A RESENHA…

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Semaninha difícil essa, com obras inadiáveis na casa, faxina generalizada nas toneladas de papéis e documentos antigos, escaneando alguns por sua importância em futuros artigos, mil peças de computadores ultrapassados dos filhos e meus, projetos para o seguimento do blog e ações no grande jogo, e nos intervalos tentar ficar atualizado no basquete nacional, tirando uma casquinha de raspão no internacional, mais por hábito do que precisão, mesmo.

E o que vimos foi decepcionante, não, mais do que isso, corriqueiro, insípido, mesmo do mesmo, que entra ano, sai ano e não muda, inclusive por conta dos novíssimos “nível III” formados, formatados, padronizados e devidamente provisionados pela empresa ENTB/CBB/Confef/Cref, auto elegida responsável pelo soerguimento do basquete nacional, o que duvido consiga fazê-lo da forma que optou, engessando mentes e atitudes, solidificando o que aí está esparramado para quem quiser testemunhar  o desastre perpetrado e perpetuado.

Exemplos abundam no enriquecimento técnico tático dos atuais e futuros prospectos de técnicos, principalmente no quesito de transferência de informações, onde pranchetas e palavrões se unem num pás de deux  de dar inveja aos mais renomados bailarinos, pois cada vez mais se fundem nos tempos técnicos, onde “p.q.p’s, caral…, porr..” se tornam vocabulário corriqueiro (ué, por onde anda a empresa?), justificado por comentaristas que o definem como “maneira enérgica e correta para chamar jogadores à razão”, empurrando goela abaixo dos mesmos rabiscos com jogadas “exaustivamente” ensaiadas nos treinos (duvido…) em suas pranchetas em closes televisivos (afinal são as estrelas do espetáculo…), e agora cercadas de microfones, afirmando sua condição de… de que mesmo? Ah, e agora jogadores são chamados de burros, ao vivo e a cores…

Busco no site da LNB as resenhas e números da LDB, por teimosia, pois a enxurrada dos arremessos de três e o elevadíssimo número de erros de fundamentos continuam sua escalada em ginásios desertos de torcedores e de jogo coletivo, mas “revelando” os futuros talentos que alimentarão a liga maior, com o individualismo exacerbado, porém cultuado pelos estrategistas de plantão. Já, já, o conceito “jogou bem, mas o time perdeu”, em voga pelos admiradores dos jogadores brasileiros no exterior, aportará por aqui, na vã, porém lucrativa ação empresarial de agentes em busca de altos ganhos e notoriedade…

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Mais adiante, a celeuma sobre o convite da FIBA para o mundial do ano que vem, com os altamente especializados dirigentes da CBB enumerando argumentos para que tal convite se materialize, nenhum dos quais se refere ao fator técnico, aquele que conquista vagas dentro da quadra, do campo de luta, local dos verdadeiros desportistas, vencedores pelo mérito, argumento negado pela política rasteira e pusilânime de quem se utiliza do desporto como degrau às suas conquistas sócio econômicas, campo fértil daqueles que odeiam o grande jogo, e que jamais permitiriam que o mesmo se soerguesse da vala em que se encontra, pois se o fizesse correriam o perigo de vê-lo reocupar o lugar de onde nunca deveria ter sido afastado, e que hiberna no consciente coletivo de todo brasileiro que ama o desporto de verdade.

Comprar e suplicar por um convite imerecido beira às raias do inconcebível, da vergonha, da covardia em tentar o espinhoso caminho dos campeões, o sagrado campo onde as verdades se glorificam e consagram, o da competição, simples e justa.

Amém

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242 PADRONIZADOS E FORMATADOS…

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(…)“A ENTB tem atingido seus objetivos em capacitar os profissionais dentro de uma padronização nacional de trabalho com conhecimentos científicos e quantificáveis da modalidade. Queria agradecer aos técnicos que contribuem para o crescimento do basquete brasileiro e que estão envolvidos diretos ou indiretamente na formatação da ENTB”, disse Vanderlei Mazzuchini, Diretor Técnico da CBB. (…)

( Databasket de 22/10/2013).

