ALTERNATIVAS.

Percorro os sites,os blogs,jornais e revistas especializadas em esporte, na busca de comentários,críticas ou simples noticiário sobre basquetebol no Brasil.Alguns sites publicam o que ocorre em alguns estados no que concerne a campeonatos,torneios e atividades extra quadra,mas a maioria absoluta se concentra nos campeonatos do exterior,com,inclusive analistas dito especializados em NBA,Ligas européias,e até Drafts e vida particular das grandes estrelas dessas competições.E chegam a tais minúcias que desconfio que na maioria dos casos seja matéria paga,é claro,por quem pode pagar,e bem.Tem até comentarista exclusivo de jóvens talentos,adolescentes inclusive,que se bandearam para o exterior com contratos mais do que explícitos.E fico me perguntando o que nos interessa como joga e atua um tal de Adonis,que inclusive optou pela cidadania grega,sem maiores vinculações com nosso basquetebol. Mas lá está ele,acessorado pela mídia,com briefings quase semanais.Atletas que desde cedo já contam com uma bem azeitada maquina publicitária,mas que não consegue emplacar nenhum deles nas configurações básicas,por exemplo,da NBA.Com algumas honrosas exceções,tratam-se de jogadores que primam pelo pouco preparo nos fundamentos,mas excedem nas auto-promoções,patrocinadas por espertos empresários,que se locupletam ante a realidade de indigência em que sobrevive o basquete.Se todos aqueles que preenchem laudas e laudas de papel toda semana,para escrever sobre uma realidade que prima pela obviedade técnica e tática como a NBA,se orientasse à nossa realidade,por mais pobre que possa parecer,em muito ajudaria na promoção e no desenvolvimento do jogo em nosso país.Mas para escrever sobre preparação fundamental,técnica individual,técnica coletiva,tática e estratégia de equipe o colunista teria primordialmente que estudar,e muito,tanto a nossa realidade,como a que a precedeu,e mais,teria de se interessar profundamente pelas nossas coisas,amá-las,desejá-las na primazia,pelo menos no continente sul-americano,para começar.Escrever e se auto-denominar em especialista em NBA,com sua realidade antagônica à nossa,tanto social,e mais determinantemente econômica,beira ao surrealismo,e o que é pior,surrealismo unilateral.Duvido,repito,duvido que se encontre em jornais e revistas americanas e européias uma linha sequer que mencione nossos campeonatos,nossas competições,quiça o dia a dia de um de nossos jogadores,mas o Adonis aí está,do alto de seus bem vividos quinze anos,com uma cobertura de superstar,só não sei do que.Temos algumas alternativas para melhorar nosso padrão técnico,e uma delas seria uma promoção maciça,analítica e questionadora de nosso basquetebol,aproveitando-se todas as brechas que a midia pudesse dispor para tanto,e que os que tanto promovem o exógeno pudesse concentrar seus conhecimentos e ações no endógeno,às nossas reais necessidades.Se nossos jóvens articulistas,que tão bem discorrem sobre as equipes e jogadores da NBA,se voltassem às análises do que nossas equipes produzem técnicamente,de como se comportam,também tecnicamente nossos jogadores,se se interessassem em cobrir as divisões de base,de promover aqueles verdadeiros técnicos que formam,educam e dirigem os jóvens,em vez da permanente promoção dos”estrategistas de plantão” que apregoam terem lançado fulano e beltrano,
mas que nunca mencionam quem realmente os formou e ensinou,que escrevessem sobre a diversidade de sistemas e escolas técnicas que ainda teimam em existir nesse colossal continente que é o nosso país,enfim,que escrevessem sobre o basquete brasileiro,estariamos dando um passo gigantesco para o seu soerguimento,apesar das dificuldades e vicissitudes por que tem,e ainda irá passar.Mas para que isso ocorra uma grande mudança ética tem de ocorrer,e uma enorme dose de coragem tem de se impôr ao domínio escancarado que o poder economico de uma NBA possui,e está se fazendo impôr a todos nós,a nosotros.Uma crítica bem fundamentada e honesta é a base de todo e qualquer processo de evolução técnica no desporto.Americanos,europeus e asiáticos
já descobriram o mapa da mina a décadas,cabendo a nós a cópia e a imitação canhestra.
Temos de tomar vergonha na cara,já é tempo.

SEMPRE BENVINDAS COINCIDÊNCIAS .

