A FRAUDE (PELA TERCEIRA VEZ) CONSENTIDA…

 

Não sei bem porque, talvez por gostar de basquete, que ainda teimo em dar uma espiada no tal Desafio de Habilidades que antecede o Jogo das Estrelas do NBB.

Mas algo me despertou a curiosidade, naquele aspecto que mais prezo no grande jogo, seus fundamentos, e o drible em particular. Anotei aqui no blog a forma irregular que levou o jogador Fernando ao bi campeonato nos desafios anteriores ao de hoje, e inclusive o Sportv, através seu comentarista de arbitragens, o Renatinho, veicula nos intervalos dos jogos que transmite, pequenos vídeos onde explica detalhes das regras, e um dos primeiros versa exatamente sobre a colocação da mão impulsionadora por baixo da bola durante a ação do drible, constituindo a infração de conduzir a bola, não permitido pelas regras do jogo, mas que também caracteriza a infração de andar com a bola, pois ao imobilizá-la em sua mão interrompe sua trajetória descendente de encontro ao solo, quebrando o binômio ritmo/passada exigido durante o deslocamento do jogador driblando a bola.

E de novo aconteceu a irregularidade, dando o tricampeonato ao jogador Fernando Pena, que voltou a se utilizar desse estratagema que por suas características de supressão de um ou mais dribles, conota um ganho precioso de segundos, garantindo um menor tempo de execução do movimento (vejam os dois artigos anteriores aqui e aqui).

Assim como nas duas vezes anteriores, a penalidade de recomeçar o movimento do ponto de partida daquele trecho do circuito, não foi sequer cogitado, e o pior, tendo um juiz de categoria internacional a dois metros de distância da infração, sem tomar qualquer atitude corretiva, prejudicando em muito aqueles jogadores que cumpriram o circuito dentro das regras do jogo.

Na sequência de fotos, podemos observar que o jogador Dawkins ultrapassa o obstáculo com perfeição no controle da bola, mantendo o cotovelo junto ao corpo, a mão ao lado e acima do hemisfério superior da bola, como determina a boa execução desse fundamento (foto 1), seguindo-se as tentativas dos jogadores Gustavo e Fernando (que foram os finalistas), claramente interrompendo a trajetória da bola ao posicionar sua mão abaixo da mesma (fotos 2 e 3), a uma distancia mínima da arbitragem controladora do circuito (foto 4).

Então, o vencedor pela terceira vez, vê recompensada uma infração às regras, que mesmo se tratando de uma “festa” não poderia ser admitida uma fraude dessa dimensão, pois afinal de contas, três taças e um cheque deveriam ser disputados em condições iguais para todos, e não da forma diferenciada como ocorreram os desafios. O que teria a dizer o Sr. Maranho?

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

OBS – O blog Lance Livre do comentarista Byra Bello do Sportv veiculou o video do Desafio de Habilidades. Paralizando as imagens nos 00;20, 00;51, e 01;12 seg do mesmo poderemos atestar as infrações cometidas. Clique aqui.

RANZINZA CONCLUSÃO…

Serei conciso e direto, mas com uma ressalva, não, com um protesto, aqui repetido à exaustão, objetivando nosso progresso técnico e tático junto a todos aqueles que realmente se interessam pelo soerguimento do grande jogo. Impossível negar a quase secreta disputa dessa LDB, tão longe dos interessados em assisti-la, como o vazio dos ginásios em que é realizada. Porque um pouco da verba liberada pelo ME não pode ser alocada para a transmissão em stream, sem narrações e comentários profissionais, mesmo com uma imagem de pouca qualidade, mas levando todo país de encontro à sua nova geração de jogadores, conhecendo-os, avaliando-os, torcendo pelo seu sucesso. Qualquer curso de comunicação abraçaria este projeto com satisfação, pois qualificaria seus futuros formandos no campo sempre fértil da pratica e da análise.

Sem tais e fundamentais documentos de imagem, ficam todos aqueles que amam o basquete atrelados aos frios números de uma estatística percentual, que passa bem longe de uma análise técnica e tática, a não ser para aqueles poucos que detêm o conhecimento das suas entrelinhas, e mesmo assim falíveis e não muito confiáveis. Vejo os números, e só me considero capaz de interpretá-los à luz dos fundamentos básicos, e um pouco sobre defesas frente a enxurradas de arremessos fora do perímetro, e um pouco da produtividade no jogo interior, e mais nada, infelizmente.

