QUATRO MOMENTOS…

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Primeiro – Ora , ora, daqui para diante jogador de futebol que se aposenta pode exercer a função de técnico sem cref’s às suas costas. Mas, e por conta do preceito legal da equanimidade, ex jogadores de outras modalidades também terão o mesmo direito, sob a jurisprudência do STF, sem a menor das dúvidas. Tudo bem, a turma crefiana ou confefiana, como quiserem, perdeu um direito que jamais poderia ter tido à luz do bom senso em um país que luta para estabelecer uma política para os desportos, ultrapassando incorretamente a verdadeira política criminosamente omitida, a da educação física, plena e obrigatória em todos os níveis de ensino, nos quais políticas desportivas bem implementadas buscariam os talentos para as modalidades de alto desempenho, e não o pastiche oportunista e aventureiro retratado em pseudos projetos voltados ao desporto de elite, respaldados por um conselho federal e seus pressupostos estaduais, que nada mais fazem do que recolherem pontualmente os dízimos daqueles que registram ou inadvertidamente credenciam como “provisionados” , numa apropriação indébita e indevida aos direitos inalienáveis e constitucionais daqueles órgãos de ensino superior, que detêm os plenos direitos na formação desses profissionais.

É mais uma etapa de uma longa luta que vem sendo travada no âmbito da educação, da educação física, lídima integrante do processo globalizado de uma educação plena e de qualidade, direito inalienável e constitucional de todos os jovens desse enorme, injusto e desigual país, que não podem ser orientados na direção do “culto ao corpo”, a monstruosa indústria implantada por aqueles que não podem ver com bons olhos toda uma clientela adolescente e jovem sendo devida e seriamente orientada a uma educação física integrada ao seu desenvolvimento escolar e cultural, fugindo de sua alçada voltada ao lucro, e que lucros, tendo os mencionados conselhos como seus avalistas nesse monumental comercio.

Espero que daqui para frente, possamos vislumbrar um vasto horizonte de conquistas no âmago do nosso sistema escolar, onde as disciplinas acadêmicas se associem às artes, musica, dança, a educação física e os desportos, dotando nossos jovens de experiências válidas e fundamentais em suas vidas, assim como, oportunizando ao país o acesso aos talentos desportivos necessários às ações competitivas, buscando-os no verdadeiro e único lugar onde obrigatoriamente, e à luz do direito, deverão se encontrar, na escola.

Confef e cref’s são entidades que jamais poderiam existir numa sociedade que preserva o direito e a qualidade das instituições universitárias formadoras dos futuros professores, inclusive não auferido direitos às mesmas em interferir nas suas formulações didático pedagógicas, direito este destituído de fundamentação técnica e científica, porém sobrando o fator político, que é a base em que se instalaram  desde sempre.

Então, com essa decisão da justiça federal, que tal a ENTB/CBB repensar seus certificados níveis de I a III, frente a uma realidade mais voltada ao espírito de uma verdadeira escola, e não frente a “provisionamentos” absurdos?

Segundo – Temos ai uma página inteira do O Globo de 4/12/13 com uma matéria do que se faz de maneira cientifica na preparação de nossos atletas de elite, mas que deixa a impressão de que se trata de algo definitivo e indiscutível para que os mesmos galguem os pódios das maiores competições de suas modalidades, e não um fator, sem dúvida importante, na somatória de outras intervenções que se fazem necessárias para que atinjam os pódios mencionados.

Recentemente, dirigi uma equipe de alto nível, e que contava com dois bons preparadores, um físico e outro fisioterapeuta, ambos estudiosos e plenamente voltados aos aspectos científicos de suas especialidades, mas que se chocaram um pouco com a extrema dinâmica no treinamento dos fundamentos que implantei no curto prazo que tinha até o recomeço do campeonato, treinamento este totalmente volP1040173tado ao gesto desportivo, ao aprimoramento do mesmo, exagerando nas repetições, nas explicações e no decorrente domínio de algo que realizavam sabendo os por quês do que faziam, conscientizando-os nos detalhes e discutindo sua validade prática. Claro que pedi aos profissionais citados assistência nas recuperações frente aos intensos esforços despendidos, no que foram brilhantes, provando seu preparo e conhecimento.

Mencionei a experiência acima, pelo fato de constatar a cada dia que passa a supremacia da ciência voltada ao físico, do que aquela voltada ao preparo técnico dos fundamentos de qualquer das modalidades que conhecemos e praticamos, que é algo desprezado pela esmagadora maioria dos profissionais envolvidos com o desporto em nosso país, vide as teses universitárias que privilegiam prioritariamente aquelas voltadas a área medica, e omitem as da área técnica, como que formando um consenso de que sem aquelas inexistiriam atletas e jogadores de qualidade no país.

