O FORMALISMO, A CRIATIVIDADE, E O KURTZ…

Fui ao Tijuca, numa tarde ensolarada e abrasadora, principalmente no interior do ginásio, que nunca deveria ser palco de uma partida de basquete sob tão alta temperatura, umidade e ventilação inexistente. Foi duro e desgastante assistir ao jogo, imaginem dentro da quadra…

Mas, apesar da fornalha valeu muito a pena o sacrifício, pois testemunhei um excelente jogo, e o mais importante, excitantes e instigantes novidades, e que novidades…

Antes de qualquer análise, e como de hábito, fui às diversas páginas que comentam os jogos, que variaram do heroísmo ao histórico, tecendo loas à jovem equipe francana, ao seu técnico, ao trabalho renovador que implantaram naquela mítica cidade paulista. Os comentários dos leitores então, bem ao modo de uma torcida nem um pouco humilde, o que é de praxe, já vaticina um arrebatador futuro para a equipe da auto declarada capital do basquete brasileiro.

Até ai, nada de novo, nada que não possamos subentender como algo natural e torcedor, mas em nenhuma midia visitada o verdadeiro teor, a verdadeira marca deixada por esse jogo foi sequer e minimamente cogitada, analisada, questionada…

Qual a marca então, prezado Paulo, qual?

Esta marca tem um nome, Kurtz, que pouco tinha visto jogar, mas sei que é gaúcho, dos muitos bons gaúchos que atuam em nossas quadras, e que por isso mesmo deixam sempre uma indagação no ar – Se o Ceará, sem nenhum cearense em sua equipe disputa uma liga sênior nacional, por que mistérios insondáveis uma equipe gaúcha não o faz, frente a tantos talentos que produz?

Mas voltemos ao Kurtz, com seus 2 metros e mais alguns e generosos centímetros, forte, muito forte, porém esguio e muito veloz, provando dentro da quadra que marcar um pivô oponente rigorosamente pela frente, nada de ½ ou ¾ à frente, e sim 100% à frente, não só é possível em nosso basquete, como se torna fundamental na constituição de uma eficiente e pressionada defesa linha da bola, pois as entradas e saídas de bolas ofensivas no pivô ao se tornarem impossíveis, obriga o adversário ao jogo de contorno, à individualidade de seus alas pivôs, como o Marcos ao centralizar as jogadas driblando compulsivamente, na impossibilidade de um diálogo com seu pivô, encoberto e guardado ao passe pelo inteligente e estratégico Kurtz no perímetro interno, deixou a equipe carioca órfã do coletivismo que tanto a embasou na sua irrepreensível campanha na liga.

Com a defesa estruturada e resolvida no seu interior, os espaços externos puderam ser ocupados, principalmente nas contestações aos longos arremessos da trinca Benite, Marcos e Alexandre, baixando seus coeficientes de acerto em muito, e exatamente nesse ponto é que a ausência do Kojo, que em dupla armação com o Benite ou o Gegê, conseguiam as penetrações tão necessárias quando o seu pivô pouco atuava pela dura marcação.

Somemos a tudo isso a presença de três experientes e bons jogadores, como o Figueroa, o Jonathan e o Teichmann, todos eles muito velozes e hábeis, para em conjunto com uma plêiade de jovens e futurosos jogadores, para termos uma equipe que tende a implantar uma forma diferente de jogar o grande jogo, em dupla e coerente armação, e velocidade tática no perímetro interno, assim como, empregando essas qualidades ao setor defensivo, veloz, e por isso pressionado, e acima de tudo antecipativo, à partir da marcação dianteira do pivô, ou mesmo pivôs adversários.

Mas nada do que foi visto e apreciado significaria muita coisa se não tivesse sido consentida aquela parcela fundamental de criatividade posta a serviço de uma coletividade, consentimento este dado por seu técnico, que mesmo sendo seguidor de um formalismo tático sempre presente, viu seu armador argentino, que perante o desesperado bloqueio rubro negro ao final de um jogo ainda indefinido, cortando as linhas de passe ao Jonathan e ao Teichmann, se meter ele mesmo, pequenino  que é, no meio da gigantada, para em dois curtos e precisos DPJ’s definir a fatura, assinada e protocolada pelos quatro lances livres do Jonathan convertidos, compensando um pouco os onze perdidos por sua equipe.

Parabenizo a equipe de Franca pelo belo e produtivo trabalho, principalmente pela reformulação técnico tática que desenvolve com competência, na ofensiva e basicamente na defensiva, e fico torcendo para que seu experiente técnico quebre um pouco mais o seu tradicional formalismo tático, e aprofunde o preparo dos fundamentos do grande jogo, pois sua equipe bem mesclada só terá a evoluir, inclusive taticamente.

Amém.

