E ELAS CAIRAM…

Goncalves-15-07-2014

Venceram, as meninas venceram, formidável, começaram bem, classificando podem aspirar o pódio, é uma bela geração…

Tudo bem, legal, mas, como afirmar excelências sem que vejamos os jogos, sem podermos avaliar ações, atitudes, posicionamentos, produtividade, como?

Sobram as estatísticas, frias, cortantes, subjetivas no plano técnico, mas profundamente objetivas quanto à realidade do que realmente ocorre numa partida, apontando acertos e erros, apontando o caminho futuro face aos mesmos, para o bem, e infelizmente também para o mal.

E os erros, esquecidos pela mídia lá estão, enumerados, frios, cortantes, num jogo amarrado em pontos, mas eivado de muitos erros de fundamentos, para ambas as equipes, somando incríveis 48 (23 para nós, 25 para as russas), com 25 roubadas de bola (13 e 12 respectivamente), demonstrando que dribles e interceptações de bola compuseram o cardápio azedo de um jogo medíocre, mas desequilibrado nos rebotes, onde as russas mais altas faturaram 47 contra 34 das nossas, porém equilibrado nas percentagens de arremessos (15/45 nos de 2 para nós e 17/43 para elas, e 9/17 contra 14/21 nos lances livres respectivamente), onde o diferencial foi estabelecido nos arremessos de 3, quando as bolinhas verde e amarelas caíram (9/16) e as das russas em menor numero (5/15), determinando o resultado do jogo, 66×63…

Fica então, bailando no ar a pergunta que não cala, mas consente o continuísmo de uma realidade que tão bem conhecemos, e iludidamente pensamos dominar – E se nos próximos jogos elas não caírem? Pois se dependermos dos fundamentos, base e alicerce de qualquer sistema de jogo que se escolha, ofensivo e mesmo defensivo, pouco avançaremos, agora, e para mais adiante, quem sabe, 2016, mas as bolinhas, essas, quem sabe…

Amém.

Foto – Divulgação FIBA. Clique na mesma para ampliá-la.

ROMÊNIA TAMBÉM?…

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Enfim, conseguimos perder para a Romênia, que sempre foi um país unificado, logo, a desculpa de que a Iugoslávia e a Rússia geraram nações fortes no basquetebol, justificando nossas freqüentes derrotas para os mesmos, não se aplica nesse caso, inaugurando mais um ciclo de equívocos que vem caracterizando nossa desdita sempre focada nos “detalhes”, ainda mais quando se trata da badalada seleção de novos, dirigida e orientada pela cúpula técnica da seleção principal, sendo todos os jogadores universitários de carteirinha, que, a exemplo da matriz americana, estudam para valer num período, e treinam num outro, como deve (?) ser, a fim de disputarem uma Universiade, que é uma competição séria e tradicional no universo acadêmico a que pertencem aquelas nações comprometidas para valer com a educação de seus cidadãos.

Mas como dizia, perdemos o 5º lugar para os romenos, e disputaremos o 7º  hoje com os estonianos, numa participação medíocre em se tratando de uma seleção composta por jogadores com boa experiência em competições de alto nível, como o NBB…

Neste ponto, convido o leitor a dar uma boa olhada na tabela acima, com os dados contabilizados nos sete jogos até aqui realizados, quando enfrentamos, chineses, finlandeses, lituanos, canadenses, prestando atenção em alguns “detalhes” para lá de interessantes, como o fato de obtermos 60% de eficiência nos arremessos de 2 pontos (166/276), contra 43% (117/272) de nossos oponentes, e 32% nos de 3 pontos (52/164), contra 28% (43/156), numa clara evidência de um melhor e mais confiável jogo interior, que se continuado fosse teríamos ido mais longe na competição. Basta olharmos o excesso de alguns jogadores nos arremessos de 3, com marcas de 11/32, 9/29, 8/20, 2/14, 5/18, 2/13, 1/9, para atestarmos o alto grau de aventuras nas bolinhas cometidas e consentidas por uma seleção nacional, que em nenhum momento sofreu um basta por parte de seus técnicos, permitindo que uma equipe que atinge a marca de 302 pontos dentro do garrafão, contra 186 dos adversários nos cinco primeiros jogos, opte por arremessos de três da forma mais dispersiva e irresponsável possível, em vez de concentrar maciçamente  seus pontos no jogo interior, onde sua eficiência era mais marcante e decisiva, para de 2 em 2 vencer partidas. Mas seu técnico, campeão nacional, afirmava numa outra ocasião em uma entrevista, que contava com os arremessos de fora por parte de seus especialistas, pois o que valia era a qualidade e não a quantidade das bolinhas. Pelo visto falharam ambas, para menos e para mais na seleção, o que é de lamentar.

Ah, e em tempo, acabamos de perder para a Estônia (quando detonamos 7/30 nos 3…), leram bem? ESTÔNIA!!!!

Estamos roubados, e mal pagos, mas merecemos, e como…

Amém.

Fotos – Divulgação Universiade. Clique nas mesmas para ampliá-las.