Ledo engano, pois antecedendo a ciência fisiológica, deveria, como na maioria dos países desenvolvidos, serem estabelecidas as ciências do treinamento, do gesto esportivo, da cultura coletivista, para depois pensar na ciência fisiológica e mental para concluir seu preparo.

Temos os exemplos brutais dos países do antigo bloco socialista, e que mantêm seus modelos atuantes em alguns que o sucederam politicamente, invertendo tais fatores, com resultados aparentemente formidáveis, mas que cobrarão, como cobraram, grandes prejuízos físicos e psicológicos aos seus brilhantes atletas, numa espiral fisiológica descendente muitas vezes irreversível.

Num país como o nosso, onde o oportunismo financeiro e midiático ditam as regras de mercado a serem seguidas, muitos cuidados devem ser tomados para prever e contornar erros de avaliação muitas vezes equivocados, como os de priorizar fisiologismos acima dos conhecimentos técnicos de qualquer modalidade desportiva, sem os quais de nada valerão, por mais pesquisados e embasados que estejam, pois complementares, nunca prioritários.

 

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Terceiro – Se no primeiro jogo da série o Paulistano perdeu convergindo suas tentativas de cesta ( 17/31 de dois e 10/29 de três), no segundo o Bauru também convergindo (17/26 de dois e 11/25 de três) venceu a partida, deixando no ar a seguinte questão – Convergir conota resultados às partidas equilibradas de basquetebol?

Bem, no primeiro, por força de seu jogo interior, Bauru arremessou 22/27 lances livres, e Paulistano com sua excessiva artilharia de fora somente 12/16 da linha de tiro livre, conotando 10 pontos a mais no placar, suficientes para vencer a partida, e alcançou 10 rebotes a mais que seu oponente (32×22), face a mencionada artilharia.

No segundo, mesmo convergindo, Bauru provocou faltas suficientes para um 16/20 em seus lances livres, e o Paulistano 12/13, mostrando quão falhas foram suas finalizações interiores, e como defendeu bem o seu oponente, que continuou a se impor nos rebotes (29×24), confirmando sua prevalência técnica, mesmo abusando nas bolinhas e no ímpeto muitas vezes desvairado de seu armador Larry.

Podemos então afirmar que, convergências prejudicam em muito seus executores, pois oferecem muito mais opções de contra ataque seguro e eficiente de seu oponente frente ao baixo índice de acerto dos longos arremessos se comparados aos de media e curta distancias, além de diminuírem a incidência de faltas pessoais no mesmo, e o mais importante, quebrarem todo o sentido de coletivismo de uma equipe, pois o “chegar e chutar” de forma alguma incentiva essa forma de atuar e sentir o grande jogo.

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Quarto – E fomos para o jogo do NBB6 entre o Pinheiros e o Uberlândia, quando muito do que foi dito no terceiro momento anterior, foi regiamente posto em pratica, onde um convergente Pinheiros (15/29 nos dois pontos e 11/30 nos três) se deparou com a equipe mineira atuando preferencialmente no interior do perímetro, mesmo tendo um dos mais efetivos arremessadores da liga, o Robert Day (27/48 de dois e 8/22 de três), e que somente arremessou 6/7 nos lances livres, frente a uma defesa caótica dos paulistas, e dominando os rebotes (34×28), mesmo errando 14 fundamentos contra 13 de seu opositor.P1040247

Jogar e convergir da forma em que vem se especializando a equipe paulista, que conta com jogadores dos melhores da Liga, mas que transitam na fronteira da irresponsabilidade na artilharia de longe, onde até seus pivôs se aventuram a não mais poder, e que sua armação prioriza as finalizações e muito pouco as assistências (e o Boracin não atuou…), que não encontro muitas explicações com as explosivas, ofensivas e deselegantes (principalmente aos telespectadores, contando, com certeza, muitos jovens na audiência…) participações em seus tempos pedidos, e que cada vez mais, e isso é perfeitamente visível nos semblantes de seus jogadores, que sequer o olham de frente, se avolumam e constrangem, não só a eles, como todos aqueles que ainda se aventuram a prestigiar as transmissões da TV, quando palavrões e gestual agressivo são transmitidos em tempo real, a cores e em som estéreo. Simplesmente lamentável…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e do O Globo. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TRÊS MOMENTOS…

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Foi um jogo de “dentro” x “fora”, vencido pelo Bauru, o que jogou preferencialmente dentro do perímetro, onde seus pivôs se afirmam cada vez mais, interagindo progressivamente com seus armadores, ainda que inseguros na movimentação coletiva das jogadas, ao não darem prosseguimento em seus deslocamentos, deixando os gigantes à própria sorte nos embates com os defensores, cujas sacrificadas tarefas seriam bastante minoradas se encontrassem seus municiadores em deslocamentos sagitais a cesta. Mas acredito que com o tempo aprenderão que a mobilidade de uma equipe tem de ser permanente e incisiva, por todo o tempo que durar cada investida ofensiva.