Fica então a pergunta – Por que não transmitir todos os jogos em stream, e não só os que finalizarão a competição em Brasília pelo canal pago? Por acaso não existirão outros bons jogadores nas equipes não classificadas? Desde o NBB2 que reinvidico esta forma de transmissão, barata, factível e altamente benéfica para a modalidade, mesmo nos mais distantes pontos deste imenso e desigual país. O que impede o conhecimento de jogadores e jogos tão bons e até melhores que muitos “nominados” midiaticamente, o que, ou quem?

Se hoje demonstro ser possível se jogar o grande jogo de uma forma diferenciada da mesmice endêmica que nos tem sufocado, deva-se a veiculação dos jogos do Saldanha no NBB2 neste blog (na categoria Multimídia) , e cujo sucesso é inquestionável, e que vem inspirando muitos técnicos e equipes a uma salutar e bem vinda mudança, ou não?

Enfim, como não possuímos os dados básicos e fundamentais para uma análise dos jogos desta LDB, aqui vão os últimos números da rodada final em São José dos Campos, que somados em suas três rodadas retratam um quadro realmente preocupante, senão vejamos:

– Flamengo e São José arremessaram 16/56 de três pontos, com a perda brutal de tempo e esforço em 40 oportunidades, e cometeram juntos 25 erros de fundamentos.

– Suzano e Brasília arremessaram 14/44 de três pontos (30 ataques desperdiçados…) e cometeram 30 erros de fundamentos.

– Balanço final de todos os jogos:

– Arremessos de três – 82/277 (29.6%)

– Erros de fundamentos – 198 (49,5 por jogo, 24,7 por equipe em média)

– Conclusão – Uma geração cuja maioria segue a norma do “chegar e chutar”, e que pouco domina os fundamentos do jogo.

– E a conclusão definitiva – Seus técnicos deixam…

Aguardemos o Happy End neste fim de semana e no próximo, para estabelecermos e conhecermos a verdadeira extensão do desastre…

Amém.

Fotos – Divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las.

I OFICINA DE APRIMORAMENTO DO ENSINO DE BASQUETEBOL

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MAIS RANZINZICES…

Puxa Paulo, a LDB se esforçando para promover a turma mais jovem, e você apontando erros de fundamentos? Não dava para elogiar um pouquinho que fosse?

Não, definitivamente, não, e sabe por quê? Porque nosso futuro dentro dos quadros profissionais da LNB e das nossas seleções se insere direta e decisivamente na produtividade desses jovens, que a essa altura de suas vidas não deveriam estar cometendo os erros crassos que ainda e teimosamente cometem, e o pior, de forma repetitiva, demonstrando não estarem sendo devidamente corrigidos por quem de direito, ciosos que estão na formatação e padronização de conceitos táticos ofensivos, que no frigir dos ovos se reduzem a um único sistema de jogo para defesas individuais, e outro para as zonais, todos eles rabiscados a não mais poder em suas irredutíveis e onipresentes pranchetas, e que já deixaram de ser eficientes faz tempo…

Ontem mesmo, a jovem e inexperiente equipe de São José, simples e candidamente convergiu nos arremessos de quadra, a exemplo do corriqueiro comportamento da equipe principal, da qual se espelha e imita, arremessando  14/29 bolas de dois e 13/33 de três, o que é de arrepiar, ainda mais se tratando de jogadores ainda muito longe de se tornarem especialistas nas bolas longas, cenário para muito poucos, muito poucos mesmo, e o mais instigante, sob o manto permissivo de seu técnico, cuja inação se redime(?) pelo resultado vitorioso, isentando a equipe de um erro básico, o de perpetrar 20 desperdícios ofensivos nas bolinhas, mesmo que na presença de uma inoperante defesa (aspecto dedutível pela enorme quantidade de tentativas), oferecendo aos seus comandados uma falsa e tênue ilusão de superioridade, que esvanecerá na medida que se confrontarem com defesas de verdade, como por exemplo, as argentinas…

`           E mais, somemos os números de erros de fundamentos, 15 contra 11 de Suzano, para termos um retrato sem retoques da fragilidade formativa desses jovens que desde já, são colocados como o nosso amanhã, a caminho de 2016…

No outro jogo, o Flamengo derrotou Brasília com um retumbante 78 x 53, cometendo ambas as equipes 32 erros de fundamentos e arremessando 9/45 bolas de três, dando seguimento a uma rotina que está muito longe de ser interrompida, e que  as levarão a um desenlace previsto e inexorável.

Nos quatro jogos até agora realizados 143 erros de fundamentos foram cometidos pelas quatro equipes, numa média de 17,8 por cada uma, o que é muito alto e preocupante, sem contar com o caudal hemorrágico dos arremessos de três, num direto recado enviado pelos que as dirigem, solidificando cada vez mais suas posições de “estrategistas”, para os quais fundamentos é papo furado de saudosos veteranos do grande jogo.