OS FUNDAMENTOS DE TODOS?…

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Professor Paulo,

Acredito que o senhor certamente irá escrever algum artigo sobre a entrevista dada pelo Rafa Monclova, publicada no Território LNB (http://lnb.com.br/territorio/entrevista-exclusiva-com-rafa-monclova/). Muito interessante a opinião do técnico espanhol, que enfatizou bastante a importância do aprimoramento da técnica/tática individual para a formação de bons jogadores.

Um abraço,
Lucas Diego.

 

 

Bom dia professor, gostaria de saber se o Sr leu a entrevista do Sr. Rafa Monclova, tec do Cajasol Sevilla no site Territorio LNB/NBB? O Sr Rafa fala muito de um assunto que o Sr sempre defende aqui, que é o apuramento da tecnica individual na formação dos nossos jogadores em detrimento da massificação de jogadas. Interessante a visão de um tecnico espanhol e dá pra ver a diferença de mentalidade.

Antonio Ferreira

 

Não só li, como estava com o artigo quase pronto ao receber esses comentários veiculados no artigo anterior, e que me fez repensar a forma como o abordaria, inicialmente com uma forte critica ao aspecto contraditório na fala do referido técnico no teor da entrevista, quando defende enfaticamente a pratica dos fundamentos para todos os jogadores, independendo de posições em que atuam, como ferramental básico de suas evoluções técnico táticas, em confronto com sua clinica para jogadores e técnicos da LDB, onde setorizou e aplicou os exercícios de fundamentos por posições, armadores, alas e pivôs, perdendo uma excelente oportunidade de reiterar e gravar na mente de todos os participantes a necessidade da pratica generalista dos fundamentos, conforme sua explanação anterior.

Bem, concordo que exercícios especiais de fundamentos devam ser ensinados e praticados por armadores, alas e pivôs, mas em etapas mais avançadas, paralelas e decorrentes do desenvolvimento dos mesmos, que não é o caso da maioria das equipes da LDB, onde se erra em demasia nos fundamentos básicos, priorizando a diversidade no ensino para as categorias menores, como o fazem na Espanha (vide as declarações do prof. espanhol) e na Europa em geral, reiterando e concordando com o mesmo ser o habito da pratica generalista, com a participação não setorizada de todos, se constituir na base de todo plano sério de treinamento, inclusive auxiliando em muito na preparação física, com o melhor dos dois mundos, a posse e contato permanente com a bola, e a movimentação enérgica e profunda de todos os segmentos articulares e musculares do corpo em desenvolvimento, complementado pelo controle e equilíbrio mental necessários para a evolução harmônica e rítmica de todos os jovens, e por que não adultos também, no processo de ensino e aprendizagem do grande jogo.

Lamento porém, que somente sejam reconhecidos como válidos e avançados os sistemas e métodos de treinamento vindos do exterior, como algo inusitado e revolucionário (o que absolutamente não o é, já que clássicos), mesmo existindo no país profissionais capazes e competentes na preparação de jogadores, e que nunca foram reunidos e ouvidos em projetos de formação de base, sendo afastados e negados coercitivamente do meio basquetebolístico, substituídos por técnicos formados, formatados e padronizados em cursos de 4/5 dias, e  estrangeiros que não oferecem perigo ao mercado de trabalho, pois mesmo sendo muito bem pagos por verbas oficiais, logo se vão “deixando” um pretenso legado que pouco ajudará no soerguimento do basquetebol entre nós sem a devida e necessária continuidade, mas garantindo o mercado para aqueles poucos que o dominam e o particularizam entre si, inter pares.

O técnico espanhol confirmou o que se faz em seu país, na Europa, nos Estados Unidos, no desenvolvimento do grande jogo, e que foi por nós conhecido no passado, hoje esquecido em nome da estratégia, dos “estrategistas”, com descerebradas pranchetas nas mãos.

Amém.

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DISCUTIR, CONTESTAR, COMO?…

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Prezados basqueteiros, jornalistas, dirigentes, jogadores, técnicos, entusiastas (?), pergunto, a todos, como ser possível discordar, lutar, contra essa turma ai de cima, como?

Primeiro, jamais permitirão que qualquer “dúvida” sobre gestão de confederações seja discutida, fiscalizada,quiçá, penalizada, às vésperas das grandes “conquistas” nacionais, o mundial e as olimpíadas, quando toda a entourage está prestes a se locupletar economicamente com a megalomania longamente planejada, distribuída, corrompida, consolidada.

Como esperar de qualquer um deles coerência, lisura, transparência, ligados e irmanados pelo código do silêncio, do afastamento e desligamento do clamor público, seguros de suas inamovíveis posições, garantidas por partidos políticos, votos de cabresto de uma corriola mancomunada com a visão das benesses, mordomias, voltadas à manutenção da elite auto promovida, antidemocrática, pusilânime, como?