 

Com essa atitude, que revolucionaria nossa estratificada forma de atacar dentro do perímetro, caberia ao ala/armador, presente na maioria das equipes do NBB, compor com os dois pivôs a trinca de permanente deslocamento naquela complicada área interior, e se o mesmo fosse o especialista nos três pontos (papel do Fernando Fisher no Bauru) muito se oportunizaria a lançamentos mais livres e seguros, já que os passes sempre viriam de dentro para fora do perímetro.

 

Creio que o raciocínio dos analistas da LNB ao escolherem as seleções das rodadas, propositalmente, ou não, tem pautado por esse modelo, ou seja, uma dupla de armadores, outra de pivôs rápidos, e um ala armador pontuador, vide a seleções dessa rodada aqui descritas, num movimento que se implantado mudaria em tudo o nosso modo de ver e jogar o grande jogo, como anteviu a humilde equipe do Saldanha no returno do NBB2…

 

Quanto a opção de atuar mais fora do que dentro, tomada pela equipe do Paulistano (17/31 nos arremessos de dois pontos e 10/29 nos de três, contra 19/35 e 7/19 respectivamente por parte do Bauru), que é uma tendência convergente que se avoluma perigosamente em nossos campeonatos de uma forma geral, provou-se por mais uma vez (quantas mais vezes serão necessárias para convencer os adeptos das bolinhas, quantas?) que o jogo mais próximo das cestas sempre manterá índices de acertos mais confiáveis, pois menores desvios serão cometidos, aumentando em muito a precisão nas finalizações, mas que exigirá uma drástica mudança em conceitos didáticos e pedagógicos necessários em sua implementação efetiva, fatores que muitos técnicos hesitarão em assumir, uns pela exigência modificadora de seus métodos, outros pelo desconhecimento dos mesmos, que cursos de 4 dias da ENTB jamais suprirão…

 

Finalmente, tratando-se de um meio tido como profissional de alto nível, é inconcebível que técnicos sejam afastados por diretores, cedendo seus espaços aos assistentes técnicos, que por definição técnico estrutural tem de estar intrinsecamente alinhados, técnica, tática e administrativamente aos técnicos titulares, pois tal entendimento, aceitação e integração promove o indissociável principio de equipe transmitido aos jogadores, fortalecendo os vínculos voltados ao sucesso da mesma.

 

Então, tais substituições pecam pelo reconhecimento de que tais vínculos associativos inexistiam na pratica diária, revelando serem os mesmos uma fraude consentida, pois em caso contrário, a saída ou substituição do comando deveria incidir na comissão em seu todo, exatamente por não colimarem seus esperados resultados, e não substituírem uns pelos outros, que segundo as diretorias, alcançarão melhores resultados, ficando no ar a seguinte indagação – Por que não foram designados inicialmente?

 

Brinca-se muito de se fazer esporte em nosso país, e no de “alto nível” então, chega a ser espantoso, mas dentro da perspectiva existente e sacramentada desde sempre, o que é lamentável.

 

Tudo isso me faz lembrar a máxima de um técnico famoso que afirmou – “O bom nisso tudo é ser assistente, pois quem quebra a cara sempre é o técnico”- Bom para ele e para os que assim raciocinam, porém péssimo e trágico para o basquete brasileiro, que um dia, tenho a certeza, vencerá essa negra etapa do tapetebol e do Q.I. institucionalizado…

 

Amém.

Fotos – Divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

 

 

 

 

O “COTIDIANO” DO GRANDE JOGO…

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“Ela faz sempre tudo igual/ Me sacode às seis horas da manhã/ Me sorri um sorriso pontual”, é um trecho de Cotidiano, de Chico Buarque, e que bem retrata o NBB6 nessas rodadas iniciais, com sua estratificada mesmice técnico tática, que com certeza se estenderá até o jogo final transmitido gloriosamente pela TV dona do pedaço…

E a tendência é a de continuar como está, afinal de contas, empregos estão garantidos por mais uma temporada, sem invenções táticas e outros penduricalhos técnicos que bons (?) americanos não possam suprir…

Mas o engraçado é ver um quinteto com três gringos sendo instruído e pranchetado em português, e as caras que fazem “entendendo” tudo, são de morrer de rir…