Fico curioso para saber no que tudo isso vai dar, sabendo de antemão no que vai dar…infelizmente.

Mesmo assim, jamais perderei a esperança em dias melhores para as futuras gerações, inclusive a que ai está, errando, errando, errando…

Amém.

Fotos – Divulgação LNB. Em ambas, um único e solitário torcedor. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

Não esqueçam a I Oficina de Aprimoramento do Ensino do Basquetebol.

Inscrições a pleno vapor…

Não percam!

DESCULPEM A RANZINZINSE (EM 3 ATOS)…

Ato 1 – Vila Velha e Paulistano jogaram três prorrogações para definir um vencedor, no caso os paulistas, por 126 x 120.

Até ai tudo bem, pois não faltaram altas doses de emoção e calafrios na espinha de quem lá esteve, eu não, já que pela TV só jogos determinados pelo Sportv…

Então, como técnico ranzinza que acham que sou, fui aos números, principalmente aqueles que tanto empobrecem o basquete brasileiro, e o que constatei? Vejamos:

– Foram arremessadas 66/119 bolas de dois pontos (35/62 para o Vila Velha, e 31/57 para o Paulistano), sendo perdidos 53 arremessos para ambos.

– Nas tentativas de três, 20/73 (9/35 para o Vila Velha e 11/38 para o Paulistano) ambas as equipes erraram 53 arremessos num total de 73, igual número de erros nas de dois pontos, para um total de 119 tentativas. Mesmo não indo de encontro aos percentuais, constata-se que bastaria que uma das equipes economizasse, vamos somente imaginar, 10 bolinhas de três, trocando-as pelas de dois, para vencer o jogo no tempo normal, sem atropelos e fortes emoções.

Agora, ir a um ginásio calorento, para assistir uma absurda sequência de 53 arremessos de três perdidos, alguns inclusive em contra ataques, realmente torna-se tragicômico, senão, simplesmente…trágico.

Mas há quem goste, e como…

 

Ato 2 – Que números, minha gente, vejam só:

– 4/8 (50%) nos arremessos de dois;

– 8/15 (53%) nos de três;

– 8/8 (100%) nos lances livres;

– 5 assistências;

– 5 rebotes;

Foram os números do jogador Nezinho do Brasília, quando anotou 40 pontos no jogo contra o Ceará, em que a equipe do planalto central venceu por 104 x 100, após uma prorrogação.

Sem dúvida uma excelente participação, agora, deixarem-no arremessar 15 bolas de três, livre e solto, e naquele estilo com a bola na altura do peito (e olha que ele não é alto…) beira ao ridículo defensivo (na foto não se vê nem um resquício de defesa pressionando-o), ante os 24 pontos conquistados num estilo defensável pelo ângulo em que é executado.

Mas o próprio jogador esclarece as criticas que recebe, numa matéria do GloboEsporte – (…)- Eu não jogo para esses caras que acham que entendem de basquete. Eu não jogo para eles. Eu jogo para manter esse sorriso. Eles nunca vão tirar minha alegria – pontuou (…)

A não ser quando marcado severamente, sumindo o sorriso e seu jogo, substituídos pela pressão na arbitragem, no que é, inquestionavelmente, um dos três mestres de sua vencedora equipe.

Mas como entendo muito pouco do grande jogo, fico por aqui…

Ato 3 – Primeira rodada das quartas de final da LDB, com a presença do Rúben Magnano, em sua busca hercúlea de novos valores para a seleção.

Jogos disputados, suados, emocionantes, pegados, e decididos nos “detalhes”, os célebres e sempre lembrados “detalhes”…

Mas nenhum deles transcendeu os números de erros nos fundamentos do jogo, que atingiram as seguintes marcas:

– Flamengo (12) e Suzano (26), num total de 38!

– Brasília (31) e São José (16), num total de 47!!!

– Total geral da rodada – 85 erros, isso mesmo, 85!

Fico imaginando as anotações do Magnano em sua prancheta, e como tenta analisar o futuro de nossa seleção…

Só vejo uma alternativa, mudar tudo, rigorosamente tudo na formação de base, começando pela realista e objetiva formação de nossos técnicos, das escolas de educação física, até a ENTB. Sem esse alto investimento técnico e cultural, não iremos a lugar nenhum, nenhum mesmo.

Amém.

Fotos – GloboEsporte(Arthur Costa) e Divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las.

Já começaram a chegar as primeiras inscrições Para a I Oficina de Aprimoramento do Ensino do Basquetebol (Detalhes aqui), todas de fora do estado do Rio. Legal, não?

