MUNDIAL-PRIMEIRO DIA:OS FUNDAMENTOS…

Desativo o som da transmissão televisiva a fim de não sentir o desprazer de ouvir tantas imprecisões sobre o que de real interesse a equipe americana apresentava na quadra.

Glorificar ao êxtase enterradas, bloqueios e arremessos de três, dando continuidade ao que reputam serem tais aspectos a essência do jogo, induzindo os jovens telespectadores (claro, aqueles cujo poder econômico os tornam espectadores de um espetáculo via cabo…) a errônea idéia de que “aquilo” que está sendo glorificado é o exemplo a ser seguido, imitado, buscado e praticado, numa ótica absurda e irresponsável.

Técnicas apuradíssimas de drible, fintas, passes, mudanças de ritmo e de direção, posicionamento defensivo irretocável, leitura antecipativa, na defesa e, principalmente no ataque, posicionamento nos rebotes, corta-luzes, cruzamentos, contra-ataques, arremessos DPJ, paradas bruscas, e acima de tudo, todo esse arsenal de habilidades executado numa velocidade assombrosa.

Trocando em miúdos, uma exibição do mais alto nível de fundamentos do jogo, sua marca indelével desde as categorias de base, aprimorada no dia a dia em seus treinamentos, já que ferramenta indissociável para a pratica do grande jogo.

Armadores, alas e pivôs, irmanados ao principio básico do jogo, esteio de qualquer sistema que empreguem, ou mesmo, sem utilizarem sistema algum, pois uma equipe mestra nos fundamentos sempre estará apta a enfrentar qualquer outra que se baseie unicamente em táticas e sistemas, porém com fundamentos de menor qualidade.

Foi o que vimos no jogo de hoje, onde podemos acrescentar mais dois aspectos pouco ou nada relatados por nossos narradores, analistas, jornalistas e um mar de comentaristas nos blogs da modalidade, a defesa dos pivôs à frente, e o entra e sai ofensivo destes mesmos marcadores quando no ataque, jogando de frente para a cesta, raramente de costas, ações estas somente possíveis a jogadores de alta estatura cujo potencial genético é preservado quanto à velocidade e elasticidade, na contra mão dos autênticos mamutes que muitos defendem por aqui, e que já se assanham nas exigências de mais 20-5kg de lastro ao jovem Lucas, que se “modificado” neste patamar, perderá sua maior qualidade, a velocidade, e arriscando-se a futuros rompimentos de tendões e articulações, como o inditoso Delfin.

Mike Krzyzewski, que apesar da exibição acintosa e vaidosa de dois anéis de campeão NCAA, um em cada mão, copiando (infelizmente) seu colega Rick Pitino, demonstra sua fidelidade ao princípio estrutural do basquete americano, elevando aos píncaros a importância dos fundamentos acima dos sistemas, fator que pode ser razoavelmente contestado por equipes com igual ou aproximado poder fundamental, que se somado a um eficiente sistema de jogo, principalmente valorizando ações interiores, poderá colocar tão cabal superioridade em risco considerável.

Mesmo assim, o simples fato da equipe americana ter posto de lado o sistema único de jogo, advindo da NBA, imitado por todas as equipes que até agora tiveram seus jogos transmitidos ( e acredito mesmo que todas o utilizarão), por si só conota uma verdadeira revolução, fator sempre bem vindo ao progresso do basquetebol.

Pena que nossa seleção se mantenha fiel ao mesmo, que claudique seriamente nos fundamentos, e que permaneça escrava de uma administração continuísta e política, onde a meritocracia não encontra a mínima acolhida, esmagada desde sempre pela mais deslavada e medíocre mesmice, que foi o que vimos hoje contra a fraquíssima equipe do Iran.

Os três magníficos pivôs nunca estiveram em plena forma, onde um já se foi, um outro só joga daqui a duas partidas(?), e o outro saiu de quadra hoje com uma bolsa de gelo na coxa, demonstrando não estar curado da lesão, além dos outros dois não terem atingido o nível técnico exigido para uma competição de tal magnitude.

Armadores? Temo pelos mesmos quando tiverem de enfrentar defesas mais próximas e agressivas, assim como nossos alas não estão a altura das exigências defensivas e reboteiras, pelo menos em comparação às equipes que tiveram seus jogos hoje transmitidos, assim como temo por uma classificação mais digna se adaptações emergenciais não forem fomentadas, principalmente no jogo ofensivo interior, e no bloqueio efetivo dos arremessos de três, trocando-os pelos de dois.

Nosso basquete tem que ser submetido a uma reforma radical, desde a base, desde a preparação de novos técnicos, sem as formatações e padronizações alardeadas pomposamente pela ENTB/CBB, ainda mais agora quando tais aspectos estão sendo confrontados pela pequena revolução técnico tática americana, advinda de uma escola pluralista e democrática, a mesma pequena e parecida revolução que ousei ensaiar na direção do Saldanha no NBB2, convenientemente expurgada para o NBB3.

Mas como santo de casa não faz milagres, Vox populi, Vox dei.

Amém.

VAMO LÁ!…

Sábado agora começa a festa na Turquia, de onde emergirá o novo campeão mundial. Favoritos? Alguns bons candidatos, mas nenhum absoluto. O padrão único de jogo, modelo mais do que testado NBA, imperará de forma quase absoluta, com uma única e irônica exceção, e logo quem, os Estados Unidos.

