O DÉCIMO QUARTO DIA…

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Hoje conheci o ginásio do Saldanha da Gama, um belo local, amplo e bem arejado, mas deteriorado pelo tempo e quase nenhuma manutenção. Uma pena, pois se conservado seria bem superior aos ginásios onde treinamos e jogamos. O piso ainda é taqueado, inadequado às modalidades atuais, cujas exigências na absorção de impactos são enormes. Mas mesmo assim se prestou muito bem ao treino exclusivo de arremessos, já que a ausência dos três  jogadores que foram a Uberlândia inviabilizaram a pratica coletiva planejada para hoje.

Tenho recebido inúmeros emails e comentários postados no blog sobre a constituição dos sistemas treinados por nós, em anteposição ao sistema único, utilizado pelas demais equipes. Claro que não os exporei em suas minúcias e detalhes técnicos de imediato, pois um elemento técnico de caráter inédito é um dos  argumentos mais sólidos a ser preservado perante o conhecimento técnico das demais equipes, e cujo elemento surpresa deverá estar sempre presente.

Mais adiante publicarei os sistemas sem restringir quaisquer detalhes de treinamento e preparo, assim como toda sua concepção antagônica ao sistema único. Torna-se de crucial importância para o grande jogo, que outros mais sistemas de ataque e defesa sejam divulgados, a fim de que nossos jovens técnicos alcancem uma cultura técnico tática generalista e democrática, porta de entrada à criatividade e a novos conceitos de jogo.

Segunda feira retomamos os treinamentos já na semana de reinicio dos jogos do segundo turno, onde enfrentaremos o Pinheiros e o Paulistano, em busca de uma reabilitação tão perseguida.

Até lá então.

Amém.

O DÉCIMO TERCEIRO DIA…

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Manhã nebulosa, logo um arrefecimento na temperatura ambiente permitirá uma movimentação mais intensa no abafado ginásio. E assim foi mais um treino matinal totalmente voltado aos fundamentos, com especial relevo nos passes e arremessos de curta e media distancias.

É realmente surpreendente o poder de resistência de um mau hábito técnico adquirido, quando perante a perspectiva de mudança, por mais simples que seja, principalmente quando o arremesso é o foco da questão. A intensidade nos exercícios visando o aprimoramento de sua mecânica de execução é minimizada ante a enorme dificuldade de corrigi-la se necessário for, pela evidência de um erro técnico que inviabiliza sua precisão. Trava-se então a luta desigual entre um hábito adquirido ao longo de anos de pratica intensa, e a necessidade de corrigi-lo em algumas sessões de treinamento. E é neste exato momento que entram em cena a experiência e o conhecimento do técnico, para num processo de desconstrução substituir um hábito adquirido equivocadamente por outro devidamente corrigido. Não é fácil, mas perfeitamente possível, tornando um jogador mais seguro e confiável na arte do arremesso.

Ao final da tarde, com uma temperatura bem mais amena, treinamos intensamente reposições laterais e de fundo bola, com encadeamento no sistema ofensivo contra defesa individual e por zona, numa movimentação bastante semelhante ao jogo real, tal o empenho e dureza empregues pelos jogadores na quadra. Foi um eficiente exercício de doação e comprometimento de todos, quando agora podemos afirmar com segurança estarem abertas as possibilidades reais de um soerguimento técnico tático, consubstanciado a um elevado padrão na auto estima de toda a equipe.

Infelizmente, a uma semana do reinicio da competição, e num momento decisivo de firmarmos os novos padrões duramente adquiridos, três de nossos jogadores se deslocarão até Uberlândia para exibições gratuitas e despidas de ganhos reais de técnica, desfalcando a equipe em treinos de crucial importância para sair da situação de última colocada na liga, assim como do assistente técnico tão necessário nesses treinos, todos deslocados a convite desta mesma liga, convite este que declinei pelo compromisso assumido junto a equipe num momento tão critico por que tem passado.

Mas vamos em frente com os que aqui ficaram, numa escalada que em absoluto pretendo interromper.

Amém.

O DÉCIMO SEGUNDO DIA…

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Trocamos hoje de ginásios para os treinamentos, já que o até agora utilizado, e que é onde jogamos as partidas oficiais, também recebe jogos da liga de vôlei, na qual temos um representante. O novo local, do outro lado da rua, faz parte de um complexo esportivo da prefeitura, muito amplo e bem completo, mas com um aspecto em comum, a pouquíssima ventilação, tornando o ambiente de treino abafado ao extremo.