AMPLITUDE, REFERÊNCIAS E EQUILIBRIO…

Foi como tivéssemos visto dois jogos distintos em um só, quando oito jogadores disparavam na pista e dois outros apenas caminhassem na mesma, sendo que um deles ainda trotava na ponta dos pés, e o outro nos calcanhares, ação típica de defesa das articulações tíbiotarsicas ao excesso de peso sobre elas. Foi triste assistir um filme com dois enredos díspares, quando deveria existir somente um, claro, guardadas as particularidades de cada uma das  equipes

Brasília, com um pivosão um pouco mais rápido que o do Flamengo, se situava melhor no esquema adotado por seus companheiros, que ao transitarem permanentemente pelo perímetro interno, o colocava sempre de frente para a cesta, facilitando suas conclusões e rebotes ofensivos, ao passo que a turma carioca, enfiava a bola para o Caio e ficavam apreciando de camarote suas evoluções de costas para a cesta, quase sempre cercado por três ou mais defensores, sem que nenhum de seus companheiros se deslocasse para ajudá-lo (fotos). Esse foi o mais grave (e vem sendo durante o campeonato…) defeito de sua ofensiva, largamente compensado pela artilharia de fora perpetrada pelo Marcos, pelo Alexandre, o Benite, o Duda, e às vezes o próprio Caio. Como declarou o Marcos após o jogo, de que foi mal e as bolas não caíram, assim como as de seus companheiros, pensando ter explicado a derrota, no que não deve ter concordado o seu técnico, claramente desorientado nos pedidos de tempo, onde, inclusive, jogadores discutiam suas colocações por sobre a prancheta. Aliás, deveria ter sido a mesma arremessada para fora do ginásio, em um jogo onde detalhes defensivos, prioritariamente defensivos, não só de sua equipe, como de seu adversário também, deveriam ter sido discutidos e orientados olho no olho, e não coreografias ofensivas fadadas ao fracasso, ante as prioridades esquecidas, numa quadra sem limites e referências, perdida na imensidão de um ginásio gigantesco, vide a ineficiência nos seus longos arremessos direcionados a uma cesta pendurada no espaço infinito…Numa área dessa dimensão o contrair e expandir defensivo tem de ser permanente, monocórdio, repetitivo, sempre.

Taticamente, se é que existiu tal principio nesse jogo, a turma do planalto se houve bem melhor, pois soube se adequar à lentidão de seu grandão, e aumentar a velocidade quando da entrada dos outros dois gigantes da equipe, o Alirio e o Cipriano, assim como a manteve através seus armadores reservas, o Eric e o Isaac, todos muito velozes e ágeis, apesar da equipe em seu todo errar muito nos fundamentos. As duas equipes erraram 23 vezes, muito para essa categoria.

Mas, algo de muito específico sobressaiu no jogo, a marcação do Alex sobre o Marcos, que mesmo sendo um palmo mais alto, não conseguia sobrepujar a força e velocidade de seu insistente marcador, pelo simples fato de o enfrentar sempre em equilíbrio estável (vide foto), ou seja, com seu centro de gravidade projetado na área por ele ocupada, num artifício bem claro de que efetuaria um arremesso a seu bel prazer, mas esquecendo que seu tique de dar um pequeno saltito de pés juntos (atenção senhores e versados juízes, se o mesmo for executado após definido o pé de apoio, pelo espaço que for, mesmo ínfimo, ele terá cometido a infração de andar, ou não?…) não encontrava espaço suficiente pela eficiente  aproximação do Alex para junto de seu corpo ao pressentir a ação. Logo, o Marcos deveria desde o inicio enfrentá-lo em constante movimento, quando em equilíbrio instável o dotaria da velocidade inicial e antecipativa necessária para transpor aquela precisa barreira. Não o fez, ou não sabe, ou não foi instruído a fazê-lo, e perdeu, porque segundo ele as bolinhas não caíram…E pensar que um jogador de sua estatura seria letal se desenvolvesse o DPJ justo, preciso e eficiente a cada dois pontos tentados, em vez do desperdício endêmico dos três pontos. Foram 50 tentativas para 12 acertos pelas duas equipes, numa lamentável ausência de bom senso, dentro, e principalmente fora da quadra…

Mas como a festa foi bonita, e a grande torcida saiu satisfeita, valeu a noitada no planalto, e fico pensando como seria se voltássemos ao maracanãnzinho, ginásio eterno do basquetebol carioca e brasileiro, construído para o Mundial de 54 e onde conquistamos o Bicampeonato Mundial de 63.