Segundo, no caso do basquetebol, jamais permitirão que volte a se tornar o segundo esporte no gosto do brasileiro, desde que nos primórdios da ditadura militar, era a única modalidade coletiva que não contava com o domínio e conhecimento técnico dos militares, fugindo à sua influência direta e interesseira, fator que catapultou o futebol e o voleibol para um controle que privilegiou-os, inclusive, aos grandes patrocínios, como o da troca do Banco do Brasil do basquetebol para o vôlei, dotando-o da infra-estrutura econômica necessária ao seu desenvolvimento técnico, hoje uma realidade incontestável, mas que feriu o grande jogo de morte, fazendo-o vitima, daí para diante, das péssimas e políticas administrações, que o levaram ao estagio pré falimentar em que se encontra, e que se mantêm pelos altos interesses em nada mudar, deixando-o nas mãos de despreparados, aspones e chupins do poder, o que bem explica a liberação de verbas oficiais que os mantêm e manterão pelo tempo que quiserem, como figurantes, jamais protagonistas desse execrável circo em que transformaram o esporte e a educação do país.

Terceiro, todo esse imbróglio, tende a afastar a percepção do real problema que mantêm o basquetebol na situação de fraqueza técnica atual que “deve” ser mantida e patrocinada, a desunião e proposital afastamento dos técnicos junto à causa primordial para seu sustentável soerguimento, o trabalho na base, nas escolas de educação física, onde urge a revisão das cargas horárias nos desportos, hoje minimizadas e trocadas por disciplinas paramédicas, justificando o precário preparo dos futuros professores e técnicos no processo de ensino e aprendizagem dos mesmos, aspecto lapidar e conceitual, que somente se tornará factível a partir do momento que essa união se materialize, num trabalho realmente difícil, mas não impossível de ser alcançado.

Política, políticos e politiqueiros sempre (?) estarão por perto, infames, criminosos, mas que graças aos deuses, não formam, ensinam e treinam os jovens na modalidade, mas que tudo fazem para atrapalhar e retardar todo um processo, é bem verdade, mas que podem ser energicamente confrontados através o trabalho associativo daqueles que realmente fazem o grande jogo acontecer, os professores, os técnicos, principalmente nas escolas, onde os crefs da vida jamais deveriam poder se imiscuir…

Unam-se e trabalhem juntos, todos, e não uma minoria elitista, para a sobrevivência e resgate do grande jogo, ou simplesmente o vejam morrer tragado pela discórdia, pelo abandono, pelo apadrinhamento e pela ação entre amigos. O basquetebol merece um destino melhor.

Amém.

Fotos – Divulgação CBB, Globoesporte. Clique nas mesmas para ampliá-las.

Leitura obrigatória – Bala na cesta

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ALTO NÍVEL…

 

(…) A terceira edição da Liga de Desenvolvimento de Basquete começou no dia 24/06, com as partidas do subgrupo A1, que já deram uma excelente demonstração de que a competição está com um altíssimo nível. Agora, é a vez das dez equipes do subgrupo A2 medirem forças entre si e mostrarem que é a melhor (…) Trecho do artigo publicado no site da LNB no dia de hoje.

 

Bom, é a opinião da Liga, mas será que corresponde a verdade dos fatos, ou dos números, já que jogo nenhum foi mostrado a publico, mesmo que pela internet, unzinho que fosse, para que o restante daqueles que realmente se interessam pela melhoria e o progresso do grande jogo pudesse atestar o “altíssimo nível” anunciado, e não ficarem frente a números que se situam na direção inversa do mesmo?DSC_0360-640x426

 

Então, recordemos os números finais do grupo A1 na competição:

 

– Arremessos de 2 pontos – 1617/3729 (43,3%)

 

– Arremessos de 3 pontos –    471/1703 (27,6%)

 

– Lances Livres                 –   1167/1721(67,8%)

 

– Erros de fundamentos     –   1296 (28,8 pj)

 

 

 

Aguardemos os jogos do grupo A2 para atestarmos, ai sim, a efetiva demonstração que se constitui numa competição exemplar, como anunciada pela LNB, o que real e honestamente não acredito, mesmo, pois percentuais de arremessos muito abaixo das médias razoáveis para a faixa etária em competição, e o absurdo número de erros de fundamentos, 28,8 em média por jogo, nos deixam apreensivos quanto à qualidade técnica de uma geração, que assim como as que a precederam, foram direcionadas prioritariamente aos sistemas coreografados, do que ao exercício básico do jogo, seus fundamentos.

 

Mas dia virá em que essa lastimável tendência deverá ser revertida.

 

Amém.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.

 

 

FALANDO DE TÉCNICOS…

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José –  Enviado hoje

Sei lá Professor, não seria o caso de se procurar o melhor treinador na categoria sub19 para dirigir essa seleção? Já que os jogadores são dessa categoria, acho que não precisaria de um treinador do adulto e sem experiência com jovens.

            O leitor José postou esse comentário no último artigo, e que abre um bom leque de discussões, claro, se nos predispuséssemos a enveredar num cipoal de equívocos de tal ordem,  que dificilmente sairíamos com alguma conclusão, por mais simplória que fosse.

Porque não sairíamos com alguma conclusão, Paulo?

