DISSE TUDO…

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Inacreditável, a Venezuela venceu a Copa América, uma impossibilidade tornada realidade, um milagre desse imprevisível grande jogo, e muitas outras adjetivações espocaram na rede, na tentativa de explicar algo que o Giancarlo Gianpetro em seu Vinte Um matou com um certeiro, irretocável e brilhante artigo (leiam-no agora antes de prosseguir), ao qual agregaria dois ou três detalhes bem pessoais, mas nada que alterasse a sua análise exemplar…

Primeiro, a constatação definitiva da utilização da mais pura dupla armação pelas quatro equipes semifinalistas, e por conseguinte o incremento do jogo interno das mesmas, salientando que a nossa seleção atuou com armação de um homem só, numa oposição ao realizado em Toronto, e claro, por opção do técnico hermano…

Segundo, a defesa integral venezuelana, com dobras sucessivas e contestação presente em todas as situações ofensivas de canadenses e argentinos, provando na pratica o principio que ensaiamos em Toronto, frustrado nessa Copa com a presença amorfa do Marcos e do Guilherme decompondo o sistema defensivo do hermano…

Terceiro, bem, se ainda não leram o artigo do Giancarlo, está tudo lá…

Amém.

Fotos – Divulgação FIBA América. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

MACACO, DESCULPE, ORANGOTANGO VELHO E EXPERIENTE…

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Fiz direito as contas do tempo que lido com o grande jogo, quando tudo começou em 1948 no Grajaú TC, onde o conheci pela primeira vez, e como estou com 75 anos, lá se vão, hum, façam as contas…

Até os 13 anos o assistia fascinado, torcendo e aprendendo a amá-lo, dia após dia, até que tentei praticá-lo na escolinha do grande Geraldo da Conceição, lá mesmo no GTC (Geraldo ainda ensina em Brasília aos 90 anos, fantástico…), e depois no CRVG com o célebre Fu Manchú, que reencontrei em Belo Horizonte no Brasileiro Juvenil de Seleções em 68, quando dirigi a equipe de Brasília, vencedora da chave dos perdedores (5o lugar), levando a Taça com o nome dele, que muito doente ainda pode comparecer para entregá-la, num reencontro emocionante…

Mas pouco produzi como jogador, principalmente pela baixa estatura, e o interesse mais voltado para as técnicas e táticas do jogo (isso aos 14/15 anos…), aspecto esse que me abria um amplo leque de possibilidades de estudo e descobertas. Mais adiante, cursando a ENEFD, pude sedimentar o sonho de abraçar a técnica, que já praticava na Escola Carioca de Basquetebol, criada por mim e pelo Luis Peixoto, pai do Peixotinho, nossa primeira cria, e onde floresceu o Paulo Cesar Motta, ambos chegando a seleções brasileiras…

Dai para diante foi um torvelinho de emoções, fortes emoções, trabalhando na base e na elite, em clubes de renome, como Vila Izabel, Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense, Olaria, Barra da Tijuca, seleções cariocas, brasilienses, estagiando, por concurso, em universidades americanas, dando clinicas pelo DED MEC em estados brasileiros, lecionando em escolas de ensino primário e secundário, universidades, aqui e na Europa, onde me doutorei, para finalmente ter uma breve e instigante experiência na LNB (NBB2), também me graduando na ECO/UFRJ em Jornalismo, e finalmente, a criação deste humilde blog em 2004, um dos motivos que provocou minha interdição na direção de equipes, entre outros mais recônditos, na Liga Nacional…

Pois bem, porque todo esse preâmbulo a um simples artigo, por que?…

Primeiro, para lembrar a muitos que 56 anos antes do meu despertar para o grande jogo, ele já era cultuado, admirado, amado, e praticado com fervor pelo mundo, o tornando o desporto coletivo mais divulgado dentre todos,desde sempre, logo, com toda uma história técnica e tática a ser observada, aprendida e apreendida por todos aqueles que, realmente, o quisessem compreender e entender toda a sua dimensão de esporte maior, ainda mais se desejasse ensinar e divulgá-lo às gerações sucedâneas através seu/meu  parco conhecimento, numa humilde constatação de sua riqueza técnica e cultural…

Segundo, para lembrar a outros muitos também, que julgam e agem como se o grande jogo tenha sido criado quando de suas vindas ao mundo, numa atitude arrogante e presunçosa, passando a ideia de que o dominam total e enfaticamente, num posicionamento falseado e muito distante da realidade do que pensam e julgam conhecer, pois copidescar e “interpretar” articulistas estrangeiros não vale na maioria das vezes, absolutamente não vale, mas…

Terceiro, para relembrar algo de muito serio que teimo em publicar sequencialmente nessa humilde trincheira, o fato inconteste de que sempre existiram bons, alguns ótimos, e péssimos dirigentes , e fui testemunha da ação de muitos na direção da modalidade no país, porém com uma fulcral diferença relacionada aos dias atuais, a existência a época de grandes e verdadeiros técnicos e professores de basquetebol, na base e na elite, garantidores de gerações com eficiente formação nos fundamentos, e brilhantes na direção das equipes da elite, onde apresentavam sistemas de jogo proprietários, evoluidos, inéditos, e acima de tudo, corajosos e criativos,,,