Foto – Final do jogo. Clique na mesma para ampliá-la.

E NÃO ESQUEÇAM A I OFICINA DO ENSINO DE BASQUETEBOL

Detalhes aqui

 

2013 – ESPERANÇAS…

Terminou a folia, quando na realidade se inicia o expediente nesta festiva nação, e claro, como um país rico, 2013 dá a partida para mais um ano de prosperidade, progresso, justiça, educação e saúde para todos…

Pouco assisti de basquete nesses dias momescos, a não ser um bom jogo na Copa do Rei da Espanha, um jogo da NCAA, e uns breves momentos de NBA, e não esquecendo, alguns jogos da Liga das Américas, pontuada de equipes para lá de medíocres, onde um só jogo valeu um pouco mais, o de Brasília contra o Flamengo, onde a invencibilidade da equipe carioca foi quebrada de forma contundente.

Contundente Paulo, como? Ora, ora, bastou aos candangos concentrarem o jogo de duplo pivô em cima do Caio, com o outro ala passeando pelas mesmas redondezas, para desmontar uma equipe, que até aquele momento se destacava pela forte defesa, apontada pela maioria midiática como a responsável pela invencibilidade, quando na realidade o seu poderoso ataque é que resolvia as questões.

Como seus adversários, em sua esmagadora maioria, nada defendiam para além do perímetro interno, jogadores como o Marcos, Benite, Alexandre e Duda, e até o Caio se esbaldaram nas bolinhas de três, e eventualmente nas de dois, através os rebotes do Caio e do mesmo Alexandre, sem dúvida alguma o mais regular de seus jogadores, e não esquecendo a força nos contra ataques quando atuava em dupla armação, com o Kojo e o Benite, revesados pelo Gegê.

E o que fez Brasília, senão ir para dentro do perímetro rubro negro, atuando com o Guilherme e o Paulão num entre e sai do garrafão, combinados com o Arthur, e mais tarde com o Ronald e o Cipriano, todos alimentados à granel pelo Nezinho, o Alex e o Isaac?

Pois é, minha gente basqueteira, se já ensaiávamos a dupla armação em algumas equipes, porém amarradas nas rígidas coreografias do sistema único, agora pudemos testemunhar em terras bolivarianas um recital de três pivôs altamente móveis, todos em cima de um lento Caio e um esforçado Alexandre, na tentativa de contê-los em suas entranhas, já que os 2,07m do Marcos não se coadunam com a desejada firmeza quando a situação a ser encarada é a de… defender.

E foi tão tranqüila a superioridade da turma do planalto, que se não me engano o seu técnico não pediu um tempo sequer, dos cinco a que tem direito em um jogo.

Bem, que essa tranqüilidade faça brotar nas hostes da Gávea uma contrapartida inteligente, já qua nada inteligente foi sua decisão de dispensar o Teicheman, que no atual elenco se encaixaria com precisão, não só para a rotação com o Caio, como para atuarem juntos, como fez a equipe de Brasília.

Li agora a pouco no GloboEsporte, uma matéria com o Helio Rubens, onde planeja efetivar a dupla armação com o Helio e o Valter, que em conjunto com os altos, versáteis e rápidos Gruber, Cipolini, Leo, Day, em constantes deslocamentos pelo perímetro interno, levarão essa boa equipe a disputar com grandes chances o titulo da Liga, contando ainda com um Collum na rotação da dupla armadora.

Enfim, boas novas, que espero sejam disseminadas nas demais equipes, fugindo, ainda que tardiamente de um grilhão sufocante calcado e copiado da NBA, que aliás…está mudando também, assim como a turma da NCAA, agora embarcando na cornucópia dos arremessos de três, exceto aquelas tradicionais e vencedoras equipes que ascenderão ao March Madness com a competência de sempre.

E pensar que no NBB2 ousei exatamente isso, e por isso fui marginalizado, mas agora assisto com certa nostalgia o que alguns implantam como novidade, novidade esta que apliquei nos anos 70, precedida dos ensinamentos dos grandes mestres, desde os primórdios do século passado.

Tudo bem, pois o que importa de verdade é que saiamos dessa mesmice endêmica a que nos acostumamos, e partamos para novos rumos, onde a criatividade tem que eclodir dentro da quadra, em vez do estrelato midiático de fora dela. Assim honestamente espero.

Amém.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.

Folder – I OFICINA DE APRIMORAMENTO DO ENSINO DE BASQUETEBOL.Clique no mesmo para ampliá-lo.

A CONTÍNUA HEMORRAGIA…

Creio não existir nada mais frustrante a um bom basqueteiro do que ler comentários que falseiam a verdade dos fatos, em nome da unilateral emoção, do eletrizante e espetacular final, omitindo o outro e fundamental lado, o da técnica, o verdadeiro e definidor fator de um embate no âmago da elite.