Enfim, nunca se sabe o dia de amanhã…

Amém.

Fotos-Reprodução da TV e Divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las.

E NÃO ESQUEÇAM DA I OFICINA DE APRIMORAMENTO DE ENSINO DO BASQUETEBOL

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UMA TÊNUE BRISA DE AR…

Desculpe os leitores, mas a organização da I Oficina está tomando um tempo muito além do que estimava, daí atrasos nos artigos e comentários. Mas sou um só no blog, por isso mais adiante vou pedir ajuda ao Gil e ao Walter, a fim de que o Basquete Brasil conquiste mais leitores e cultores do grande jogo em nosso país, e por que não, lá fora também, onde temos muitos e antigos seguidores que se espalham em mais de 25 países, legal não?

Dito isto, vamos ao que interessa sobre o NBB, mais propriamente na rodada passada quando o Flamengo derrotou um Uberlândia jogando no limite extremo da rotação, face às contusões de seus armadores Helio e Collum, e o ainda claudicante Valter, que mesmo atuando por quase todo o tempo do jogo, mostrou evidente falta de ritmo, apesar de sua inegável classe naquela estratégica posição.

No lado oposto, também um sério desfalque na armação, com seu americano, o Kojo, contundido, levando o Flamengo ao jogo de contorno, já que o Gegê ainda oscila muito entre o apoio ao jogo interior e os arremessos de fora, obrigando o Benite ao toreio interior, onde levava desvantagem ante a forte e rápida oposição da defesa mineira. Criado os impasses, o jogo descambou para o intenso individualismo, principalmente pela turma carioca, gerando um equilíbrio inicial, pela similitude das ações.

Mas o cansaço não pede licença, simplesmente se impõe, principalmente numa fornalha em forma de ginásio como o do Tijuca, onde as correntes das poucas brisas de ar circundante, ainda encontravam barreiras absurdas na forma de faixas de torcidas de futebol fixadas no caminho das mesmas, como as que margeavam o setor das cadeiras, a tal ponto, que me insurgi contra uma delas, afastando-a do caminho de uma tênue lufada vinda de fora, atenuando em muito o pesado e aquecido ar que nos “fritava” na acepção do termo.

Mas eis que se apresentam dois “soldados” da torcida organizada para impor seu mando de área, ordenando que eu não afastasse a enorme faixa de guerra da grade onde se fixava, e que nem a presença de um cabo da PM a quem expliquei a barbárie de privação de uma arejada brisa o convenceu, dando razão aos formidáveis e importantes salvaguardas ambientais ali presentes, ele próprio incluído, e a absurda faixa lá continuou…

Voltando ao jogo, que aquela altura se tornara numa competição de quem “pregaria” primeiro, coube a turma carioca, mais afeita ao calor, manter um ritmo mais cadenciado, levando de vencida uma partida atípica, jogada em alta temperatura num ginásio abafado, e contra uma equipe seriamente desfalcada em seu mais importante setor, a armação.

Uberlândia completa, e acrescida de um pivô mais jovem e aguerrido do que o veterano Estevam (sei não, mas acredito que num sistema de jogo onde sua mobilidade fosse mais requerida, ainda seria de enorme utilidade, pois como um cincão nada mais tem a somar…), sem dúvida alguma é um sério concorrente às finais da Liga, bastando lá chegar inteira…

Jogo bom poderá ser o de hoje à noite em Brasília, onde poderemos atestar e conferir a quantas andam os progressos do nosso jogo interior, onde a partida poderá ser definida, apesar de reconhecer que na impossibilidade proposital, ou não, dele ser esnobado por ambas ou uma das equipes, trocando-o pela tsunami dos três, vencerá aquela que se impor lá dentro, ofensiva e defensivamente, e/ou souber competentemente contestar os longos arremessos, ainda mais quando os aros estarão “pendurados” solitariamente naquela imensidão do Nilson Nelson, sem as referências perceptuais que garantem bons enquadramentos direcionais, e que são do domínio daqueles poucos que realmente podem ser definidos como especialistas.

Enfim, um bom programa para ser discutido depois.

Amém.

 

Fotos – Ginásio do Tijuca TC. Clique nas mesmas para ampliá-las.

Folheto de divulgação da I Oficina – Clique no mesmo para ampliá-lo.

 

Não esqueçam da I Oficina de Aprimoramento do Ensino de Basquetebol.

Detalhes aqui.

A I OFICINA EM MARCHA…

Pronto, o apoio do IEFD/UERJ foi estabelecido, e por conta disto a I Oficina de Aprimoramento do Ensino de Basquetebol está garantida.