Porque tentar explicar corporativismo, ações entre amigos, trocas de interesses e favores, padronização e formatação de sistemas de jogo e de formação de técnicos (?) dentro de uma triste e repetitiva realidade, profundamente sedimentada no nosso basquetebol, parece, não, temos a mais absoluta certeza ser uma tarefa fadada ao sempre possível fracasso, frente a mesmice endêmica que se enraizou na modalidade, onde quaisquer resquícios de mudanças se perdem e anulam ante a vontade explicita de que seja mantido o que ai está, aspecto garantidor de um mercado de trabalho beneficiário de seus membros.

Mesmo assim, lutar contra tal realidade torna-se absolutamente necessário, apesar de inglório, pois mesmo que marginal, posicionamentos antagônicos à mesma poderão reverter em longo prazo um cenário que tem levado o grande jogo ao estado de penúria técnica e tática que vem se estabelecendo de muito, e que merece uma oportunidade de se reerguer através posicionamentos diametralmente  opostos ao que foi coercitivamente implantado.

Então Paulo, dentre tantas deficiências, quais aquelas que justificam esse estado pré-falimentar?

Jornalistas de diversas origens, quase que unanimemente conotam as péssimas administrações junto à CBB como o fator preponderante na situação que se estabeleceu no âmbito do basquetebol, num posicionamento que discordo com veemência, pois o problema que nos atinge, antes de ser administrativo, é basicamente técnico, pois desde sempre tivemos bons e maus dirigentes, boas e más administrações, mas tínhamos bons professores e melhores técnicos, que ao sabor das políticas vigentes à época, sabiam manter a formação e a direção eficiente de equipes num alto nível, produto de um tempo em que a ajuda fraterna, o estudo compartilhado e a divulgação democrática dos saberes faziam o grande jogo se manter na dianteira do desporto nacional, chegando bravamente a ser considerada a segunda modalidade mais querida e apoiada pelo povo brasileiro, e sem um quinto das verbas hoje existentes, porém esbanjadas irresponsavelmente.

Uma criminosa e pretensiosa fusão política, que transformou o segundo estado mais rico e influente da nação, o estado da Guanabara, num município pobre e problemático, catapultou para baixo o tradicional e histórico confronto com os demais estados, principalmente com São Paulo, deixando-o quase que solitariamente na liderança do grande jogo, propiciando o unilateralismo técnico tático que sob alguns aspectos se mantêm até os dias de hoje.

E de repente, uma saudável rivalidade dentro das quadras, com suas multiplicidades em sistemas de treinamento, preparação, formação e táticas de jogo se viu sob o manto de um dominante centrismo que desencadeou a implementação de um sistema único copiado, e mal, do basquete profissional americano, que mergulhou o grande jogo na mesmice endêmica, robustecida por uma das mais devastadoras síndromes técnicas, a ditadura do jogo externo, através a inesgotável e torrencial hemorragia dos arremessos de três, que nos corroei e diminui ante o basquete internacional.

Logo, com a dissociação dos nossos técnicos, onde uns poucos se constituíram em um circulo fechado, dominando o centro decisório e de comando da estrutura técnica do jogo nos últimos vinte e poucos anos, e mais recentemente liderando as metodologias no preparo dos futuros técnicos junto a ENTB, mergulhou a modalidade em uma espiral descendente, inclusive no nível sul e centro americano, perdendo sua hegemonia para argentinos e mais recentemente ameaçada por países, antes normalmente derrotados por nós.

Atualmente, apesar do relativo e ainda indeciso sucesso da LNB, ante o fracasso técnico administrativo de uma CBB eivada de incompetência, o basquetebol se mantêm manietado e enclausurado numa forma unilateral de ver e fazer o jogo fluir, como se existisse somente o que implantaram, mantêm e divulgam aos novos técnicos, um sistema único de jogo que desde sempre combati e continuo combatendo em nome da diversidade e da criatividade perdidas ao longo do tempo, em nome de uma liderança centrada nos “estrategistas” que teimam em poluir e entravar o futuro do grande jogo entre nós.

Clamo e sempre clamarei ser a atual liderança entre os técnicos ditos da elite, como a responsável pela falência do grande jogo no país, e os resultados internacionais nas divisões de base ai estão para comprovar tão grave situação (vide o excelente artigo do Fabio Balassiano em seu blog, onde relata os resultados de nossas seleções de base nas competições internacionais), confirmando o acima exposto, pois dirigentes ruins e administrações piores  ainda sempre existiram em nosso viciado meio, mas que nunca foram e jamais irão às quadras preparar e treinar jogadores, bastando ver a composição de componentes comissionados em seleções nacionais que se igualam em numero ao de jogadores, e até mais, todos envolvidos numa forma de agir, e que mal ou bem tem tido a oportunidade de treinarem os jovens talentos do país, da forma mais canhestra e simplória possível, já que atrelados a formatações e padronizações egressas das lideranças da elite, a mesma que desde sempre faz parte do corpo docente e organizacional da ENTB nos cursos de formação (?) de técnicos em 4 dias, numa cruzada simplesmente absurda, continuísta e coercitiva, sem em momento algum liderar, como deveria se séria fosse, um movimento que congregasse os demais técnicos, muitos dos quais mestres na arte do treinamento, para participarem na elaboração de uma política que englobasse metodologias e didáticas de ensino e aprendizagem, espalhados que estão nesse imenso país, com suas regionalidades e especifico gentio, e que no final das contas resultaria no associativismo tão clamado pela comunidade basqueteira, mas que ao resultar na capilarização e pulverização das  informações técnicas nos mais distantes e carentes quadrantes do país, sem duvida alguma colocaria em cheque o centrismo e domínio de tal liderança, originando aquele fator que nos falta, que nos tiraria dessa tirania técnico tática, que nos alforriaria dos grilhões de um corporativismo cruel e profundamente egoísta, uma autêntica, forte e independente Associação Nacional de Técnicos, que congregaria suas congêneres estaduais, e seria a lídima representante classista, responsável direta pelas diretrizes sócio desportivas que direcionariam o soerguimento do grande jogo ao seu devido e imorredouro lugar no cenário nacional.