 

Estão lá, com todas as letras os dois termos que fazem da ENTB/CBB a meca da mesmice técnico tática que se instalou rigidamente no país, padronização e formatação, confirmando com folgas o que venho comentando e confrontando desde sempre sobre esse estratégico assunto.

Fico pasmo com a afirmação – “padronização nacional de trabalho com conhecimentos científicos e quantificáveis da modalidade”- quando o termo, cientÍfico, é prostituído da forma mais primária possível, e o pior, comunicado em palestras de arquibancada em quatro dias, nos quais ciência e quantificações sequer podem ser aferidas e conferidas pela exiguidade de tempo, de leitura, de estudo e pelo conhecimento em si do que elas representam e definem.

Claro que absolutamente não, um sonoro e indignado não, pois com ciência, a de verdade, não se brinca de mercadologia e política supérflua destituída de conteúdos (mensuráveis?), mas repleta de princípios marqueteiros, comerciais e políticos.

Mas deixa estar, pois pouco a pouco uma nova realidade se fará impor, exatamente aquela que se anteporá ao nivelamento formatado e padronizado que insistem em estabelecer, acima da liberdade de pensar e agir, ensinar e divulgar maciçamente o grande jogo, como deve ser exercido e pensado, e não algemado à mesmice endêmica que nos fez regredir décadas no ensino e aprendizagem do mesmo, apequenado que se encontra por todos aqueles que se apegam às formulações (padronizadas e formatadas) facilitadoras de seus empregos e posições de mando e comando, agora avalizados em três níveis e apadrinhados por conselhos destituídos dos conhecimentos mais básicos da modalidade, mas pródigos em amealharem contribuições, e que nos tem levado ladeira abaixo, inclusive, no contexto sul americano, e uma verdadeira escola não pode e nem deve trilhar tais caminhos, sob a pena irrecorrível de não justificar a que veio, como tem feito.

Quem sabe uma das 27 federações se insurja contra essa hecatombe, e inspire por força de sua coragem em mudar e ousar algo de realmente novo, nos campos administrativos e técnicos, fazendo com que outras congêneres a sigam por novos caminhos e conquistas, o suficiente para quando atingirem as 14 unidades necessárias para assumirem a CBB, o façam com determinação e amor ao grande jogo, que merece outra chance, apesar das políticas que teimam em retardar sua verdadeira vocação de segundo esporte no gosto e no coração do povo brasileiro, por merecimento, e acima de tudo pelo mérito, o que se atinge e conquista através uma verdadeira escola.

Amém.

 

Fotos- Fotos legendadas reproduzidas da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

PS – As fotos aqui veiculadas advêm de um estudo técnico baseado em pesquisa para a formulação de tese de doutoramento, conforme a matéria aqui publicada, e que sequer é mencionada nos encontros da ENTB/CBB, pois afinal de contas é assunto a ser ensinado em uma escola de treinadores, ou não?

BLACK BLOC, EU?…

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(SF) BasqueteBrasil: o blogueiro Black Bloc do basquete brasileiro analisa o impacto da NBA no Brasil.

 

Está ai na página do blog Homens Brancos Não Sabem Blogar, me colocando ao lado da turma mascarada que atanaza a policia se infiltrando nas pacíficas passeatas reinvidicatórias por todo o território nacional, depredando o patrimônio público e aterrorizando a população com sua violência e virulência.

Bem, mascarado nunca me apresentei, violento tampouco, virulento, creio que alguns me consideram dessa forma, mas quem?

Quem sabe aqueles que se apresentam como basqueteiros de primeira linha, mas que no fundo, bem lá no fundo odeiam o grande jogo por não compreenderem toda a sua dimensão de arte maior, de poderoso instrumento de educação, de cultura, de princípios de vida, de ética, de amor. Para estes sou virulento, mas não o suficiente para mantê-los afastados o suficiente para não magoar e ferir de morte o grande jogo, como têm tentado desde sempre, comprovando de forma clara e objetiva ser eles os virulentos, não eu, que somente abraço forte e indissoluvelmente o direito da indignação, o sagrado direito de me indignar.

Amém.