Sim senhor, enquanto o resto do mundo se digladiará com as mesmíssimas armas ofensivas, como que adquiridas no imenso super mercado  da NBA, onde os posicionamentos de 1 a 5 são referenciados e comparados pela mídia mundial, num prét a porter globalizado, a seleção do país que implantou esse modelo cegamente seguido e copiado pelos demais participantes da competição, jogará de forma antagônica ao que sempre pregou, e por conta desta mudança radical, se colocará como seriíssima candidata ao titulo maior.

Coach K, utilizando dois armadores puros, e mais dois para o revezamento, segue o posicionamento clássico do basquetebol universitário americano, de situar em quadra sempre dois armadores, assim como dois alas e um pivô dominante. Mas eis que o grande técnico se  priva exatamente dos grandes pivôs, e resolve escalar e convocar mais alas, passando a atuar com dois armadores e três alas-pivôs ágeis e de grande velocidade, contrastando e confundindo seus adversários com tamanha ousadia. E o mais impactante nesta formação, é o fato inconteste de que seus adversários terão de escalar um terceiro pivô para fazer frente aos três americanos se movimentando celeremente no perímetro interno, exatamente nas funções de um pivô clássico, só que com mobilidade continua e veloz x 3!

Vencerá o campeonato jogando dessa forma? Não ouso afirmar que sim, mas que dará uma trabalheira insana às defesas adversárias, ah, isto sim, dará, e muita. Se somar a esta característica ofensiva uma defesa sólida e agressiva, ai sim, vencerá com certeza. Ou seja, mantendo o conceito imutável de que uma ofensiva muito bem estruturada só será factível sob o manto de uma mais sólida ainda defesa, não terei dúvidas em conceder aos americanos a posição de favoritos ao titulo.

Quanto à equipe brasileira, somente um grande e decisivo reparo, todo voltado à nossa incorrigível tendência de nos deixar levar por nomes, lobies e donos de posições, quando deveríamos nos interessar por ações concretas na quadra, nos treinamentos, não de algumas equipes, mas sim de todas elas, de onde deveriam emergir os convocados para uma seleção nacional, por mérito e competência, e não por marketing e auto promoções. O contrario destas simples medidas pode ser bem medido pelos percalços de diversas origens e formas que sempre nos assaltam quando da formação de nossas equipes nacionais. No entanto, os fatores políticos desportivos teimam em retardar tão necessárias conquistas, a da independência e justa convocação dos melhores a qualquer momento, assim como os que os dirigirão e orientarão.

Agora, o mais engraçado dessas histórias e tendências técnico táticas aqui ressaltadas, foi o simples fato de que a solução americana a um problema de ausência de grandes pivôs, foi desenvolvida, provada e comprovada por uma das equipes da LNB durante o NBB2, o Saldanha da Gama, que no returno da fase classificatória mudou toda uma imposição coletiva na forma de jogar o grande jogo, apresentando exatamente o conceito da dupla armação e três pivôs móveis com bastante sucesso, que claro, ficará convenientemente distante do NBB3 com a opção do CECRE (ex-Saldanha) em se fundir numa parceria com a Metodista São Bernardo de São Paulo, dispensando de uma só tacada toda a equipe e seu técnico, abraçando altaneira a solução majoritária do sistema único de jogo imposta pelo parceiro paulista, que em cinco rodadas de seu campeonato regional só venceu uma partida, até agora…

Mas para que fique bem marcada sua breve e impactante presença no NBB2, com suas propostas inovadoras e corajosas, ai estão os links dos jogos aqui postados anteriormente, como provas irrefutáveis do quanto somos também capazes de estudar, pesquisar, preparar e treinar boas equipes no país, sem a necessidade de importarmos técnicos que aqui chegam a peso de ouro sobraçando o velho e indefectível sistema único de jogo. Se ainda fosse o Coach K com sua corajosa revolução, vá lá, mas 6 por meia dúzia? Quem viver verá, infelizmente.

Amém.

1-      Saldanha x Brasília

2-      Saldanha x CETAF

3-      Joinville x Saldanha

ÀS CLARAS, FINALMENTE…

Ele chegou sorridente, animando a patuléia com sua determinante vontade de defender a nova camisa da seleção manufaturada por um patrocinador que, em hipótese alguma poderia privar de sua presença, juntamente aos outros três enebianos, frente ao mercado promissor de seus produtos nas terras tupiniquins. Marqueteiros profissionais de plantão na CBB, logo trataram de omitir a realidade física do delfin, assim como o real momento técnico dos demais estelares com treinos secretos à imprensa, e até jogos fantasmas na Europa como esse com a França onde a “realidade” física de alguns dos jogadores selecionados veio irremediavelmente à tona.

Meu Deus, gritam os anônimos nos blogs com a incúria de um planejamento todo voltado a uma seleção de astros que enfim estaria junta na quadra, e não no imaginário dos muitos que somente reconhecem basquete se travestido sob o manto da NBA, basicamente em sua forma de jogar, forma essa que o coach K  luta em desmitificar com sua seleção isenta de mastodontes pré-fabricados. Agora mesmo, em um dos blogs nacionais, anônimos já exigem 20 a 25 kg de massa muscular para o jovem Lucas como lastro necessário ao enfrentamento idealizado por seus devaneios de ignorantes absolutos do que venha a ser jogar o grande jogo com técnica e velocidade, e não “porrada under basket” ( desculpem, mas é o único termo que bem define tão brutal distorção), que é o que entendem do jogo.