Enfim, vida, não, NBB que segue, impoluto em sua saga de bem servir as “sobras” do irmão do norte, agregando valores de “alto nível” ao nosso basquetebol, e pena que adiando sine die a utilização de nossos jovens, e mesmo de alguns veteranos bem melhores que a maioria deles, mas que não conotam “prestígio” a equipes, seus donos, agentes, empresários e os estrategistas poliglotas (?) sempre de plantão…

Continuaremos na “solene e importante” companhia de chifres de varias matizes e idiomas, polegares, cabeças, hi/lows, picks, camisas, hang looses, e sei lá mais quantas “táticas” vinculadas ao sistema único, cartilha dogmática de um basquete enclausurado em sua própria armadilha, permissiva e de comum acordo nas fragilíssimas defesas, como num modelo corporativo voltado à mesmice endêmica garantidora do que aí está, e se manterá por um longo tempo…

Por conta dessa realidade, e por ser um profissional que em hipótese alguma comungo com tal absurdo travestido de “novo”, é que me dou o direito de daqui para diante selecionar mais ainda, e num grau bem mais elevado, o que comentar, filtrando situações que realmente agreguem progresso técnico e tático ao nosso combalido basquetebol, e não ficar me reportando monocordicamente às tantas e repetitivas exibições de mediocridade explícita e implícita no âmbito do que deveria ser o grande jogo, e não o que aí está escancarado a todos, infelizmente…

Desculpem os poucos leitores desse humilde blog, mas não disponho de mais tempo, precioso desde sempre, para perder com brincalhões e arrivistas, e sim destiná-lo àqueles que realmente amam, prestigiam e buscam aprender sobre o grande jogo. E assim será. Amém.

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Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

 

E DEU JOGO…

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E não é que deu jogo…

Bastou contestar com alguma competência todas as tentativas de três no perímetro externo, encostar e dobrar no interno, contra atacar quando possível, e obter, frente a uma defesa encolhida, todos os espaços possíveis e necessários às famigeradas bolinhas, para vencer um jogo onde o adversário optou pela ação contrária, apostando no erro da artilharia candanga, onde até o pivozão americano, meio órfão de ser lançado estando sempre bem colocado “lá dentro”, veio “pra fora” e detonou uma série de petardos que praticamente definiram a partida, sem maiores contratempos

 

O inusitado, porém, foi o já tradicional “banho de prancheta” proporcionado pelo técnico oriental, superando tudo o que fazemos de correlato por aqui, não só pelo “detalhamento”, como, e principalmente, pelo conteúdo feérico do “absolutamente nada”…apesar do seu obstinado “tá claro?”

 

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Enfim, pelo sim ou pelo não, a equipe do CEUB Brasília venceu com justiça o campeonato, utilizando o bom senso de defender seu perímetro, apesar de ainda continuar subestimando seu jogo interior, que por sorte dos deuses, dotou-a de

um pivô atrevido e corajoso o suficiente para contestar para si uma participação ofensiva exterior, já que negada a interior, para a qual foi contratado. Coisas do grande jogo.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

“TIRO AOS POMBOS”…

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Daqui a pouco Brasília CEUB e Aguada decidirão a Liga Sul Americana em Montevidéu, e vai ser um deleite assistir duas equipes que avançaram à grande final perpetrando números de assustadoras convergências em seus arremessos (Brasília vencendo o Boca Juniors com 18/33 de dois pontos e 13/34 de três, e o Aguadas despachando o Bauru com 14/29 de dois e 13/35 de três), numa orgia desenfreada de bolinhas permitidas por defesas acéfalas e vergonhosamente passivas, numa clara demonstração de que sistemas de jogo que denotam grande esforço em sua aprendizagem e treinamento, cedem cada vez mais espaço aos “especialistas de três”, e o mais instigante, vencem…

            Fico ansioso, não de assistir a um jogo de qualidade (impossível nessas circunstâncias até certo ponto trágicas…), mas sim de testemunhar ao vivo e a cores o espetáculo feérico que se anuncia nas mãos de “atiradeiras profissionais”, livres e soltas para sua faina de “tiro aos pombos”…

            Mas, vamos que um dos contendores resolva defender seu perímetro externo com  um mínimo de eficiência, e provavelmente teremos um vencedor, mas, se ambos fizerem o mesmo, talvez, tenhamos um jogo…

            Esperemos para ver…

            Amém.