E lá se foram as cadetes,e pela lista das convocadas constam doze jogadoras,e não onze como seus congeneres masculinos.Nessas categorias de formação qualquer penduricalho que tome uma vaga sequer de um atleta presta um desserviço ao nosso combalido basquetebol.Mas o que me chamou mais a atenção foi na listagem final das convocadas constarem quatro armadoras ,cinco alas e três pivôs,sendo que uma das alas,pelos seus 1,92m.pode ser adaptada como uma quarta pivô se necessário for.Desde muitos anos,com a implantação do sistema que chamam de “basquete internacional”, somente três armadoras eram convocadas,pois somente uma atuava de cada vez,e de uma maneira que combatí e combato através esses anos.Com quatro armadoras deduz-se que atuarão com duas em quadra,o que denota uma evolução para lá de alviçareira,já que ficará garantida a qualidade nos dribles e nos passes,assim como a defêsa ganhará em velocidade e presença,podendo jogar em antecipação,e numa proposta mais eficiente de contra-ataques.Como nessas divisões de formação as coberturas jornalisticas praticamente inexistem,e os treinamentos são de curtíssima duração,não acredito que a pratica massiva de fundamentos seja levada em conta,já que as comissões técnicas empregam prioritariamente seu tempo em treinamentos de jogadas e do sistema em si.Nessas categorias a base do treinamento deveria ser concentrada na prática dos fundamentos do jogo,utilizando-se toda a estrutura possível,e com os melhores profissionais neste dificil campo.As melhores da categoria,juntas num treinamento básico de alta categoria,ultrapassariam em técnica o que a maioria de nossos técnicos denotam como o objetivo fundamental,o sistema de jogo,que seja lá qual for,só se torna factível se contar para sua execução com atletas preparados nos fundamentos,que é a estrutura básica da performance individual e do conceito de coletivismo.Semanas atrás publiquei dois artigos intitulados”O que nos falta treinar I e II” nos quais,de uma forma onìrica na possibilidade de execução,mas realísta na proposta,menciono exatamente como formaria uma seleção nacional em sua concepção individual.Quatro armadores,quatro pivôs e cinco alas,com um deles podendo ser adaptado como pivô, perfeitamente alinhados a uma concepção de jogo fundamentada na utilização de dois armadores agindo e interagindo no perímetro,e três jogadores altos fazendo o mesmo dentro do garrafão.É uma concepção antagônica ao que vem sendo empregada por nossos técnicos,em sua esmagadora maioria,nos últimos vinte anos,e que tanto nos prejudicou no cenário internacional,já que para o consumo interno e com todos jogando da mesma forma atendiam às suas necessidades de fama e projeção.Com os cadetes masculinos,que foram surrados na semana passada no sul-americano,preví o que sucederia,ainda mais quando os técnicos da Seleção principal participaram ativamente da preparação,numa atitude de conservadorismo ao sistema em vigor.Nessa Seleção cadete feminina o surpevisor também exerce o comando da Seleção principal,mas teve a sabedoria de sugerir uma nova maneira de selecionar as jogadoras,confirmando uma tendência que já se faz sentir em algumas equipes do país,o uso de dois armadores em seus sistemas de jogo.Coincidência ou não quanto ao que publiquei e venho publicando a um ano,o que importa é que se trata de uma mais do que benvinda e ainda não tardia coincidência, e que as jóvens atletas se saiam bem com essa nova maneira de jogar,resgatando o que fazíamos,e muitissimo bem anos atrás.Que assim seja.

A NLB E OS TÉCNICOS.

A sorte foi lançada e o Campeonato da NLB começou.Como previ anteriormente,tudo igual
técnicamente falando.Sem dúvida nenhuma, teremos mais empregos diretos com a participação de 20 equipes,mais jogadores em atividade,juizes e mesários,e principalmente,mais técnicos trabalhando,não só as equipes principais,como o prometido incentivo às divisões formativas.E é exatamente nessas divisões que a NLB poderá desencadear o soerguimento de nosso basquetebol.Isso,se mudar radicalmente alguns conceitos que se enraizaram entre nós nos últimos 20 anos.Recentemente,numa coluna escrita pelo jornalista Fabio Balassiano,disse o mesmo ter ouvido de um técnico brazuca”que as falhas nos fundamentos (passes,dribles e arremessos) de atletas profissionais são praticamente incorrigiveis”,e comenta que no treinamento da Seleção Brasileira que acompanhou aqui no Rio,”em nenhum momento os atletas foram corrigidos em erros técnicos elementares”.E traça dai em diante uma comparação entre nossos técnicos e os norte-americanos,que fazem exatamente o oposto,mesmo entre os profissionais.E conclui dizendo que “com um pouco de dedicação,estudo e boa vontade os resultados acontecem”(…)”O problema é que aqui os técnicos,dirigentes e jogadores ainda acreditam que o sucesso cai do céu”.Completo dizendo que essas candentes verdades desaguam numa vertente chamada “peneira”.Quem quiser formar uma equipe basta anunciar uma peneira,seja em que divisão for,dos infantis aos adultos,e
com a prancheta em punho(sempre ela…)anotar os nomes dos que consideram os melhores
e pronto,a equipe está formada.Foram-se os tempos em que se formavam jogadores,que se treinavam os fundamentos básicos e essenciais à compreensão do jogo,que se ensinava
e educava.Para os luminares de hoje,basta uma boa peneira,uma lustrosa prancheta e um
sistema cópia da cópia imposto à equipe,e lá se vão para a glória,às derrotas e finalmente ao ridículo atróz,e o que é pior,arrastando para o fundo toda uma tradição
de campeões do mundo e finalistas olímpicos.Escrevi nesse blog uma enorme quantidade de artigos desmascarando a grande farsa imposta ao nosso basquete,imposição de uma categoria de”estrategistas” que se apoderaram do trabalho de alguns bons formadores,
não deram continuidade à formação,porque desconhecem o teor da mesma,e implantaram
uma forma de jogar e atuar que,inclusive,classifica jogadores por especialidades e funções,e por isso mesmo,não carecem de maiores preocupações na melhoria dos fundamentos do jogo.Esses jogadores atravessam seu tempo produtivo cometendo os mesmos erros,e com as mesmas deficiências,sem que ninguém os corrija.Afinal,para aquele técnico brazuca,são incorrigiveis!Implantou-se entre nós a cultura do técnico
formador e do técnico de banco.àquele cabe a função de ensinar o jogo,e a esse o de
fazer jogar.Como se fosse possível fazer jogar sem o conhecimento do como ensinar a jogar.E aí está a grande falácia,o grande e conjuntural erro cometido contra o nosso basquetebol nos últimos 20 anos.Os verdadeiros técnicos foram preteridos por uma turma formada sob a égide mercadológica,sob a cobertura de alguns setores da mídia,sob a proteção,e consequente troca de interesses dos mesmos com grupos de dirigentes político-esportivos de olho no naco federativo e confederativo.A CBB ai está para confirmar esse posicionamento,erro que de forma alguma a NLB deva cometer.
A grande mudança passa ao largo de novos torneios e campeonatos,de novas oportuniades de trabalho,de uma melhor divisão de valores monetários,de uma nova visão empresarial
que sem dúvida alguma são importantes,mas não decisivas.Temos que mudar o enfoque do ensino do basquete,o enfoque do que é imposto técnica e táticamente às nossas equipes
de um modo geral,e cuja amplitude passará inexoravelmente pela mudança radical na formação de nossos técnicos,para que a malvada dicotomia formador-técnico seja definitivamente rompida,dando oportunidade aos verdadeiros,talentosos,bem preparados e estudiosos técnicos de se relacionarem,discutirem e conciliarem seus conhecimentos
que nos levarão a tempos melhores e mais produtivos.Creio ser este o verdadeiro caminho,a verdadeira missão da NLB,não fossem seus expoentes compostos do que tivemos de melhor dentro das quadras,provando ser possivel liderarem essa mudança,que seja,
para o bem de todos,efetivamente concretizada.