As instalações são excelentes, como provam as fotos aqui incluídas, onde o ginásio, a sala contígua ao mesmo, os vestiários e a cantina, garantem a qualidade e o conforto para todos os basqueteiros que aqui quiserem vir para este tão aguardado encontro.

Temos mantido contatos com jovens e veteranos técnicos de muitas localidades brasileiras, de norte a sul, e que desejam aqui comparecer, apesar das enormes distâncias que terão de percorrer, além das limitações econômicas que afligem a maioria deles, mas todos decididos a vir, o que determinaria o sucesso da iniciativa. Espero que consigam superar os desafios, pois muito temos de discutir, praticar e determinar novos parâmetros para o eficiente ensino do grande jogo em nosso imenso e desigual país.

Algumas providências já estão sendo tomadas, como a da alimentação sadia e barata para todos os participantes. Duas serão as opções no recinto do Campus da UERJ, uma na cantina do ginásio, ao preço razoável de até 9 reais a refeição, e a outra na sede do IEFD, na forma de self service, ao preço de 29,90 reais o kilo. No entorno próximo do campus, que se situa ao lado do Estádio do Maracanã, existem várias alternativas e preços de refeições, como por exemplo o conceituado Petisco da Vila.

Como o IEFD/UERJ se situa na linha 2 do metrô, que se inicia na estação Botafogo e termina na Pavuna, contando com uma estação especifica, Maracanã, bairros que fazem parte de seu roteiro oferecem um grande número de Hotéis, Hosteis e Pousadas, como Tijuca, Centro, Gloria, Catete, Laranjeiras, Flamengo e Botafogo, que podem ser acessados  pela Internet (Digite no Google- Hotéis, hosteis e pousadas nestes bairros). Copacabana também seria uma opção, mas para tanto exigiria uma troca de metrô da linha 2 para a linha 1 em Botafogo.

Estamos também procurando residências que possam alojar alguns dos viajantes, principalmente aqueles com menos condições econômicas, mas é uma tarefa de difícil, mas não impossível, concretização.

Enfim, temos trabalhado muito para oferecer a melhor Oficina possível, e sei que conseguiremos alcançar um excelente nível de informações, e maior ainda nível qualitativo de participantes.

Façam as inscrições pelo link oficinabasquetebrasil@gmail.com garantindo suas vagas, que são limitadas, e auferindo bons descontos pela antecipação dos pagamentos.

A cada semana postarei um artigo sobre a evolução do projeto, com novas informações sobre estadia, alimentação e assuntos pertinentes à Oficina.

Um abração a todos.

Amém.

Fotos – Ginasio, anexo ao ginasio e cantina do IEFD/UERJ, e folheto de divulgação. Clique nas mesmas para ampliá-las.

O FORMALISMO, A CRIATIVIDADE, E O KURTZ…

Fui ao Tijuca, numa tarde ensolarada e abrasadora, principalmente no interior do ginásio, que nunca deveria ser palco de uma partida de basquete sob tão alta temperatura, umidade e ventilação inexistente. Foi duro e desgastante assistir ao jogo, imaginem dentro da quadra…

Mas, apesar da fornalha valeu muito a pena o sacrifício, pois testemunhei um excelente jogo, e o mais importante, excitantes e instigantes novidades, e que novidades…

Antes de qualquer análise, e como de hábito, fui às diversas páginas que comentam os jogos, que variaram do heroísmo ao histórico, tecendo loas à jovem equipe francana, ao seu técnico, ao trabalho renovador que implantaram naquela mítica cidade paulista. Os comentários dos leitores então, bem ao modo de uma torcida nem um pouco humilde, o que é de praxe, já vaticina um arrebatador futuro para a equipe da auto declarada capital do basquete brasileiro.

Até ai, nada de novo, nada que não possamos subentender como algo natural e torcedor, mas em nenhuma midia visitada o verdadeiro teor, a verdadeira marca deixada por esse jogo foi sequer e minimamente cogitada, analisada, questionada…

Qual a marca então, prezado Paulo, qual?

Esta marca tem um nome, Kurtz, que pouco tinha visto jogar, mas sei que é gaúcho, dos muitos bons gaúchos que atuam em nossas quadras, e que por isso mesmo deixam sempre uma indagação no ar – Se o Ceará, sem nenhum cearense em sua equipe disputa uma liga sênior nacional, por que mistérios insondáveis uma equipe gaúcha não o faz, frente a tantos talentos que produz?