…Muito diferentes da mesmice endêmica que vem nos assombrando a duas obscuras décadas de mediocridade e compulsivo corporativismo, estendido ao comportamento formatado e padronizado entre os jogadores de todas as faixas etárias, e por que não, consubstanciados pelo apoio da maioria da mídia especializada, a que sabe como ninguém discernir sobre as técnicas do grande jogo, sem, no entanto, jamais explicá-las à luz de seus significados táticos e estratégicos, num en passant cansativo de 5 x 5, 1 x 1, exaustivamente treinadas jogadas, box one, punhos, chifres, picks, zona 2-3, e outros mais chavões repetitivos que nada esclarecem, e nem são cobrados, já que o padrão é o mesmo para todos, desde os posicionamentos de 1 a 5, até a utilização do sistema único por todos, indistintamente, da base a elite, e por que não, nas seleções também, alcançando como resultado o nível em que se encontra o grande jogo entre nós…

Com as escolas de educação física diminuindo a cada dia a carga horária da aprendizagem e pratica dos desportos (substituindo-as pelas da área biomédica…), incapacitando seus licenciados e bacharéis ao competente ensino dos mesmos, com cada vez mais ex jogadores sem o minimo e adequado conhecimento didático e pedagógico assumindo a formação de base, e crefs provisionando leigos para a mesma função, com uma ENTB esquematizada ao continuismo do que ai está, pouco ou nada avançaremos no soerguimentp do basquetebol nacional…

Então, não se trata somente de más administrações, que como afirmei antes, as tivemos boas, ótimas e péssimas desde sempre, mas nunca, em tempo algum tivemos por tanto e seguido tempo um conceito técnico tático de tão baixa qualidade como agora, fruto da coisificação proposital e corporativista de uma geração de técnicos compromissada com o que de pior puderam e quiseram imitar da matriz do norte, sem sequer tentar adequá-la a uma realidade econômica, social e cultural diametralmente oposta a nossa, sob qualquer critério que se possa avaliar e comparar, levando ao desastre em que nos deparamos inermes e fragilizados…

Por tudo acima exposto, façam o favor de racionalizar tentativas de  querer unir má administração com técnica de jogo, como ação e reação de um mesmo principio, de um mesmo conceito de fato, um conjunto indissolúvel de ações geradoras do produto vigente, ao não esquecerem que dirigentes não formam, treinam e desenvolvem jogadores, seja na base, seja na elite, ou mesmo num processo de massificação da modalidade, que por conta e risco da formatação e padronização implantadas coercivamente pelo corporativismo técnico vigente, e que oblitera toda e qualquer tentativa de evolução que fuja do existente, explica com sobras o descalabro técnico do grande jogo aqui implantado , e onde a mesmice endêmica vigora e reina absoluta, no âmago da nossa cruel realidade…

Iniciei, desenvolvi, estudei e pesquisei o grande jogo convivendo com essa imutável realidade, que somente transmudou o jogo quando da implantação abusiva e deletéria do Q.I., desalojando o mérito como a forma correta e justa visando o progresso, com seus resultados muitas vezes vencedores, e não contumazes perdedores como agora, onde uma péssima administração se torna justificativa de fracassos técnicos, numa inversão de valores assustadora, pois não responsabiliza direta e contundentemente aqueles que fazem também o grande jogo acontecer, os jogadores, os técnicos, e uma mídia enaltecedora da mediocridade tupiniquim, contrastando com sua feérica bajulação e endeusamento de uma cultura antítese da nossa, sob qualquer critério analítico que se queira mencionar, formando a coluna mestra de tudo aquilo que pulsa e acontece de injustificável nas quadras desse enorme e injusto país…

Concluindo, o momento trágico por que passamos, apesar da enorme falha administrativa existente, se origina basicamente na falência do aspecto técnico, tático e estratégico do jogo, que nem uma maravilhosa administração anularia, já que dominada por uma clã compromissada e comprometida com um triste e desalentador corporativismo, e com a manutenção da mesmice endêmica em que afundaram, todos, inclusive os gringos, que se fecham a qualquer iniciativa de mudança, do surgimento de algo que ponha em risco seu retrógrado posicionamento, ferindo de morte o grande jogo, grandíssimo jogo, sendo esse o maior dos obstáculos que trava seu soerguimento e desenvolvimento, que se continuado nos levará por um caminho sem volta, não mais para 2016, já perdido, mas sim, para os subsequentes ciclos olímpicos dessa infeliz “pátria educadora”…

Amém.

Foto – Veiculada para internet.

DIFÍCIL, MUITO DIFÍCIL…

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Terminado o Pan Americano, onde conseguiram ensaiar um modelo de sistema de jogo promissor, pela fluidez e boa movimentação de toda a equipe a cada ação ofensiva, temperada por um posicionamento defensivo combativo e contestador, praticado com entrega e compromisso por jogadores tidos como de segundo escalão pelos especializados, assistimos agora, nesta importante Copa América o desmoronamento do trabalho antes realizado, como se auto punindo pela tentativa de superar o escravagista sistema único…

…Que reaparece fulgurante, numa orgiástica ciranda de 1 x 1, muito bem vinda pela turma das bolinhas, que é a única arma que pensam dominar, mas que se apagam quando contestados com precisão e firmeza, ações que enfrentam nas competições de alto nível, numa situação oposta às frágeis defesas do nosso badalado NBB…

Passam os anos e não aprendem, por não cobrados, ou ensinados e orientados a sistemas dinâmicos, onde toda a equipe se movimenta em quadra, por todo o tempo, dentro e fora do perímetro, atacando e defendendo intensa e dedicadamente por toda a partida, e não em “momentos” do jogo, com pleno domínio dos fundamentos individuais e coletivos, que deveriam ser praticados por todos, independente de posições, idade, estatura e experiência de jogo, aprendendo, reaprendendo, descobrindo e redescobrindo olvidadas técnicas, novos gestuais, atualizando conhecimentos, aprimorando seu ferramental de trabalho desde sempre…