Este opressivo fator torna os treinos matutinos pouco proveitosos, já que bastante interrompidos para a necessária hidratação dos jogadores, por isso torneio-os mais corretivos e voltados aos fundamentos, principalmente os arremessos, ponto frágil da equipe, que é voltada aos de três pontos, subestimando os de dois pontos, que são aqueles que mais enfoco nesta retomada.

Como em quase todas as equipes que dirigi, alguns jogadores apresentam sérias deficiências nos arremessos, fruto de má iniciação e uma quase completa ausência de correção no passar dos anos, fixando hábitos muito difíceis de tirar. Nessa equipe são dois os casos incluídos nesse lastimável pormenor, mas, como em todo bom desafio, vamos enfrentar e corrigir tais deficiências. Muita observação, trabalho e insistência, temperada com doses maciças de paciência, por certo corrigirão os dois talentosos, e ainda muito jovens jogadores.

No treino da tarde praticamos nossa defesa linha da bola em confronto com o novo sistema que adotaremos para o restante do campeonato, sempre realçando as boas intervenções defensivas, que quanto mais efetivas forem, maiores serão as possibilidades de sucesso de uma ofensiva sob estudos e prática intensa.

De repente sou avisado de que o treino deveria ser encerrado em 15 minutos, pois o local seria utilizado por uma equipe feminina de vôlei, deixando no ar a sensação de que muito ainda teremos de caminhar na direção de um sentido profissional na concepção do termo. Parei um treino que crescia em intensidade, por força de uma claudicante e equivocada hierarquia administrativa. Paciência.

Aos poucos algumas mudanças se fazem sentir no âmago da equipe, e uma das mais importantes é a constante troca de informações entre os componentes dos quintetos que se enfrentam nos exercícios de ataque e defesa propostos, numa demonstração de profunda participação e interação coletiva. Aos poucos o comprometimento do grupo vai se impondo, o que é algo digno de se admirar.

Trabalho que segue, seguro e responsável, digno e irrepreensível.

Amém.

O DÉCIMO PRIMEIRO DIA…

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Que calor infernal, o suor flui abundante e desgastante, o treino tem de ser interrompido amiúde para a necessária hidratação, e todo esse cenário transcorre num ginásio cuja ventilação é seriamente comprometida, multiplicando os efeitos nocivos entre os jogadores.

Claro que a produtividade decresce naturalmente, exigindo que o foco na execução dos movimentos propostos seja otimizado ao máximo naqueles poucos momentos de superação ante uma temperatura elevada. E estão conseguindo, numa doação elogiável e promissora.

Trabalhamos pela manhã o que defino como academia do arremesso, onde através exercícios conjuntos e individuais corrigimos posicionamentos, empunhaduras, controle direcionais, força e trajetória dos arremessos curtos, e de  media e longa distâncias, reservando um tempo apreciável a um dos pontos fragilizados da equipe, os lances livres.

No trabalho vespertino, contando com 14 jogadores pela primeira vez, alguns voltando de contusões, treinamos o novo sistema contra defesas zonais, cuja adaptação é sabidamente lenta, exigindo muita paciência, atenção e sincronismo, fator que define os bons sistemas ofensivos.

E mesmo nestes trabalhos conjuntos, são observadas as acuradas execuções dos fundamentos do jogo, fazendo com que todos os fixem trabalhando e repetindo seus sutis detalhes diariamente e por toda suas vidas de jogadores.

Espero que possamos seguir com todos os jogadores capacitados fisicamente, em direção a um amanhã pleno de reabilitação, de confiança, e de muito trabalho.

Amém.

O DÉCIMO DIA…

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Sem conseguir passagem aérea do Rio para Vitória, tive de viajar de ônibus por toda a madrugada, a fim de estar presente no treino de hoje às 10 hs da manhã no recomeço dos trabalhos, depois do intervalo de três dias para o descanso reivindicado pelos jogadores.

Mas não pudemos treinar, de acordo com uma norma administrativa ( o ginásio pertence a Prefeitura) exigindo a presença de um funcionário graduado no local, o que não ocorreu. Uma lástima, pois apesar da presença da equipe, mais um treino pratico foi desperdiçado, substituído por uma longa exposição técnico tática promovida por mim junto a equipe, detalhando, expondo e discutindo os sistemas defensivos e ofensivos  que empregaremos daqui para diante.

No entanto, dois fatores tendem a colocar algum risco ao progresso do trabalho, algumas contusões, e pequenos desajustes quanto ao cumprimento de horários por parte de alguns jogadores, mas nada que não possamos corrigir no devido tempo, conclamando a todos para o grande esforço comum na busca do soerguimento da equipe, tarefa maior que teremos de enfrentar.