Mais frustrante ainda é não poder ter visto o jogo, a não ser pelo olhar torcedor de quem omite por desconhecimento as grandes “verdades”, e não as nuances reveladoras do bem jogar o grande jogo.

17/25 nos arremessos de dois, 11/29 nos de três para um Pinheiros vencedor, assim como 14/29 de dois e 13/30 de três, para um Palmeiras perdedor por 87 a 82, numa convergência absoluta e absurda para um jogo de basquetebol, no qual os presentes torcedores (não sei se muitos…) testemunharam com emoção ou incredulidade 31/54 arremessos de dois pontos e 24/59 de três, numa autofágica demonstração do que vem ocorrendo em crescente escalada na direção de uma débâcle terminal em nossa forma de jogar o grande, e por incúria, cada vez mais minimizado jogo. Um número final assusta pela malignidade neste exemplar jogo, o fato de que foram perdidas 23 bolas de dois pontos, e inacreditáveis 35 de três, ou 105 pontos, contra 46 de dois!!

Então, emoções à parte, os que lá estiveram viram um desenfreado bang bang de pretensos “especialistas” nos longos arremessos, sob o manto protetor e torcedor de seus técnicos, todos passageiros de um tobogã que não se sabe onde vai parar, em sua descida a um poço absolutamente sem fim…

E como selo de autenticação, somemos 21 erros de fundamentos perpetrados por equipes caras e bem patrocinadas, mas infelizmente necessitadas de um medieval instrumento ainda insubstituível nesses tempos cibernéticos, uma simples, rudimentar e humilde… bússola.

Amém.

Foto – João Gabriel – GloboEsporte

 

NÃO ESQUECENDO –

I OFICINA DE APRIMORAMENTO DO ENSINO DE BASQUETEBOL

 

I OFICINA DE APRIMORAMENTO DO ENSINO DE BASQUETEBOL

Pronto pessoal basqueteiro, teremos nossa I Oficina de Aprimoramento (prefiro essa definição, em vez de worshop…) no Ensino do Basquetebol, depois de muito pensar a respeito de sua importância no momento de transição por que passa o grande jogo em nosso país, onde a cada ano menos importância é dada ao ensino dos fundamentos individuais e coletivos, e sua relevância para a consecução dos mais variados sistemas de jogo, que no nosso caso se restringe a um só, chamado de “basquete internacional”, que mesmo assim funciona mal pelas falhas de execução do ferramental de todo jogador, os fundamentos, e que independem de idade, estatura, funções e categorias a que pertençam, inclusive nas seleções.

Será uma oficina totalmente realizada dentro da prancheta maior, a quadra, onde serão estudados em suas minúcias, praticados e corrigidos, sempre buscando a melhor forma e maneira de serem ensinados e avaliados nas diversas fases de seu desenvolvimento, não importando que você, participante, esteja ou não em sua melhor forma, pois o contato direto com a bola, os movimentos e as didáticas sugeridas de ensino é que balizarão seu entendimento e compreensão dos mais sutis detalhes para sua perfeita execução.

Cada sessão abordará uma temática específica, sem no entanto perder a correlação entre as mesmas, constituído-se ao final uma unidade completa e interdependente, inclusive sugerimos que cada um traga sua bola, um pequeno rolo de esparadrapo umas poucas unidades de giz, e um short mais curto para o primeiro dia, compondo um kit básico e de baixíssimo custo para maior assimilação prática dos fundamentos.

Na primeira sessão, cada um dos participantes responderá a um questionário que ficará em seu poder até o reteste ao final da Oficina, quando manterão a posse do mesmo, e cuja única finalidade é a de propiciar uma auto avaliação, independente de conceituação por parte da regência da Oficina, por não se tratar de um curso de formação, e sim de aprimoramento técnico dos fundamentos e sistemas de jogo, e sua melhor e mais eficiente forma de ensiná-los.

Finalmente, apresentamos a grade dos sete segmentos, e os custos da Oficina que poderão, inclusive, serem freqüentados de forma avulsa.

Fotos – Treinando os Fundamentos. Clique nas mesmas para ampliá-las.

I OFICINA DE APRIMORAMENTO NO ENSINO DO BASQUETEBOL

Ministrada pelo Prof.Dr. Paulo Murilo Alves Iracema

De 28 a 31 de março de 2013

Campus da UERJ – Rua São Francisco Xavier – Maracanã

Realização: ARTEDUCAÇÃO Empreendimentos Artísticos e Educativos Ltda.