Acredito que nesse jogo contra o México colimamos todos os erros que nos são comuns e companheiros dentro do sistema de jogo que praticam, o único que conhecem, o único que os estrategistas lhes impuseram, limitando decisivamente as habilidades necessárias a escalada de novos sistemas, que não se renovam desde o NBB2

Então, acredito que as poucas imagens aqui postadas refletem a dura realidade, mais uma vez manifesta nesse jogo perdido para a mesmice endêmica que nos sufoca aqui e lá fora, o que é bem pior. Temo para 2016, o que seria um desastre de difícil reparação, ainda mais sob o comando e liderança (?) de uma administração caótica da CBB, e de uma teimosa estagnação técnico tática da grande maioria das franquias da LNB/NBA…

Amém.

 

A OBTUSA REPETIÇÃO…

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Houve um jogo contra a Republica Dominicana, dirigida por um célebre técnico universitário americano, com staff e tudo, mas completamente afogado por uma equipe caótica taticamente, apesar de ter alguns bons jogadores, e que só não venceu o jogo por causa do péssimo segundo quarto que praticou contra uma seleção brasileira mais perdida taticamente ainda, já se fazendo merecedora de uma bússola a ser distribuída para cada um de seus integrantes, dentro e fora da quadra, tal a qualidade às avessas apresentada até o momento …

Triste de ver e de tentar acompanhar um jogo completo, onde pontuais cochilos se impõem ante tanta mediocridade, tanta mesmice de punhos, chifres e correlatos, quase sempre mal formulados e executados, onde a escapatória via bolinha de três se impõe permanente e altaneira desde sempre…

E nada muda, numa repetição irritante de erros de fundamentos, apagando de vez a boa apresentação feita no pan americano de onde saiu vencedora, quando apresentou um basquete digno de ser visto e revisado, mas que infelizmente sossobrou logo na competição definidora de suas aspirações para 2016, que se apresenta decepcionante e altamente preocupante…

Mas Paulo, a turma da NBA vai estar presente no RIO 2016, está esquecendo?…

Claro que não, mas será que dentro desse esquema coletivista decantado aos quatro ventos promoverão nosso soerguimento internacional? Olha, tenho serias dúvidas, a não ser que mudem a forma de jogar, radicalmente, pois será a única saída para enfrentar e vencer as forças que aqui aportarão, que se enfrentadas da mesma forma como jogam, poucas ou nenhuma chance teremos dentro de casa, com absoluta certeza…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

A DURA (E MAIS QUE PREVISÍVEL) REALIDADE…

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Frente a tão desalentador quadro, o que esperar dessa seleção, que tem bons jogadores, mas que patinam equivocados dentro de um sistema híbrido de jogo, que abraça a dupla armação, promove hipotéticas movimentações de alas pivôs no âmbito do perímetro interno, porém sem abandonar os dogmas do sistema único, onde um dos armadores se transforma em ala, e um cincão joga solitariamente de costas para a cesta, numa formula caduca e que se caracteriza como antítese do tão propalado coletivismo, ausente por força da indecisão de optar entre o padrão estabelecido, e a nova proposta patrocinada por um mais ainda indeciso técnico, que a vê ruir exatamente por saber ser impossível mudanças por parte de jogadores vacinados pelo sistema único, assim como seus super estimados assistentes doidos para pranchetarem em seu lugar…

Aliás, não consta que nenhum deles tenha se empenhado em sugerir uma efetiva desconstrução técnica baseada nos fundamentos individuais e coletivos dos jogadores, voltados à nova realidade pretendida, ou mesmo por parte do hermano, no que seria a única maneira de fazer frente ao novo, inusitado e corajoso ato de jogar o grande jogo, de uma forma como fazem nossos rivais, mais ou menos na trilha do que vêem realizando os americanos desde o inicio da era Coach K, a qual divulgo incansavelmente anos a fio por esse humilde blog, e por que não, dentro da quadra também…

Isso porque, não basta, mesmo, incutir uma nova forma de jogar, frontalmente diversa ao que os jogadores praticam desde sempre, sem mexer com suas bases de aprendizado e fixação de novos princípios e preceitos de jogo (sim, os adultos podem aprender também, por que não?), sem, e isso é definitivo, mexer com sua estrutura pessoal, técnica, tática e emocional. Mas para isso se torna necessário alguns imprescindíveis valores, a começar pela plena decisão de mudança, profunda e decisiva, onde adaptações híbridas não sejam toleradas, principalmente na fase desconstrutiva, e a busca responsável e absolutamente precisa de objetivos propostos e estudados com afinco e dedicação, por todos, técnicos e jogadores, e claro, o mais importante de todos, a competência e o profundo conhecimento para torná-los factíveis…

Honestamente, não acredito que a vinda dos luminares ligados à NBA tornarão esse quadro reversível, se adotarem, todos, o sistema que pensam dominar, o sistema único, ou mesmo o sistema híbrido que ora ensaiam, isso porque, em se tratando de 1 x1, que é a tônica do SU, e para o qual foi criado e desenvolvido pela matriz, nossos adversários mais diretos são superiores pelo maior domínio dos fundamentos individuais, e tanto isso é verdade, que os maiores praticantes do grande jogo, o subverteram nos últimos mundiais e olimpíadas, restando para os demais competidores a brecha de algo diferenciado, claro, se quiserem vencê-lo, e que é exatamente a proposta por que luto, repito, aqui dessa humilde trincheira, e na quadra quando me deram oportunidade, pois vejo ser a única maneira de nos impormos novamente no cenário do basquetebol mundial. Foi exatamente o que fez o volei com a sua escola brasileira, misto da europeia e asiática, e que teve no saudoso Paulo Matta o seu precursor, hoje tão esquecido por quem usufruiu (e são muitos…) de sua pródiga ação visionária…

Logo mais vamos ver como nos saímos na preparação para 2016 contra os dominicanos, esperando que repitam um pouquinho do Pan, senão…

Amém.

 Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

ATUALIZANDO…

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Defasado estou com os artigos, bem sei e me desculpo, mas urge que terminem as obras aqui em casa, pois conviver com poeira e entulho, dia e noite, não faz bem a ninguém alérgico como eu, não mesmo…

Mas, está ficando bonita a minha casa, trinta e oito anos depois de construída sem uma reforma sequer, salva que foi de um leilão espúrio seis anos atrás. Mesmo com o pouco tempo disponível para o blog, não posso ignorar o que vai acontecendo no dia a dia do nosso basquetebol, mais ainda em vésperas de uma olimpíada em terra tupiniquim, a qual assistirei pela TV, e alguns jogos classificatórios que consegui comprar entradas, pois uma credencial solicitada (pelo Basquete Brasil, e sendo jornalista formado, professor e técnico especializado que sou) sequer teve resposta, mas nada que me impeça de comentar a competição, a não ser que “cortem” meu sinal de HDTV…

Então, falemos do grande jogo, que aliás, tem ficado um tanto pequeno entre nós, infelizmente, a começar com o “torpor coletivo” de que, enfim, descobrimos o glorioso caminho direcionado ao éden do basquetebol mundial, onde aguns jovens jogadores, reservas em suas equipes do NBB, são contratados por franquias da NBA, onde são mandados para equipes de desenvolvimento, numa evidente contradição dos princípios técnicos que regem a grande liga, pois o critério biotipológico tão incensado por aqui, carece de lógica se comparado com o padrão atlético dos enormes jogadores advindos das universidades, e de países que levam a serio o desporto oriundo da escola, desde a adolescência, logo, algo mais ligado à parceria NBA/LNB tenha a ver com tanto interesse por jovens carentes do mais elementar requisito para o acesso ao basquete americano, o pleno domínio dos fundamentos do jogo, interessante, e instigante, não?…

Lá fora, no torneio em Porto Rico, a seleção parece ter voltado aos bons tempos da metralha de três, foram 12/57 nos três jogos disputados, quando venceu um, contra a Argentina e embarcaram na mesmice nos outros dois, contra Porto Rico (que haviam vencido de lavada no Pan, quando ensaiavam “um novo tempo”…), e o Canada, de forma a não deixar dúvidas quanto a oscilação comportamental e tática por que passa a equipe…

Oscilação essa causada pela dependência inconsciente pelo sistema único, por parte de jogadores que se iniciaram no grande jogo praticando-o desde sempre, da formação a elite, e que de repente se vêem perante “algo” que simplesmente não conseguem determinar, quanto mais se situar ante uma realidade a que são apresentados, jamais ensinada à partir da desconstrução do que conhecem e praticam, como numa engenharia reversa, que deveria ser aplicada através técnicas pedagógicas e didáticas específicas, claro, por quem conhece, ao menos, sobre o que tudo isso significa, começando pela base, e tendo continuidade na elite, sim senhores, na elite, como exemplo e incentivo verdadeiro às gerações que se sucederão, pois o ato de aprender jamais cessa na idade adulta, muito pelo contrário, se aguça e se permite claros e ambiciosos objetivos a serem alcançado, principalmente em se tratando de fundamentos individuais e coletivos…

Mas para tanto, novas formas de ver e jogar o grande jogo tem de ser implementadas, e não continuarmos a surfar o hibridismo do sistema único como base do proposto novo, corajoso, criativo e ousado sistema proprietário, único e aceito por todos, com certeza a única formula de enfrentarmos as grandes equipes, pelo inusitado, inesperado e realmente inovador, equilibrando a enorme supremacia ostentada pelas mesmas, lastreadas  em formações solidas de base, onde os fundamentos ditam as regras gerais do jogo, fator que temos de assumir seriamente daqui para frente, mais ainda se adotarmos uma posição contraria ao sistema único, para começar…

No entanto, não se trata de um projeto para 2016, tarde demais para sequer ser levado em seria consideração, e sim para os próximos dois ciclos olímpicos, ação lógica e honesta às nações culturais e educacionalmente desenvolvidas, únicas e derradeiras opções de desenvolvimento para esse enorme, injusto e cruel país, junto à sua reserva estratégica, seus jovens…

Mas nada que supere o mal caratismo de muitos que posam e discursam em nome de metas de supremacia olímpica baseadas em medalhas, medalhas em esportes oportunistas, mantidos a preços estratosféricos, numa cornucópia inesgotável de preciosos fundos federais, que tem enriquecido a muitos, e proposital e criminosamente omitindo a formação advinda das escolas, universo natural da iniciação, massificação das modalidades clássicas, aquelas que promovem a sociabilização e o processo educacional e cultural, que são tradicionais no país, como o atletismo, a natação, o basquete, o andebol, o futebol, o vôlei, o judo, todas a serem obrigatoriamente reintroduzidas nas escolas, como componentes das aulas de educação física, atividade hoje quase banida dos currículos do primeiro e segundo grau escolar, e desde sempre no ensino superior…

Lembro alguns artigos que postei cinco, seis anos atrás, aos quais sugiro uma leitura introspectiva, como fechamento desse longo artigo, pedindo, mais uma vez, desculpas pela falha na periodicidade do blog, que prometo reverter daqui para diante. São estes os artigos: Conceitos x Fundamentos ; Conceitos x Fundamentos II; De 2006 a 2014, o que mudou?