Foto – Reprodução de página de blog. Clique na mesma para ampliá-la

QUEM SEMEIA (E BEM)…

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“A NBA vai investir bastante aqui, e precisamos aproveitar isso…”(Jornalista Fabio Sormani durante a transmissão da Rede TV do jogo exibição da NBA).

 

(…) “O Brasil é um mercado muito importante para a NBA, por ser líder na América do Sul e pelo potencial de sua economia, ao redor do mundo. No futuro, vejo a possibilidade de um jogo de temporada aqui.”(…) (Adam Silver, futuro presidente da NBA, na matéria A História em Quadra, do jornalista Claudio Nogueira, no O Globo de 12/10/2013).

 

Muitas outras matérias foram publicadas na mídia impressa, e fartamente divulgadas pela mídia televisiva, numa verdadeira romaria rumo ao templo sagrado (para a maioria delas) do basquete internacional, a onipresente NBA, mas que por motivos não esclarecidos, como deveriam ser, deixaram de lembrar que o jogo praticado por aquele potentado financeiro, pouco tem a ver com o praticado pelo restante dos países, sob a égide da FIBA, a começar pelos fatores econômico, social e político do mesmo, que o torna um modelo restrito à grande potência do norte, praticamente impossível de ser implementado fora de suas fronteiras, a não ser como consumidores de uma realidade como a de exibições comerciais como a que tivemos na Arena HSBC (que originariamente deveria ter sido batizada de Togo Renan Soares…).

Nesse quadro de altos interesses comerciais e financeiros futuros, toda uma logística vem sendo implementada pacientemente, desde os escritórios da grande Liga no país, a uma aparentemente modesta investida em clínicas e workshops técnicos, assim como surfando na crescente onda de blogs voltados às suas franquias, e mais recentemente com um site comercial de produtos das mesmas, culminando com a gigantesca promoção desse amistoso, quando deslocaram para cá um batalhão de profissionais – (…) “Nós não teríamos trazido tanta gente (cerca de 400 pessoas) e toda essa infraestrutura se não tivéssemos uma expectativa em relação ao mercado (…)” (da mesma matéria assinalada acima), e que agora menciona o fator massificação da modalidade como sua próxima tarefa (?), o que aliás sempre pensei ser da conta da CBB…

Por todos esses fatores, a figura de proa, emblemática até, para capitanear tão ambicioso projeto, teria de passar pelo Delfin, com sua influência junto aos jovens, como exemplo a ser seguido de jogador, cidadão e profissional dedicado, não fosse por um pormenor (?), o fator Oscar…

Que de tão poderoso junto à volúvel mídia, e mesmo sendo convidado pela Liga a ser homenageado por sua carreira e conquistas (mais recentemente sendo entronizado no Hall of Fame deles), não poupou os nebebianos pela negativa de servirem à seleção nacional, sentando a clava nos mesmos e tachando-os de “caloteiros”, numa explosão em hora das mais inadequadas para o projeto NBA, que de tal forma sentiu a pancada que o técnico do Wizards, Randy Wittman veio em socorro – Se as pessoas ficaram chateadas por causa da seleção nacional, eles deveriam me culpar. Isso (dispensa da seleção) era o que eu queria que ele fizesse. Então, se o Brasil tem que atribuir a culpa a alguém, não culpe o Nenê, mas me culpe – declarou o comandante em entrevista coletiva.(do blog Basketeria).

Sem dúvida alguma, um projeto de tal dimensão necessita ser lastreado por ícones da modalidade, principalmente os naturais do país visado, não sendo surpresa alguma que no próximo evento venham treinar, digo, jogar os Spurs e os Cavaliers, por motivos óbvios…

Mais ainda, preparemo-nos para uma avalanche de reportagens, tópicos, entrevistas, ensaios, sobre o segundo a segundo (minutos, horas, dias, semanas serão insuficientes) na vida dos gênios (que de vez em quando por aqui passam para “relaxar”), da grandeza das arenas, do conforto dos ambientes, e da qualidade, nem sempre presente, dos jogos, das equipes da icônica liga, em detrimento cada vez mais crescente da nossa, do nosso basquete, dos nossos jovens, cada vez mais distantes de uma boa e eficiente participação em 2016, que está logo ali na curva da próxima esquina de uma história dolorosa de ser contada…

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Finalmente, o jogo, mais do que amistoso, comercial até em seu desfecho cinematográfico numa bola perdida…de três!! Irônico, vamos concordar…e que nada apresentou do que o sistema único (vejam as fotos, ou o vídeo se gravaram), na formação e até nos “punhos” que tão bem e colonizadamente  adotamos…ah, e uma aplicação das regras onde conduções foram bem marcadas, mas as andadas colossais, nem pensar.