Tudo pode acontecer gente, menos perdermos o Huertas, pois não temos ninguém no país para substituí-lo na armação da seleção, comenta outro anônimo. Então o que fazem o Raul e o Nezinho na seleção? Se não têm “experiência” internacional, por que lá estão?  Quem os convocou ou sugeriu convocação, sendo que um deles,  jovem e promissor, era reserva em seu clube no NBB2?

Pois é, o Huertas também está lesionado, que mesmo sendo uma contusão leve, nada justifica essa situação a uma semana do inicio de um mundial decisivo. E se a armação de um homem só, segundo os cânones do sistema único de jogo que praticamos a vinte anos, se torna agora claudicante, imaginem uma dupla armação?  Impossível com os que lá estão, ainda mais tendo o Leandro e o Alex funções pontuadoras como prioridades, e três alas que além de serem péssimos marcadores fazem dos arremessos de três suas únicas armas ofensivas.

Toda essa situação já era previsível, pois “quem faz um cesto, faz um cento”, sabia filosofia popular nordestina, que bem exemplifica essa realidade. Treinos e jogos secretos, determinam grosseiras faltas de planejamento estratégico, da preparação física, ao condicionamento técnico tático, ambos  fatores essenciais à formação de uma seleção nacional.

Ter um dos melhores técnicos do mundo não é suficiente para formarmos uma equipe vencedora, se esta não refletir uma realidade fundamentada na formação de base, a mesma formação que lastreou e sedimentou o título olímpico ao técnico Magnano, onde seus pedidos e exigências nos fundamentos básicos do jogo,tinham respostas imediatas de seus comandados argentinos, fruto de vinte anos de primorosa formação de base. Pergunta-se se estas respostas estão sendo dadas ao excelente argentino pelos convocados brasileiros? Nenhum de nós pode sequer aquilatar tal questão , fruto do hermetismo de um planejamento, e de uma negação presencial ao seu desenvolvimento.

A preparação da equipe, com seus quatro astros enebianos, foi restrita a uns poucos, muito mais interessados nas promoções de caráter comercial, do que àqueles que militam o dia a dia do basquete, informando e comentando, com erros e acertos, mas dando à patuléia uma imagem real, e não hipotética de uma equipe nacional.

Mas Paulo, dois treinos foram abertos ao público, claro, depois de credenciamento na CBB, e sem qualquer contato verbal com o técnico argentino, correto?  Incorreto, pois uma seleção que pretenda ser uma representante de um povo, não pode se esconder, e somente dar as caras em dois treinos descompromissados, para depois vir à quadra mostrando jogadores fora de forma, desentrosados, e o pior, com contusões determinantes.

Temos armadores bons no país? Afirmo que sim, mas sem o poder de patrocínios e marketing poderosos, e isso é um fato que não podemos negar e omitir.

Quando veiculei alguns jogos de minha equipe, o Saldanha da Gama aqui no blog, muitos se surpreenderam com a existência de bons armadores na equipe, e quantos mais apareceriam se os jogos do NBB fossem veiculados na TV ou em stream na internet, quantos? E pivôs, e alas, e principalmente, sistemas de jogo?

Temos agora a melhor trinca de pivôs para este mundial, afirmavam os torcedores, os articulistas e até alguma imprensa internacional. Mas podem jogar juntos?  Ou como serão realizados os rodízios?  Quando o problema maior era a condição dos mesmos,técnica e física.

E sorridente, solícito e de bem com a torcida, já que integrado à equipe de corpo e alma, não joga, again, o mundial. Tacada de mestre, pois se uma recuperação, segundo o médico da seleção, poderia ocorrer de cinco a dez dias, a onze dias do primeiro jogo, arriscar um contrato de 60 milhões é ato a não ser sequer pensado, no mundo globalizado em que vive, e sonhado por todos aqueles que desejariam vivenciar tal experiência de um vencedor num país de vencedores, será?…

Logo mais a seleção enfrentará a Austrália, num momento em que silêncios e ostracismos não têm mais cabimento e prazos, e oxalá, os deuses, os incansáveis e pacientes deuses nos propiciem esperanças, por menor que sejam, de melhorias e efetivas mudanças em nossa forma de jogar, agora um tanto remendada pela fragmentação de um quinteto base inédito nos últimos anos, mas bem atual, como reflexo de uma realidade da qual não podemos continuar a fugir, impunemente.

E que estes mesmos deuses determinem o meu equivoco, apesar de ter certeza de que tal determinação poderá, infelizmente, ser relevada.

Amém.

EM OFF, CARA?…

Paulo, aqui em off, quais suas analises sobre a seleção do Magnano que disputa o Mundial dentro de alguns dias?

Em off cara? O fato de ter entrado no clube da LNB (já me saíram…), não tira de mim o tique blogueiro, afinal de contas o Basquete Brasil está ai desde 2004…

Antes, um pequeno intróito justificativo ao que veremos taticamente dentro de poucos dias.

Nos sete primeiros jogos do campeonato paulista, com oito equipes que também participarão do NBB3, 440 arremessos de três foram perpetrados, numa média de 62.8 tentativas e de 28.5 bolas perdidas, numa clara demonstração de que a sangria dos três e os erros de fundamentos ainda continuarão a reinar por um longo tempo entre nós, assim como o indefectível sistema único de jogo, com suas capitanias hereditárias de 1 a 5.