Boa leitura, obrigado a todos pela paciência.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

DUAS VISÕES DE UM PROBLEMA (OU O SINGELO JOGO)…

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Num recente comentário sobre o Encontro NBA em São Paulo, o jornalista Fabio Balassiano emitiu a opinião abaixo, e que de certa forma engloba uma quase unânime opinião de torcedores, dirigentes e mídia sobre o enfoque que deve ser dado ao NBB, mais agora com sua parceria com a grande liga do norte

(…) Quem viu as palestras e sabe da exigência da NBA com isso viu que o recado foi claro: é absolutamente imperativo que a LNB e os clubes comecem, para ontem, a tratar do basquete de forma profissional, de forma que faça o torcedor querer ir ao basquete como um “programa” e não apenas como um singelo “jogo”.(…)

Isto quer dizer, e se bem entendo, que a finalidade da ida do torcedor a um ginásio, tem como prioridade tomar parte de um programa, de um pacote de atrações, onde o basquete singelamente faz parte, mas onde, aqui em terra tupiniquim, ou acima do equador, acompanhado de hamburgueres, refrigerantes, pipocas, mascotes e insossas e rebolativas ladies?…

Ah, em tempo, esqueci os bazares de bugingangas, joguinhos de computadores, selfies com jogadores, e todo uma realidade consumista a disposição de quem pode e gosta de gastar pelo padrão de vida que levam, mas será essa a realidade por aqui?…

No entanto, será mesmo esse o retrato da realidade do basquete americano? Acredito que absolutamente não, e fortaleci esse ponto de vista desde a primeira vez que lá estive em 1966, quando me classifiquei a um estágio em universidades e escolas secundárias num concurso público patrocinado pela CBB e o Departamento de Estado norte americano. Foram três meses percorrendo instituições estudantis de Washington ao Novo México, de ônibus em pleno inverno, mas fotografando e filmando tudo que podia, com uma verba ínfima da CBB, material esse que divulguei em alguns estados brasileiros como contrapartida da viagem, que na ida, foi em avião cargueiro da FAB, junto ao Raimundo Nonato, outro classificado, e depois diretor técnico da CBB por muitos anos…

O que lá testemunhei foi um amor incontido pela modalidade, quase sagrado nas escolas secundárias, e mais ainda nas universidades, numa época em que a NBA e a ABA ensaiavam a mega indústria que se desenvolveria anos mais adiante, mas tendo, como até hoje, a estrutura estudantil como alicerce de suas conquistas…

E que público era aquele que enchia os ginásios, o de programa, ou de um singelo jogo de basquete? Sem dúvida alguma um público que admirava e venerava a técnica individual e coletiva de suas equipes, muitos deles ex praticantes, com fotos e troféus expostos nas entradas dos ginásios, demonstrando seu amor à tradição de suas escolas, logo, entendedores do grande jogo, ávidos e sempre prontos a testemunharem novas técnicas e avanços táticos, assim como a criação e desenvolvimento de estratégias administrativas, participativas e do jogo em si, mantenedores da grandeza que ostentam até os dias de hoje, ampliada pela enorme divulgação midiática da liga maior pelo mundo…

Então, pudemos nos conscientizar de que o grande vetor, a amalgama que unia toda aquela grandeza, foi, é e sempre será o domínio da técnica, dos fundamentos, da tática e da estratégia, todos esses predicados de domínio de um profissional, daquele que os dominam, pelo estudo, pela pesquisa, pela experimentação, pelo ensino, pela divulgação do grande jogo em sua terra, e hoje pelo mundo, o professor, o técnico, o head coach…

Singelo jogo? Sim, se considerarmos que investimos quase tudo em dirigentes, agentes, próceres, políticos, managers, marqueteiros, e muitos, muitos aspones, relegando o técnico, que é o mais importante elo da corrente de desenvolvimento do jogo, aquele que promove as técnicas, as táticas, ensinando-as desde sempre, mas que por aqui sofreu desvios consideráveis, através um terrível mecanismo, aquele de trocar deliberadamente o mérito pelo carreirismo político, pelo protecionismo com contrapartidas óbvias, pelo econômico no provisionamento de leigos distanciados do fator didático pedagógico, fundamental no preparo dos mais jovens, pelo drástico corte nos conteúdos teórico práticos desportivos dos currículos dos cursos de educação física, substituindo-os pelas disciplinas da área médica, originando a falência dos primeiros, e a ascensão dos segundos na “preparação” de atletas, em vez de jogadores…

Esse mesmo técnico, que em sua maioria que se transmudou em estrategista (as poucas exceções não contam…), dissociado do preparo nos fundamentos, mas especializado (?) em sistemas de jogo, em rebuscados esquemas em pranchetas, e acima de tudo frasista brilhante nas justificativas de derrotas, onde “foram os detalhes”, “a emotividade os derrotou”, “faltaram as pernas”, “as bolas não caíram”, “marcaram muito mal”, “perderam o ritmo de jogo”, e todo um corolário de desculpas pontuais, sem que em nenhum momento reconhecesse que simplesmente “falhara”…