Termino apontando uma possibilidade nada desprezível, numa semana em que se noticia que todos os jogos da liga italiana serão transmitidos em rede aberta, cuja possibilidade, não de algo parecido, mas razoável, pudesse ser feito em nosso injusto país, como bem demonstrou a Rede TV, que se numa ação de mestre se aliasse à ESPN na transmissão aberta do esporte brasileiro, do basquete brasileiro, a quantas levaria o grande jogo e demais modalidades para junto dos jovens, e que lição que se faz já tardia, seria dada na potencia global que os esnoba e diminui desde sempre, em favor de MMA e automobilismo…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

A CONQUISTA…

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Enfim, o santo ficou definitivamente nú.

Tudo aquilo que predisse de longa data daqui desse humilde blog está acontecendo, num caminho possivelmente sem volta.

Reconquistar a identidade perdida ao longo das últimas duas décadas, de um profundo mergulho ao encontro dos estreitos e sufocantes amplexos de uma cultura oposta em quase tudo à nossa, acredito se tornar impraticável daqui para diante.

No próximo sábado, para o orgasmo coletivo de uma elite (?) endinheirada, mas que no fundo despreza (e que sequer talvez não conheça) o grande jogo, a não ser para se postar nos 300 lugares ao lado da quadra sob a luz dos holofotes e câmeras internacionais, na companhia de stars e globais convidados (duvido que dispensem um único cent que seja para ali gloriosamente estarem…) para engrandecer a grande noite, tendo como companhia os otários que deverão abrir seus fartos bolsos em troca da passageira notoriedade de uma midiática “noite histórica”…

No entorno, alguns milhares de fãs pagando ingressos a preços padrão NBA, para assistirem a avánt première do basquete a ser consumido em larga escala pela patuléia daqui para diante, e não aquele que tenta imitar a matriz sem um mínimo admissível dos padrões técnicos e econômicos da mesma, que são os fatores que mantêm a realidade tática, hoje globalizada da grande liga, solidamente implantada.

Mas, eis que surge no estreito horizonte do nosso anseio de grandeza, uma tênue nesga de esperança num breve futuro, o agora explicito e escancarado vínculo NBA/ENTB, para padronizar e formatar definitivamente nosso amanhã técnico tático, nos moldes da liga de um país que necessita conquistar novos mercados, muito mais agora que estão à beira de uma moratória econômica que influenciará em muito a economia mundial, e que se materializará numa clinica com três dos mais graduados técnicos das duas franquias aqui presentes, com a duração, pasmem, de 60 minutos (18:30 às 19:30hs no ginásio do Flamengo), num feito que em muito ultrapassa os 4 dias que duram os cursos de habilitação da ENTB. Trata-se de algo único, uma clinica com três renomados técnicos com 60 min de duração, fantástico…

Mais do que nunca se solidificam e estreitam os laços que pretendem implantar definitivamente a cultura basquetebolistica da turma lá de cima aqui em baixo, mesmo após um Eurobasket que em muitos aspectos diferem da mesma, mas que também vão sendo sufocados pela força midiática de uma modalidade alvo para os grandes talentos mundiais, sequiosos em abiscoitar um naquinho que seja da cornucópia financeira de um outro jogo, que certamente não é o que foi idealizado pelo  James Naismith, vide o testemunho do técnico do Chicago, Tom Thibodeau ao adentrar no ginásio rubro negro: (…)“que o ginásio do Flamengo lembrava os mais antigos dos Estados Unidos, onde ainda se faz basquete na essência, com paixão” (…)– (trecho da matéria publicada no Bala da Cesta de hoje).