E como a seleção representa a forma de jogar de seus jogadores, quanto mais a nossa que segue fielmente a notória globalização técnico tática advinda da NBA, pressinto que a mesmice irá imperar absoluta na Turquia, talvez com a exceção da equipe americana, pela ausência de seus pivôs de choque, tendendo para três alas-pivôs e os dois armadores clássicos de suas formações desde sempre, pois o Coach K indubitavelmente não teme mudar conceitos e sistemas de jogo, como excelente técnico que é.

E se quisermos mais análises feitas por quem realmente conhece o grande jogo, ai está um comentário do Prof. Walter Carvalho postado aqui no blog sobre a postagem “E SE NÃO BASTASSE…” DE 4/8/2010.

·  walter carvalho 16.08.2010 (2 dias atrás) ·

Professor Paulo Murilo,

(…) Em relação à seleção brasileira que está se preparando para o mundial, tive a oportunidade de assistir os jogos treinos no Brasil e estes são os meus comentários:
1. Não podemos contestar os resultados alcançados pelo técnico argentino..
2. Assistindo o jogo pela TV – não pude observar nenhuma diferença na forma de atuar do Brasil – O time parecia que ainda estava sendo dirigido por Lula, Helio Rubens, etc…O que eu pude observar foi um maior comprometimento e mais seriedade dos jogadores e isto geralmente acontece no período de lua de mel entre técnico e jogadores
3. O Brasil da forma que atuou não terá condições de competir a nível de mundial – pois a equipe com 3 armadores baixos e 2 pivôs não é a formação ideal para os adversários que encontrarão na competição na Turquia.
4. A defesa ainda comete os mesmos erros básicos de outrora – ou seja, deixam nossos pivôs Varejão e Splitter – desprotegidos e em situação de 1 contra 1 – pois os nossos armadores não sabem marcar o homem da bola – contra algum técnico esperto o Splitter e o Varejão não ficarão muito tempo na quadra pois sairão já no primeiro quarto com 2 faltas.
5. O sistema de ataque do Brasil era similar ao de nossos adversários, pois estes utilizam jogadas e movimentações da NBA e não movimentações que venham a favorecer e a tirar vantagem da habilidade individual de nossos jogadores – ou seja, não tem um jogo e forma brasileira de atacar
6. O Brasil marca mal o arremesso de 3 pontos e os bloqueios verticais e horizontais sem bola do adversário – movimentações estas muito utilizadas por equipes européias
7. Para o Brasil ter sucesso na competição 5 jogadores pelo menos terão que ter uma performance de 70-80% de aproveitamento em todos os segmentos do jogo (física e técnica) com jogos diários – isto será muito difícil manter e os nossos substitutos não estão no mesmo nível dos que começam o jogo.
8. As substituições feitas durante o jogo a nível de observação – não poderão ser feitas no mundial. Isto irá certamente influenciar na manutenção do rendimento técnico e físico dos atletas principais de nossa equipe
9. A formação inicia do Brasil é muito baixa – Huertas, Leandrinho e Alex não terão como auxiliar no rebote defensivo e este será um dos maiores problemas do Brasil.
10. O aproveitamento do Brasil nos arremessos de fora do garrafão e de 3 pontos é muito baixo – e nossos atletas são baixos para penetrar no garrafão dos europeus com eficiência.
11. A equipe não demonstrou nestes jogos possuir plano de jogo para cada adversário – jogou da mesma forma com as mesmas alternâncias técnicas e táticas previsíveis
12. O técnico argentino já deve, hoje, estar analisando, e espero que corrigindo os erros na composição da equipe e os erros defensivos – porém eu não acho que ele conhece bem os jogadores e tenha tempo o suficiente para corrigir.
13. Acredito também que o sistema defensivo que deve ser usado contra as equipes européias é um sistema de marcação combinada (triangle-and-two-ou box and 1) pois só assim o Brasil irá poder forçar a equipe adversária a jogar de uma outra forma ou a ter que se ajustar taticamente durante o jogo o que seria um fator positivo – Se marcar pura e simplesmente homem a homem voltaremos de uma competição mundial mais uma vez sem alcançar o sucesso esperado!
14. O Brasil só tem um armador – o Huertas -e continua dependendo dele para as armações táticas ofensivas da equipe – isto é um erro e o Brasil teria condições de fluir bem melhor no ataque jogando com 2 armadores. Do jeito que a seleção atuou aqui nos jogos amistosos, e se o Huertas tiver um dia ruim, ou se o marcador não o deixar jogar o Brasil não terá equilíbrio ofensivo e isto é um grave erro!
15. O resultado do amistoso contra Porto Rico já deve ter forçado o técnico argentino a ter que rever seus planos técnicos e táticos, e espero que ao chegar na Turquia estes planos tenham sido corrigidos, efetivados e implantados.

No mais só nos resta torcer, pois a falta de bons resultados em competições internacionais não é bom para nenhum de nos brasileiros que militam no grande jogo, tanto no Brasil quanto no exterior.

Seja o que Deus quiser!

