OS DESAFIOS DO MONCHO…

Quando o armador Huertas foi substituído pela primeira vez a 34seg. da metade do terceiro quarto, o técnico espanhol sinalizou sua predisposição de mantê-lo por muito ou todo o tempo de jogo quando a disputa for para valer, já que se convenceu de que o excelente armador não tem um substituto de seu quilate na equipe, e que praticamente todo o seu embasamento técnico-tático depende diretamente da produção daquele jogador, calejado nos embates físicos contra os duros e insistentes marcadores europeus, ao contrário do Fulvio, que se perde bastante quando assediado daquela forma, mas que é capaz de armar com eficiência quando a equipe adversária cai em uma marcação zonal, que foi o que ocorreu no jogo de hoje. Que a turma que preconiza a impossibilidade de um jogador “no basquete moderno” atuar por um longo tempo, se situe perante a crua realidade de que no caso de nossa seleção, não só ele, o Huertas, como o Spliter terão de se manter em quadra pelo maior espaço de tempo possível, se quisermos levar de vencida gregos, alemães e o outro adversário nas semi-finais. E que não esqueçam, que essa possibilidade é possível e viável no basquetebol FIBA, com quatro quartos de 10min.,e não quatro de 12, como na NBA.

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E A BOLA SUBIU…

E a seleção do Moncho estreou em terras européias. Para um primeiro embate saiu-se relativamente bem, pois lutou de igual para igual em grande parte da partida, mas, como já era esperado, apresentou as mesmas três deficiências que a tornam extremamente vulnerável contra equipes organizadas e cadenciadas, e com fortíssimo jogo fora do perímetro, basicamente nos arremessos de três pontos. Quais as três deficiências, que já se tornaram crônicas em nosso basquetebol?

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O PROSAICO PONTINHO…

Na ronda de final de noite pelos excelentes blogs de basquete, leio no Basquete UOL a noticia de mais um fracasso da seleção brasileira no Chile, a derrota por 15 pontos ante a frágil Venezuela, encerrando uma participação pífia e constrangedora de uma seleção equivocada desde seu nascedouro. Não assisti o jogo, e creio até que não tenha sido transmitido, mas dois pequenos parágrafos da reportagem esclarecem muito bem o que ocorreu nas plagas andinas, vejamos:

– “Não demonstramos a mesma consistência na marcação que tivemos nas duas últimas partidas. Com isso, o nosso ataque também não conseguiu funcionar como deveria. Tínhamos time para chegar à final e conquistar o título. Infelizmente não foi possível. Cada um de nós trabalhou muito e não desistimos nunca, mas não deu. Agora é trabalhar para os próximos desafios do Brasil”, observou o ala Arthur.

-“Hoje a equipe não teve atitude defensiva. A Venezuela soube aproveitar todas as oportunidades que a nossa frágil marcação deu. O primeiro objetivo foi alcançado, que era a classificação para a Copa America. O segundo, que era o título, infelizmente não veio. De maneira geral, o time deu o máximo, lutou e não se entregou”, explicou o técnico Paulo Sampaio.

A primeira declaração define a derrota como resultado da ausência de consistência defensiva, presente, segundo o jogador nas duas últimas partidas, contra o Uruguai e a mesma Venezuela, vencedora na disputa do terceiro lugar. Creio, que tenha se enganado, ou queira enganar àqueles todos que acompanharam os jogos desta seleção, quando ficou absolutamente claro que o sistema defensivo inexistiu, tanto no aspecto individual (com poucas exceções…), como, e principalmente no todo coletivo. Simplesmente, essa equipe, em momento algum infringiu o mais tênue respeito nos adversários que enfrentou, e somente se classificou, em um ridículo e comprometedor quarto lugar, pela diferença de um ponto, um único e mísero ponto, num jogo emblemático contra a fraquíssima equipe do Chile. E se classificou com um saldo negativo de mais de 40 pontos! Então, que não me venham falar em consistência defensiva. Devem, isto sim, falarem em fraqueza no domínio dos fundamentos, entre os quais os de defesa, que deveriam ser urgentemente reciclados, para consubstanciarem os já presentes projetos de participação “para os próximos desafios do Brasil”, se merecedores forem após trabalharem muito e duro, de serem dignos de envergarem a camisa de uma seleção.