Mas voltemos ao Kurtz, com seus 2 metros e mais alguns e generosos centímetros, forte, muito forte, porém esguio e muito veloz, provando dentro da quadra que marcar um pivô oponente rigorosamente pela frente, nada de ½ ou ¾ à frente, e sim 100% à frente, não só é possível em nosso basquete, como se torna fundamental na constituição de uma eficiente e pressionada defesa linha da bola, pois as entradas e saídas de bolas ofensivas no pivô ao se tornarem impossíveis, obriga o adversário ao jogo de contorno, à individualidade de seus alas pivôs, como o Marcos ao centralizar as jogadas driblando compulsivamente, na impossibilidade de um diálogo com seu pivô, encoberto e guardado ao passe pelo inteligente e estratégico Kurtz no perímetro interno, deixou a equipe carioca órfã do coletivismo que tanto a embasou na sua irrepreensível campanha na liga.

Com a defesa estruturada e resolvida no seu interior, os espaços externos puderam ser ocupados, principalmente nas contestações aos longos arremessos da trinca Benite, Marcos e Alexandre, baixando seus coeficientes de acerto em muito, e exatamente nesse ponto é que a ausência do Kojo, que em dupla armação com o Benite ou o Gegê, conseguiam as penetrações tão necessárias quando o seu pivô pouco atuava pela dura marcação.

Somemos a tudo isso a presença de três experientes e bons jogadores, como o Figueroa, o Jonathan e o Teichmann, todos eles muito velozes e hábeis, para em conjunto com uma plêiade de jovens e futurosos jogadores, para termos uma equipe que tende a implantar uma forma diferente de jogar o grande jogo, em dupla e coerente armação, e velocidade tática no perímetro interno, assim como, empregando essas qualidades ao setor defensivo, veloz, e por isso pressionado, e acima de tudo antecipativo, à partir da marcação dianteira do pivô, ou mesmo pivôs adversários.

Mas nada do que foi visto e apreciado significaria muita coisa se não tivesse sido consentida aquela parcela fundamental de criatividade posta a serviço de uma coletividade, consentimento este dado por seu técnico, que mesmo sendo seguidor de um formalismo tático sempre presente, viu seu armador argentino, que perante o desesperado bloqueio rubro negro ao final de um jogo ainda indefinido, cortando as linhas de passe ao Jonathan e ao Teichmann, se meter ele mesmo, pequenino  que é, no meio da gigantada, para em dois curtos e precisos DPJ’s definir a fatura, assinada e protocolada pelos quatro lances livres do Jonathan convertidos, compensando um pouco os onze perdidos por sua equipe.

Parabenizo a equipe de Franca pelo belo e produtivo trabalho, principalmente pela reformulação técnico tática que desenvolve com competência, na ofensiva e basicamente na defensiva, e fico torcendo para que seu experiente técnico quebre um pouco mais o seu tradicional formalismo tático, e aprofunde o preparo dos fundamentos do grande jogo, pois sua equipe bem mesclada só terá a evoluir, inclusive taticamente.

Amém.

Foto – Final do jogo. Clique na mesma para ampliá-la.

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2013 – ESPERANÇAS…

Terminou a folia, quando na realidade se inicia o expediente nesta festiva nação, e claro, como um país rico, 2013 dá a partida para mais um ano de prosperidade, progresso, justiça, educação e saúde para todos…

Pouco assisti de basquete nesses dias momescos, a não ser um bom jogo na Copa do Rei da Espanha, um jogo da NCAA, e uns breves momentos de NBA, e não esquecendo, alguns jogos da Liga das Américas, pontuada de equipes para lá de medíocres, onde um só jogo valeu um pouco mais, o de Brasília contra o Flamengo, onde a invencibilidade da equipe carioca foi quebrada de forma contundente.

Contundente Paulo, como? Ora, ora, bastou aos candangos concentrarem o jogo de duplo pivô em cima do Caio, com o outro ala passeando pelas mesmas redondezas, para desmontar uma equipe, que até aquele momento se destacava pela forte defesa, apontada pela maioria midiática como a responsável pela invencibilidade, quando na realidade o seu poderoso ataque é que resolvia as questões.

Como seus adversários, em sua esmagadora maioria, nada defendiam para além do perímetro interno, jogadores como o Marcos, Benite, Alexandre e Duda, e até o Caio se esbaldaram nas bolinhas de três, e eventualmente nas de dois, através os rebotes do Caio e do mesmo Alexandre, sem dúvida alguma o mais regular de seus jogadores, e não esquecendo a força nos contra ataques quando atuava em dupla armação, com o Kojo e o Benite, revesados pelo Gegê.