Ao que respondi-

  • Basquete Brasil Ontem ·

Walter, se me permitir, assino embaixo de suas análises, precisas, irretocáveis. Muitos pretensos “conhecedores” do grande jogo não concordarão, e até se sentirão ofendidos, mas a realidade dos fatos você expôs na veia. Somente acrescentaria um penúltimo pormenor, o de não sabermos, e mesmo desconfiarmos do que venha a ser jogar com os pivôs, que segundo o Oscar, só servem para pegar rebotes, a fim de propiciar oportunidades aos matadores, principalmente os de três. Lamentável afirmação, de quem nos legou essa incontrolável hemorragia dos longos arremessos, desde as divisões iniciais de base, até a elite de nosso país.
E concluindo Walter, no excelente blog Bala na Cesta de hoje (17/8/2010), o Fabio Balassiano anotou(…)”Os 84 x 68 talvez espelhem não a diferença entre os times, mas a diferença dos “dois basquetes” jogados nos dois países(…) (Sobre o jogo de hoje contra a Espanha).
Creio que o bom jornalista cometeu um pequeno equívoco, pois assim aqui, como lá, o sistema único de jogo é utilizado, com uma diferença, os de lá praticam-no à base de fundamentos muito bem estruturados desde a mais tenra base, daí seus 1, 2, 3, 4 e 5 serem superiores aos nossos, ao passo que nós…
Um abração Walter. Paulo.

PS- Nesse nosso encontro convidei o Walter para fazer parte do projeto Escola Carioca de Basquete que lançarei em breve, reunindo-o a mim e ao Gil Guadron, para provermos os jovens técnicos brasileiros que se interessarem, de materiais gráficos, artigos e análises de sistemas e formas de treinamento, numa tentativa de difundirmos nossas experiências fundamentadas na generalização democrática de conceitos técnico táticos, e da informação, numa oposição clara e objetiva às formatações e padronizações que muitos vêm impondo coercitivamente ao nosso basquetebol.

Oxalá sejamos bem sucedidos nessa honesta tentativa. PM.

Amém.

Foto- Walter e eu no almoço de hoje(17/8/2010). Clique para ampliar.

BIRA ETERNO…

Manhã de muito sol, um sábado, em 1963. Já formado em Educação Física, cursava a Técnica Desportiva em Basquetebol na ENEFD/UB, e de forma alguma iria perder aquele treino da seleção brasileira na EEFEx na Praia Vermelha.

Sentados no chão, já que não existiam arquibancadas no ginásio, fato que não afastou dos que ali estavam o enorme interesse e o fascínio que a seleção representava para todos nós.

O grande Togo Renan Soares, o Kanela, dirige-se à platéia e apresenta o seu mais novo pupilo, e também o mais jovem, um canhoto muito alto e esguio, e que pouco de nós conhecíamos, o Ubiratan Maciel. E que apresentação!

Numa época em que as enterradas eram raríssimas, o rapazote esguio, com uma bola grimpada em cada mão se lança à cesta e as enterra em sequência no mesmo salto, uma pela esquerda, a outra pela direita do aro, numa ação que extasiou todos os presentes, não muito pelas enterradas em si, mas pelo gestual felino e veloz, como num passe de um balé aéreo, simplesmente formidável.

E com tal apresentação veio o treino coletivo, onde pela primeira vez em minha vida pude estar tão perto daqueles fantásticos jogadores vergando suas camisas listradas de verde e amarelo, hoje desbotadas em um branco insosso e descaracterizado de nossas origens e tradição.

Dias depois, assisti a grande conquista do Mundial no Maracanãnzinho, onde o grande Bira, junto a outros grandes como Amauri, Rosa Branca, Wlamir, Menon, Jathyr, Waldemar, Mosquito, Paulista, Sucar, Victor e Fritz brilharam para a eternidade.

Hoje, em Springfield, no Hall of Fame do basquetebol americano, o grande Ubiratan foi entronizado como uma das legendas do grande jogo, e eu, que tive o privilégio  de vê-lo nascer para as quadras do mundo pelas mãos do velho Togo, sinto um misto de felicidade e agradecimento pelo muito que ele representou para a minha geração, na qual ainda uns poucos teimam em não olvidar, jamais, sua extraordinária figura.

Amém.