Para o mês, o Prof. José Curado, presidente da Associação das Associações de treinadores de Portugal, e também Secretário da Associação Internacional de Treinadores, virá ao Brasil, e pela enésima vez direi a ele da impossibilidade de nos filiarmos a tão importante entidade, porque simples e vergonhosamente, não temos uma associação nacional, muito menos congêneres estaduais, pois a elite que governa e define o basquetebol no Brasil, não tem interesse em participar de tais movimentos, sequer promovê-los como jamais o fizeram, com duas honrosas exceções, a ANATEBA em 1971, e a ABRASTEBA em 1976, ambas idealizadas por mim e dirigidas por técnicos e professores profundamente engajados e compromissados com o grande jogo, mais tarde anuladas pela pesada ingerência da CBB nas mesmas, decretando suas liquidações, pois afinal de contas como está deverá continuar, mantendo garantido e sob controle o nicho de trabalho tão dura e politicamente conquistados. É uma pena, mas é a dura realidade. Vida que segue sem que culpemos tão somente os dirigentes que repito, não serem aqueles que vão para dentro das quadras iniciarem, desenvolverem e treinarem nossa juventude desportiva, claro, exceto os sempre presentes e decisivos estrategistas de plantão, que põem para jogar o que temos egressos da formação, que como sabemos, reflete o que ai está, escancarado para quem quiser (ou não) ver e avaliar, seja sob o prisma dirigente, seja pela ótica técnica.

Amém.

Foto – Professores Paulo Murilo e José Curado em Lisboa, quando do III Congresso Mundial de Treinadores da Língua Portuguesa, onde proferi a conferência de abertura do mesmo. Clique na mesma para ampliá-la.

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UMA SIMPLES QUESTÃO DE TREINO E LIDERANÇA, DA BASE À ELITE…

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Pois é, basqueteiros de plantão, o que prevíamos aconteceu, a seleção Sub 19 masculina não se classificou no Mundial de Praga ao perder para a Rússia, somente vencendo uma partida das cinco disputadas, restando agora disputar do 9º ao 12º lugar na magna competição.

Se olharmos com alguma atenção os números deste jogo, fica evidenciado de cara um fator indiscutível, nossos jogadores mal sabem arremessar em cesta, e pasmem, dos dois pontos, já que dos três, era sabido de muito que nem desconfiam como executá-los com um mínimo de eficiência, mas dos dois? Nesse jogo contra os russos, arremessamos 24/58 de dois, 5/15 de três e 15/22 de lances livres, e os russos, 21/36 de dois, 10/25 de três e 10/17 de lances livres, ou seja, tivemos 22 arremessos de dois a mais e 10 de três a menos do que eles, que desta forma conseguiram 30 pontos de três, contra 15 dos nossos, e que muito poderiam ter sido compensados se convertêssemos pelo menos a metade dos 34 erros nos dois, e até vencido se soubéssemos defender um mínimo fora do perímetro de onde os russos chutaram 10/25 de três, já que ambos erraram sete lances livres.

Somemos a essa lamentável deficiência os 16 erros de fundamentos (e olhem que os russos erraram 21…), para vermos com clareza tudo aquilo que comento de longa data, o fato de não exercermos o pleno domínio dos fundamentos, numa preparação que prioriza a formatação e padronização de sistemas de jogo, em detrimento da ferramenta básica, que quando lembrada é para ser entregue a estrangeiros, aqui e lá fora, num tipo de planejamento voltado ao gasto interesseiro de verbas, que deveriam ser empregues na melhoria e treinamento de nossos jovens técnicos, através um bem planejado programa de formação, e não cursos expositivos de 4 dias de arquibancada, sem as exigências de estágios práticos por um bom tempo, com acompanhamento qualificado em seus locais de trabalho, única maneira de bem formá-los.

Mas não, se em muitos casos, nossas seleções de base são entregues a jogadores a pouco retirados das quadras e travestidos de técnicos, sem um mínimo de preparo e experiência didático pedagógica no campo das técnicas de ensino e aprendizagem, como se exigir que jogadores por eles orientados se caracterizem pela excelência na pratica dos fundamentos, que é a coluna mestra da pratica do grande jogo?