No trabalho da tarde fomos mais fundo na aplicação de alguns princípios defensivos que desenvolvi através muitos anos, baseados nas flutuações lateralizadas, e não as longitudinais à cesta de ampla aceitação entre nós. Esta concepção defensiva depende crucialmente destes dois conceitos contrastantes dentro do principio da linha da bola, exigindo um árduo treinamento e atenção constantes, mas cujos efeitos altamente positivos compensam todos os esforços despendidos em sua aprendizagem.

Logo a seguir trabalhamos com afinco o novo sistema ofensivo, ainda em fase de junção dos fragmentos praticados separadamente, utilizando a técnica das partes para o todo, comprovadamente aquela que melhor se coaduna à uma mudança radical por sobre um sistema enraizado por longos anos de pratica. Trata-se de uma tarefa difícil, mas absolutamente não impossível.

A equipe tem respondido com empenho e interesse, meio caminho andado para seu soerguimento.

Amém.

O NONO DIA…

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Numa reunião de trabalho da comissão técnica, e com um representante dos jogadores participando, um dos temas abordados foi o da folga nos dias carnavalescos, onde o argumento dos jogadores era o da enorme fadiga causada por 19 dias de quatro jogos e treinos intensos, e tudo sem um dia sequer de descanso. Aceitei em acordo com os demais componentes da CT, e pararemos três dias, recomeçando na próxima terça feira.

E fomos para os dois treinos do dia, o nono dia de um projeto desafiador em toda sua conformação técnico tática. Combinamos mudar o modo e a maneira de jogar, e estamos conseguindo levar a razoável termo essa pretensão, que vem exigindo o máximo de esforços da grande maioria da equipe, que só não atinge o total pelas contusões e decorrentes recuperações.

Pela manhã praticamos de forma liberta de cadeiras e obstáculos, e em formação de duplas, toda uma gama de fundamentos previamente treinados, e cujo teor abrangia todos que compõe o grande jogo em seu desenvolvimento.

À tarde, onde por força de algumas forçadas e justificadas ausências só pude contar com nove jogadores, o que forçou uma mudança, e conseqüente adaptação à programada inclusão dos dois fragmentos que faltavam para a complementação do sistema proposto. Mesmo assim o apresentamos em meia quadra e sem marcação, tão somente as poucas regras que o compõe  para o entendimento setorizado do mesmo, e para que durante a folga os jogadores estudem sugestões e plausíveis adaptações baseadas em suas experiências de muitos anos no sistema único de jogo, agora confrontado com um outro de concepção  diametralmente oposta  a ele. Esta confrontação teórico pratica é que definirá os movimentos básicos do novo sistema, que sendo aceito por todos o tornarão factível e democraticamente reconhecido.

Quando um técnico propõe uma ruptura técnico tática a uma equipe adulta contrapondo a um novo sistema os hábitos profundamente adquiridos pela longa pratica de execução de um outro, jamais deverá impor tal mudança sem o desvinculamento de seus jogadores daqueles hábitos, pois corre o risco de ver ruírem ambas as experiências. Cabe então usar o processo de substituição progressiva, lenta e pausadamente, de um habito por outro, mantendo sempre os pontos concordantes, basicamente os fundamentos comuns a ambos, mas diferenciados em sua aplicabilidade especifica.

Ao se atingir tal objetivo, a equipe se situará em um novo patamar técnico tático, sem perder o sentido básico do controle dos fundamentos, mesmo sob a influencia de um novo sistema e os diferenciados hábitos a serem adquiridos.

Trata-se de uma troca sutil e particularíssima, que exige um bom planejamento e aferições e avaliações constantes e detalhadas, e que por certo, auferirão a equipe uma nova postura, um novo recomeço, novas e plausíveis esperanças.

Voltaremos na próxima terça feira.

Amém.

O OITAVO DIA…

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A ordem do dia de hoje é por em prática o pouco que assimilamos até  agora, não importando os resultados em si, mas avaliando melhoras na técnica individual dos fundamentos, principalmente no drible, nos passes, no posicionamento defensivo, nos bloqueios de rebote, nas fintas e nos arremessos de media e curta distâncias.

São fundamentos imprescindíveis ao sistema que pretendemos adotar, com particularidades intrinsecamente ligadas aos mesmos, claro, sem esquecermos da pratica dos demais, num tour de force cansativo e suado. É o tipo de preparo que bem define quais e quem de todos os participantes se comprometeram no progresso da equipe, que até o momento posso afiançar numa simples afirmação, todos.