NLB,BOA SORTE!

Hoje se inicia a grande aventura da NLB,aventura no bom sentido,pois dela esperamos bons flúidos para que o nosso combalido basquetebol se soerga do fundo do poço em que se encontra.Torcida não faltará,mas que se prepare,e muito bem,para embates não muito éticos por parte do proprietário do poço em questão,que lutará com todas as suas forças explícitas ou obscuras,para manter o status quo.Basquetebol de boa qualidade é propriedade de talentos, bons profissionais e ótimos professores,que inexistem na sede do poço.Por essas razões,e mesmo sem a chave dos cofres,prevejo muita luta e sacrifícios para levarem a bom têrmo tão valente empreitada.Mas,como lutador que sempre fui,sugiro,como já o fiz antes através artigos desse humilde blog,algumas iniciativas que poderão conotar qualidade superior à nóvel entidade.Infelizmente,sei que veremos na rodada de abertura poucas mudanças nos sistemas de jogo que as equipes oferecerão,onde não fugirão do já enraizado e retrógado Passing Game,que tanto venho combatendo.Mas existe a eterna esperança de que uma das ações mais necessárias ao nosso desporto possa ser implantada,uma Associação de Técnicos, incentivada eficientemente pela Liga,no propósito de discutir idéias, promover estudos,e principalmente,desencadear princípios éticos tão ausentes nos últimos 20 anos.E que a mesma prime pela meritocracia e pela formação de mais e melhores técnicos.Como é idéia da Liga o incentivo das divisões de base, que procure desenvolvê-las à luz de iniciativas realmente progressistas,com programas que destinem aos professores materiais e cursos que os fundamentem tecnicamente.Algumas adaptações poderiam ser propostas e incluidas na formação dos futuros jogadores,das quais saliento como de grande importância as seguintes:1-Que nas divisões mirim,infantil e infanto fosse proibida a defesa por zona,a fim de que os jóvens viessem a dominar os fundamentos básicos de defêsa e ataque. 2-Que o tempo de posse de bola variasse em conformidade com o desenvolvimento psicosomático dos jóvens,fazendo com que percorressem uma escala ascendente natural,no dominio dos fundamentos e na percepção do jogo em si.Quarenta segundos para mirins,trinta e cinco para infantis e trinta para infanto e juvenis,seriam de grande valia em suas progressões técnicas.Vinte e quatro segundos seriam adotados da sub-19 em diante,pois estariam os atletas plenamente desenvolvidos e amadurecidos em suas habilidades sensoriais.São pequenas,mas importantes adaptações às regras,que em muito facilitariam o ensino e a compreensão do jogo.Outras idéias e adaptações poderiam nascer pela força do diálogo,e pela força maior da união em torno de um bem comum,o soerguimento do basquetebol brasileiro.Por último uma sugestão, sempre negada aos técnicos em suas associações pioneiras e que se perderam num não tão distante passado,um espaço gráfico em que pudessem divulgar suas experiências, suas idéias,seus anseios,suas técnicas.Uma revista técnica, de razoável tiragem, editada em conjunto com Associações Regionais,a Nacional,sob patrocinio da NLB,sem dúvida nenhuma balizaria os caminhos a serem percorridos por todos,e que não será um caminho fácil e sem obstáculos.A NLB,com sua proposta pode desencadear grandes mudanças,e torço de todo o coração para que alcance um merecido sucesso.