E por essa estrada poeirenta ainda transitaremos por longo tempo, talvez tempo demais para nos defrontarmos com a realidade olímpica daqui a poucos anos, onde, desgraçadamente veremos coroada a suprema ignomínia de sermos vencidos ante erros que teimamos em não corrigir, em nome do clientelismo, do apadrinhamento, da sedimentação de um corporativismo mafioso e absolutamente irresponsável, mas que gera continuísmos e vultosos lucros.

Mas temos obrigatoriamente de admitir que somente transporemos tantas e históricas deficiências, se pararmos um pouco que seja, perante a exigência maior de um movimento associativo dos técnicos, liderados por aqueles que realmente representam a classe, por sua tradição e reconhecido trabalho, e que sempre se negaram a erguer as bandeiras do oportunismo e do imediatismo midiático e enganador, daqueles que realmente conhecem, estudam, respeitam e amam o grande jogo, de verdade. É o que nos resta.

Amém.

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O QUE NINGUEM QUER (OU PODE) ENXERGAR…

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São apenas números, a única informação acerca de um torneio quase secreto no interior de Minas Gerais, sem imagens e de difícil acesso, incensado pela turma que lá está e responsável por sua realização, todos envolvidos e compromissados com o modelo que aí está solidamente implantado na CBB e sua executora e expansora, a ENTB, e o mais inquisidor, com a chancela da LNB, responsável pelo aporte financeiro advindo do Ministério do Esporte, numa parceria que incomoda e põe em risco o seu bom trabalho realizado nos NBB’s até o momento, pois invade uma seara de responsabilidade da CBB, o desenvolvimento da formação de base, quando deveria investir na divisão de acesso ao NBB, onde um percentual de jovens talentos reforçados por um pequeno numero de jogadores mais experientes, sanaria o grande hiato que separa aqueles que saem das divisões formativas, do caminho profissional da divisão maior.

Os números? São assustadores, pois expõem a maior de todas as nossas deficiências, a desastrosa preparação e qualificação de nossos técnicos direcionados a formação de base, e mesmo para dirigir nossas jovens seleções nacionais, numa inversão de valores muito bem representada pelos números a seguir, e pelos lamentáveis resultados nas competições internacionais, que no final das contas, são pontos concomitantes em sua tragédia comum.

Vamos a eles, os números:

Após 5 rodadas da LDB  com 10 equipes participantes:

– Arremessos de 2 pontos – 965/2096 (46%)

– Arremessos de 3 pontos – 257/943   (27,2%)

– Lances livres                  – 683/1001  (68,2%)

– Erros de fundamentos    -748 (media de 29,9 por jogo)

Conclusão não muito longe da verdade?

Nossos jovens, na beira de acessarem as equipes da LNB e de nossas seleções de 18 anos em diante, simplesmente não sabem arremessar razoavelmente, e pecam lamentavelmente nos fundamentos, e que não me venham argumentar que tantas falhas ocorrem pelo emprego de fortes defesas, o que é um engodo para encobrir tanta ineficiência e tapeação, vide a seleção no mundial Sub19 permitindo, após dois meses de treinamentos e torneios internacionais, 16/38 de 2 pontos e 11/24 de 3  por parte da seleção australiana, que de longa data sempre se distinguiu pela precisão nos arremessos, contra 15/58 de 2 e 3/17 de 3 dos nossos, ou seja, 20 tentativas a mais dentro do perímetro de nossos algozes sem a eficiência dos mesmos, e uma repetida falha, ou ausência de postura defensiva no perímetro externo desde o primeiro jogo contra a Servia, que nos impuseram 19/32 de 2 e 5/17 de 3, enquanto amassávamos o aro deles com absurdos 6/30 nas bolinhas. Falar em defesa, um dos fundamentos básicos do grande jogo a essa altura, e em seleções, chega a ser ridículo e comprometedor, pois é resultado direto do que vem ocorrendo na LDB.

Fico imaginando a quanto chegarão os números nas demais rodadas desse primeiro grupo, e do segundo da LDB, onde residem equipes de menor tradição, assim como o que ocorrerá com a Sub19 ao enfrentar os Estados Unidos e a Rússia para a semana, na tentativa classificatória as quartas de final, simplesmente me assusta, de verdade.

Aliás, outro dia, na Copa America Sub15 feminina, a equipe americana somente permitiu que a nossa seleção conquistasse o absurdo numero de 20 pontos no jogo inteiro, o que realmente dá no que pensar…

Promover jovens técnicos, muitos ex jogadores, em cursos de aquibancada, para a direção de equipes acima dos 18 anos, sem que os mesmos dediquem, pelo menos, umas duas décadas na formação de base, é erro estratégico e irresponsável, e mais ainda quando os qualificam para as seleções maiores, numa ação entre amigos ou de QI político, no que vem se tornando no maior óbice ao desenvolvimento do grande jogo entre nós, muito além do que certa mídia e dirigentes próximos as verbas oficiais, proclamam como renovação e evolução técnico tática, necessárias ao nosso desenvolvimento, numa perda de precioso tempo e verbas que escoam pelos ralos da incompetência.