Todos em tese, pois uma coisa é observarmos o empenho no trabalho técnico, outra é avaliarmos do quanto de aceitação estão realmente imbuídos, pois ainda não tenho a capacidade de ler mentes, apenas constatar reações em mínimos detalhes nas execuções e no desenvolvimento das tarefas propostas.

E essas observações me fazem otimista de que a proposta está sendo convenientemente captada, pelo simples fato da acentuada melhoria coletiva no domínio dos fundamentos tornar-se uma palpável realidade a cada dia que passa, inclusive no reconhecimento deles próprios. E isso é simplesmente encorajador.

Organizei movimentações táticas em meia quadra, sem e com marcação, forma indicada para observações corretivas sem dispêndio de detalhes, que seriam perdidos em movimentações de quadra inteira, inicialmente para o sistema defensivo, e depois para juntar os três fragmentos do ofensivo desenvolvidos anteriormente.

E aos poucos, pacientemente, vamos montando esse sofisticado puzzle, onde nem sempre a peça escolhida é que se encaixará nas primeiras tentativas, e sim mais adiante, quando o esboço da arte final estiver encaminhado e minuciosamente estabelecido.

Observação direta, indireta, objetiva e coerente, são fatores determinantes nessa fase de ajustes e realizações, num trabalho exaustivo e profundo, somente levado a bom termo ã luz da experiência, aquela bem especifica de ser valida, por ter sido integralmente vivida.

Vivamos então nossa instigante experiência.

Amém.

O SÉTIMO DIA…

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Dia extremamente quente, abafado, quase irrespirável, principalmente para atletas de alto rendimento. Apesar do constante vento vindo do mar, Vitória faz calor, e muito. Nestas circunstâncias, treinos são quase improdutivos, e o pouco que podemos usufruir tem de ser valorizado ao máximo. E foi o que aconteceu, pela manhã e à tarde.

Na sessão matutina, um circuito de fundamentos priorizou o drible, as mudanças de direção, as fintas, os arremessos curtos e a movimentação  defensiva básica, em velocidade média a fim de que reações adversas não viessem a ocorrer motivadas pela alta temperatura e a pouca ventilação do ginásio.

Seguiu-se uma relativamente longa sessão de DPJ (drible, parada e jump) com finta e corte inicial, numa valida tentativa de recobrarmos a grande importância desse arremesso, esquecido em função da febre irresponsável dos arremessos de 3 pontos, e seus iludidos “especialistas”, cuja limitação técnica de execução tanto empobreceu o jogo com suas  40 a 60 tentativas por jogo.

Técnicas corretivas aplicadas aos lance livres, um dos pontos fracos da equipe na competição nacional, encerraram os trabalhos da manhã, cujo aproveitamento real não foi dos melhores, pelos motivos acima apontados.

Na sessão vespertina, numa temperatura menos intensa, recordamos o primeiro fragmento do sistema ontem apresentado e treinado, ainda sem marcação, e logo a seguir o segundo fragmento, desenvolvido de forma semelhante ao primeiro, e ainda sem marcação, visando a fixação de seus movimentos naturais.

Finalmente, os dois fragmentos propostos e treinados, o foram à luz de uma defesa individual bem fechada, onde os hábitos técnico táticos adquiridos ao longo dos anos muitas vezes mascararam a nova proposta, diametralmente oposta. Mas como hábitos podem ser substituídos por outros, o trabalho toma um rumo reestruturador, no qual adultos calejados terão a oportunidade de repensarem posições e atitudes, num exercício de renovação e desafio.

Finalizamos o treino com arremessos de lances livres, bem cansados que estavam, procurando os pontos de concentração tão esmaecidos quando sob o domínio da pré-estafa.

Com possibilidades de chuvas para amanhã, o ambiente pesado do mormaço poderá dar lugar a uma temperatura mais amena, contribuindo para uma sessão de treinos mais proveitosas. Assim espero.

Amém.

PS- Uma falha na conexão da  rede do hotel, me deixou ontem sem internet, daí o atraso de um dia nessa publicação. PM.

O SEXTO DIA…

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No treino pela manhã, um completo circuito a ser percorrido em duplas, foi montado tendo em vista a pratica dos fundamentos de drible, passes e defesa, oferecendo a mim toda uma gama de observações  personalizadas , onde a constatação de qualquer erro de execução era prontamente corrigido, dando aos jogadores uma sensação de apoio e atenção praticamente individualizada.