Apoio: UERJ 

CURSO COMPLETO – 7 SESSÕES DE 3 HORAS DE DURAÇÃO CADA 

(CARGA HORÁRIA TOTAL: 21 HORAS – (COM EMISSÃO DE CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO)

MÓDULOS DA OFICINA DE APRIMORAMENTO:

 

– MÓDULO 1 (3 HORAS DE DURAÇÃO)

   – O Equilíbrio, a base estrutural dos fundamentos nas:

           – Paradas e partidas;

           – Deslocamentos longitudinais e sagitais;

           – Nos Dribles em suas mais variadas concepções e direções;

           – Nas Fintas em progressão, regressão, reversão e pivoteadas;

           – Nos diversos Saltos e conseqüentes transferências de força;

           – Na Marcação individual em estabilidade e instabilidade posicional.

 

 

– MÓDULO 2 (3 HORAS DE DURAÇÃO)

 

    – Os Passes, da pega à execução e sua correlação tempo/espaço.

    – Os Rebotes defensivos e ofensivos:

            – O posicionamento frente ao defensor;

            – O posicionamento frente ao atacante;

            – O formidável giro em 180º;

            – Exercitando os rebotes, individual e coletivamente.

 

– MÓDULO 3 (3 HORAS DE DURAÇÃO)

 

     – Os Drills ou exercícios especiais coletivos de fundamentos:

             – Gerais: Elaboração, montagem e reversibilidade dos circuitos;

             – Específicos: Para armadores, alas e pivôs.

             – Ofensivos/Defensivos – O duelo e suas variáveis rítmicas;

      – Fracionando um sistema ofensivo em drills:

             – Evolução e Aprimoramento.

 

– MÓDULO 4 (3 HORAS DE DURAÇÃO)

 

      – Ensinando um Sistema de Ataque através os drills e o exercício                        

         constante  de leitura de jogo;

      – A Defesa Linha da Bola de flutuação lateralizada-princípios.

 

– MÓDULO 5 (3HORAS DE DURAÇÃO)

 

      – A Defesa Linha da Bola – Conceituação e Prática;

      – A Defesa por zona fundamentada na Defesa Linha da Bola.

      – Princípios do Arremesso – Conceituação teórica.

 

– MÓDULO 6 (3 HORAS DE DURAÇÃO)

 

      – A Arte do Arremesso:

            – A Empunhadura e as Pegas;

            – O Principio da Direcionalidade;

            – O Eixo Diametral e seu eficiente controle;

            – A Prática e exercícios correlatos;

            – O Aprimoramento.

 

– MÓDULO 7 (3 HORAS DE DURAÇÃO)

 

     – A força ímpar do treino;

     – O apoio no jogo;

     – A liderança natural e democrática;

     – A relação com a arbitragem;

     – Os aspectos formativos e educativos do grande jogo;

     – Uma Associação de Técnicos? O que é preciso?

     – Ética e futuro do esporte no país.

 

HORÁRIO DAS ATIVIDADES MODULARES:

 

De quinta a sábado (28, 29, 30/3)

– De 9 às 12hs e de 14 às 17hs

 

Domingo (31/3)

– De 9 às 12hs

 

O horário de 12 às 14hs será reservado para o almoço.

INVESTIMENTO:

 

CURSO COMPLETO – 7 MÓDULOS DE 3 HORAS DE DURAÇÃO CADA 

(CARGA HORÁRIA TOTAL: 21 HORAS) – R$ 500,00

MÓDULOS AVULSOS (3 HORAS CADA) – R$ 100,00

 

DESCONTOS E PARCELAMENTOS:

 

20% DE DESCONTO PARA PAGAMENTOS À VISTA ATÉ O DIA 28/02/2013

10% DE DESCONTO PARA PAGAMENTOS À VISTA ATÉ O DIA 20/03/2013

OU

PARCELAMENTO EM 2 VEZES, SEM DESCONTO 

PRIMEIRA PARCELA (R$ 250,00) ATÉ 28/02/2013

SEGUNDA PARCELA (R$ 250,00) ATÉ 20/03/2013

 

MODO DE PAGAMENTO:

 

DEPÓSITO BANCÁRIO EM CONTA CORRENTE DA ARTEDUCAÇÃO

BANCO DO BRASIL 

AGÊNCIA – 1579-2

CONTA CORRENTE – 36016-3

FAVORECIDO – ARTEDUCAÇÃO EMPREENDIMENTOS ARTÍSTICOS E EDUCATIVOS LTDA.

CNPJ: 13.299.910/0001-69

IMPORTANTE – AS INSCRIÇÒES PODERÃO SER PAGAS VIA CARTÕES DE CRÉDITO/DÉBITO, NO LOCAL DA I OFICINA, MAS SEM OS DESCONTOS AUFERIDOS NOS PAGAMENTOS ANTECIPADOS.