Também, jamais admitiu um princípio elementar para o seu trabalho, o fato de que seus sistemas, simples ou complexos, em hipótese alguma funcionarão com jogadores falhos nos fundamentos, que são incapazes de corrigir, daí as trocas sistemáticas e repetitivas de jogadores de mesmas posições ao fim de cada temporada, num movimento monocórdio, repetitivo a todos, e a todas as franquias…

A mídia menciona sistemas de ataque e defesa, mas não esquematiza nem explica os mesmos à luz de um fundamentado conhecimento, a fim de esclarecer a todos aqueles que buscam um “programa”, o que deveriam entender e ajudar o grande jogo a ser mais do que um “singelo jogo de fim de noite”…

Sou de um tempo que tínhamos dezesseis clubes trabalhando a base, além de muitas escolas, nos infantís, infanto juvenís, juvenís, aspirantes e adultos, sempre com ginásios cheios, onde em uma partida infanto juvenil, num sábado à tarde, podíamos ver técnicos dos adultos assistindo juntos a um sistema de dois armadores e três alas pivôs que eu já aplicava nos anos setenta no Fluminense, para depois do jogo irmos discutir a novidade numa rodada de cerveja, lá mesmo na Gávea, assim como ia quando possível assistir o Guilherme no Mackenzie dar aulas de defesa com seus juvenís, ou o Gleck no Fluminense se quiséssemos aprender como se contra atacava com eficiência, além de um Tude Sobrinho, Heleno Lima, Geraldo da Conceição (ainda hoje aos 90 anos ensinando em Brasília), Ary Vidal, Marcelo Cocada, Chocolate, Waldir Bocardo, Helinho, Valtinho, e muitos outros excelentes técnicos, cada um com seus sistemas de jogo, inéditos e criativos, e não essa pasteurização formatada e padronizada que nos impingem goela abaixo, numa mesmice endêmica e apavorante, e que se regala quando um argentino “inova” na defesa e no ataque, fatores que nos eram comuns num passado não tão distante assim, quando os hermanos jamais nos venciam em divisão alguma, e cujos últimos remanescentes foram afastados pelo absurdo corporativismo que nos implantaram. Nesse exato momento que escrevo o artigo vejo o técnico da seleção feminina ser excluído da partida com o Canada por reclamação da arbitragem, dando ao mesmo mais uma desculpa para a contundente derrota – “Foi a arbitragem”…

Enfim, ainda anseio ver o nosso torcedor ir aos jogos para apreciar seu produto final, o jogo, de boa qualidade técnica e tática, que é o que realmente deveria interessar, e sobrando tempo curtir o programão, regado a duvidosas promoções e dançarinas provocantes como as argentinas no jogo de hoje entre os hermanos e nossa seleção masculina pelo desafio internacional…

Com singeleza eu deixaria para comentar um dia em que o grande jogo se libertasse das amarras que o tolhem pela mediocridade institucionalizada, pelo corporativismo exacerbado, e pela negativa do novo, do insólito, do contraditório, na contra mão do que aí está, e bem sei, e muito, do que estou falando, mesmo…

Amém.

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Em tempo, a seleção feminina tomou um passeio do Canada, e a masculina perdeu feio para a Argentina, desculpada pela mídia especializada por ser uma etapa da preparação para um pré olímpico, já estando classificado para as olimpíadas.

 

O GIOCONDO SORRISO…

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Como manda a tradição olímpica, o país organizador do mega evento (e põe mega nisso…) tem suas representações esportivas garantidas nas competições, e não seria o basquetebol a exceção desse princípio tradicional, apesar do trambique da CBB junto à FIBA, que teve de acompanhar a decisão do COI, jamais contestada. Aliás, o sabido presidente do COB ensaiou um teatrinho de influência política para, por mais uma vez, curtir com o malfadado basquete nacional, de quem tirou politicamente o patrocínio do BB, que catapultou o volei ao estágio que ostenta hoje, mais sempre com um pé atrás pela real  possibilidade de soerguimento do grande jogo na preferência do grande público, claro, se bem administrado técnica e gerencialmente falando, possibilidade esta que trata de afastar, ajudando a manter “política e  economicamente” a catastrófica gestão vigente,,,

Então, com a vaga garantida, e a TPO (tensão pré olímpica…) afastada, nada poderia interferir para que logo reaparecessem os olímpicos 2016 na mira das preciosas e rentáveis vagas em solo nacional, com seus cardeais, delfins e proprietários (assim se julgam…) das capitanias hereditárias desde sempre no basquetebol tupiniquim, onde as poucas exceções pouco contam…

Vimos, ou assistimos então, um torneio amorfo e em banho maria, onde ao largo das “grandes emoções” propiciadas por três prorrogações, que não deveriam ter acontecido se tivéssemos atuado com pelo menos 1/3  do produzido em Toronto, onde a classificação não estava decidida oficialmente, o que demonstrou tacitamente o quanto a ausência de dois jogadores compromissados com o sistema de jogo do hermano (conseguido depois de três anos de missão  franciscana), causou uma quebra radical do mesmo pela presença de substitutos (?) não muito afeitos a abnegados coletivismos…