E LÁ SE PERDERAM OS CADETES.

Apesar do talento dos jovens cadetes brasileiros,que “surpreenderam” o técnico indicado para dirigí-los e treiná-los de tal forma,que o fez afirmar que com tal elenco teria todas as oportunidades de variar sistemas ofensivos,e tendo a ajuda bem-vinda dos técnicos da seleção principal,preocupados em garantir a continuidade do sistema de jogo que levará as seleções nacionais a conquistarem os mundiais deste e do ano vindouro e as vagas olimpicas,segundo promessas do presidente da CBB,foram os jóvens cadetes arrasados pela Argentina por mais de 20 pontos,após derrota para o Uruguai,e irão tentar uma terceira classificação contra Uruguai ou Venezuela.Em suma,em todas as categorias de formação o Brasil continua perdendo para Uruguaios e Argentinos,pelo anacronismo que se apossou de nossos técnicos em sua teimosia na adoção do que chamam pomposamente de “basquete internacional”,que para os que realmente entedem desse jogo trata-se simplesmente de um arremêdo do terrível, estúpido e cretinizante Passing Game.Quando esses caras vão aprender o verdadeiro significado do jogo? Quando tentarão,pelo menos embrionáriamente,estudá-lo? Quando acordarão de sua ignorância do que seja formar um jogador dentro de padrões aceitáveis de boa técnica de fundamentos e liberdade de criação? Quando abdicarão do escravismo que impõem aos jovens,forçando-os a executarem coreografias pré-
estabelecidas e péssimamente treinadas, e por isso mesmo incompreensíveis em sua lógica de um pragmatismo assustador? Quando libertarão esses jóvens de seus hieróglifos rabiscos que projetam em suas pranchetas o reflexo de suas limitadas idéias? Quando treinarão corretamente esses jóvens para que os mesmos tenham liberdade e alegria de jogar o verdadeiro jogo? Quando deixarão em paz nossos jóvens
e nossas quadras de suas danosas presenças? Quando daremos oportunidade aos verdadeiros técnicos formadores e orientadores que existem nesse país,premiando-os pelo mérito,e não pelo político,despreparado e interesseiro QI? Quando deixará de existir a criminosa dicotomia entre técnicos de formação e técnicos de banco? Os que
para alguns só sabem formar mas que devem ceder seus lugares para os”estrategistas”
de banco,fator este que premia apaniguados em função dos que realmente conhecem profundamente o jogo? Desde quando técnico formador só serve para fornecer material a uma curriola de “estrategistas”? Pois saibam,distintos luminares, dirigentes e pseudo-técnicos,que os maiores e mais respeitados técnicos do mundo são aqueles que se projetaram como formadores,dos mirins aos profissionais,e que por essa ampla e longa formação alcançaram meritóriamente a honra de dirigir suas seleções nacionais,ao contrário de nós que as utilizamos como moeda de troca política em função de continuismos e perpetuações de poder.Quando respondermos essas questões,teremos dado os primeiros e trôpegos passos,que poderão,um dia,nos levar de volta ao verdadeiro sentido do jogo,ao nosso verdadeiro lugar.Por enquanto,enganação,
engôdo e má-fé,nos afundarão cada vez mais nesse poço de ignorância e absoluta falta
de bom-senso.O basquetebol brasileiro não merece tal tratamento,inescropuloso e anacrônico. E que não tornem a acusar esses jóvens de terem falhado arremessos e disposição defensiva.Falharam,falham e continuarão falhando técnicos que se formam dentro das premissas do “vamos lá!”,do “vamos correr que ainda dá!”,das pranchetas milagrosas. Que os deuses nos protejam,e fervorosamente,Amén.
PS-Ofereço essa crônica ao grande Geraldo da Conceição,que aos 82 anos continua formando e dirigindo equipes em Brasília.Ao grande mestre meu respeito e profunda admiração.Obrigado por seu exemplo e dedicação.Paulo Murilo.

QUEM NÃO DEVE NÃO TEME.