E o que fez Brasília, senão ir para dentro do perímetro rubro negro, atuando com o Guilherme e o Paulão num entre e sai do garrafão, combinados com o Arthur, e mais tarde com o Ronald e o Cipriano, todos alimentados à granel pelo Nezinho, o Alex e o Isaac?

Pois é, minha gente basqueteira, se já ensaiávamos a dupla armação em algumas equipes, porém amarradas nas rígidas coreografias do sistema único, agora pudemos testemunhar em terras bolivarianas um recital de três pivôs altamente móveis, todos em cima de um lento Caio e um esforçado Alexandre, na tentativa de contê-los em suas entranhas, já que os 2,07m do Marcos não se coadunam com a desejada firmeza quando a situação a ser encarada é a de… defender.

E foi tão tranqüila a superioridade da turma do planalto, que se não me engano o seu técnico não pediu um tempo sequer, dos cinco a que tem direito em um jogo.

Bem, que essa tranqüilidade faça brotar nas hostes da Gávea uma contrapartida inteligente, já qua nada inteligente foi sua decisão de dispensar o Teicheman, que no atual elenco se encaixaria com precisão, não só para a rotação com o Caio, como para atuarem juntos, como fez a equipe de Brasília.

Li agora a pouco no GloboEsporte, uma matéria com o Helio Rubens, onde planeja efetivar a dupla armação com o Helio e o Valter, que em conjunto com os altos, versáteis e rápidos Gruber, Cipolini, Leo, Day, em constantes deslocamentos pelo perímetro interno, levarão essa boa equipe a disputar com grandes chances o titulo da Liga, contando ainda com um Collum na rotação da dupla armadora.

Enfim, boas novas, que espero sejam disseminadas nas demais equipes, fugindo, ainda que tardiamente de um grilhão sufocante calcado e copiado da NBA, que aliás…está mudando também, assim como a turma da NCAA, agora embarcando na cornucópia dos arremessos de três, exceto aquelas tradicionais e vencedoras equipes que ascenderão ao March Madness com a competência de sempre.

E pensar que no NBB2 ousei exatamente isso, e por isso fui marginalizado, mas agora assisto com certa nostalgia o que alguns implantam como novidade, novidade esta que apliquei nos anos 70, precedida dos ensinamentos dos grandes mestres, desde os primórdios do século passado.

Tudo bem, pois o que importa de verdade é que saiamos dessa mesmice endêmica a que nos acostumamos, e partamos para novos rumos, onde a criatividade tem que eclodir dentro da quadra, em vez do estrelato midiático de fora dela. Assim honestamente espero.

Amém.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.

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A CONTÍNUA HEMORRAGIA…

Creio não existir nada mais frustrante a um bom basqueteiro do que ler comentários que falseiam a verdade dos fatos, em nome da unilateral emoção, do eletrizante e espetacular final, omitindo o outro e fundamental lado, o da técnica, o verdadeiro e definidor fator de um embate no âmago da elite.

Mais frustrante ainda é não poder ter visto o jogo, a não ser pelo olhar torcedor de quem omite por desconhecimento as grandes “verdades”, e não as nuances reveladoras do bem jogar o grande jogo.

17/25 nos arremessos de dois, 11/29 nos de três para um Pinheiros vencedor, assim como 14/29 de dois e 13/30 de três, para um Palmeiras perdedor por 87 a 82, numa convergência absoluta e absurda para um jogo de basquetebol, no qual os presentes torcedores (não sei se muitos…) testemunharam com emoção ou incredulidade 31/54 arremessos de dois pontos e 24/59 de três, numa autofágica demonstração do que vem ocorrendo em crescente escalada na direção de uma débâcle terminal em nossa forma de jogar o grande, e por incúria, cada vez mais minimizado jogo. Um número final assusta pela malignidade neste exemplar jogo, o fato de que foram perdidas 23 bolas de dois pontos, e inacreditáveis 35 de três, ou 105 pontos, contra 46 de dois!!

Então, emoções à parte, os que lá estiveram viram um desenfreado bang bang de pretensos “especialistas” nos longos arremessos, sob o manto protetor e torcedor de seus técnicos, todos passageiros de um tobogã que não se sabe onde vai parar, em sua descida a um poço absolutamente sem fim…

E como selo de autenticação, somemos 21 erros de fundamentos perpetrados por equipes caras e bem patrocinadas, mas infelizmente necessitadas de um medieval instrumento ainda insubstituível nesses tempos cibernéticos, uma simples, rudimentar e humilde… bússola.

Amém.

Foto – João Gabriel – GloboEsporte

 

NÃO ESQUECENDO –

I OFICINA DE APRIMORAMENTO DO ENSINO DE BASQUETEBOL