ME DESPEDINDO…

Hoje veiculo o último vídeo sobre a pequena trajetória da equipe do Saldanha da Gama sob meu coman…, melhor dizer, sob minha direção, já que foi algo muito especial, comungado por todos aqueles gentis e competentes jogadores, por aqueles dedicados auxiliares, assistente, preparador físico, fisioterapeuta, mordomos, e especialmente uma funcionaria que todos os dias cuidava do ginásio, alegre e sorridente, e que no último jogo na maravilhosa terra capixaba, o que hoje aqui mostro, me surpreendeu em sua melhor indumentária após assistir a vitoria da equipe, vindo me agradecer a alegria proporcionada após testemunhar o dia a dia sacrificado e exaustivo daqueles corajosos jogadores, pelos quais torceu como nunca o fizera antes.
E com ela toda uma torcida apaixonada, vibrante, comunicativa e participativa no blog, em sua comunidade no Orkut, no incentivo permanente e sem cobranças descabidas, simplesmente torcendo, nas derrotas e nas vitorias, torcendo pelo seu amado Saldanha.
E o Alarico, ícone do basquete espírito-santense, com seu inesgotável sentido de luta por um ideal de longa tradição, galgando as grandes dificuldades para vê-lo realizado.
E o jogo, mais que um jogo, uma afirmação de que emergindo do mar de obstáculos e dificuldades enfrentados ante o descrédito geral, algo de diferente acontecia, algo iniciado em São Paulo contra o Paulistano, após uma reestréia duríssima contra o Pinheiros, quando já em Vitoria três jogadores básicos foram afastados, dando inicio a duas semanas de derrotas previsíveis, e mesmo assim em jogos equilibrados, até que na terceira semana recobramos o equilíbrio abalado, vencemos o líder da Liga, o Brasília, vencemos o CETAF, o grande rival do estado, que é o jogo agora mostrado, para terminar sua participação vencendo o Joinville em sua casa e perdendo para o Londrina com metade da equipe desgastada por uma virose bacteriana.
E o que mostra o jogo que agora apresentamos? Senão a afirmação de que podemos jogar o grande jogo de uma outra forma, diametralmente oposta ao padrão apresentado e sedimentado em todo o nosso basquetebol, em todas as categorias e faixas etárias, inclusive em nossas seleções, municipais, estaduais e nacionais. Provamos essa possibilidade, com caráter e dedicação, atingindo estes objetivos em apenas 49 dias de trabalho.
Valido se torna observar como atuam dois armadores puros no comando tático de uma equipe, dinâmica e tecnicamente, numa tácita demonstração do muito que tem de ser mudado no preparo destes especialistas em nosso país.
E mais valido ainda, aquilatar o poderio advindo de três alas pivôs, ou pivôs móveis, interagindo veloz e dinamicamente dentro do perímetro interno, atuando com as técnicas de um ala, e a pujante flexibilidade de um pivô, que ao trocar a força física pela habilidade baseada na velocidade, supera a falsa concepção de que a força se situa acima da mesma.
Finalmente o principio defensivo da flutuação lateralizada que propicia o jogo antecipativo por todo o tempo de uma partida, mesmo quando se utiliza da defesa zonal, obrigando o adversário às ações de caráter individual, que neste jogo atingiu a inacreditável marca de nenhuma assistência ter sido dada pela equipe do CETAF, e mais, da possibilidade mais do que provada de que trocando os arremessos de três pontos por possíveis de dois pontos por parte do adversário, podemos atingir o equilíbrio no placar, exatamente dando prioridade às finalizações de dois pontos, deixando para o quarto final os arremessos completamente desmarcados de três pontos, motivados pela enorme concentração defensiva no perímetro interno, ante a facilidade das conclusões próximas à cesta por parte de nossa equipe.
Infelizmente, foi como um canto de cisne esta apresentação em Vitoria, já que o projeto parece que não terá continuidade para o NBB3, frustrando uma concepção de jogo absolutamente inédita em nosso basquete, tão necessitado de novos ares, de novos objetivos, de uma nova personalidade.
Fico por aqui, a meio caminho, triste por não poder prosseguir, e que na minha idade dificilmente poderei obter uma nova chance de continuar provando que o grande jogo, o grandíssimo jogo, ainda pulsa vibrante em meu coração.
Mesmo assim agradeço a Vitoria, ao Saldanha a oportunidade única de reviver a grande crença que sempre conviveu com minha longa carreira de professor e técnico, a crença em dias melhores para o nosso amado basquetebol.
Obrigado a todos.
Amém.

Saldanha da Gama x Cetaf – 26.03.2010 – Primeiro quarto.

Saldanha da Gama x Cetaf – 26.03.2010 – Segundo quarto

Saldanha da Gama x Cetaf – 26.03.2010 – Terceiro quarto

Saldanha da Gama x Cetaf – 26.03.2010 – Quarto quarto

E SE NÃO BASTASSE…

E se não bastasse me sentir obrigado a responder comentário como este, de um certo Roberto Leyser:

• Roberto Today •
Paulo Murilo…não preciso pesquisar, pois conheço muito bem o basquete brasileiro. Falei não para me informar, mas por saber que não há nenhum grande trabalho técnico desenvolvido por vc, somente corneta sobre aqueles que realmente fazem basquete no Brasil. É que, ao contrário daqueles que militam somente no meio acadêmico (e nunca viram um trabalho de verdade)e não conhecem o basquete brasileiro (só o estudam), sei muito bem que você sempre foi considerado um corneteiro que nunca se consagrou na prática.
Cérebro, meu caro, o sucesso profissional de cada um demonstra o quanto cada um possui.
(sobre o artigo RESPONDENDO… de 31/07/2010, cuja resposta já está publicada),

e ter de assimilar um email (4/07/2010 13:27)que menciona em dois de seus parágrafos:

(…)6o) Diante de sua postura em nos cobrar posicionamentos, o que é até natural, mas sem a nossa condição de oferecê-los, resolvemos por bem, deixá-lo livre para seguir seu futuro. A partir desta data, sinta-se, desobrigado em qualquer situação perante a nossa equipe. Se houver algo novo e que demande seu trabalho, entraremos em contato. Se ainda não estiver contratado e desejar conversar conosco, assim o faremos.

7o) O que gostaríamos era seguir o trabalho que terminou a temporada passada, com senhor como técnico, a mesma base de atletas e alguns reforços. Mas fatos novos surgiram estamos tomando as nossas decisões(…).