Esse método de avaliação imediata, propicia uma correção que será tão mais rápida quanto menor for o espaço entre a diagnose e a mesma, num processo eficaz e progressivo na homogeneização  da equipe quanto ao domínio correto dos fundamentos básicos, fator primordial para a consecução de um sistema de jogo, seja lá o que for empregue por qualquer equipe de qualidade.

O grande e profundo trabalho a ser desenvolvido nesta fase é da efetiva conscientização dos jogadores pela necessidade da pratica e treinamento dos fundamentos, pois muitos deles se auto definem como excludentes de um processo que pseudamente dominam, considerando-o para iniciantes tão somente, constituindo-se num erro que onera  a equipe em seu todo, pela deficiência técnica na execução do fator responsável pela  viabilidade de um sistema, os fundamentos do grande jogo.

No treino da tarde, foi apresentado à equipe o primeiro fragmento de um sistema baseado em dupla armação, na forma de um exercício entre dois, e depois três jogadores, ainda sem marcação, mas sendo exigida toda uma preocupação concernente aos movimentos coordenados na formulação e execução dos mesmos, através a consciente leitura de todas as partes que os compõem. A somatória de todos os fragmentos transformados em exercícios práticos e minuciosamente estudados é que comporão o cerne do futuro sistema, tornando-o exeqüível pelo pleno conhecimento e domínio de suas particularidades.

Exercícios de rebotes e de contra ataques complementaram uma pratica altamente compensatória, mesmo sob o domínio suado e sacrificado de todos que compõem essa dedicada equipe.

Mudanças de atitude e disposição estarão sendo modificadas com o desenrolar dos treinos, originando na equipe um maior sentido técnico tático, como produto direto do esforço de todos. E assim será.

Amém.

O QUINTO DIA…

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Enfim comecei, ou recomecei hoje a trilhar o caminho das pedras, suado e trabalhoso, exatamente como todo trabalho no grande jogo deveria começar, pelos fundamentos. Conclamei a todos que incorporassem o trabalho, mesmo que alguns resistissem à idéia de que já os dominavam, com um singelo argumento, o de que sempre podemos agregar algo de novo ao que sabemos, aperfeiçoando-o, renovando-o, ou simplesmente, recordando-o em seus sutis detalhes.

Volvemos à arte do drible, com suas particularidades somente dominadas por uns poucos, mas cujo teor e carga técnica deve ser do conhecimento de todos, armadores, alas e pivôs, num exercício e grau de linearidade comum e acessível a indistintamente todos que se habilitam a aprendê-lo.

Os cortes, as mudanças de direção, com ou sem troca de mãos, as reversões com a obrigatória troca das mesmas, a manutenção dos cotovelos junto ao corpo, obrigando a bola a ser controlada também junto ao corpo, tornando-a parte integrante de um único movimento, e não um fardo arrastado e descontrolado, e por isto mesmo de comportamento imprevisível.

Tornamos à descoberta progressiva daquele comportamento, instável e volúvel, e por isso de domínio técnico complexo e apaixonante, qualificação única dos corpos esféricos, cujo domínio e total controle por si só justifica um retorno à sua aprendizagem.

Abordamos preliminarmente as técnicas do rebote ofensivo, propondo o giro de 180 graus no ar quando do efetivo domínio do mesmo, propiciando na queda  ao solo a manutenção da tríplice ameaça, posicionamento que todo jogador de qualidade jamais deveria abdicar, tornando-o apto ao drible, ao passe e a um novo arremesso, estando próximo a cesta.

E toda essa sucessão de movimentos fundamentais desenvolvida e praticada na forma de circuitos, onde cadeiras plásticas de baixo custo, balizam os caminhos, os obstáculos e anteposições aos movimentos, na recriação de situações reais de jogo, e onde o técnico promove as correções individualizadas, durante o percurso dos mesmos.

Muito cansaço e suor, premiando o eterno e inesgotável prazer de bem aprender, reaprender, ou mesmo recordar as bases do grande jogo, seus fundamentos. Muitos treinos ainda explorarão as possibilidades e potencialidades das ações fundamentais, que são aquelas que amalgamam o sentido e a compreensão do que venha a ser uma verdadeira equipe, pois seus sistemas de jogo só se tornarão factíveis com o pleno conhecimento e domínio das mesmas.

Amanhã pela manhã continuaremos a saga em busca do soerguimento da equipe, que premiará o esforço consentido de todos. E assim será.

Amém.