PAPAGAIOS DE PIRATA…

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E o homem falou, contido, sério e profundamente cauteloso, a ponto de não ferir suscetibilidades linguísticas ao mencionar sua intenção prioritária em estudar o idioma, e de não precisar de tradutor ao entender com precisão todas as perguntas que lhe foram feitas, ao vivo e à cores, ao contrario da ridícula tradução às suas respostas aos interlocutores do SPORTV, numa demonstração de preciosismo ante uma divindade aqui baixada para classificar nosso basquete às Olimpíadas de 2012, fator este que elegante e tecnicamente tratou de ponderar, traindo-se um pouco ao mencionar que medalha no Mundial poderá ou não ser conquistada, e que jamais aceitaria um contrato que exigisse tal conquista, mesmo que fosse em seu país, pois tais cobranças não se coadunam com sua forma de trabalhar.

Perguntas válidas e algumas tolas foram feitas, conveniente e politicamente respondidas, principalmente quando questionado sobre os segredos da vitoria olímpica, depois de um longo tempo de apagão internacional de seu país. Para uma platéia embevecida pelas perspectivas que sua presença poderá representar em vitorias nacionais, respondeu com a simplicidade argumentativa de quem teve por trás de si toda uma estrutura técnica de alta qualidade, que se empenhou por mais de vinte anos de trabalho e estudos intensos em todas os segmentos, da base à Liga Nacional, referendadas por fortes e bem estruturadas associação de técnicos e escola de treinadores, fazendo questão de mencionar seu agradecimento a todos os técnicos de formação, cujo trabalho silencioso e longe das mídias propiciaram os magníficos resultados que alcançou.

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35 seg…

E se não bastasse a maratona de ontem assistindo basquete a não mais poder, hoje, na Band Sports ainda resisti a mais dois jogos, um na ACB espanhola e outro na NCAA. Ficou faltando somente um do campeonato checheno, mais ai seria pedir demais.

Mas a experiência de hoje foi traumática, pois em ambas as transmissões tive o enorme desprazer, e até certo ponto incomodo, de ser bombardeado por comentários toscos e, pelo cartel do comentarista, comprometedor, pois em se tratando do importante e genial  assistente técnico da seleção principal brasileira e coordenador das divisões de base da CBB, comentou de tudo, absolutamente tudo, menos basquetebol, basicamente técnica de basquetebol.

Minto, pois lá pelos meados da segunda etapa do jogo da ACB definiu duas jogadas seqüenciais como muito bem executadas, e só.

Mas como bem executadas, sob que aspectos, de que formas e maneiras desenvolvidas, e em que situações e momentos de jogo, se ofensivamente individuais ou produtos coletivistas?  Enfim, definiu-as  como muito bem executadas, além dos repetidos rompantes de “que passe”, “que enterrada”, “que jogada”, “que finta”!

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RESPONDENDO AO ALCIR…

A uma enquete feita pelo editor do News Flash, Alcir Magalhães, sobre nomes a serem indicados para a seleção masculina brasileira e seu técnico, assim respondi a tão instigante assunto:

Prezado Alcir, se bem você me conhece, saberá do meu posicionamento, sempre coerente e objetivo, jamais especulativo. Exatamente por assim ser e me comportar é que não vejo razões para mencionar nomes, quando o fundamental neste momento são as definições de objetivos a serem alcançados através planejamento de alto nível e execução de nível mais alto ainda.

Sem dúvida nenhuma, se formos para o Mundial sobraçando o sistema único de jogo que teimosa e drasticamente utilizamos anos a fio, não passaremos da segunda fase, pois tal sistema é dominado por aquelas equipes que contam com jogadores que dominam os fundamentos melhores do que nós, principalmente pelo conhecimento que têm de todas as nuances do mesmo. Somente galgaremos etapas se nos apresentarmos com algo de novo no aspecto técnico tático, somado a uma substancial melhora no preparo e treinamento dos fundamentos por parte de todos aqueles que forem selecionados, rigorosamente todos.

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O IMPASSE…

Nestes últimos dias tenho assistido vários jogos do NBB e da Liga Americana, onde a equipe do Minas perdeu todos os jogos.

E algo digno de nota tem de ser divulgado, bem divulgado, pois sedimenta uma tendência que se iniciou de dois anos para cá, claro, em se tratando  de equipes brasileiras, a utilização da dupla armação, aceita de muito pelos argentinos e demais equipes latinas.

No campeonato do NBB, mais uma equipe vem se somar às de Brasília, Minas,  Franca e Joinville, a de São José, com uma dupla poderosa e muito técnica, Fúlvio e Matheus. Ambos, armadores puros, incutiram em sua equipe uma dinâmica quase ideal, pois atuaram muito próximos e em sincronia com os homens altos da equipe, assim como reforçaram bastante o sistema defensivo, que só não foi melhor pelos quilos a mais do Fúlvio, retirando muito de sua mobilidade lateral ante armadores mais enxutos fisicamente. Com menos uns cinco quilos terá aumentada sua capacidade de deslocamento, tornando-o um dos melhores armadores nacionais.

E quando afirmo da necessidade de divulgação desta bem vinda tendência o faço pela total ausência de menções à respeito por parte de analistas, narradores e comentaristas, como se fosse um assunto velado e não muito importante para merecer maiores atenções.

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REVERTENDO…

“ Olha pessoal, olha, faltam 18 segundos e vamos sair do meio da quadra. Você tira o lateral, você  bloqueia o fulano que recebe a bola com firmeza. Abram os quatro, se movimentem, e batam pra dentro se der. Temos tempo, mas não dêem tempo para eles. Vamos que dá” …

E o fulano recebe a bola, ultrapassa o meio da quadra, se defronta com o marcador, foge para a lateral driblando, e… o desastre, tenta uma reversão, a bola é tocada pelo defensor que parte para a dividida, leva vantagem e salta para a enterrada consagradora, deixando o fulano estendido no solo. Fim de jogo e vitória por dois pontos, num jogo que sua equipe liderou por quase todo o tempo.