A VITÓRIA DA CONVERGÊNCIA (OU A DERROCADA DEFENSIVA)…

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Assisti aos dois jogos, fiz muitas reproduções fotográficas da TV, mas somente me deu vontade de veicular quatro imagens, que não mostram jogadas dentro ou fora dos perímetros, que não mostram a derrocada defensiva de equipes consideradas (?) de elite, dirigidas por técnicos de mais alto nível ainda, segundo os analistas e comentaristas, nem tampouco as enterradas magistrais e os tocos, que segundo eles mesmos definem a essência do grande jogo…

Mas, nenhum deles, durante as transmissões, e certamente nos comentários de logo mais, dirão algo que possa explicar os dados que constam na frieza estatística que estampo nesse artigo, onde as duas equipes vencedoras convergiram acintosamente perante pastiches defensivos, vergonhosos, comprometedores, na permissividade de seus técnicos ante tanta mediocridade,. sem falar na fraqueza de seus comandos ante jogadores que simplesmente os ignoravam solenemente, fosse qual fosse o idioma que falassem, sem que se comunicassem, ajustassem ou mesmo aceitassem um mínimo de coerência coletiva, de comprometimento técnico, e acima de tudo, tático.

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Então, para que tantas gargalhadas jubilosas por uma vitória que em tudo e por tudo negava sua propalada virtude de estrategista do jogo pensado, calculista, metódico e cirúrgico que o envolve numa aura de intocabilidade, agora despida pelo fato de, assim como seu conterrâneo na seleção nacional, aceitar o nosso vício fundamentado na inestancável hemorragia de três, superando as conclusões de dois, rendendo-se a uma realidade que mais adiante, frente a equipes decididas a contestá-la, cobrarão com juros tanta incoerência?

No segundo jogo então, com o vencedor também convergindo frente a uma equipe que numa dianteira de vinte e dois pontos, conseguidos em sua maior parte no jogo interno, se deixa violar seguidamente lá de fora, sem contestá-los e abdicando de sua maior arma, o jogo coletivo interior, para ao final tentar penetrar uma equipe renascida, perdendo bolas infantis e arremessos longos, frutos do abandono coletivista que a manteve na dianteira por tantos pontos, como ser possível?

Quando em duas semifinais decisivas de um campeonato dessa envergadura, os dois classificados à final o conseguem convergindo em seus números de arremessos, algo transcende à realidade dos mesmos, o fato inconteste de que numa modalidade de defesa e ataque constantes e permanentes como nessa, um dos fatores mencionados inexiste, ou é abandonado, numa resolução dentro da quadra, de fora, ou de ambos os segmentos que compõe uma equipe, inclusa a ação defensiva exterior, que com sua ausência deflagra o flagelo maior, o reinado das bolinhas, que é a solução mais fácil, já que descompromissada com complexas movimentações  de técnica individual.

Logo, risos de um lado, raiva do outro, vibração de um e decepção estampada, são produtos de jogos de basquetebol bem jogados, mas que não foi o que vimos e testemunhamos nessa noite de quarta feira…de cinzas.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

 

 

 

CHAME QUALQUER UMA , POR..!

 

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Sempre defendi, treinei e utilizei a dupla armação e os homens altos enfiados e transitando dentro do perímetro em todas as equipes que dirigi, da base a elite, e por um único motivo, dinamizar ao máximo o jogo interior, mais seguro e eficiente do que o exterior, ainda mais com o advento dos três pontos, que instalou em nosso país uma forma de agir e jogar o grande jogo, responsável por uma distorção que nos tem prejudicado de forma contundente nas duas últimas décadas, mas que, felizmente, parece encontrar em alguns técnicos a resposta que já se fazia tardia, um comportamento voltado ao jogo mais seguro e coerente com a maior das finalidades do mesmo, a diminuição dos erros ofensivos, que é um fator determinante para os bons resultados, se conjugado com um ainda mais consistente sistema defensivo, garantidor dos mesmos.

Para que conseguíssemos atingir tais propósitos treinávamos muito, dos fundamentos aos sistemas, cuidando prioritariamente das leituras de jogo, no intuito de evitarmos, ao máximo, improvisações táticas naqueles momentos em que, somente as de cunho individual poderiam definir o destino de um duro jogo.

Tal comportamento evitava as cobranças despropositadas, quase sempre em momentos de intensa pressão, onde a calma e o bom senso devem imperar absolutos, onde pedidos e exigências cedem espaço a coerência de uma boa preparação.

