Dois meses atrás uma reportagem sobre a preparação das seleções brasileiras, apontava para um protocolo entre a CBB e uma universidade paulista, no intuito de promover testes e aferições físico-cardio-pulmonares que, segundo o mesmo, dariam aos técnicos e preparadores físicos condições de adequarem seus treinamentos na busca do melhor condicionamento atlético possível, fator determinante a altas performances das equipes.
Muito bem, testes e aferições feitas através espirometrias, controles e aferições cardíacas , débitos de oxigênio, dobras cutâneas, saltometros , pliometros, fadigas induzidas, e não sei mais quantas “pesquisas”, e o que temos visto de relevante perante tanto cientificismo de última hora? Em termos de basquetebol, de ciência do treinamento, planejamento, estratégia e fundamentação técnico-tática, rigorosamente nada. Como nada transparece do excesso de adiposidades nada atléticas de muitas jogadoras desta seleção, fazendo da lentidão ofensiva, e principalmente defensiva, um cartão de visitas às avessas de todos os “doutores” responsáveis pelos avanços tecnológicos trombeteados mercadologicamente pela mídia, também nada especializada. Quando muito, a lastimar o tempo precioso de treinamento perdido nas elucubrações megalomaníacas e oportunistas de uma turma de cientistas que nada, nadinha, sequer desconfia o que seja desporto de alta competição, e suas exigências especificas, basicamente no aspecto técnico e de execução do mesmo, um degrau acima de seus relativos conhecimentos de fisiologia laboratorial.
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O novo sistema durou menos de 48 horas. Contra a Austrália voltamos ao velho e confiável (?) sistema com uma única armadora, e exatamente contra a equipe que mais desenvolveu a dupla armação, sendo que a melhor delas tem 1,62m de estatura! Que, aliás, deu um baile de técnica e velocidade em toda jogadora nossa que se atreveu a marcá-la.
Também regressamos ao posicionamento constrangedor da bola acima da cabeça, executado por alas e pivôs que vinham para fora do perímetro executar a coreografia padrão do nosso basquetebol.
É sumamente doloroso vermos repetidamente, ano após ano, seleção após seleção, masculina ou feminina, de divisão de base ou adulta, rezarem pela mesma cartilha, onde o posicionamento obrigatório de todo jogador que se preza ao receber um passe, que é o de se postar na posição de tripla ameaça, ser substituído pela empunhadura da bola acima da cabeça, a fim de servir de ponto de passagem de uma serie interminável de passes, como que obedecendo um script odioso e castrador de toda condição de autonomia que vizasse um ato criativo. E previamente sabedora desse engessamento técnico-tático, bastou a equipe australiana, numa engenharia reversa de quem conhece e domina profundamente todos os caminhos possíveis daquele sistema, cortar as linhas de passes, numa atitude antecipativa, para aniquilar nossas parcas esperanças de vitoria, já que dominadas e anuladas no nascedouro.
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Entrevistado logo após a derrota para a Coréia, o técnico da seleção brasileira foi sutil ao declarar que ofensivamente a equipe foi inoperante e cometeu um elevado número de erros, mas que defensivamente atingiu o índice de pontos concedidos à adversária, abaixo de 60 , no tempo normal de jogo, e que mesmo neste quesito falhara na prorrogação. Trocando em miúdos, sua estratégia defensiva foi exitosa ( para ele a prorrogação não conta), mas a equipe falhou ofensivamente, pela lentidão e imprecisão, faltando somente afirmar, mas deixando implícito, que a derrota deveu-se àqueles fatores dentro da quadra, e não no planejamento estratégico fora dela.
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Foi preciso um técnico universitário de prestígio assumir a seleção americana, para desmistificar o endeusado sistema NBA de jogo, aquele que rotula jogadores em 1, 2, 3, 4 e 5, com suas posições estabelecidas sob rígidos padrões técnicos, comportamentais e ética específica.
O coach K, retornou solenemente ao principio histórico de seu basquetebol, inicialmente com a escalaçõa clássica de two guards, two fowards, one center, a saber, Jason Kidd, Kobe Bryant, LeBron James, Carmelo Anthony e Dwight Howard, para o jogo com a Turquia. E foi mais longe, evoluindo para um jogo com três armadores, e finalizando com uma armação onde sequer um pivô estava em quadra. Em pinceladas bem reais, optou o coach K em jogar com dois armadores e três alas-pivôs ( o que chamo de pivôs móveis), ágeis, atléticos, pontuadores, reboteiros, e principalmente, extremamente rápidos na defesa, ponto fulcral para a tentativa de anulação dos arremessos de três pontos, arma letal de todas as equipes européias mais a grande equipe argentina.
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“Porto Rico? É um time de peladeiros, que quando estão “no dia” metem tudo de três!”
“Não marcam ninguém, e não podem mesmo, com dois caras baixos na armação”.
“O gigantão é lento, desengonçado e fraco nos arremessos”.
“O outro grandão, comete faltas demais, e já está em final de carreira. Saudades do Piculin Ortiz…”
E por ai vão os comentários sobre aquela que está sendo a única equipe a jogar fora do padrão globalizado das demais equipes. E por conta desta “rebelião”, triturou a poderosa e bem estruturada Eslovênia, com direito a vê-la jogar a toalha nos dois minutos finais da partida.