Alarico Duarte Lima

Posso afiançar que uma parceria está sendo estabelecida (CECRE/Metodista de São Bernardo do Campo) com prioridade financeira acima, bem acima da base e da fundamentação técnica, na qual uma equipe pertencente à LNB cede seus direitos de franquia, manutenção e formulação de uma equipe, em favor de outra que em momento algum aceitou um acordo mediano sugerido por mim a pedido , em uma reunião realizada em minha casa, na presença do dirigente Alarico Duarte do CECRE e do representante da Metodista Vanderlei Mazuchinni. A imposição de caráter financeiro, uma realidade no meio da alta competição, impôs-se a um trabalho realmente digno de ser continuado, já que destinado a uma profunda mudança no aspecto técnico tático de nosso basquetebol. Mas não destinado o suficiente para ser continuado.
Comunico ter sido essa talvez, a mais curta temporada de um técnico na LNB. E a grande ironia, é que se caracterizou por um esplêndido trabalho de uma equipe desacreditada, mas que foi capaz de demonstrar que o nosso basquete pode ser jogado de uma outra forma que não a que estamos já cansados de assistir, e que por certo assim deverá continuar com a sua fragmentação.
Foi uma bela experiência, que na minha idade só tenho que agradecer, não só a grande oportunidade de provar que, conhecimento, capacitação e ousadia, não são prerrogativas somente dos mais jovens, como, e principalmente, resgatar a magia de um jogo bem jogado em sua definição maestra, o coletivo, o grande, grandíssimo jogo. Sinto muito não poder dar continuidade ao projeto, me desculpem de coração.
Amém.

PS- No fim desta semana veiculo o último vídeo da equipe que honradamente dirigi, o Saldanha da Gama, contra a equipe do CETAF, como agradecimento e reconhecimento do fantástico apoio recebido de sua torcida, assim como, um documento final do quanto de inovador foi apresentado pela excelente e hoje desfeita equipe. PM.
PS 2-Clique na foto para ampliá-la.

DESCULPAS POR OMISSÃO…

No meu artigo “ Respondendo…”, publicado no dia 31/07/2010, escrevi- (…) “E se fui para ele o melhor técnico do NBB2, somente agora o estou sabendo, pois nada sobre isto foi veiculado em seu blog, do qual sou assíduo leitor, e em algumas oportunidades comentador”.
Trata-se de um erro cometido inadvertidamente por mim, já que o jornalista Rodrigo Alves publicou em seu blog REBOTE de 10/06/2010, o artigo “O MVP”, onde consta – (…)Das outras categorias (veja aqui a lista completa), só discordo do prêmio de melhor técnico, entregue a Lula Ferreira. Fico com Paulo Murilo, e aqui não vai nenhum corporativismo blogueiro. O técnico do Saldanha da Gama foi, de fato, quem adicionou algo diferente ao caldeirão e colocou em prática um basquete mais parecido com o que a gente gostaria de ver em todos os times Brasil afora.(…)
Gostaria de externar publicamente ao jornalista Rodrigo Alves minhas desculpas pela omissão cometida.
Paulo Murilo.

2 ARMADORES E (?)PIVÔS MÓVEIS…

A seleção brasileira se sagrou campeã no sul americano, e em cima do tradicional adversário, a Argentina, pena que somente por 10 pontos, quando, se de 2 em 2 pontos poderia ter chegado aos 20-30 de diferença, bastando que para tal tivesse concentrado o jogo no perímetro interno, onde nossos pivôs se impuseram pela velocidade, e não pelo embate físico. A síndrome dos 3 pontos ainda não foi debelada, por puro ciúme dos “shooters” com a dinâmica dos 4 pivôs móveis que se revezaram de 2 em 2, com o Murilo de regente, jogando de frente para a cesta, e não de costas como os pivôs grandalhões e pesados argentinos. E para 3 pivôs móveis faltou pouco, já que o Arthur e o Tavernari também se movimentaram em deslocamentos constantes dentro do perímetro, onde os 2 pivôs ágeis e moveis reinaram absolutos.
E tudo isto fundamentado nas ações de 2 armadores sempre em quadra, nas figuras do Fúlvio, do Nezinho e do Luis Felipe, todos armadores natos, ações estas menos decisivas quando o Duda destoava na função por não dominá-la como os outros 3, daí sua preferência pelos arremessos de 3 sempre que possíveis. E mais, com os armadores sempre próximos, e não como costumávam jogar se escondendo no fundo do ataque.
Tanta mobilidade também acrescentou uma melhora substancial na defesa antecipativa e veloz, falhando só e gravemente nas anteposições dos precisos arremessos longos dos argentinos, quando um posicionamento bem próximo e energico aos mesmos, os instigariam às conclusões de 2 pontos, numa troca de 3 por 2 altamente benéfica para a equipe.
E pensar que quando sempre defendi a utilização permanente da dupla armação no controle do perímetro externo, e da utilização de pivôs de grande mobilidade no interno, fui tachado de teórico e lunático, até o dia em que retornei às quadras e provei com o humilde Saldanha que as possibilidades existiam, e não só com dois pivôs móveis, e sim com três! Mas estamos aprendendo, e depressa. Por isso parabenizo o João Marcelo que conseguiu exequibilizar esse inusitado modo de jogar, com algumas boas adaptações, fruto do que observou também, quando sua antiga equipe do Paulistano enfrentou a minha no NBB2 e perdeu em casa, exatamente pela utilização que fizemos da dupla armação e dos três pivôs móveis que não soube, ou não pode marcar. Agora a Argentina que se cuide daqui para a frente, já que estamos, aleluia, evoluindo técnica e taticamente de verdade.
O engraçado nessa história toda foi a declaração do Magnano em uma entrevista cedida ao jornalista Rodrigo Alves do Rebote em 30/06/2010, sob o título Papo de Mundial – Rubem Magnano, quando declarou –“ No meu estilo não jogo com dois armadores, mas há uma possibilidade tática aberta”.
Acho que a comissão técnica que esteve na Colômbia nesse sul americano optou pela “possibilidade tática” e venceu os conterrâneos do excelente técnico argentino. Mas será ser possível que essa mesma “possibilidade” possa ser empregue no Mundial que se avizinha? E por que não, também, os 3 grandes pivôs?
Não sei se teria a coragem necessária para fazê-lo. Pena, pois seria instigante e revolucionário. Meu humilde Saldanha (hoje acabado…), o provou.
Amém.