Quanto à segunda, cabe somente um comentário, mais propriamente um lembrete, originado daqueles formidáveis técnicos de antanho, que ao se dirigirem a um campeonato internacional, o faziam para conquistá-lo, como prioridade única, cujos aspectos classificatórios seriam conseqüência da intenção inicial, dimensionando-os dentro da atitude óbvia e natural de quem parte para vencer os obstáculos, e não condicioná-la a uma simplória e covarde opção classificatória. Dos três títulos em jogo, ouro, prata e bronze, ficamos com aquele ínfimo ponto, que nos classificou humilhantemente para uma Copa America, onde concepções técnico-táticas, administrativas e comportamentais terão de alçar patamares bem acima do vexame andino.

E para todos aqueles que ainda têm o desplante de apresentarem desculpas esfarrapadas, arrogantemente pensando estarem tratando com analfabetos no conhecimento do grande jogo, sugiro ingerirem boas doses daquele remédio indicado para tanta pretensão, salvo aqueles pouquíssimos jogadores que mantiveram o recato e o silêncio, marca dos verdadeiros jogadores de basquetebol.

Aí está a prescrição, com efeitos colaterais óbvios e duradouros.

Amém.

COMOVENTE OTIMISMO…

Dois jogos, duas vitorias. Dois dias atrás, contra a Venezuela, mesmo jogando muito mal na defesa, conseguiu a seleção passar raspando nos 10 pontos, onde a qualidade coletiva da equipe não se fez presente em nenhum momento da partida, salvando-se duas ou três atuações individuais, com o Drudi em relevo, dando continuidade ao seu desempenho linear e maduro dentro da competição, mesmo esquecido no banco por longo tempo. Ontem, necessitando vencer por uma margem de 22 pontos a fim de jogar a final, priorizou o ataque, numa situação em que a defesa deveria pautar o comportamento da equipe, como base para ações ofensivas mais seguras, e que garantissem passo a passo, a anulação da vantagem da equipe uruguaia. Esta, ao sentir a fragilidade defensiva dos brasileiros, deixou o tempo passar, trocando cestas sem muito esforço, sabedores, que mesmo perdendo não veriam ameaçada sua participação na final. Agora, o técnico de nossa seleção deve estar colhendo de si para consigo mesmo, as amargas declarações que proferiu após a fragorosa derrota para os argentinos, entre as quais-“Foi um jogo que não valia nada. Vencer a Venezuela e Uruguai sim”- Pois muito bem, venceu os dois e vai disputar o terceiro lugar, com a Venezuela…

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102 x 68…

Comentar o que? Somente lamentar a grande oportunidade perdida pela seleção que irá ao Pré-Olímpico, num confronto elucidativo com as seleções da Argentina e Uruguai, quando poderia avaliar com bastante precisão sua conduta técnico-tática, face ao grande desafio que enfrentará em Atenas.

Com relação ao desastre de hoje, somente sugiro uma consulta minuciosa ao instrumento que ilustra o artigo. E se não for o bastante, que ponham as mãos em suas consciências e contritamente peçam perdão pela arrogância com que encararam tão importante missão, imerecidamente delegada, pois sem duvida absolutamente nenhuma, temos esportistas melhores para apresentar, dentro e fora da quadra.

Simplesmente lamentável.

Amém.

QUE ESTRÉIA…

E bem ao final do terceiro quarto, um terrível e equivocado quarto, o técnico brasileiro pediu um tempo na tentativa de frear a reação da equipe colombiana, quando vejo no enquadramento da câmera de TV, um senhor uniformizado, fixamente focado nas instruções passadas pelo técnico, para ao final das mesmas se dirigir aos jogadores dizendo- “Faltam 29 segundos, tratem de segurar a bola o máximo em nosso poder…”. Legal, um senhor uniformizado, sem ser o assistente técnico, se dirige a equipe passando instruções como se assistente fosse, numa seleção brasileira em um Sul-Americano capital. Ora, ora, senão o supervisor (Supervisar v.t.d. Dirigir ou orientar em plano superior; superintender, supervisionar. Dic.Aurélio) Antonio Barbosa, recém aposentado das seleções femininas, que emite instruções que não lhe dizem respeito, pelo menos durante um jogo de responsabilidade de outrem. Aliás, o banco de uma equipe não deve ser ocupado por um supervisor, cujas funções se encontram muito mais fora, do que dentro de uma quadra de jogo.