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Por tudo isso, não posso compreender o que leva um técnico a exigir aos gritos que um seu jogador cometa falta proposital ao constatar a falência de seu sistema defensivo, ou que chame uma jogada de ataque, qualquer uma que seja, frente à dura realidade de que nenhuma delas era obedecida pelos americanos peladeiros de sua equipe, apesar dos esforços de seu razoável armador, vitima da insânia dos mesmos e de sua bronca em particular…

Outro exemplo que já vem se tornando corriqueiro é o do “assistente auto participativo”, aquele que se intromete na fala do técnico, sempre empunhando a famigerada prancheta, desenhando soluções não mencionadas pelo titular, e que fatalmente não funcionarão, pois a finalidade ali não é que dê certo, e sim que se façam presentes, afinal se trata de uma equipe, ou não? Nunca o tapetebol foi tão presente como agora…

Quanto aos jogos da semana, nada de diferente do usual, com a costumeira e já estabelecida enxurrada dos arremessos de três, a constante monocórdia do sistema único, mas com algo diferente, a generalização da dupla armação, e uma ainda tênue tentativa de jogo interior, fator que se implantado para valer, desenvolveria em muito nossos homens altos, colocando-os ao nível dos estrangeiros, aumentando, em muito, nossas chances no cenário internacional, sem dúvida alguma.

Mas para tanto, técnicos teriam de ensinar, instruir e trabalhar minuciosamente seus jogadores nos treinamentos, para durante os jogos os orientarem à luz da tranqüilidade e honesta cumplicidade, muito aquém da agressividade e coerção, e destinando a seus assistentes o papel que lhes cabem, o de simplesmente assessorar e não ditar regras e comportamentos…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e legendadas. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O CANTO DAS PRANCHETAS…

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De inicio as criticas eram meio veladas, sutis, mas eram feitas com muita educação e gentileza. Agora são mais incisivas, até certo ponto irônicas, postulando uma inegável verdade, a de não darem certo, ou mesmo, serem descartadas no levantar dos bancos. Menciono as instruções via pranchetas, vicio alastrado e efetivado na maioria esmagadora dos técnicos desse enorme país, da base à elite, e que aos poucos encontram avaliações e criticas na mídia televisiva, como as do inicio desse artigo, de nunca darem certo, principalmente nos momentos decisivos de uma partida nervosa e tensa, onde o foco deveria ser reforçado no ajuste de pequenas falhas e decisões, jamais em estratégias e táticas de última hora, como as exibidas por câmeras ávidas em algo que absolutamente inexiste para todos aqueles que realmente conhecem o grande jogo, a jogada mágica e vencedora…

De uns tempos para cá, já vemos e ouvimos opiniões mais próximas da verdade, como – “Eu que joguei por muitos anos em alto nível não entendi nada do que foi mostrado, imagine os jogadores cansados e nervosos… você vai ver que não farão nada daquilo que foi exposto e pedido…”

Viu? Olha lá, o americano recebeu e queimou dali mesmo, e o pior…errou!

Exemplos como esse fazem o lugar comum da “era pranchetária”, onde litros e litros de tinta são gastos para não representarem nada menos do que “demonstração de conhecimento tático e prova de sabedoria”, pois estratégias e táticas são preparadas, discutidas, analisadas nos treinos, quando toda uma equipe se volta para o entendimento coletivista, treinando os fundamentos individuais e coletivos, e detalhando os sistemas como exercício básico para uma consciente e efetiva leitura de jogo, destinando os pedidos de tempo aos fatores comportamentais, técnicos e psicológicos emanados de um oponente no calor da disputa, quando importantes detalhes podem e devem ser corrigidos, e até alterados na busca do equilíbrio tático e de produção individual.

Mas não, como se desfazer de uma presença maciça de microfones e câmeras enfocando um estrategista empunhando uma prancheta e rabiscando os caminhos da vitória? Abrir mão de um tempo de TV desse nível, e em primeiro plano, jamais, pois o marketing é fundamental…

Então, é o que vemos em todos os jogos, aquele biombo estendido entre os técnicos e seus jogadores, evitando ao máximo a proximidade do olhar solidário e companheiro entre comando e jogadores, exercendo um linguagem unilateral e dogmática, quebrada algumas vezes através jogadores mais ousados e dispostos a não engolirem passivamente o que é imposto, mas reagindo em grupo ao não propugnarem nada do que viram e ouviram, dando razão integral ao comentarista velho de guerra de outros e memoráveis tempos.