E o pior de tudo é sabermos o que nos espera em 2016, a continuarmos agindo dessa forma corporativista e decididamente anacrônica.

Que todos os deuses disponíveis nos ajudem, pelo menos a enxergarmos melhor.

Amém.

Fotos – Divulgação LNB e FIBA. Clique nas mesmas para ampliá-las.

II OFICINA DE APRIMORAMENTO DE ENSINO DO BASQUETEBOL

Entre oDSCN1120-001s dias 9 e 11 (sexta a domingo) de agosto, realizarei a segunda Oficina de Aprimoramento do Ensino de Basquetebol, aberto a até três técnicos que se proponham a mergulhar comigo no universo do grande jogo, por três dias completos e dedicados plenamente aos princípios pedagógicos e técnicos do ensino dos fundamentos, do treinamento, dos sistemas de jogo, da estratégia, do comando e liderança, do preparo mental, da ética, do associativismo profissional, da herança cidadã.

Para tanto, poderei receber em minha residência até três técnicos de outros estados, dotando-os de estadia e alimentação, dois ambientes de trabalho completamente equipados com computadores e wi-fi, biblioteca técnica, projetores, televisores, e um pequeno ginásio para os exercícios práticos. Também serão facilitados materiais gráficos e de mídia sobre a modalidade.

Módulos da Oficina:

 

– MÓDULO 1 (3 HORAS DE DURAÇÃO)

   – O Equilíbrio, a base estrutural dos fundamentos nas:

           – Paradas e partidas;

           – Deslocamentos longitudinais e sagitais;

           – Nos Dribles em suas mais variadas concepções e direções;

           – Nas Fintas em progressão, regressão, reversão e pivoteadas;

           – Nos diversos Saltos e conseqüentes transferências de força;

           – Na Marcação individual em estabilidade e instabilidade posicional.

 

 

– MÓDULO 2 (3 HORAS DE DURAÇÃO)

 

    – Os Passes, da pega à execução e sua correlação tempo/espaço.

    – Os Rebotes defensivos e ofensivos:

            – O posicionamento frente ao defensor;

            – O posicionamento frente ao atacante;

            – O formidável giro em 180º;

            – Exercitando os rebotes, individual e coletivamente.

 

– MÓDULO 3 (3 HORAS DE DURAÇÃO)

 

     – Os Drills ou exercícios especiais coletivos de fundamentos:

             – Gerais: Elaboração, montagem e reversibilidade dos circuitos;

             – Específicos: Para armadores, alas e pivôs.

             – Ofensivos/Defensivos – O duelo e suas variáveis rítmicas;

      – Fracionando um sistema ofensivo em drills:

             – Evolução e Aprimoramento.

 

– MÓDULO 4 (3 HORAS DE DURAÇÃO)

 

      – Ensinando um Sistema de Ataque através os drills e o exercício                        

         constante  de leitura de jogo;

      – A Defesa Linha da Bola de flutuação lateralizada-princípios.

 

– MÓDULO 5 (3HORAS DE DURAÇÃO)

 

      – A Defesa Linha da Bola – Conceituação e Prática;

      – A Defesa por zona fundamentada na Defesa Linha da Bola.

      – Princípios do Arremesso – Conceituação teórica.

 

– MÓDULO 6 (3 HORAS DE DURAÇÃO)

 

      – A Arte do Arremesso:

            – A Empunhadura e as Pegas;

            – O Principio da Direcionalidade;

            – O Eixo Diametral e seu eficiente controle;

            – A Prática e exercícios correlatos;

            – O Aprimoramento.

 

– MÓDULO 7 (3 HORAS DE DURAÇÃO)

 

     – A força ímpar do treino;

     – O apoio no jogo;

     – A liderança natural e democrática;

     – A relação com a arbitragem;

     – Os aspectos formativos e educativos do grande jogo;

     – Uma Associação de Técnicos? O que é preciso?

     – Ética e futuro do esporte no país.

 

Os módulos serão distribuídos nos três dias da Oficina, entre os quais transcorrerão atividades de projeções e discussões técnico táticas, sobre aprendizagem e controle de equipes, aspectos administrativos e de controle de atividades.

 

A Oficina importará num gasto de R$ 700,00 (setecentos reais) ai incluídos a Oficina, a estadia, a alimentação e o transporte no Rio de Janeiro.

Os interessados deverão se informar pelo email oficinabasquetebrasil@gmail.com e pelos telefones 21 2440-1082 e 21 9913-9969.

O pagamento poderá ser feito em duas vezes de R$ 350,00 (primeira até o dia 10/7 e segunda até o dia 2/8) em deposito bancário no Banco do Brasil  Agencia 1579-2   Conta 36016-3   Favorecido- Arteducação Empreendimentos Artísticos e Educacionais Ltda.   CNPJ- 13.299.910/0001-69

Após o deposito bancário, favor enviar o comprovante de pagamento escaneado, mais os dados pessoais para o email da Oficina.

Conforme o interesse pela Oficina se amplie, a manterei a cada mês nos últimos fim de semana, sempre com três vagas disponíveis.