E cai o pano,todo mundo chia,se exaspera,critica,e lamenta a mais do que previsível ocorrência.Imprensa,sites,blogs,em uníssono,condenam a final de onze jogadores,em quadra,pois os outros treze estavam em “tratamento médico”,que só foram prescritos na hora do jogo,quando se confrontaram com um exame de dopagem a ser realizado ao final da partida.Nunca,em tempo nenhum,tantos laudos médicos foram exarados nos minutos que antecederam a uma partida,creio,que em lugar nenhum do mundo.Vergonha,pusilânimidade,
desonestidade,mentira,falta total de ética,podridão.Se sérios fossemos,a CBB em particular,teriam todos,TODOS,de sentarem em um banco de réus,somente para ouvirem as sentenças,pois suas ações,mais do que qualquer laudo acusatório,determinaram a culpa.Quem não deve não teme,mas preferiram a fuga,ao enfrentamento perante suas falhas humanas e,pior,de caráter.E quando digo TODOS,são todos mesmo,jogadores, técnicos,diretores,e principalmente,médicos.No país que serve de modelo absoluto para todos eles,os Estados Unidos,corre no Congresso uma CPI que após desmascarar as fraudes no Beisebol e no Futebol lá deles,tendo como tábua de partida os escândalos no Atletismo,já se aproximam velozmente do Basquetebol,com os seus astros de alto nivel e rendimento, rendimento este que se escuda em uma grande quantidade de casos,no doping puro e simples.São milhões de dólares em jogo,que na ótica dos mesmos justificam o investimento nas drogas.Faltou-nos,até agora,coragem para dar um basta
nessa vergonha fantasiada de”esporte de alto nível”,triste realidade essa que nosso grande Joaquim Cruz apontou anos atrás na terra do Uncle Sam,e que foi severamente
criticado por suas declarações.Hoje,já não é mais segredo para ninguèm a verdadeira
máfia que se esconde por trás dessas atividades fraudulentas,e até agora não vi o grande Conselho Federal de Educação Fisica se manifestar à respeito,como não o fará,pois seus interêsses estão mais voltados ao business esportivo,vide o recente lançado Atlas do Esporte Brasileiro,patrocinado pelo mesmo.O grave evento de Botucatu
não poderá ser varrido pra baixo do tapête,pois correremos o sério risco de vermos disseminadas ações correlatas,nas quais a impunidade dará as cartas.Que sejam todos,
TODOS,punidos pela farsa,pela culpa aceita e referendada pela fuga,servindo de exemplo àqueles que fazem o esporte com lisura, ética e amor, mesmo sendo profissionais.

A CAIXA DE PANDORA

O grego melhor que um presente não só manteve o dominio dos cofres e sua mágica chave,como agora abre sua Caixa de Pandora de onde emerge uma lingua que ficou lá trancada por todo o período eleitoral,sábia e matreiramente aliás.E pelo longo e auto-forçado silêncio desandou a emitir conceitos,premissas,promessas,e pasmem, futurologia em conquistas que certamente alcançaremos,sem dúvidas nenhumas,segundo suas previsões.Uma, serão as conquistas dos próximos mundiais masculino e feminino,outra,a classificação para as Olimpíadas.No caso do masculino disserta sobre nossa superioridade com relação às equipes européias,e nivelamento com as equipes da Argentina e Estados Unidos.”Quem pensa em ser primeiro pode ser primeiro,segundo ou terceiro.Quem pensa em ser quarto não fica entre os primeiros”.Sem dúvida é uma premissa brilhante de quem vem,mas de uma obtusidade que beira ao ridículo.E é essa a orientação que temos para o basquete brasileiro no plano diretivo,no âmbito da cartolagem.Apostam suas fichas nas promessas a médio e longuíssimo prazo,dando o máximo de linha que puderem ao imaginário que cercam a atividade,seja no plano da divulgação,seja na mente dos que amam e torcem por aquele futuro de sucessos.E assim vai levando seu pseudo-comando,todo ele estacionado em areia mais do que movediça,
tal a fragilidade,porém enfáticos argumentos.Impossivel,sob o ângulo técnico conotar
veracidade e exequibilidade aos mesmos,a não ser sua gloriosa assessoria técnica, aquela volátil comissão técnica que representa as entidades que comandam os destinos
técnico-táticos de nossas seleções,o poder mágico que emana de um dos cofres da CBB,
e cuja chave compra e corrompe àqueles ansiosos pela glória,mesmo que efêmera.Por mudarem de campo na medida de suas conveniências tornam-se irremediavelmente voláteis
perante o principio básico que rege as leis desportivas,a ética.E manipulados magistralmente em suas vaidades pela rapôsa-mor,trocam NLB por CBB com a mesma facilidade que as rapôsas trocam de pelagem,inclusive jogadores.Na ótica da CBB,tendo ao seu lado,comprados pelo fascínio,ou não,os melhores clubes, os melhores jogadores
e o que considera os melhores técnicos,nada deve ser conotado à Liga que se antepõe
aos seus designeos.Desde que os próceres da maior organização desportiva do mundo,a
FIFA,começaram a se beijar na face públicamente,no mais puro e tradicional estilo mafioso,que as demais federações tentam agregar a seus regulamentos e leis,aqueles
principios corporativistas da liga maior,onde o poder e o tráfico de influências dão
as cartas.E ai de quem se antepuser,pois aos perdedores,as batatas,e nada mais do que
as batatas.Mas no fundo da questão emerge a eterna dúvida,aquela que põe em cheque os
sonhos de poder e conquista de dirigentes desportivos em seu afã de perpetualidade no
poder.Será que realmente tenho ao meu lado os melhores?Os que me garantirão no futuro?No nosso caso,do basquete brasileiro,afianço com a mais absoluta convicção de
quem vive e convive no meio por mais de 45 anos, que não!Temos um conceito e um
sistema de jogo absurdo e perdedor,mesmo com bons e futurosos jogadores,que precisam
de quem os ensinem as artes dos fundamentos,e não as evoluções coreográficas que são
obrigados a realizar sem preparo para as mesmas,pois são fruto de mentes que não admitem o livre arbítrio,mas que o cobram como se os jogadores estivessem preparados
para praticá-lo.E aqui vai um simples prova,nas palavras de um dos luminares da CBB
em recente entrevista à Folha de S.Paulo-“Temos boas atletas,mas que são inexperientes.O que ocorreu no Paraguai(cesta contra),além de testar meu coração,mostrou o quanto elas estão verdes.E não temos a mesma oferta de jovens que o masculino.Temos de cuidar disso”disse Barbosa,que comandou as novatas no Paraguai.
mais adiante continua-“Queria levá-las aos EUA,mas acho que não será possivel.Vamos nem que seja ao Paraguai.Tecnicamente não ajuda muito,mas é viagem,outra lingua,outra comida.Vai dar bagagem”disse ele,que,se não conseguir tirá-las da América do Sul,quer
jogos contra times adultos dos paizes vizinhos.”Elas não precisam ganhar,e sim aprender”.Simplesmente inacreditável!Trocar ensinamentos de fundamentos,treinamento árduo,por viagens,outras comidas e outras linguas,mesmo que não ajudem técnicamente
chega a ser deboche.Mas assim como ele,todos os outros têm acesso ao velocino de ouro
à chave de um dos cofres,e talvez,dos dois.Poder é isso aí,e quem não o tem trate de
conquistá-lo,com as armas de que dispõem,muito trabalho,transparência,e principalmente,mérito.Testado em sua lealdade pelos fariseus,Jesus perguntado a quem deveria reverenciar tendo uma moeda romana em mãos disse-“Dêem a Deus o que é de Deus
e a César o que é de César”.E nada mais foi perguntado.Amen.