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Nesse jogo, na hora mais decisiva dois tempos foram pedidos, um pela equipe de Bauru, que não precisava de prancheta para orientar os jogadores às penetrações e insistência no jogo interior, aproveitando a lerdeza do Paulão e a inexperiência do Lucas, e outro pela equipe de Franca, que a cinco pontos de diferença, com trinta e poucos segundos a jogar, deveria seguir na busca dos pontos seguros, pedidos pelo técnico, porém via prancheta, vendo o americano de sua equipe receber o lateral e dali mesmo tentar os três pontos. Poderia ser dito que o referido jogador, por não entender bem o português, e muito menos o que estava grafado na prancheta, queimou como veio, errando e anulando as possibilidades ainda existentes de buscar a partida, assim como poderia ser dito que àquela altura do jogo, uma conversa mais direta e incisiva (em inglês?) atenderia melhor as necessidades do momento…

Enfim, aproxima-se o momento em que tal discussão terá de apresentar um desfecho, quando técnico e jogadores passassem a se entender pela palavra bem colocada, pelo olhar compreensivo e confortador, pela troca de experiências práticas complementando os mundos interiores e exteriores de uma quadra de jogo, onde as verdades são mais sentidas do que movidas por grafismos midiáticos.

Mas algo de muito positivo deve ser anotado, a cada vez mais freqüente busca pelo jogo interior, que em conjunto da hoje quase unanimemente aceita dupla armação, nos aproxima de um jogo mais solidário e democrático, oportunizando a todos os jogadores, independendo de estatura e posições, exercerem seu potencial e talento, fatores esses que devemos festejar e parabenizar.

Poucos anos atrás demonstrei tudo isso no NBB2, junto ao atual técnico do Uberlândia, e agora pelo do São José, todos septuagenários, mas sabedores do que fazem, e principalmente do que dizem, e não do que rabiscam. Desconfio seriamente de que precisaríamos de mais alguns, a fim de reencontrarmos o caminho pelo soerguimento do grande jogo…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

 

 

 

 

 

 

 

O ANTIGO E O NOVO…

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No último pedido de tempo de seu adversário, o setentão técnico do São José empunha a prancheta, pela primeira vez naquela partida, mas nada P1030828anota na mesma, e com um impulso para trás, levanta-se de sua cadeira e demonstra ali mesmo como um defensor deve se comportar frente a um adversário pronto para um arremesso de três, certamente uma tentativa a ser feita pela equipe do Paulistano naquela apagar de luzes de uma partida que, frente a tantas ausências por contusões e penalização, tinha tudo para se situar em inferioridade ante o classificado às finais do Paulista, completo e embalado.

 

Não precisou rabiscar nada, simplesmente demonstrar como agir ante um longo arremessador, ainda mais quando pertencente a uma equipe que, na semi final acima mencionada, convergiu com 13/28 arremessos de dois, e 13/30 de três, frente a um Pinheiros não muito longe disso, com 14/30 e 10/25 respectivamente, numa orgia de bolinhas que vai se tornando lugar comum para ambas as equipes, e a maioria das demais naquele campeonato mencionado como o melhor e mais técnico do país.

 

Venceu o jogo privilegiando o jogo interno um pouco mais do que seu oponente, pois também arremessou algumas bolas longas intempestivas e fora de um contexto baseado em menos erros de fundamentos e maior ritmo e controle de jogo, principalmente por ter de lançar jogadores muito jovens contra um finalista da terra, e o mais emblemático foi a armação do seu jogo ficar nas mãos de jogadores rotulados de 3 para cima, pois o Alex e o Gustavo a realizaram com bastante competência, ajudando em muito o Laws, que viu um pouco facilitado seu trabalho com aquelas inesperadas funções, ainda mais por não terem encontrado, em nenhum momento, uma anteposição mais enérgica e coletiva por parte dos armadores do Paulistano.

 

Mas, a grande lição que ficou desse jogo, foi a postura técnica, onde, de um lado um técnico de 73 anos demonstrava, mesmo sem o conhecimento tático completo de uma equipe assumida dias antes (pediu a todos que fizessem o que estavam acostumados, para não gerarem confusão…), que o poder do conhecimento dos atalhos e dos fundamentos do jogo, em tudo e por tudo auxilia e socorre de verdade jogadores no árduo campo da luta, com detalhes e minúcias que definem e decidem ações individuais, complementando as coletivas, face a situações onde o profundo conhecimento do jogo realmente influi em seu resultado, ao contrário de um prospecto de técnico, que aos 33 anos não possui a vivência teórico prática que o separa em 40 anos de seu oponente, quando o controle emanado de esquemas táticos grafados nervosamente em uma prancheta, jamais substituirá o relacionamento olho no olho emitido por alguém profundo conhecedor de seu mister, desencadeando firmeza e confiança em jogadores ávidos por incentivos a sua criatividade e livre, pensado e responsável comportamento nos momentos de uma decisão, fatores que, em hipótese alguma podem ser produto de rabiscos em uma midiática prancheta.