Esse foi o desfecho de Paulistano e Londrina, com a equipe paulista vencendo um jogo que parecia perdido. Imprensa e comentaristas tecem loas ao defensor e seu  bote salvador e a enterrada maravilhosa, mas em momento algum comentaram ou analisaram, mesmo de leve, o que realmente aconteceu de real valor técnico, mesmo originando uma derrota, numa demonstração inequívoca de total desconhecimento sobre os fundamentos do grande jogo, pequeno, muito pequeno para eles.

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EVOLUINDO…

Em um dos primeiros artigos que publiquei no blog sobre defesa, expus um principio técnico aceito nas melhores escolas do basquete mundial, aquele que define que toda evolução técnico defensiva antecede uma evolução técnico ofensiva que a enfrente positivamente, e vice e versa, numa troca constante, responsável pela permanente evolução do grande jogo.

E é o que estamos testemunhando no inicio desta liga nacional, quando flagrantemente algumas ofensivas estão levando de vencida os melhores sistemas defensivos daquelas equipes tidas como fortes neste importante setor.

No jogo entre Franca e Minas, quando ao final da prorrogação a contagem superou os 100 pontos, o que pudemos observar de mais importante foi a imposição ofensiva calcada numa dupla armação envolvente, somada a uma ação dinâmica dos homens altos no perímetro interno, onde as conclusões de dois pontos em  muito superaram as de três, e praticada por ambas as equipes, que diferiam num único ponto, a direção das mesmas, antagônicas no modo e no comportamento de seus técnicos.

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FALEMOS UM POUCO DE TÁTICAS E SISTEMAS IV…

Cumprindo mais uma etapa deste blog, publico hoje o primeiro artigo com o apoio de vídeo, sobre o sistema de jogo que desenvolvi junto à equipe Infanto Juvenil do Barra da Tijuca BC em 1995, todo ele fundamentado na dupla armação, e com uma singularidade, sua utilização indistinta contra defesas individuais ou zonais.

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CORREÇÕES DE ROTA…

Durante três quartos somente dois arremessos de três foram executados livremente, pois mesmo sendo tentados sofriam forte marcação, restando aos portorriquenhos a opção de penetrações até certo ponto facilitadas, e bloqueadas na maioria das vezes. Essa ausência de eficiência nas conclusões de longa distância permitiu um bom distanciamento no placar, pois a troca dos três pontos largamente tentados se transformou em conquista suada e dificultada em arremessos de dois, principalmente quando foram tentados bem próximos a cesta, onde nossos pivôs se fartaram em bloqueios e retomadas de bola.

E fomos levando o jogo bem administrado e eficiente nos ataques e contra ataques, até que…

Bem, parece roteiro de novela com os chavões de praxe, já que previsto e monocórdio, pois a nossa maior e mais grave deficiência assinou o livro de ponto, quando da saída do Huertas um pouco antes da metade do quarto final, indo o Marcelo para a armação com sua proverbial inabilidade nessa função.

E em dois minutos os portorriquenhos ficaram a quatro pontos de diferença, pois três tentativas de três falhadas do armador interino propiciaram o mesmo número de contra ataques bem finalizados pelos donos da casa. Dura realidade é que naquela altura do quarto final, faltando 1:44 min. o placar era de 21 x 9 para a equipe do Ayuso.

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TRÊS POR DOIS…

Que bom que aprenderam. Dois dos melhores jogadores canadenses arremessam muito bem de três pontos, e nossos marcadores os pressionaram em velocidade, mesmo nas mudanças ultra rápidas de direção dos mesmos, convidando-os ao corte, às penetrações, onde encontraram fortíssima anteposição blocante por parte de nossos ágeis pivôs, e quando muito, forçando-os aos dois pontos, que na somatória final nos brindou com uma relativa folga no placar, que seria inviabilizada se os arremessos de três fossem disparados. E mais, a anteposição de nossos pivôs os obrigaram a arremessos de dois sob pressão em suas trajetórias, tornando-os curtos e imprecisos, no que originou uma série de contra ataques bem finalizados, principalmente no terceiro quarto.

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O TEMPO…

Final de jogo, abraços, euforia, dança de roda, e exultantes nossos jogadores saem da quadra com a felicidade estampada em seus rostos, e… impressionante, acabavam de perder o jogo, numa modalidade na qual sequer o empate é permitido. Perderam o jogo, que nem o mais que obrigatório dever de reduzir a grande diferença no placar nos minutos finais, evitando uma realidade constrangedora, justificaria tal comportamento.

Há, se perdessem de mais de seis pontos não estariam classificados em primeiro lugar, e teriam de enfrentar a temível Argentina na fase semi final, como se tal fato selasse nossas pretensões de conquistar o título (Imaginem se estivéssemos em plena disputa do Mundial…). Mas que temor seria esse quando discursam olhando a câmera de frente afirmando que quem pretende vencer não pode escolher adversários, e sim vencê-los na quadra? O que justificar agora após perderem o jogo? Que o Canadá é mais palatável, mais fácil de ser vencido? Então, por onde andará o discurso de véspera do Moncho de que o mais importante foi alcançado, a classificação para o Mundial, e que por tal razão o Spliter e o Leandro só jogariam se estivessem 100% fisicamente, pois seus futuros na NBA e na ACB não poderiam ser prejudicados?

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