E LÁ SE FORAM OS CADETES.

Ou irão nesse fim de semana,para um sul-americano fundamental para o nosso futuro internacional.Vão com onze jogadores,o que não entendo em se tratando de uma equipe de jovens e futuros candidatos às seleções principais,e que deveriam preencher toda e qualquer vaga possível.A não ser que o regulamento da competição,que não conheço em detalhes,só permita onze jogadores.Ou para dar vaga a um dirigente de fora de quadra, o que seria lamentável.Mas o que me preocupou sobremaneira foi saber de somente três armadores selecionados,e duas quadras de alas e pivôs.E de saber da participação da quadra que comanda a seleção principal nos treinamentos da garotada,e como bem disse o técnico da equipe,bem -vindos para a continuidade do projeto técnico-tático daqueles futuros jogadores.Trocando em miúdos,cinco técnicos participaram da preparação da equipe,unidos e uníssonos na perpetuação de um sistema de jogo,absolutamente inadequado ás nossas características e que teimosamente se nega a qualquer tipo de mudança.Como será um campeonato que não veremos pela midia,poderemos somente imaginar,com pequena margem de erro,o continuismo do Passing Game,a escravatura à prancheta,e o pior,armadores que se desligam da armação,dando lugar a pivôs que sobem à linha de três,para longe da cesta trocarem passes lateralizados e bloqueios ineficazes,e até tentativas de arremessos para os quais não estão habilitados.A continuidade desse malgrado projeto,teve do técnico total aprovação e
agradecimento pela”ajuda” recebida da comissão principal,que claro,quer reforçar e garantir de todas as formas possíveis a manutenção de sua fantástica “filosofia de jogo coreografado”.Quando penso que os maiores técnicos que conheci no mundo eram exatamente aqueles responsáveis pelas equipes de formação, nas quais desenvolviam “in extremis” as bases e os fundamentos do jogo,tanto os ofensivos,como os defensivos,fora de qualquer padrão”filosófico”,e sim dentro dos parâmetros mais
contundentes na arte de bem jogar basquetebol,tremo nas bases ao constatar,pelas próprias palavras do técnico da equipe,o quanto foi decisiva a padronização do treinamento de sua equipe,nos moldes da equipe principal.E basta darmos uma recapitulada nos erros de fundamentos de muitos dos integrantes da mesma,alguns que
determinaram sérias derrotas,para lamentarmos a grande perda de oportunidade na melhoria ,e até aprendizado dos fundamentos,que esses jovens tiveram em seu treinamento.Mas como o que importa é a continuidade e cristalização do que vem sendo adotado,resta-nos torcer para que os adversários estejam menos preparados,o que duvido quando pensarmos em argentinos,uruguaios e até venezuelanos.E por Deus,não nos
venham dizer depois,que os arremessos não cairam,e que não pegamos os rebotes necessários,pois segundo as palavras do técnico,trata-se de uma geração talentosa,e
que surpreendeu nos treinamentos,dando a ele possibilidades de utilização de várias estratégias e mudanças de jogo.Espero que tenha razão e instrumental para utilizá-las

A ÚNICA VÊZ.