 

Espero que o experiente e competente técnico Edvar Simões venha suprir com sua enorme experiência no comando de equipes de elite, um vácuo existente pela premência imatura de uma mídia e realidade nacional, que força e promove falsas e inconsistentes renovações numa atividade onde o estudo, pesquisa, vivência e aprimoramento somente se solidificam através o longo caminhar de uma existência, onde os privilégios do QI político e corporativista  não encontram condições de prosperar ante o mérito.

 

Com ele e mais o Helio Rubens, quem sabe com mais alguns, saiamos dessa mesmice endêmica e doentia em que estão transformando o grande jogo no país, cada vez mais formatado e padronizado de 1 a 5…

 

Amém.

 

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NOS FALTA VERGONHA NA CARA (ATÉ QUANDO?)…

 

(…) “Os objetivos são os mesmos: crescer e fortalecer o basquete no Brasil. Para isso precisamos de uma liga forte. A liga brasileira tem feito um trabalho muito bom, e o NBB está crescendo. A gente precisa ter times fortes e ídolos locais, além de duelos interessantes como o próprio Brasília x Flamengo. Crianças e adolescentes vão se interessar pelo esporte e depois procurar o melhor basquete do mundo que é a NBA. Então a gente só tem a tirar proveito de uma liga forte no Brasil – disse o diretor geral da NBA no Brasil, Arnon de Mello.(…)

                      ( Trecho da reportagem do jornalista Marcos Paulo Rebelo no Globoesporte.com de 11/11/13)

 

É isso mesmo que está ai em cima, com todas as letras, ou seja, dar algum apoio a nossa caloura liga, para encaminhar os novos adeptos da modalidade tupiniquim de encontro à liga hegemônica, a que dá as cartas, técnica, tática, cultural e globalizadamente. Não à toa essa turma da NBA encontra fortíssima oposição e rejeição na Europa, e por isso indo de encontro aos mercados emergentes do oriente e aqui no que consideram o quintal deles, e começaram nomeando como seu representante o cara que destilou a entrevista acima…

Mas o que impressiona é o apoio que determinada mídia que se considera a arauto do grande jogo no país, atrelando-se a reboque da turma lá de cima do hemisfério, que na maior franqueza expõe seu objetivo maior – Crianças e adolescentes vão se interessar pelo esporte e depois procurar o melhor basquete do mundo que é a NBA. – e assinam embaixo, na maior…

E não advogo patriotismo e civilismos, e sim vergonha na cara, somente isso, vergonha na cara…

Vergonha na cara de um governo abjeto que nomeia ministérios, comitês disso e daquilo, conselhos e autoridades olímpicas para repassarem bilhões da sacrificada economia popular para empreiteiras, marqueteiros, publicistas, hoteleiros, e não sei mais quantos apaniguados, colocando de lado o verdadeiro e único motivo de uma competição olímpica, a demonstração da pujança educacional e atlética da juventude de uma nação, reserva intelectual e econômica da mesma, representando-a no que tem de real e positivo, minimizando e coisificando sua importância e existência, relegando-a a posição de recepcionista de nações que aqui vem tomar conta da festa, a começar pela proprietária da liga que agora nos impõem comportamentos e submissão…

Vergonha na cara daqueles que jamais a tiveram, já que frutos do oportunismo, arrivistas e aventureiros que são ao comandarem federações e confederações como propriedades privadas, capitanias hereditárias hediondas e pusilânimes…

Vergonha na cara de uma sociedade que permite a humilhante posição destinada aos professores, marginais de uma situação absurda e suicida para a nação, e não o alicerce estrutural da mesma…

Vergonha na cara de todos aqueles que se beneficiaram positivamente da atividade desportiva em sua formação cidadã, e que se omitem em ajudá-la estrategicamente, mas que “colaboram” encobertos pelo anonimato nas mídias da grande rede, covardes, ingratos e omissos que são…

Vergonha na cara de uma política, ou ausência dela, que alija da escola a educação física, os desportos, beneficiando as grandes holdings do culto ao corpo, que tudo fazem e farão para não perder essa monumental clientela que lhe é colocada no colo por maus brasileiros, criminosos que são…

Vergonha na cara, de falsos desportistas que planejam e instalam projetos subvencionados pelo dinheiro público, onde “orientam e educam” jovens pelos caminhos da porrada, da submissão traumaticamente imposta, e mais ainda, pelos que financiam e liberam verbas para tais projetos, deixando no ar quais os objetivos pretendidos…

Vergonha na cara, somente isso, uma simplória e indignada vergonha na cara…

Amém.

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Em tempo – Vejam o que se publica na matriz do norte sobre educar pela pancada (aqui)…

Fotos – Reproduções da TV, O Globo, Bala na Cesta. Clique nas mesmas para ampliá-las.