistas se aliam para o bem comum, o monopólio do mercado de trabalho, no qual um sistema único, padronizado e de conhecimento de todos, garante as trocas de equipes e de regiões, viabilizando curtos espaços para treinamentos e pré temporadas, pela similitude de ações, e mesmo de sinalizações de jogadas, numa cumplicidade que raia ao absurdo.
E o público ignaro, aceitando e difundindo tais princípios, promove seus preferidos dentro das posições de 1 a 5, estratificadas pela rigidez do sistema, onde o 1 é o armador, o 2 é o armador arremessador, o 3 é o ala, o 4 é o ala-pivô, e o 5 é o pivô ( última classificação dos narradores da sportv), variando na votação para os melhores do anos da LNB que classifica os jogadores em 1 o armador, 2 o ala-armador, 3 o ala, 4 o ala-pivô e 5 o pivô.
E quando a LNB me contatou para que eu designasse os melhores da minha equipe, a fim de que os mesmos pudessem ser votados pelos demais técnicos para os melhores do ano, designei-os como 2 armadores e 3 pivôs móveis, ou se quisessem, 3 alas-pivôs, o que deixou meu interlocutor embaraçado, já que fora do padrão, do sistema único, no qual, tenho a certeza, ele encaixou os jogadores que designei.
E veio a convocação para o Mundial, onde a discussão inicial e monocórdia é de que o Huertas é o 1, e seu reserva o Valter, e que o Alex e o Marcelo são 2, e que o Guilherme é o 3, o Spliter 4 e o Nenê 5. E o Varejão? Ah, esse será um ótimo 6, seguindo o bonde do “padrão mundial”.
Mas se o exemplo fugaz do meu humilde Saldanha merecesse um mínimo de estudo e consideração por parte dos “entendidos”, assim poderia jogar a base da seleção, com Huertas e Valter de armadores puros, e Spliter, Varejão e Nenê de pivôs móveis, não fosse o Nenê em sua origem pré-engorda um ala poderoso e atlético (Aliás, essa era uma das intenções do Moncho, em entrevista na TV logo em sua chegada). Vejam e analisem os vídeos que postei e tentem visualizar o óbvio, uma forma sugerida de jogo diferenciado, e que adaptado, ou na forma apresentada, tumultuaria profundamente as equipes adversárias, também engessadas e viciadas num sistema altamente previsível, por ser único.
Mas Paulo, e aqueles que só sabem( ou pensam saber…)arremessar de três, como ficariam? No banco, ou em casa, vendo que é perfeitamente possível vencer jogos e campeonatos de 2 em 2, com a maior precisão dos arremessos de curta e media distâncias, onde os de três se constituiriam num recurso pontual, e não a base de uma equipe, como se transformou o basquete brasileiro, e agora o internacional também.
E muito mais grave do que os acontecimentos extra jogo no Nilson Nelson de Brasília, onde a não permissão de qualquer público dentro da quadra em momento algum, antes ou depois dos jogos, evitaria o espetáculo hediondo a que todos assistimos ( onde não absolvo alguns jogadores do Flamengo em agressões gratuitas, pois deveriam estar nos vestiários, ato contínuo ao término de uma partida nervosa e agressiva, numa ação de comando, inexistente na equipe, mas que poderá beneficiá-la numa bem provável inversão de mando de campo, no caso de uma quinta partida…), é o fato inquestionável de que transformamos o grande jogo, numa competição absurda e irracional de arremessos de três, demonstrando e exemplificando aos jovens ser esse o caminho a ser seguido, onde os fundamentos deixam de ter importância na medida em que de 10 tentativas de 3, se converta uma ou duas bolas, pois se assim todos se comportam, a começar pelas estrelas(?), por que então não tentar?
Mas lá no Saldanha, se obtiver os patrocínios prometidos, garanto que nada disso ocorrerá, mesmo que sozinhos neste grande e imensurável deserto de idéias e coragem para enfrentar novos caminhos e concepções, rompendo as ditaduras de um sistema único e dos arremessos de três.
Amém.

VENCENDO AS LIMITAÇÕES NUM GRANDE JOGO…

Este é um vídeo muito especial, pois enfrentamos uma equipe presumivelmente muito superior a nossa, desde os armadores aos pivôs, com um rebote dos mais importantes e impactantes da Liga, e um dos arremessos de três pontos mais presentes e devastadores dentre todas as equipes, e todas estas qualidades somadas ao fator casa, um belo e imponente ginásio, tomado por uma torcida vibrante e participativa, e finalmente, sendo a quinta colocada no campeonato.

Na véspera, como é de praxe em todas as quadras por que passamos, inclusive a nossa quando visitada, um treino mais extenso deveria ter sido viabilizado, e nem mesmo uma explicação ao final do jogo, dada por um dos integrantes da comissão técnica dos donos da casa, de que tal facilidade não era obrigatória por parte da Liga, amenizou o impacto de véspera, quando não pudemos treinar, e mais tarde no hotel, não pudemos utilizar uma das várias salas de reunião para uma simples projeção de um vídeo técnico para os jogadores, com a desculpa de que todas elas estavam reservadas para um congresso no dia seguinte, obrigando-nos a uma reunião nos sofás do saguão para combinarmos as estratégias para o jogo da tarde seguinte.

Somemos a todos esses óbices o fato de ocuparmos a última colocação da competição, que nem mesmo os dois recentes resultados, altamente favoráveis ( Brasilia e CETAF),  nos afastou da mesma, para compreendermos toda a dimensão do embate que enfrentaríamos dali a algumas horas.

E fomos para o jogo, e lutamos com denodo e cabeça fria, metódica, compensando os erros com paciente desenvoltura, atingindo os pontos fracos do adversário, cirurgicamente, defendendo fortemente os arremessos de três, trocando-os pelos de dois, e lá na frente, de dois em dois e alguns poucos de três, indo de encontro a um placar favorável, com ritmo e pouca pressa, valorizando a posse de bola, e acima de tudo, jogando em equipe, nos erros e acertos, sem cobranças e vedetismos, simplesmente jogando o grande jogo.

E quando a reação se fez presente, enérgica e vibrante, ao coro de mais de 3000 torcedores, buscamos do fundo de nossas economizadas resistências o toque precioso da calma, não a aparente, mas aquela forjada no treinamento rude e pesado, no trabalho coletivo e aceito por todos, integralmente, num comprometimento singelo e profundamente honesto. E foram recompensados com uma vitória linda e merecida, preâmbulo de dias melhores que hão de vir, inquestionavelmente.

Amém.
OBS-Quando estiver vendo o video em tela cheia e este congelar, tecle ESC que o mesmo dará seguimento , podendo voltar à tela cheia sem problemas.

Saldanha da Gama x Joinville – 02.04.2010 – Primeiro quarto

Saldanha da Gama x Joinville – 02.04.2010 – Segundo quarto

Saldanha da Gama x Joinville – 02.04.2010 – Terceiro quarto

Saldanha da Gama x Joinville – 02.04.2010 – Quarto quarto