Nesses 40 e tantos anos que milito no basquetebol,somente uma vêz testemunhei indicações de técnicos por mérito,e não por QI(Quem indica),que foi assunto muito bem escrito por Fabio Balassiano em sua coluna no Databasket.Pena que sua abordagem tenha sido toda voltada ao basquete americano,pois se o fosse ao nosso teria de escrever não uma coluna,mas uma volumosa enciclopédia.Um dia,talvez,possamos conhecer e detalhar muitos e muitos casos,alguns raiando o inacreditável.Mas voltando ao inicio,corria o ano de 1966 quando a CBB e o Departamento de Estado Americano promoveram um Concurso Nacional para selecionar 5 técnicos que iriam estagiar por 3 meses em universidades americanas.Foram muitas as inscrições,oriundas de muitos estados,pois o concurso foi bem divulgado pelos jornais e federações.O destaque entre os candidatos era o grande Prof.Moacyr Daiuto,autor de um livro clássico de fundamentos e assistente e técnico de seleções brasileiras.A banca julgadora contava com nomes de igual projeção,como Renato Brito Cunha,Waldemar Areno,Alfredo Colombo,todos titulares da EEFD da UFRJ,na época Universidade do Brasil.As provas foram duas,uma escrita,com a duração de 4 horas,isso mesmo,4 horas,abordando tudo de fundamentos ,sistemas,táticas e preparação física,e outra prática em quadra com assuntos sorteados na véspera.Foi uma maratona de trabalho e grande expectativa,inclusive por parte da imprensa.O resultado,surpreendente para muitos classificou os técnicos Raimundo Nonato de Azevedo,Paulo Murilo Alves Iracema,José Carlos Ferraz,todos do Rio de Janeiro,Moacyr Daiuto de São Paulo e Fernando Grosso de Minas Gerais.Como não foi o primeiro classificado,Moacyr Daiuto declinou da viagem,assim como José Carlos Ferraz por total ogeriza a viagens aéreas também desistiu do estágio.O concurso foi realizado em julho,com a viagem estipulada para outubro,quando se iniciavam as atividades nas universidades americanas.Passava-se os meses e nada era resolvido pela CBB,a responsável pela organização do grupo que se submeteria ao tão sonhado estágio.A desculpa eram as viagens aéreas,que segundo informava a CBB era de responsabilidade dos americanos.Em dezembro,desconfiados das protelações e várias desculpas,eu e o Raimundo decidimos ir ao Consulado Americano
para saber mais sobre o concurso.Para nosso espanto,o Adido Cultural nos apresentou um contrato com a CBB no qual as passagens de ida e vinda dos Estados Unidos seriam de responsabilidade da mesma,assim como uma ajuda de 100 dolares para cada técnico,e que caberia à Sports International,orgão do Departamento de Estado as demais despesas de transporte,alimentação e estadia em território americano.De posse de uma cópia do contrato,voltamos à CBB,e só conseguimos uma parte da ajuda depois de ameaçarmos contar tudo a imprensa.Teriamos somente a volta garantida e os 100 dolares
mas não a passagem de ida.O Minas Tênis Clube,deu a passagem ao Fernando Grosso e mais 500 dolares de ajuda.Quanto a mim e ao Raimundo,graças ao Coronel da Força Aérea
e grande árbitro de basquetebol,Helio Louzado,foi conseguida uma carona em um DC-4 da FAB que iria buscar peças de reposição em Washigton,numa viagem de 5 dias,com paradas e pernoites em Belém,Port Prince,Miami,Marietta até a chegada em Washigton,sem pressurização de cabine,alimentação e poltonas reclináveis.Foi uma odisséia,mas conseguimos chegar para o tão sonhado e sacrificado estágio,que no meu caso se extendeu até o Novo Mexico,viajando de ônibus na ida e na volta a New York.Nesta cidade,fiquei alojado numa YMCA terrivelmente degradada à espera da passagem de volta
e com 70 dolares no bolso para as diarias de 15 dolares.Num telefonema à cobrar para minha familia,pedi a minha mãe que intercedesse junto à CBB para que enviasse a passagem,o que foi conseguido depois de sérias desavenças.Recebi o chamado da Aerolineas Argentinas às 14 horas do quinto dia,para embarque às 19 horas.À bordo do avião,pude me alimentar após dois dias sem fazê-lo,e por deferência de uma compreensiva aeromoça pude repetir o jantar.O Raimundo ficou por mais duas semanas,com a passagem em mãos,e o Fernando voltou após um mês por problemas de saúde.Ao voltar,cumpri o estipulado e viajei por vários estados divulgando o que observei,além de ter entregue um vasto relatório,que por não ter sido divulgado e sequer lido,retirei da CBB.Fiz muitos filmes das equipes observadas,que serviram de material didàtico nos cursos efetuados.Partem daí minhas divergências com a direção da CBB,pelo fato de obrigá-la a respeitar os acordos,pois desde cêdo descobri que não possuia QI suficiente para ser reconhecido,a não ser quando o fui por força do mérito.Mas isto é outra história que contarei num futuro qualquer.Assim como o Fabio dissecou com autoridade da importância do QI nos Estados Unidos,falhando tão somente quando afirma que todos os agraciados teriam talento para cavarem seus espaços sozinhos,evidentemente.O que duvido,pois oportunistas bem acessorados existem em todas as funções e em todo o mundo,quando muito ligados a poderosos,os QI´s de plantão,e que sempre cobram alto pelos favores.Aqui em nosso país o QI é quase uma instituição oficial,na qual o mérito só atrapalha os bons e lucrativos negócios nas trocas e favorecimentos.Mas acredito que aos poucos nossa gente vá descobrindo o dôce valor do mérito,o verdadeiro sentido do dever cumprido,da conquista merecida.
Chegaremos lá.