A volta triunfal das bolinhas (13/57) nos dois jogos, demonstrou cabalmente que o chega e chuta ainda esta muito longe de ser orientado ao chutar em perfeitas condições de equilíbrio e certeza de boa colocação nos possíveis rebotes ofensivos, fatores estes ausentes nos dois enfrentamentos, dai a imagem de equilíbrio apresentado pela turma do Rio da Prata… Arremessássemos metade a menos de fora, e venceríamos por larga margem, pela imensa superioridade de nossos ágeis e velozes alas pivôs nos dois garrafões, o defensivo e o ofensivo, que deveriam estar assessorados e alimentados por uma dupla, e as vezes tripla armação competente e pontuadora também, como o foram no Canada. E ainda existe nesse país pessoas que não reconheçam o Benite como armador, o que sempre foi e lutou para ser reconhecido, e não um ala, para que o sistema e classificação de 1 a 5 seja mantido, o que me deixa perplexo, técnico que sou e ainda serei por muito tempo, ah, e jornalista também…

Mas nada que transcenda os 0,07seg para o final do jogo contra a Argentina, com as equipes empatadas em 59 pontos. O Renato, comentarista da TV afirmando que a FIBA deliberou ser possível um arremesso desde que acima dos 2 centésimos, mas para quem milita a longo tempo no grande jogo, e que tem uma queda pelos meandros dos arremessos (defendi uma tese de doutoramento na Europa sobre os mesmos *) é sabido o fato de que nenhuma firme empunhadura para o domínio da bola é possível em menos que 1,5seg, logo, aos 7 centésimos somente um toque será factível. Ora, uma equipe como a Argentina, com dois campeões olímpicos em quadra, iria permitir que um passe de lateral para uma ponte aérea obtivesse exito, e algum juiz marcaria algo nessa circunstância? Pois bem, foi nesse contexto que o hermano, pela segunda vez nesse torneio, abriu mão do comando, destinando-o a um ávido e midiático assistente, para que genialmente (claro, se desse certo…) apresentasse uma jogada (que em hipótese alguma tenha sido “exaustivamente” ensaiada em treinos…) definitiva, e denominada “jogada forte”, prosaica denominação dada a uma  “ponte aérea monstro”, tristemente risível em se tratando da seleção nacional de um país, enorme e profundamente injusto…

Formidável o fugidio esboço de um giocondo sorriso do hermano, logo contido pela gravidade daquele emblemático momento do jogo, que deu em nada, nem poderia obviamente dar. Se desejou flertar com a sorte, ou simplesmente demonstrar a qualidade e qualificação de um seu jovem, porém glorificado e ambicioso assistente, parece ter conseguido sagaz e sutilmente, o que foi divertido, e como…

Paulo, e o feminino, nada, nadinha?…

Pra que? Para comentar o erro escrachado nos fundamentos e na ausência de um sistema simples de jogo, ou mesmo glorificar a “volta triunfal” de uma jogadora que aviltou por duas vezes a camisa da seleção? Ainda prezo a tradição e a história do grande jogo no país, onde não deveria haver espaço para comportamentos dúbios e desmoralizantes. Mas reconheço, existem, e em bom número, aqueles que amam e aprovam tais posicionamentos, e que ai estão dando as cartas, deliberando e determinando a falência do grande jogo, lamentavelmente,  lembrando sempre a sabedoria popular – Quem faz um cesto, faz um cento…

Amém.

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(*) –  ESTUDO SOBRE UM EFETIVO CONTROLE  DA DIREÇÃO DO LANÇAMENTO COM UMA DAS MÃOS NO BASQUETEBOL- Dissertação para o Doutoramento em Ciências do Desporto na FMH/UTL – Portugal – 1992.

O INDIVISÍVEL COMANDO…

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Jogo longo, duas prorrogações, muita emoção, luta, mas um jogo que tecnicamente deixou bastante a desejar, principalmente quanto a equipe brasileira, que não soube manter o nível alcançado no récem findo Pan Americano, onde praticou o basquete mais próximo do coletivismo pretendido desde sempre pelo técnico Magnano…

Sem dúvida, a equipe atingiu no Canadá o nível mais próximo do ideário do hermano, fortíssimo na defesa, e alta mobilidade na ofensiva, sem perder intensidade na duração das partidas, demonstrando excelentes progressos técnicos e táticos longamente ansiados por todos…

Mas no jogo de hoje aconteceram falhas que retroagiram a equipe no tempo, basicamente no sistema defensivo, onde a intensidade e combatividade  cedeu lugar à passividade e ausência de contestação aos arremessos de media e curta distâncias dos uruguaios, que por conta disso equilibraram e em determinados momentos lideraram o jogo, levando-o a duas prorrogações, cedendo a vitoria no minuto final da partida…

Por mais uma vez, como num vício mal curado, o abuso nas bolinhas de três (8/30) arrefeceu o coletivismo a pouco conquistado, tornando difícil um jogo que poderia ter vencido com alguma sobra se arremessasse menos de três, usasse mais seus pivôs e não perdesse 12 lances livres (21/33), além dos 15 erros de fundamentos, demasiados para uma seleção nacional…

Mais algo aconteceu de muito novo, inusitado, incomum desde que o técnico argentino assumiu a seleção, a delegação de poderes, ou seja, seus assistentes já ensaiam pitacos nos tempos pedidos, até o momento em que ele cedeu a um deles o comando total num dos tempos, se afastando, inclusive, do foco dos comentários, numa atitude incompreensivel a um head coach de sua envergadura, trajetória e conquistas, com reflexos imediatos e à médio prazo junto a equipe, seu comportamento e aceitação incondicional de sua liderança, fator básico para o sucesso do grupo…