APÓS O DEPÓSITO BANCÁRIO, FAVOR ENVIAR O COMPROVANTE DE PAGAMENTO ESCANEADO MAIS SEUS DADOS PARA O EMAIL: oficinabasquetebrasil@gmail.com

 

INFORMAÇÕES – Telefones – 21 2440-1082 e 21 9913-9969 (cel)

 

VAGAS LIMITADAS!!!

ASSEGURE LOGO O SEU LUGAR NESSE GRANDE EVENTO!!!

 

ENFIM A OFICINA DE APRIMORAMENTO (WORKSHOP)…

I OFICINA DE APRIMORAMENTO NO ENSINO DO BASQUETEBOL

PROF.PAULO MURILO

 

28 a 31 de março

No Instituto de Educação Física e Desportos da UERJ

Detalhes no próximo artigo.

UMA POSSÍVEL (E REPETITIVA) FINAL…

Brasília, Flamengo, Bauru, São José, Pinheiros, Franca, Uberlândia, enfim, quais as duas possíveis finalistas?

Honestamente, muito pouco importaria esta discussão, frente à mesmice técnico tática como atuam, fazendo com que aquelas com os jogadores mais capazes de 1 a 5 finalizem a competição, não fossem duas delas sutilmente diferenciadas das demais em alguns aspectos, Brasília e Flamengo, mesmo atuando basicamente com o sistema único de jogo.

Brasília, agora preenchida com um pivosão clássico, o Paulo Prestes, tendo de fazer jogar esse grande investimento atuando também no interior, fugindo um pouco de sua maior arma, os arremessos de fora do perímetro e o agora mais do que nunca poder de rebote facilitador de sua segunda maior arma, os contra ataques.

No entanto, mesmo com tantas definições, algo incomoda sobremaneira, as seguidas e crescentes convergências, como a do seu último jogo frente ao Uberlândia, com 18/36 nos arremessos de dois pontos e 17/36 nos de três, numa vitoria de 22 pontos de diferença, ante um adversário, como a maioria dos que enfrenta, incapaz de contestar tal avalanche de fora do perímetro, numa confessa permissividade defensiva indesculpável e comprometedora, tanto para os que lá estão dentro da quadra, como principalmente, para quem dirige de fora da mesma, numa divisão equânime de responsabilidade e omissão.

A outra equipe diferenciada lidera a competição invicta, fator de grande importância frente às demais, pois, mesmo atuando dentro do padrão tático praticado por todas, consegue impor de forma mais eficiente uma defesa compacta e agressiva, junto a uma forma de atacar mais livre e criativa, com a utilização de dois armadores técnicos e rápidos atuando juntos, dois alas incisivos dentro do perímetro, mas apresentando um fator diminuidor de sua natural velocidade interior pela grande lerdeza de seu cincão Caio, que ao se confirmar tal final, equilibrará essa baixa velocidade interior no enfrentamento do também lento pivô candango, aspecto este razoavelmente compensado pela volúpia anotadora do restante da equipe, além de sua notória rodagem e experiência competitiva.

As demais equipes mencionadas perdem um pouco suas possibilidades de protagonizarem uma final, por estarem um degrau abaixo no aspecto de experiência competitiva, que somente seria compensada se apresentassem sistemas de jogo realmente diferenciados da mesmice endêmica em que estão todos mergulhados, exceto os dois participantes mencionados pelos sutis  detalhes acima explicitados.

Acredito, fazendo coro às projeções da mídia voltadas ao grande jogo, que por mais uma vez poderemos testemunhar uma final repetitiva e inodora entre Brasília e Flamengo, frente à incapacidade criativa na busca de novas formas de atuar pelas demais equipes participantes da Liga.

Uma pena e um grande desperdício essa ausência de formas diferenciadas de jogar o grande jogo, por culpa e falta de ousadia e coragem por parte de técnicos que se negam ao novo, ao instigante, ao progresso, e que teimosa e inutilmente continuam à beira da quadra torcendo para que as bolinhas caiam…

Amém.

Fotos – Divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las.

O BESTIALÓGICO…

(…) BNC: Poderiam explicar o porquê de se investir em seleção adulta, e não apenas no fomento das categorias de base? Qual é a razão?
RICARDO LEYSER: O governo brasileiro tem a meta de projetar o país entre as potências esportivas mundiais a partir dos Jogos Rio 2016. Para isso, lançou o Plano Brasil Medalhas 2016 e desenvolve outras ações visando a assegurar as condições necessárias para que as equipes disputem em igualdade de condições com suas maiores concorrentes. Os Jogos Olímpicos não são disputados pelas categorias de base, ao contrário, os países enviam seus principais atletas e seleções. O Brasil se prepara para ir aos Jogos com seus melhores representantes, inclusive no basquete. O governo federal investirá no basquete adulto tudo que for possível para que as seleções tenham o seu melhor desempenho. Isso não exclui investimento nas categorias de base. Dois dos convênios com a CBB se destinam a preparar as seleções sub-19 feminina e masculina, incluindo participação da seleção feminina sub-19 no Mundial da Lituânia de 18 a 28 de julho deste ano, e da masculina sub-19 no Mundial da República Tcheca de 27 de junho a 7 de julho. Os convênios para custear a Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol e adquirir o software de monitoramento também vão servir a todas as seleções. São ações com impacto na base. Lembramos que a preparação da seleção sub-19 feminina que conquistou a terceira colocação no Campeonato Mundial de 2011 foi fruto de convênio com o Ministério do Esporte. Por fim, o edital de chamada pública tinha como foco o esporte de alto rendimento e a preparação olímpica, o que obviamente implicava em acolher projetos direcionados à preparação das equipes adultas das modalidades. (…)

