O VIGÉSIMO QUINTO DIA – O JOGO E SUAS VERDADES…
São 4 horas da manhã, penso muito no jogo, no que fizemos e trabalhamos, e mais ainda no que sofremos. Vacilo junto ao teclado de meu laptop, mas os dedos, como guiados por algo maior que minha vontade treinada em relevar pequenos e grandes falhas humanas, escorregam para ele, e digitam o que deve ser digitado, orientados por uma mente que guardou um maravilhoso ensinamento de uma saudosa e velha amiga, minha mãe, que dizia do alto de sua sabedoria- Paulo meu filho, ouça tudo na vida, conselhos e sugestões, para ao final seguir a sua consciência, pois é perante ela que você terá sempre que responder.
Imaginem a situação de um técnico que até o domingo passado orientava uma equipe capaz de em 18 dias de treinamento técnico e físico intenso, ir a São Paulo e desenvolver um basquete de alto nível, contra equipes tradicionais , como Pinheiros e Paulistano, e jogar magnificamente, a ponto de se tornar o foco de interesse e atenção das demais equipes, da extensa e categorizada mídia alternativa e imprensa em geral, e ao voltar para mais uma semana de preparo, a fim do enfrentamento com Franca e Araraquara, se vê privada de cinco de seus melhores jogadores, por motivos extra quadra, exceto um que tem tido problemas com um filho recém nascido, e os demais envolvidos com sérios problemas financeiros motivados por um atraso no repasse de verba pública retida em canais administrativos, originando necessidades e premências em uma equipe profissional composta de homens, com as mesmas necessidades econômicas de um cidadão comum. E por tudo isso nove treinos não contaram com a participação de todos, inviabilizando o reforço, o ajuste e a busca da sintonia fina dentro do sistema acabado de ser implantado, com suas novas propostas e situações inéditas.
E você assiste dois dos quartos iniciais razoavelmente equilibrados, dentro de um planejamento estratégico contra uma fortíssima equipe, mas já sentindo que o nível cairia irremediavelmente ante o inegável desentrosamento, fruto da ausência daqueles jogadores que não treinaram, mas que ante a esperança de ver suas situações resolvidas à curto prazo, participam, três deles, sendo que dois sequer trocam de roupa, de um jogo desigual para eles, e logicamente para toda a equipe.
E no terceiro quarto a hecatombe, na forma de 10 arremessos de três pontos quase seguidos sem as justas e devidas contestações motivadas por um desentrosamento progressivo e irremediável, pondo fim às ínfimas esperanças de reverter a partida., agora sob total domínio de Franca. Nada pode se antepor ao cansaço motivado pela ausência de preparo, não só físico e técnico, como, e principalmente o mental, e psicológico, e mais, de dois jogadores muito bons na marcação, na semana do confronto. Numa divisão de elite 9 treinos fazem muita falta.
Mas quem está de fora critica o que vê, demonstra insatisfação pelo que não vê do tão prometido e inédito modo de jogar, incensado pelos que assistiram os jogos em São Paulo, repletos de novidades e novos conceitos para o nosso insosso basquete, e cuja apresentação deixa um que de decepção pairando no ar.
E com 30 pontos de vantagem( 15/28, ou 53,57% em arremessos de três), a ajustada e encaixada equipe de Franca chega ao final da partida com a tranquilidade daqueles que se prepararam melhor, sob o seguro manto de uma organização bem planejada, presente técnica e administrativamente, e por isso mesmo, justa e meritória cúmplice da vitória natural e incontestável.
Quanto a nós, que tratemos com urgência de sanar questões extra quadra, já que no interior da mesma resolvo eu os problemas( como manter a supremacia reboteira( 35/28), a seletividade nos arremessos de três( 10 tentativas no jogo), as finalizações possíveis de curta distância(21/51, ou 41,18%, razoável dentro das perspectivas do jogo), mantendo um percentual satisfatório nos lances livres(10/14 ou 71,43%), e com somente 6 erros cometidos, claro, se problemas exógenos não obliterarem nossa trabalhosa e esforçada busca pelo melhor caminho a ser trilhado pela equipe, além do meu próprio, nesta retomada corajosa e exigente, merecedora de apoio, respeito e acima de tudo consideração, na mesma proporção do que recebo e sempre recebi por mais de 50 anos dentro das quadras, como os calorosos votos de insistência e determinação dos dois Hélios, pai e filho após a partida.
Acredito que tudo, ou quase tudo, possa vir a ser resolvido na urgente brevidade que nos separa de hoje com a próxima partida, amanhã, domingo, contra Araraquara, quando poderemos retomar um caminho momentaneamente interrompido, e sabendo de antemão o quanto nos custou e sem dúvida custará os nove treinos incompletos pela ausência de seus mais experientes jogadores, mas que no de logo mais possamos encontrar soluções emergenciais para os próximos e decisivos jogos que nos aguardam. Tentaremos todos dentro da quadra, onde as legítimas verdades acontecem, reencontrar as mesmas ou outras soluções que nos encheram de brio e determinação no belo giro pela paulicéia, mantendo minha palavra e comprometimento integral com a organização, e principalmente com os jogadores que a mim confiaram seus esforços e futuro, e que em uma única semana situa na seleção LNB da 18ª rodada dois jogadores, Lucas e Roberto, sendo que este o “dono da bola” na mesma. Além de sites e mais sites, inclusive o da própria liga enaltecendo o trabalho dos mesmos.
Que assim seja, sempre.
Amém.
Foto – LNB- Roberto o “dono da bola” da 18ª rodada do NBB2.