 

No caso de interessados locais (RJ), sem a estadia relacionada, somente será cobrado o preço de R$500,00 (Quinhentos reais), com o mesmo processo de deposito bancário.

Será fornecido um Certificado de Participação com a carga horária.

Foto- Participantes da I Oficina- Professores Fabio Aguglia e Pedro Funk, ambos de São Paulo.

 

FUNDAMENTOS?…

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Parece brincadeira, pode parecer brincadeira, mas é sério, muito sério o que está acontecendo com os nossos jovens, cada vez mais “especializados” em armadores puros, armadores definidores, alas-armadores, armadores escoltas, alas-pivôs, pivôs de choque, e não sei quantas denominações caberiam a mais dentro do sistema único, aquele que é seqüenciado de 1 a 5 dentro dos padrões formatados e padronizados pelo tal sistema, e cada vez mais entronizado no triste dia a dia da garotada que ainda teima em gostar de um jogo, cujo domínio se encontra, não dentro da quadra, mas fora dela, tendo como veiculo de ligação prosaicas e ridículas pranchetas, voltadas às coreografias de passos pretensamente marcados coercitivamente impostos pelos “estrategistas” em permanente plantão no nosso combalido grande jogo.

 

Trata-se de uma trágica brincadeira, cujas consequências ai estão escancaradas nas estatísticas de um velado e escondido torneio da LNB, denominado de Liga de Desenvolvimento do Basquetebol, patrocinado por verbas do Ministério dos Esportes, e indevidamente organizado pela Liga, quando deveria sê-lo pela CBB, pois cabe a ela a formação de base no território nacional, tendo a ENTB para respaldá-la.

 

Mas a Liga partiu para uma LDB Sub-22, com equipes que congregam jovens a partir dos 17 anos, tendo como mote a possibilidade de revelar valores para a Liga principal, e inclusive permitindo que muitos deles que já militam na elite participem do mesmo, num erro estratégico considerável a tal ponto que, em vista dos catastróficos números estatísticos apresentados nas três primeiras rodadas, resolve dar clínicas aos participantes, jogadores e técnicos, clínicas de fundamentos…

 

Mas espera aí, os vinte técnicos dessas equipes não foram recentemente graduados pela ENTB em seu nível II, assim como participaram de uma clínica patrocinada pela Liga com a presença do técnico Magnano? E que tal grau os qualificavam (com registro e carteira) para orientar, ensinar e dirigir jovens nos fundamentos e sistemas de jogo? Então o que justifica agora tão urgente ingerência numa função especifica da ENTB? Creio que respostas deveriam ser bem analisadas, principalmente à luz de algumas estatísticas da LDB (único vínculo do secreto torneio com os interessados nas jovens promessas tupiniquins), tais como:

 

Após as três rodadas iniciais, nossos futurosos jogadores aprontaram-

 

– 553/1214 (45.5%) em arremessos de 2 pontos.

 

– 155/585   (26.4%) em arremessos de 3 pontos.

 

– 463/650   (71.2%) em lances livres.

 

– 440 erros fundamentos (media de 29.3 por jogo)

 

E lá na Republica Checa, nossos jovens Sub-19 conseguiram perpetrar  um 6/30 nos arremessos de 3, 11/25 nos de 2 e 10/15 nos lances livres, cometendo ainda 15 erros de fundamentos, quando os sérvios nos derrotaram arremessando 5/17 nos 3, 19/37 nos 2 e 12/18 nos lances livres, errando muito também nos fundamentos, 16 vezes., deixando transparecer que a hemorragia dos três ainda flui em nosso basquetebol, com a crescente condescendência dos técnicos, incapazes de num longo treinamento (dois meses no caso da seleção) fazerem suas equipes jogarem no perímetro interno, preferindo apostar nas bolinhas, que no caso da seleção, não caíram…

 

Mas cairão nas próximas rodadas, afinal de contas é bem mais fácil (?) chutar lá de fora, sem maiores preocupações com fintas, dribles e passes, já que somos os tais nesse “fundamento”, além do outro incensado pela mídia, as enterradas…Só fico na expectativa de saber se os adversários vão deixar, mas isso é o de somenos importância, afinal de contas não existem problemas que uma boa prancheta não resolva.

 

Então, a seleção de nossos melhores Sub-19, ao lado de nossos melhores e mais representativos jovens na faixa dos 17 aos 22 anos presentes a essa LDB, representam o que temos de melhor, exceto naqueles detalhezinhos sem importância, já que aprendê-los e dominá-los toma muito do tempo reservado às jogadas, às estratégias, ao sistema único, pelos que pretensamente os ensinam, e para os que deveriam aprender a essência do jogo, os fundamentos, “sabiamente” substituídos pelas bolinhas de três, que se caírem, não tem para ninguém…

 

Amém.

 

Fotos – Divulgação LNB e FIBA.Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

Fotos –  Com um pouco de atenção observem alguns detalhes (sei que insignificantes…)sobre falhas nos fundamentos, como condução da bola, pegas espalmadas nos arremessos, pronação  inversa…

 

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