No entanto, o que mais cala fundo aqui para esse velho professor e técnico, é constatar a grande quantidade de patrocinadores dispostos a bancar essa escalada puramente comercial, e suas extensões para um futuro imediato, e bem às vésperas de uma competição olímpica em nossas fronteiras, numa clara demonstração de que LNB, NBB e que tais nada representam de importante para eles, que poderiam até mencionar o baixo nível técnico apresentado em nossas competições internas, com evidentes reflexos internacionais para não os apoiarem, mas nada que justifique a babação incontida, caipira e colonizada a um produto que em nada e por nada representa nossa identidade, mas que tudo fará para minimizá-la ao máximo, pois afinal de contas, mercado é para ser conquistado e mantido, custe o que custar.

E nesse louco carrossel de interesses, ficamos nós à mercê de uma realidade exógena, acolhida por nossa elite de técnicos, satisfeita com os padrões emanados da matriz (e agora repassados com sofreguidão pela ENTB), contritos em suas limitações e pouca ou nenhuma vontade, ou mesmo coragem em subverter tal panorama, acomodados e solícitos que estão com as migalhas que lhe são oferecidas, aceitando-as caninamente, quando poderiam, pelo menos ousar, estudar, pesquisar, inovar, tentando se libertar de grilhões (quem sabe até abrindo caminho para bons patrocínios), que não nos tem levado a lugar nenhum, a não ser à Arena no sábado, pagando uma baba de ingresso, talvez empunhando um daqueles ridículos cilindros de plástico para aplaudir, e lá do alto da torrinha gritar a plenos pulmões, e em inglês – Defense, defense, defense…

Choro de tristeza só em pensar nessa cena, aqui na minha amada terra carioca.

Mas lá no fundo dos meus mais caros anseios, aceito a dura realidade, a de que merecemos tudo isso, e talvez, muito mais…

Amém.

Fotos – Reproduções da mídia (O Globo, pagina 31 em 9/10/2013) e Databasket. Clique nas mesmas para ampliá-las.

UMA QUESTÃO DE ESTRUTURA E LIDERANÇA…

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A última foto da sequência acima por si mesma definiria esse artigo, se somente ela estivesse presente, o que pouparia tempo gasto em leitura técnica, e nada a mais que os blogs alta e profundamente especializados em sistemas e táticas de jogo venham a publicar, atualizando o pouco conhecimento que adquiri nos últimos 50 anos de convivência com o grande jogo.

 

Na realidade, a equipe grega venceu convincentemente o jogo por alguns fatores:

 

– Mesmo em pré temporada faz parte de uma realidade técnica do mais alto nível, onde treinamento e adequado preparo alcançam padrões de elevada qualidade.

 

– Como sua preparação ainda se encontra no começo, propôs a si mesma um jogo mais cadenciado nos longos deslocamentos, mas sem abdicar da velocidade nos passes e nas fintas próximas à cesta.

 

– Exerceu com firmeza a defesa do homem da bola, às vezes em dobra, dificultando bastante os passes iniciais e os arremessos de três, não os evitando, o que é o correto, e sim alterando suas trajetórias, facilitando inclusive seus rebotes quando falhos, e que foram muitos.

 

– Marcou internamente se utilizando da técnica do  slide (caramba, será que a turma jovem pesca isso?), ou seja, passando os atacantes de mão em mão, como na passagem de bastão num revezamento, não importando muito as diferenças de estatura nas trocas, pois se trata de uma equipe alta, veloz e ágil.

 

– Atacou sempre controlando os 24 seg. e escolhendo com precisão o momento de lançar, sempre após um corta luz, ou uma finta incidente.

 

– Contou com o apoio lúcido e tranquilo de um técnico arguto e econômico em suas manifestações, e que demonstrou nos dois jogos que realmente lidera seus jogadores com educação e respeito, e sua comissão também.

 

Quanto à equipe paulista, a visão da inicialmente mencionada última foto, expõe com detalhes e clareza os por quês das derrotas, na mais pura, definitiva e esclarecedora questão de débil estrutura técnica e de liderança, que são  fatores  determinantes para o pleno sucesso de uma equipe competitiva, seja em que nível a mesma se situar, da base à elite, simples assim…

 

Amém.