O QUE NOS FALTA TREINAR II.

Dando prosseguimento à utopia vista no artigo anterior,eis-me ao final de quatro semanas exaustivas nos fundamentos,com uma pléiade de 15 jogadores,cinco armadores,cinco alas e cinco pivôs,todos prontos para o inicio de mais duas semanas,nas quais os sistemas defensivos e ofensivos seriam treinados em tempo absolutamente integral.Destes,ao final seriam dispensados um de cada posição,pois a equipe,delineada com dois armadores sempre na quadra e dois para o revezamento,duas duplas possiveis de alas numa combinação de quatro fatores,três pivôs e mais um que poderia também exercer as funções de um ala emergencial,estaria pronta para uma série de jogos,e muito mais treinos entre os mesmos.Mas quais os sistemas seriam adotados basicamente?Defensivamente,o de marcação individual na linha da bola,linha esta sempre originada na bola,em qualquer situação que esteja na quadra,e direcionada ao aro da cesta.O atacante de posse da bola sempre marcado dentro do principio clássico,ou seja ,entre o atacante e a cesta,rigidamente, agressivamente,e os defensores restantes,flutuando em direção à essa linha imaginária,numa atitude posicional que permite a marcação do pivô,ou pivôs pela frente,sempre,e dando aos atacantes somente duas prerrogativas,os passes em elipse,ou o retardo dos mesmos,pois um corte para a cesta se tornaria temerário pela anteposição de defensores em flutuação lateralizada,e nunca longitudinal à cesta como as defesas em massa no garrafão.Os passes em elipse,se bem provocados e incentivados teriam pronta cobertura e até antecipações,pois os defensores os enfrentariam em deslocamentos lineares,bem,ou tão sintonizados com a velocidade dos passes elípticos.É um sistema defensivo de dificil treinamento,mas de eficiência devastadora,e que valeria à pena ser tentado e adotado.Na possibilidade de passagem para uma defesa por zona,fosse dentro do perímetro,fosse quadra inteira,uma equipe bem treinada na linha da bola com flutuação lateralizada daria aos principios zonais todas as respostas de coberturas e antecipações às ações ofensivas,fossem elas quais fossem ,principalmente se utilizassem o Passing Game.
Ofensivamente,com a utilização de dois armadores interagindo em torno do perimetro da cesta,e em constantes ligações com os três homens altos,fossem alas e pivô,ou dois pivôs,ou mesmo três,desde que se movimentassem permanentemente dentro do perimetro,no âmago da defesa adversária,em trocas sucessivas de posições,em cruzamentos com velocidades variáveis,sempre do lado oposto em que estivesse a bola,criando com essas ações coordenadas espaços para os passes em movimento e consequentes arremessos de media e curta distâncias.E a mais e decisiva atitude ofensiva,a permanente presença
de no minimo três atacantes junto à cesta,garantindo supremacia posicional nos rebotes ofensivos,e retardando os contra-ataques do adversário na perda dos mesmos.
Os armadores jamais estariam fora do fóco das ações ofensivas,assim como guarneceriam
permanentemente o equilíbrio defensivo,e estariam sempre em posição para um ataque
provocado por uma retomada da bola.Finalmente,com a presença maciça de atacantes junto á cesta,passes de dentro para fora do garrafão dariam a oportunidade de arremessos de três pontos com tempo hábil para um bem equilibrado disparo.Enfim,
vislumbrariamos algo de novo nesse deserto de idéias que vêem empobrecendo nosso basquetebol década após década,numa espiral descendente que nos faz prisioneiros do espectro dos 24 segundos em cada ataque,pois ora nos precipitamos com tentativas de arremessos antes dos 16 segundos,e até menos,ou extertoramos até o limite para executarmos verdadeiros acintes apelidados de tiros de três,quando,e em muitas situações de decisão simplesmente perdemos a posse da bola.Armadores que dominam e evoluem no perimetro,e alas e pivôs que se apresentam permanentemente dentro do garrafão,são atitudes técnicas que precisamos resgatar com urgência.E de repente,
testemunho ser esta uma realidade possível,que uma comissão técnica retorne aos principios que sempre nos fizeram temidos e respeitados no passado,agora com novos e
renovados meios,tecnológicos,por que não,mas sem pranchetas mágicas,coreografias que não se materializam e laptops que não jogam.E testemunhando tais conquistas e progressos,posso acordar de minha utopia e vestir a camisa de meu país para torcer
como ninguém,pois técnicos também torcem e vibram quando presenciam um jogo bem jogado,quando vivenciam com seus pares dias melhores.