RESPONDENDO…



• • Sem ironia, continuo admirando o Paulo como técnico e também como blogueiro, apesar de saber que a recíproca não é verdadeira. Segue o jogo. about 7 hours ago via web
• E se julgou que eu fui grosseiro, também entendo que responda com grosserias e insinuações que não têm nada a ver com o tema. Normal. about 7 hours ago via web
• O artigo falava de técnicos com perfil oposto ao de Paulo Murilo, que para mim foi o melhor do NBB-2. Mas ele tem todo direito de retrucar. about 7 hours ago via web
• A resposta do Paulo Murilo ao meu artigo sobre a ausência dos técnicos do NBB no treino aberto de Rubén Magnano: http://tinyurl.com/24y45dd about 7 hours ago via we

São inserções do Jornalista Rodrigo Alves em seu Twitter sobre o artigo que publiquei ontem aqui no blog. Somem-se os inúmeros comentários feitos por leitores majoritariamente contrários, desde a forma rebuscada como dizem que escrevo, até a ausência de argumentos defensáveis ao que redigi, segundo eles, e teremos um vasto quadro de reprovação a um direito de resposta a uma colocação ofensiva do Rodrigo ao criticar os técnicos do NBB, na qual nomes não foram explicitados em nenhum momento, logo, colocando a todos sob suspeição.
Prefiro responder e esclarecer minhas colocações diretamente, como sempre fiz e faço (abomino, reprovo e desprezo interferências apócrifas, os notórios e pusilânimes anônimos) às veiculações do Rodrigo em seu Twitter, já que recentes e diretas.
Se o artigo falava de perfis opostos ao meu, que técnicos seriam esses? Na ausência de definições, me pus ao lado de todos, muitos deles criticados por mim nominal e diretamente, de cara limpa, em artigos assinados, nunca de forma anônima ou escamoteada, e sempre pelo ângulo técnico, tático, administrativo, jamais sob o aspecto estritamente pessoal e comportamental, pois sob a qualificação humana todos trabalham, perseveram e se sacrificam pelos seus ideais e convicções, mesmo que na contra mão dos meus conceitos pessoais e técnicos. E se fui para ele o melhor técnico do NBB2, somente agora o estou sabendo, pois nada sobre isto foi veiculado em seu blog, do qual sou assíduo leitor, e em algumas oportunidades comentador. O fato de defender meu direito de retrucar bem demonstra a acidez desproporcional de seus comentários.
Como entende que grosseria pode gerar respostas também grosseiras ( e aqui me desculpo se assim se sentiu), também posso afirmar que minhas argumentações segundo ele, nada tendo a ver com o tema, foram colocadas exatamente como um espelho às suas próprias, propositalmente, numa provocação ao debate lídimo e transparente, e não a uma insinuação desprovida de nomes e identidades. O Lebron foi assim entrevistado por ele, que publicou e descreveu seu constrangimento no seu próprio blog, e simplesmente me reportei aos fatos, quando menciono sua mais absoluta predileção ao basquete NBA, quando minha humilde opinião sempre propugnou pela evidencia indiscutível de que seu talento deveria se concentrar preferencialmente no basquete nacional, ainda mais sob o peso de uma mídia global.
Quanto a sua afirmativa de que a recíproca à sua admiração pelo meu trabalho, e até à minha pessoa não é retribuída, se enganou mais uma vez, pois não costumo perder tempo com leituras improfícuas, que em absoluto reflete o habito da leitura do Rebote, e de muitos outros blogs e sites sobre o grande jogo. Somente ainda não reconheço nele, pela juventude e inexperiência, conteúdos que ainda deverão ser estendidos e solidificados pelos anos de trabalho e muito estudo, principalmente sobre esta que é a modalidade mais tecnicamente complexa dos desportos coletivos, o basquetebol.
Finalmente, se para alguns, ou muitos, que consideram minha defesa aos técnicos uma conveniente mudança de lado, saliento que ainda continuo, e certamente continuarei a ser diferenciado técnica e taticamente de todos eles dentro da LNB, fator esse que não me desvincula do sentido tácito de justiça e do reconhecimento do trabalho de cada um deles, mesmo que conceitualmente opostos ao meu, pois este se constitui o cerne que sem duvida alguma poderá originar um conselho de técnicos marcado positivamente pelas diferenças e pelos contraditórios, bases do progresso e da evolução.
E como você mesmo afirma Rodrigo, segue o jogo, que espero ser jogado da maneira mais evoluída que for possível, daqui para frente. Nosso basquete necessita ser apoiado com presteza, conhecimento, dedicação, e dentro da realidade de nossas vidas e de nossa sociedade, apesar de confrontado permanente e teimosamente com a glorificação de um jogo que nada tem a ver com a nossa realidade, que joga com outras regras e se sustenta sob o lastro de uma riqueza inatingível para todos nós. Sigamos o jogo então.
Amém

PS- Clicar nas fotos para ampliá-las.