 

 

 

Fotos (legendadas) – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

QUANDO P.Q.P…E CAR…À GRANEL NÃO É O SUFICIENTE…

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Estava credenciado pela FIBA para reportar a competição, mas um mal estar já contornado me fez ausente em Barueri, mas bem presente na Fox Sports à cores e com generoso som stereo, o suficiente para testemunhar (talvez no ginásio não o faria…) um dos festivais de descompasso diretivo mais instigante que assisti em muitos anos de quadra, e que foi, para mim, o responsável pela débâcle pinheirense, ante um Olympiacos pouco treinado e ainda entrosando suas novas contratações para a temporada européia que se avizinha.

A equipe do Pinheiros, face aos bons valores que possui, falha cruelmente na proposta de um sistema de jogo incapaz de fazer frente a uma razoável defesa européia, que contesta arremessos externos, e se situa com relativa precisão na colocação dos rebotes (foram 40 contra 26 dos paulistas), teimando exatamente na artilharia de fora (10/33 de três e 15/38 de dois, com 19/12 nos lances livres) esquecendo de jogar com seus pivôs, exatamente ao contrário da equipe grega, que premiou seu vistoso e eficiente jogo interior com 27/38 arremessos de dois pontos, suficientes e não exagerados 7/18 nos três e 6/11 nos lances livres, somente falhando nos 22 erros cometidos (os paulistas erraram 11), principalmente nas seguidas tentativas de curtos passes entre seus pivôs ainda desentrosados, o que demonstra uma tendência técnica que ensaia fortemente se utilizar nas exigentes competições de seu continente, caracterizando a positiva proposta e influência de seu técnico nesse estilo eficiente de atuar.

Do lado paulista, muita vontade e luta, e nada mais, pois nota-se com clareza a ausência de uma sólida proposta técnico tática, onde a “filosofia do vamo que vamo” impera absoluta, na qual se esbaldam o Paulo e o Shamell, e quando não funciona, exatamente por ser óbvia e previsível, encontra nos pedidos de tempo o fator que leva a todos para baixo da auto estima coletiva, forçada pelos coercitivos argumentos dos p.q.p’s, car… e congêneres, numa constrangedora afronta aos jogadores e aos ouvintes telespectadores, num horário noturno, e fico imaginando o impacto junto aos jovens quando da segunda partida no domingo às 11hs da manhã…

Sem dúvida alguma estamos assistindo o apogeu do reinado das bolinhas, a pouca importância no correto ensino dos fundamentos, e a perda de uma geração de altos jogadores, entregues à faina exaustiva e insana de coletores de sobras dos pseudos especialistas daquele insidioso reinado, e para quem duvidar da continuidade do mesmo, basta dar uma olhada em alguns  números da LDB, onde encontramos equipes, como a de Limeira que nas duas últimas rodadas contabilizou 26/80 arremessos de três (num deles perpetrou um espantoso 16/45 de três contra  9/25 de dois, ou seja, arremessou 20 bolas a mais de três pontos do que de dois!!) e 21/48 de dois pontos, e sob o integral apoio de seu técnico, merecedor de uma reportagem no blog da LNB, fora outros resultados semelhantes de outras equipes da nova geração que alimentará a liga de elite daqui a um pouco.

Logo, o que temos testemunhado nas grandes competições, como essa Copa Intercontinental, nada mais representa do que e da forma como praticamos o grande jogo, sob a ótica distorcida de um sistema unificado e soberano, onde os fundamentos são propositalmente negligenciados em nome de uma condução extra quadra formatada e padronizada, na maioria das vezes de maneira coercitiva e até ofensiva, como o exemplo maior que tem sido oferecido com frequência ao país, de impropérios de baixo calão em rede nacional, “justificados” pelos narradores e comentaristas, como uma enérgica e necessária intervenção técnica, como se tal ação se justificasse por si mesma, o que é uma enorme e injustificável falácia, escorada e fundamentada que se encontra a uma realidade que tentamos de muito esconder, a de que estamos muito longe de ostentar a grandeza de outrora, onde tínhamos técnicos de verdade, sistemas de verdade, jogadores de verdade, resultados de verdade, e não essa mentira disfarçada, mal copiada e envolta nos véus do escracho e do desrespeito publico, publico este que deixou vazia a metade do belo ginásio de Barueri, e com entrada franqueada. Quem sabe domingo…

Amém.

