ALTERNATIVAS.
Percorro os sites,os blogs,jornais e revistas especializadas em esporte, na busca de comentários,críticas ou simples noticiário sobre basquetebol no Brasil.Alguns sites publicam o que ocorre em alguns estados no que concerne a campeonatos,torneios e atividades extra quadra,mas a maioria absoluta se concentra nos campeonatos do exterior,com,inclusive analistas dito especializados em NBA,Ligas européias,e até Drafts e vida particular das grandes estrelas dessas competições.E chegam a tais minúcias que desconfio que na maioria dos casos seja matéria paga,é claro,por quem pode pagar,e bem.Tem até comentarista exclusivo de jóvens talentos,adolescentes inclusive,que se bandearam para o exterior com contratos mais do que explícitos.E fico me perguntando o que nos interessa como joga e atua um tal de Adonis,que inclusive optou pela cidadania grega,sem maiores vinculações com nosso basquetebol. Mas lá está ele,acessorado pela mídia,com briefings quase semanais.Atletas que desde cedo já contam com uma bem azeitada maquina publicitária,mas que não consegue emplacar nenhum deles nas configurações básicas,por exemplo,da NBA.Com algumas honrosas exceções,tratam-se de jogadores que primam pelo pouco preparo nos fundamentos,mas excedem nas auto-promoções,patrocinadas por espertos empresários,que se locupletam ante a realidade de indigência em que sobrevive o basquete.Se todos aqueles que preenchem laudas e laudas de papel toda semana,para escrever sobre uma realidade que prima pela obviedade técnica e tática como a NBA,se orientasse à nossa realidade,por mais pobre que possa parecer,em muito ajudaria na promoção e no desenvolvimento do jogo em nosso país.Mas para escrever sobre preparação fundamental,técnica individual,técnica coletiva,tática e estratégia de equipe o colunista teria primordialmente que estudar,e muito,tanto a nossa realidade,como a que a precedeu,e mais,teria de se interessar profundamente pelas nossas coisas,amá-las,desejá-las na primazia,pelo menos no continente sul-americano,para começar.Escrever e se auto-denominar em especialista em NBA,com sua realidade antagônica à nossa,tanto social,e mais determinantemente econômica,beira ao surrealismo,e o que é pior,surrealismo unilateral.Duvido,repito,duvido que se encontre em jornais e revistas americanas e européias uma linha sequer que mencione nossos campeonatos,nossas competições,quiça o dia a dia de um de nossos jogadores,mas o Adonis aí está,do alto de seus bem vividos quinze anos,com uma cobertura de superstar,só não sei do que.Temos algumas alternativas para melhorar nosso padrão técnico,e uma delas seria uma promoção maciça,analítica e questionadora de nosso basquetebol,aproveitando-se todas as brechas que a midia pudesse dispor para tanto,e que os que tanto promovem o exógeno pudesse concentrar seus conhecimentos e ações no endógeno,às nossas reais necessidades.Se nossos jóvens articulistas,que tão bem discorrem sobre as equipes e jogadores da NBA,se voltassem às análises do que nossas equipes produzem técnicamente,de como se comportam,também tecnicamente nossos jogadores,se se interessassem em cobrir as divisões de base,de promover aqueles verdadeiros técnicos que formam,educam e dirigem os jóvens,em vez da permanente promoção dos”estrategistas de plantão” que apregoam terem lançado fulano e beltrano,
mas que nunca mencionam quem realmente os formou e ensinou,que escrevessem sobre a diversidade de sistemas e escolas técnicas que ainda teimam em existir nesse colossal continente que é o nosso país,enfim,que escrevessem sobre o basquete brasileiro,estariamos dando um passo gigantesco para o seu soerguimento,apesar das dificuldades e vicissitudes por que tem,e ainda irá passar.Mas para que isso ocorra uma grande mudança ética tem de ocorrer,e uma enorme dose de coragem tem de se impôr ao domínio escancarado que o poder economico de uma NBA possui,e está se fazendo impôr a todos nós,a nosotros.Uma crítica bem fundamentada e honesta é a base de todo e qualquer processo de evolução técnica no desporto.Americanos,europeus e asiáticos
já descobriram o mapa da mina a décadas,cabendo a nós a cópia e a imitação canhestra.
Temos de tomar vergonha na cara,já é tempo.