 

Quando li essa matéria do Fabio Balassiano em seu Bala na Cesta não acreditei, simplesmente não acreditei ante tamanho bestialógico, e o pior, governamental.

De todas as respostas dadas por esse político, que de educação física e esportes e sua destinação estratégica na educação cidadã de um povo, basicamente de seus jovens, rigorosamente nada sabe, e que ainda tem o desplante de esfregar sua ignorância na face da nação, separei a resposta acima, onde afirma – “Os Jogos Olímpicos não são disputados pelas categorias de base, ao contrário, os países enviam seus principais atletas e seleções. O Brasil se prepara para ir aos Jogos com seus melhores representantes, inclusive no basquete.” E onde os países vão buscar suas seleções senão na formação de base? Mas nós não, e veremos onde iremos parar em 2016…

No entanto, ele, seu triste partido, seu ministério, secundado por um COB aterrador, terão garantido a riqueza das empreiteiras, dos conglomerados internacionais que geram a informação, a hotelaria, a administração e marketing desportivo, e por fora e por baixo dos panos as generosas comissões e o desvio dos bens e valores públicos perpetrado por maus brasileiros, criminosos que são ao marginalizarem a educação básica dos jovens, a saúde e segurança do povo, maquiando sua ignomínia com falsos e discutíveis legados, proteladores da justiça e do verdadeiro e sustentável progresso da nação. Mas um dia, um glorioso e ansiado dia, veremos renascer o bom senso e o amor aos jovens, a desprezada formação de base, sustentáculo de países, aqueles mesmos que aqui estarão em 2016 representados pela resultante de seu mais sagrado investimento, seus jovens, sua formação de base. Quanto a nós, estaremos à sombra de discursos e declarações como as proferidas por esse cara. Que os deuses nos protejam.

Amém.

Foto – Bala na Cesta. Pena que o clicar na mesma não a minimize na medida de sua relevância.

 

O ARY QUE RECORDAREI…

Foi em Brasília, durante o Sul Americano de clubes que tive uma das últimas oportunidades de estar com o Ary, da forma como sempre convivemos nos últimos 50 anos (fizemos este ano cinqüenta anos de formados em Educação Física pela EEFD/UFRJ), em torno de uma farta mesa após jogos e até treinos. O Ary, além do excelente técnico que foi, era um festeiro de mão cheia, sempre pronto a uma conversa sobre o grande jogo sob qualquer pretexto, fizesse sol ou chuva.

Mas além do amor ao basquete, algo nos aproximava sobremaneira, o impulso de descobrirmos novos talentos e encaminhá-los às quadras, preparando-os desde muito cedo. Foi uma época de grande brilho aqui no Rio e no restante do país, onde a formação de base era uma realidade de fato, onde conviviam grandes técnicos formadores, onde vicejavam sistemas e valores dos mais variados matizes, onde a criatividade era a palavra de ordem.

O Ary foi mais longe na busca do basquete de elite, das seleções, das grandes conquistas, mas nunca perdemos o contato e o gosto pela discussão sadia e inteligente, recheadas de “causos” e de reminiscências imorredouras, hoje praticamente varridas para baixo do tapete da história. Um pedaço importante dela se foi com ele, mas os verdadeiros amigos não deixarão que a esqueçam, o que seria, ai sim, uma perda irreparável.

Nas fotos acima, junto ao Alcir Magalhães, o Heleno Lima, o Bruno Lima, o Pedro Rodrigues e a mim, muitas passagens sérias, pitorescas e até brincalhonas, eram desfiadas e sempre relembradas, como um preito às tradições e princípios que sempre nortearam o grande jogo junto àqueles que o amavam de verdade, integralmente, dando a ele mais do que recebíamos, quando recebíamos, mas nunca o renegando, o traindo por outros interesses que não a perene busca de sua grandeza. E foi o que fizemos, o que ele fez, legando um tesouro de inestimável, inesgotável valor.