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Bola ao alto, lançada torta pelo juiz, mas bem aproveitada pelo Spliter iniciando nosso primeiro ataque, quando chega às mãos do Marcelo na lateral e Pimba! Chute de três falho. Mas o recado estava dado, com menos de 10seg. de posse! Sou mais eu, e o”passe a mais” que se lixe. Fosse eu o técnico e ato contínuo ao recado o banco não seria suficientemente longo para que ele baixasse de sua arrogância. O que se viu daí para diante foi um desafio entre uma equipe com absoluto domínio dos fundamentos, ante uma outra que tentava um equilíbrio baseado no espírito de luta de alguns bons jogadores, como o Spliter, o Alex e o Huertas. Foi o bastante para manter o placar de um ponto a favor dos gregos ao final do quarto.
Daí para diante, o abismo que separa a qualidade técnica dos jogadores gregos dos nossos, onde a elevada estatura de armadores, alas e pivôs, não limitam os mesmos na execução dos fundamentos de drible, passes , fintas e rebotes, além dos arremessos certeiros, e mais além ainda no posicionamento defensivo irretocável, contrasta com nossas deficiências nos mesmos, de uma maneira absolutamente inquestionável, deixando no ar a pergunta que não quer calar: Onde estavam os técnicos que não os prepararam na formação? Que ambas as equipes praticavam o mesmo sistema de ataque, era uma constatação clara e transparente, porém com um senão, uma diferença primordial que os diferenciavam, a superioridade grega nos fundamentos, exeqüibilizando-o, e superando nossos ingentes esforços em tentativas estéreis em antepô-los.
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Acredito que até o presente momento, o grande adversário da seleção venha sendo a alimentação fornecida pelo hotel da delegação, pois já são três os casos de intoxicação estomacal que, segundo a reportagem do UOL-Basquete, tirararam o Moncho do sério, nas críticas dirigidas à CBB pela ausência de um nutricionista no controle dos alimentos fornecidos. É uma situação bastante séria, pois bastam algumas colheres de leite estragado (talvez o responsável pela intoxicação do Baby, segundo os médicos gregos que o atenderam), para derrubar meia equipe.
No mais, o treino contra os libaneses (que me desculpem a constatação…) somente teve importância para um ou outro jogador ainda inseguro em sua produção, que para alguns comentaristas é provocada pela pouca experiência internacional, mas para mim trata-se mesmo de deficiências nos fundamentos do jogo, haja visto que, mesmo ante uma fraquíssima seleção, a defesa fora do perímetro fracassou inúmeras vezes, principalmente no bloqueio de arremessos de três, e em muitos passes errados para os pivôs.
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“Desejo a todos os jovens do Brasil que desejem seguir a carreira de jogador de basquete que sejam diferentes, acima de tudo e de todos, só assim vocês conseguirão entrar em uma quadra e serem alguém. Se forem iguais, a quadra os rejeitará, ali não é lugar para igualdades, abs, WM”.
Dessa forma, o grande Wlamir Marques encerrou sua entrevista ao Jones Mayrink do blog Dunkover, onde expôs brilhantemente seus comentários à respeito do momento preocupante por que passa o basquete brasileiro.
E respeitosamente faria um adendo: E quando essa negativa igualdade ocorre entre todas as equipes internacionais, nacionais, regionais e municipais, onde é praticado um basquetebol clonificado num principio técnico-tático idêntico a todos, numa aceitação indiscutível e anacrônica?
Quando conheceremos algo de novo, aquele algo que impulsionará o grande jogo para fora deste imposto sistema globalizado?
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E não deu outra, infelizmente. Bastou uma equipe pressionar de verdade nossos jogadores, em especial o Huertas e o Spliter, e pronto, o coletivismo quase desmoronou de todo.Passamos ao individualismo recalcitrante, para desespero do Moncho, que pela primeira vez esbravejou do banco, emitindo um eco que reverberou no ginásio praticamente vazio. Não fosse a qualidade incontestável do nosso armador, e da pujança reboteira na defesa, e a vaca teria ido pro brejo de vez. E de repente,um estafado Huertas praticamente tropeça na bola, sendo por uns pouquíssimos minutos( salvo engano, 3 ou 4 ) substituido pelo Fulvio que de cara, cercado por dois australianos perde a bola e a tranqüilidade por não agüentar o tranco, forçando a volta rápida do Huertas numa hora de decisão. E tudo isso lá pelos idos do segundo tempo.
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Quando o armador Huertas foi substituído pela primeira vez a 34seg. da metade do terceiro quarto, o técnico espanhol sinalizou sua predisposição de mantê-lo por muito ou todo o tempo de jogo quando a disputa for para valer, já que se convenceu de que o excelente armador não tem um substituto de seu quilate na equipe, e que praticamente todo o seu embasamento técnico-tático depende diretamente da produção daquele jogador, calejado nos embates físicos contra os duros e insistentes marcadores europeus, ao contrário do Fulvio, que se perde bastante quando assediado daquela forma, mas que é capaz de armar com eficiência quando a equipe adversária cai em uma marcação zonal, que foi o que ocorreu no jogo de hoje. Que a turma que preconiza a impossibilidade de um jogador “no basquete moderno” atuar por um longo tempo, se situe perante a crua realidade de que no caso de nossa seleção, não só ele, o Huertas, como o Spliter terão de se manter em quadra pelo maior espaço de tempo possível, se quisermos levar de vencida gregos, alemães e o outro adversário nas semi-finais. E que não esqueçam, que essa possibilidade é possível e viável no basquetebol FIBA, com quatro quartos de 10min.,e não quatro de 12, como na NBA.
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