Alguns poderão contestar esse meu posicionamento, mas lembro a todos que todo verdadeiro comando é indivisível nas decisões, principalmente num grande jogo como o basquetebol, o grande jogo, onde a solidão do comando não admite intromissões e palpites, aceitando sugestões quando solicitadas antes ou depois das partidas, nunca durante as mesmas, a fim de que a integridade dos sistemas propostos seja mantida, com coerência e absoluta precisão, fatores estes que se perderão junto a equipe se violentados por intromissões destituidas de fundamentação e notória experiência daqueles que as expõem…

Enfim, seria de bom grado que o premiado técnico pensasse melhor antes de abrir mão de seu comando, principalmente quanto a qualidade e qualificação de seus prepostos, afinal, é a integridade da seleção do país, que sabemos não ser o dele, que está em jogo, para o que der e vier, simples assim…

Em tempo, que barbaridade uma comissão técnica exceder em número o total de jogadores, noves fora os dirigentes e aspones agregados a equipe, demonstrando o quanto de desnecessários gastos  são feitos no momento seguinte a posse de uma vultosa verba federal. São 3 técnicos, 3 médicos, 2 preparadores físicos, 2 fisioterapeutas, 1 fisiologista, 1 nutricionista, 1 mordomo, numa exibição gratuita e exibicionista de nada, absolutamente nada, a não ser…bem todos vocês sabem…

Que os deuses nos protejam…

Amém.

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ALGUMAS CONSTATAÇÕES…

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Caramba Paulo, o basquete correndo solto e você com reminicências, qual é cara?

Bem, tenho uma casa em reforma, e depois das duas  primeiras rodadas da LDB apresentando 462 erros de fundamentos (são 24 equipes, uma delas a seleção brasileira sub 17), com média de 38,5 por partida, ou 19,2 por equipe (em um dos jogos foram 53 erros!!!), desisti de acompanhar tal torneio, voltando aos problemas da reforma, mais palatáveis, pois visa uma revitalização, o que não acontece numa liga, porta de entrada para a elite, mas que administra a mesmice endêmica daquela, e de onde saem jogadores para uma NBA que não os aproveitam na quadra, mas os promovem na mídia, como um vantajoso investimento na parceria com a LNB, onde promovem clinicas para técnicos e jogadores da LDB, que ainda mantêm o numero de mais de 35  erros de fundamentos por partida realizada…

Agora vem a convocação do hermano para a Copa América pré olímpica, prestigiando toda a equipe vencedora no Pan Americano, deixando a turma da NBA de fora, que para alguns é resultado da certeza de participação olímpica, já que a grana devida com o pendura no Mundial estará sendo coberta por patrocínios comerciais, e não por dinheiro público, mas que para mim reflete um aspecto fundamental para o argentino, o fato de ter sido a única equipe em que pode sedimentar seu projeto coletivista em ambos os setores, o ofensivo e o defensivo, numa participação vencedora no Pan, o que nunca conseguiu com a turma dos ranqueados, principalmente com os da NBA e os veteranos cardeais…

E nesse ponto é que reside a sua grande dúvida, pois não é segredo nenhum para quem entende o grande jogo como deve ser entendido, técnica e  taticamente falando, que os três grandes pivôs que atuam na liga maior, em hipótese alguma produziram presença defensiva dentro e fora do perímetro, e ações coordenadas ofensivamente em competições pela seleção, se comparados com a turma que compôs a equipe do Pan, mais afiados e dispostos a contestarem seus adversários, dentro e fora do perímetro, assim como o Leandro jamais se pautou pelo jogo coletivo, individualista que é por formação. Huertas e Raul, provavelmente atuariam dentro do sistema proposto, mas teriam uma bela concorrência pela frente, principalmente se não se encaixarem defensivamente como os do Pan. Quanto ao Bebê, o Caboclo. e o Felício, sequer atuam entre os seniores da matriz, e sim em liga “de formação”, que teria de ser adquirida, pela lógica, em competições do NBB, fator que me deixa bastante curioso em conhecer os critérios para suas contratações, como por exemplo, o caso Felicio, terceiro reserva do Meynsee no Flamengo, e ele mesmo sem sucesso em sua tentativa junto a NBA. Seria de boa política que procurasse o agente do jovem reserva, e quem sabe…

Enfim, o hermano vai pensar muito para formar uma seleção que jogue o basquetebol que jogou no Canada, com jogadores de “segundo escalão” na opinião de muitos, mas que foi a única equipe que atingiu seu anseio de coletivismo, a única…

E como sempre afirmei, e por isso mesmo acho uma graça imensa toda essa movimentação em torno do impasse FIBA/CBB, onde o calote se manifestou sem que fosse surpresa para mim, sabedor que qualquer malfeito da direção cebebiana sempre será acobertada pela turma do COB e ME, altamente interessada e comprometida com o desporto elitizado, capitaneado pelo Voleibol, esporte original dos “gestores” olímpicos, e que em hipótese alguma deseja ver o basquetebol se soerguer para tornar a ser a segunda paixão nacional, e para tanto, manter a corriola incompetente da CBB,  torna-se imperioso, mesmo que custe alimentar o sorvedouro de verbas nas mãos insaciáveis dos donos dos “cargos de sacrifício” que mantêm com sofreguidão, despudor e sem vergonhice, que os merecemos aliás, pela omissão e mais sem vergonhice ainda da maioria dos 27 que os conduziram…

No mais, que todos os deuses, de plantão ou não, nos ajudem…

Amém.

Fotos – Divulgação LNB e reprodução da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.