Logo mais irei me despedir do amigo, e das profundezas do mais absoluto silencio nos comunicaremos através as imorredouras lembranças de um tempo glorioso e gostoso em que vivemos, pela amizade, o respeito, e acima de tudo, pela imensa saudade. Até mais amigo Ary, até.

Amém.

Fotos – Clique nas mesmas para ampliá-las.

UMA ESPERANÇA…

Cheguei cedo ao ginásio, e pude ver o primeiro jogo na íntegra, o que reforçou definitivamente a certeza de que muito em breve já não farei muita questão de me deslocar de Jacarepaguá para a Tijuca para assistir o mesmo do mesmo, pois afinal de contas, pesa bastante perder tempo na minha idade.

E foi esta a impressão que me passou o primeiro jogo, onde a imagem  burocrática do sistema único se fez mais do que presente, e que apesar da tremenda superioridade da equipe do Paulistano sobre um combalido Tijuca, se mantinha irretocável em sua forma e nas sinalizações de praxe. Mas num setor havia uma substancial discrepância, a defesa muito forte dos paulistas, fora e dentro do perímetro, que somente permitiu 5 pontos aos cariocas no segundo quarto, mas que estranhamente não se estendeu nos números finais do placar, que deveria ter sido mais elástico. A comentar a atuação do armador Muñoz em sua segunda participação no Paulistano, defendendo e atacando com uma precisão elogiável, abrindo grandes perspectivas de num breve futuro se firmar de forma definitiva na equipe, principalmente se puder contar com o bom armador Elinho ao seu lado na armação dos bons pivôs paulistas.

Ao final do jogo, pude conversar e abraçar o excelente panamenho, desejando a ele o máximo de sucesso, agora que conseguiu se alçar a uma das grandes equipes da liga, por mérito e justiça ao seu grande talento e caráter. Sei que alcançará um grande sucesso no grande clube da paulicéia.

E veio o jogo final, quando poderíamos ver duas equipes altamente nominadas, apesar do grande desfalque dos paulistas que não poderiam contar com seu armador e pontuador, o Boracin.

Então a grande surpresa se estabeleceu, com a dupla armação do Flamengo, mais solta e criativa, penetrando e servindo os pivôs, e contra atacando de forma devastadora. Defensivamente soube manter o nível apresentado nas partidas anteriores, fator básico para se manter invicto na competição. Não fosse a proverbial lentidão do enorme Caio, e a equipe deslancharia com mais precisão, pois a discrepância entre a velocidade da equipe e a de seu cincão é desproporcional, razoavelmente compensada pela precisão do mesmo nas conclusões de curta distância. Pena a saída do Teichman, que comporia essa nova forma de jogar de maneira realmente eficiente.

Enfim, pudemos constatar que o sistema único começa a ser contestado em sua forma mais rígida, dando, aos poucos, lugar a um sistema mais flexível, criativo e evoluído. Aposentada a prancheta e seus absurdos hieróglifos, vejo nas equipes do Flamengo, Franca  e possivelmente Uberlândia (vamos vê-la hoje contra o líder Flamengo) uma saudável abertura, e por que não, ruptura de um sistema de jogo anacrônico e coercitivo.

Torço efetiva e fortemente para que consigamos evoluir técnica e taticamente, principalmente após abraçar e desejar sucesso ao jogador que melhor representou aquele passo decisivo na evolução do grande jogo em nosso país, após sua brilhante participação na equipe do Saldanha da Gama no NBB2, quando sedimentou a dupla armação na liga, e que agora encontra eco em algumas das grandes equipes da mesma. O Muñoz merece nossa admiração e respeito, e torço pelo seu merecido sucesso, como torço mais ainda para que alcemos novos e arejados vôos rumo a um futuro mais criativo e vencedor, que afinal de contas reflete o desafio que faço a mais absoluta questão de perder.

Amém

Foto – Ginasio repleto do Tijuca, que aos poucos vai se tornando pequeno para os grandes jogos. Clique na mesma para ampliá-la.

EQUIVOCADAS ATITUDES…

Chego ao ginásio, com enormes filas para a compra de ingressos, dirijo-me à porta dos jornalistas e dou-me conta que esqueci minha credencial em casa, mas como tenho 73 anos…

O primeiro jogo já se encontrava no quarto final, e pelo placar parecia estar muito disputado. Mas, ao reencontrar os técnicos Aristônio, Miguel Palmier e o José Geraldo, perco-me num papo animado e basqueteiro de costas para a quadra, e quando me dou conta do jogo o Pinheiros já estava doze pontos à frente a dois  minutos do  final, e um armador tijucano investindo por três ataques sucessivos em busca de uma cesta de doze pontos, quando poderia coordenar ataques de dois e até três pontos, quando aumentariam as chances de sua equipe tentar igualar o jogo. Despeço-me dos amigos, e me refugio numa afastada cadeira para o segundo jogo.