Fotos – Reproduções legendadas da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

O ENCONTRO…

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Um velho mestre uma vez me disse – Paulo, educação imediatista é uma

fraude, pois somente num futuro além do nosso conhecimento os fundamentos de uma boa e consistente educação florescerão no âmago daqueles alunos que privaram e absorveram de seu conhecimento, quando perante situações de vida ela os ajudarão a transpor os inevitáveis obstáculos que lhes são confrontados.

Em outras palavras, a educação é um investimento a longo prazo, mas de resultados seguros se bem ministrada.

E foi o que testemunhei ontem num encontro de jogadores que dirigi 15 anos atrás no Barra da Tijuca Basquete Clube, que me convidaram junto ao Prof. Paulo Cezar Motta, também um jogador dirigido por mim nos anos sessenta e fundador comigo do clube em questão, e o Prof. Antonio Carlos Pulga, para recordarmos um tempo que ficou na lembrança de todos, como algo de muito importante para suas vidas cidadãs que hoje ostentam com orgulho.

Lá estavam quase todos no Clube Novo Leblon, felizes e sadios, vencedores em suas vidas profissionais e familiares, muitos casados e já pais, mas saudosos de um tempo pós adolescente cheio de incertezas e dúvidas, mas repleto de lembranças épicas e de amizades indeléveis., forjadas no duro treinamento e nas competições mais duras e exigentes ainda. Foram muito unidos e continuam a sê-lo, com orgulho e prazer, permitindo que eu e o Paulo façamos parte desse poderoso circulo de vida passada, presente, e que sem dúvida alguma se estenderá no futuro.

Saí do encontro renovado de emoções e uma certeza inabalável de que o investimento foi válido, muito válido, e que preço algum no mundo pagaria o orgulho que ambos, eu e o Paulo, ostentávamos ao final do encontro, pelo qual agradeço de coração.

Pena as ausências do Prof. José Geraldo, assistente técnico daquela equipe, do Valerio, André, William, Leonardo, Fábio, Fred, Jobson, que por motivos vários não puderam lá estar.

Caros amigos, foi um privilégio tê-los como alunos, jogadores, hoje cidadãos e homens de bem. Obrigado.

Amém.

Fotos – Clique nas mesmas para ampliá-las.

O SISTEMA ÚNICO COM E SEM A BASE DOS FUNDAMENTOS…

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Daqui a um pouco a equipe feminina brasileira decidirá sua classificação ao Mundial com a equipe de Porto Rico, que já venceu por larga diferença na fase classificatória, não sendo razoavelmente possível que venha a perder ante um adversário muito frágil e carente de experiência.

Muito bem, poderá ocorrer alguma surpresa Paulo?

Se jogar como jogou ontem com Cuba nos dois quartos iniciais, sim, corre o risco de complicar um jogo decisivo, onde o equilíbrio emocional poderá equalizar de forma aceitável as grandes deficiências que essa hibrida seleção vem ostentando no transcurso da competição.

Uma equipe que erra fundamentos em demasia, arremessa de forma pouco seletiva, principalmente na longa distância, e que nem de longe consegue estabelecer comunicação e coordenação entre ações dentro e fora do perímetro, declinado a utilização freqüente e ostensiva de suas altas pivôs, preferindo o jogo de contorno estéril e voltado aos longos arremessos, pouco defendendo seu próprio perímetro externo e, principalmente, falhando sistematicamente nos rebotes, principalmente os defensivos, sem dúvida alguma sempre encontrará grandes dificuldades perante adversários que saibam explorar com sabedoria tais deficiências, como fizeram as cubanas nesse jogo.