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DIFÍCIL, MUITO DIFÍCIL…

Dificil, muito difícil analisar uma seleção tão fragmentada e heterogênea como essa. Apesar dos esforços honestos e competentes do técnico espanhol, que em nada modificou o sistema de jogo largamente conhecido por todos os integrantes da equipe, tanto os que atuam fora do país, como os da terra, pois se trata de um sistema padronizado mundo afora, introduzindo somente um novo fator, a cadenciação européia, com definições após os 20 seg. de posse de bola, e a importância que dá ao “um passe a mais”, como que tentando frear ao máximo a proverbial volúpia ofensiva de determinados e conhecidos pel….digo, jogadores que dirige mais patriarcalmente, que tecnicamente. E assim age na esperança de que nos futuros e decisivos momentos ,na grande e decisiva competição que se avizinha, venham os mesmos obedecerem seus conceitos e diretivas, cuja amalgama técnico –tática se baseia num único preceito, a paciência perante as dificuldades que se farão permanentemente presentes a cada minuto dos jogos em Atenas.

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A ESTRÉIA…

Deu-se a estréia, com um maracanãnzinho às moscas, muita badalação televisiva, onde um Moncho bem intencionado se viu privado de ser entendido em português pelos telespectadores, porque um trepidante repórter não poderia perder a fantástica oportunidade de expor seu tatibitate portunhol, e a imposição de uma tradução para nossa língua de declarações do paciente técnico, compreendida até pelas moscas que ocupavam os espaços circundantes. Querer aparecer em nosso país tornou-se uma praga infernal e profundamente caipira, assim como o assistente técnico deslanchando sua infernal caneta em uma prancheta que nem o titular do posto usa, demonstrando uma excelente capacidade de comunicação olho no olho, mais do que suficiente para ser bem entendido pelos jogadores, em vez de se verem perdidos perante rabiscos ininteligíveis perpetrados por um assistente técnico, repito, assistente técnico, que se o espanhol de plantão não se cuidar se verá engolido pelo afã avassalador de quem já está prontinho para o bote definitivo, estranhamente com seu próprio aval.

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COACH K…

Pronto, o Mike Krzyzewski soltou a lista de seus jogadores para as Olimpíadas de Pequim, com uma gradação de especialidades que é um verdadeiro chute em alguns e enraizados conceitos dos muitos, diria até, grande maioria de nossos técnicos e entendidos do grande jogo. Entendidos claro, em suas próprias convicções. Como explicar a “incompreensível” existência de três armadores puros e três alas-armadores tão técnicos e eficientes quanto aqueles, num país com a quantidade brutal de talentos que possuem, convocando tão somente UM pivô puro, um cincão como dizem exultantes, rútilos na visão mastodôntica que anteviam para aquela seleção, onde 2,12 m seria estatura desprezível? E completando a equipe com três alas puros e dois alas-pivôs ? O que pensa esse tal de coach K?

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O LEGADO DE UMA CAMISA…

“Não se pode matar uma jogadora para sempre. Mas as Olimpíadas, ela não joga. Não posso correr o risco de convocá-la”.

Em contra-ponto : “(…)Mas eu faria tudo de novo se ele me tirasse novamente”.

“Ele me vê como uma jogadora individualista. E eu acho que, em situações importantes, ele me pune e me deixa fora da quadra. Por isso, nunca vai dar certo”.

“Jogar coletivamente está sendo uma violência muito grande para ela. A Iziane simplesmente não consegue dividir espaço. O retorno dela depende de mudanças a médio e longo prazos. Hoje, não é possível. É necessária uma mudança radical de postura. Há uma diferença de pensamento muito grande entre nós”.

“Desde o juvenil, nós temos problemas na quadra(…)Quando joguei no Ourinhos, foi a mesma coisa”.( O Globo de 17/06/08)

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