O ginásio já estava abarrotado, calorento, húmido e poeirento, mas animado como num jogo de futebol, cânticos inclusive. Engraçado, bem ali perto dormitava um maracãnanzinho, justa casa do basquete brasileiro, local que foi construído para o Mundial de 53, e onde dez anos depois conquistou nosso basquete o bi campeonato mundial. E vem o vôlei reivindicar o templo para eles, enviando o basquete para uma arena perdida num canto da Barra, inacessível para a maioria…

Jogo por começar e o que vejo incrédulo, a repetição (que ameaça virar rotina, e se tiver transmissão de TV então…) de um petit comitê entre juízes, técnicos e diretores das franquias, para discutir o que, meus deuses, o que? Como vai ser a arbitragem, os critérios, etc e tal? Que tal suspender a bola e dar início a um jogo com regras definidas desde sempre, que tal? Quem não as cumprir penalizado será, simples assim. Mas não vi um único policial presente, ou ser requisitado, a não ser em frente ao ginásio…  Saem da reuniãozinha os dois técnicos às gargalhadas, como prefaciando o lamentável espetáculo de vedetismo que veríamos dali para diante. E foi tanto exibicionismo gratuito, com invasões descabidas de quadra, que um dos comandantes acabou justamente excluído do jogo, deixando em seu lugar um pacato e comedido assistente que lá pelas tantas começou, “contagiado” pela massa ululante, o tradicional balé gestualistico de praxe. E o excluído comandante, parece não se dar conta de que está à frente de uma torcida de…FUTEBOL, em sua esmagadora maioria, mordida com os fracassos de sua básica e primaria paixão, isso mesmo, o FUTEBOL, e que se não for muito bem administrada de dentro para fora da quadra, poderemos ver, em breve, invasões altamente perigosas, haja vista que o respeito a não existência histórica e tradicional de uma barreira física que a separa do recinto de jogo pode ser rompida num piscar de olhos, com resultados muito graves.

No outro banco, mais um representante da genial geração de novos técnicos, pressionando ao extremo juízes nitidamente coagidos por eles e pela ensurdecedora massa humana, nervosa e comprimida, perdendo um tempo precioso para perceber que a dupla armação do adversário, forçando o jogo interior, não encontrava balanceamento pela utilização de um único armador, e olhe que um dos melhores jogadores para operar uma dupla armação estava no banco, o Munõz que estreava na equipe, e que só foi utilizado em revezamento com o Elinho, quando ante a opção de seu adversário pela dupla armação não respondia à altura, principalmente quando cabia a um jogador inábil na defesa exterior, o Eddy, exercer, por sua estatura, as anteposições aos arremessos de três, nitidamente batido em todas as tentativas, por sua lenta recuperação nas coberturas. Mas o importante era a pressão na arbitragem, numa atitude que relatei tempos atrás sobre a inconsciente síndrome do álibi às possíveis derrotas, que foi um dos mais sérios problemas que consegui contornar e erradicar de alguns jogadores do Saldanha. Nosso jovem técnico precisa descer rapidamente do enganoso pódio da hipnotizante exposição pública, para se concentrar única e exclusivamente nas minúcias do jogo, fugidias e excludentes se não captadas rápida e pacientemente (o binômio Diagnose/Retificação), e que não se coadunam com exibicionismos gratuitos, inócuos e equivocados. Fiquei desapontado vendo o excelente Muñoz fazendo sinais de jogadas, dando passes lateralizados e profundos, e correndo por trás de uma gigantesca defesa, no mais puro padrão do sistema único, quando deveria se encontrar permanentemente no foco das ações, preferencialmente dividindo o perímetro com o outro bom armador da equipe, assim como agiu seu oponente, que por isso venceu com maestria e precisão.

Pelo que vejo, e com alguma satisfação, já começamos a entender como válida a dupla armação, e o jogo interno sucedâneo à mesma, com a utilização inteligente dos rápidos alas pivôs que já temos, que quando aprenderem (ou forem ensinados…) a marcar pela frente, e se movimentar com mais velocidade no perímetro interno, jogando de frente para a cesta, originando o quase completo desaparecimento dos paquidérmicos cincões, estaremos dando um estratégico salto de qualidade na arte de praticar o grande jogo, e mesmo que o desafio que lancei caia no conveniente esquecimento de vaidosas mentes, já me permite constatar que a “descoberta” de que existem formas de jogar diferentes do sistema único, coercitivo e castrador, se faz presente, o que é inspirador e altamente esperançoso. Que sigam as novas conquistas, sem vedetismos, e com mais precisas e sutis ações criativas e ousadas.

Amém.

Foto – Divulgação CBB. Clique na mesma para ampliá-la.