Mesmo que se recuperasse bem no quarto final, onde a jogadora Adriana tomou para si as rédeas da reação, o ônus da grande diferença de pontos, custou muito à equipe no aspecto físico, e mais ainda no emocional, quando aquela boa armadora viu-se vitima de uma armadilha provocada por ela mesma, quando, com o jogo empatado, e não dando seguimento às instruções de seu técnico que desenhou uma jogada para os três pontos, investiu pela linha final, indo de encontro ao enorme bloqueio das pivôs cubanas, sendo travado em seu curto arremesso, e propiciando o contra ataque que definiu a partida para as caribenhas, numa ação que nem o técnico e ela mesma deveriam desencadear daquela forma combinada, e sim tentar jogar com as pivôs o mais profundamente situadas com relação a cesta, onde as possibilidades dos dois tão necessários pontos seria mais factível.

Foi um jogo eivado de erros de ambas as partes, que se utilizavam de um mesmo sistema de jogo, porém com melhor domínio nos fundamentos da seleção cubana, e que demonstrou estar a seleção brasileira ainda muito longe de um nível aceitável para fazer frente às grandes competições internacionais. Urge uma nova concepção de treinamento e de opções técnicas e táticas, mas isso é outra conversa.

Amém.

 

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

Em tempo – Terminou a pouco o jogo contra Porto Rico, que foi vencido por exíguos 10 pontos (66×56), dando a classificação para o Mundial a uma seleção, que mal ou bem, a conseguiu na quadra de jogo, e não pleiteando um constrangedor convite da FIBA, tendo ainda de desembolsar 500 mil euros para exequibilizá-lo, que é uma vultosa quantia de dinheiro público, que seria mais bem empregue em projetos voltados a formação de base, e não vertidos no ralo de interesses políticos de uma administração caótica e falida. PM.

GERAÇÕES…

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Para uma equipe que de véspera arremessou a bagatela de 20/51 nas bolas de três, chutar 6/15 foi um sensível progresso, e melhor, tentar jogar com a sua melhor arma, as pivôs, mesmo de forma atabalhoada e desconectada da armação, surtiu uma melhora ofensiva, que só não foi mais determinante exatamente pela forma confusa e equivocada como se comportou pela inexistência de um consistente plano de jogo, e o mais importante, sua carência nos fundamentos, errando 20 só nesse jogo contra a deficiente, porém lutadora, equipe argentina.

Temos, de uma vez por todas, compreender que quanto mais veloz atuar uma equipe, mais domínio ela terá de demonstrar na execução dos fundamentos, principalmente o drible, a finta, o passe e o deslocamento sem a bola, nos quais o fator velocidade determina e limita o sucesso de suas execuções. De nada adianta uma experiente Adriana acelerar seus ataques, se as menos experientes que debutam na seleção não acompanham suas investidas, por não dominarem os fundamentos naquele padrão de velocidade, assim como a veterana Karla jamais se referenciará às calouras arremessando duas vezes de três pontos num mesmo ataque, e errando, jamais. E mesmo a Chuca, servirá de padrão pela sua notória deficiência em alguns fundamentos básicos.

Então, o que restaria de realmente importante para qualificar essa nova e alta geração de talentosas jogadoras, seria investir pesadamente no domínio dos fundamentos, e adotar um sistema realmente inovador e proprietário de jogo, principalmente que fosse ambivalente a defesas individuais e zonais, criando algo de novo, ousado, insinuante e ao largo da mesmice vigente.

Com todas participando por igual num planejamento enxuto e altamente técnico, orientadas por pessoal qualificado de verdade e com longo caminho percorrido na difícil arte de ensinar o grande jogo, onde a velocidade evoluiria junto à aquisição e fixação dos fundamentos individuais e os coletivos (sim senhores, fundamentos coletivos existem, e como…), naturalmente, e como consequência, os sistemas de jogo, ofensivos e defensivos se amalgamariam aos mesmos, já que solidamente adquiridos, sem os quais seriam inócuos e inúteis.

2016 estão logo ali, com um Mundial no meio, sabidamente um curtíssimo espaço de tempo para grandes e profundas mudanças de rumo, mas que ainda pode oferecer uma razoável oportunidade de evolução, bastando para tanto uma grande dose de coragem, conhecimento, técnica e precisão, que sinceramente não observo no atual cenário, escravo e dependente da mesmice endêmica em que se encontra.

Podemos melhorar e avançar? Sem dúvida, mas…

Amém.

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