XEQUE-MATE!!

Com a contratação do melhor jogador da equipe campeã do concluido Campeonato Brasileiro por uma das equipes do senador zero-votos,garantiu a CBB a constituição da seleção com os melhores jogadores sem qualquer interferência da NLB.Genial! A proposta irrecusável custe o que custar,é um investimento pífio perante os ganhos políticos e até esportivos que tal ação propiciará ante os embates,se assim podemos definir,que ainda serão(?)travados pela definitiva posse da chave do cofre.A conta, que era de uma previsibilidade cristalina,é de uma simplicidade somente alcançada por macacos velhos, hiper bem treinados e curtidos no submundo de qualquer campo politico deste nosso pobre e analfabeto país.Mas aos poucos ele se dá conta de que por mais submundo que seja já pode ser questionado,e por isso mesmo negado e combatido.Essa será a função da NLB.Mas voltando a conta,as três equipes do senador,mais a de um dos patrocinadores da CBB e umas seis ou sete daquelas federações que apoiaram o grego melhor que um presente,constituem os maiores fatores de importância,por terem as melhores equipes, os melhores jogadores e dois tecnicos da quadratura em comando.Para o retoque final,restam os outros dois técnicos,que deverão aderir ao esquema da CBB, ou sobrarem do esquema homogêneo e harmonioso.O último ás de manga da NLB,o melhor jogador da equipe do candidato perdedor à senatoria da república(este sim,com mais de 5 milhões de votos no maior colégio eleitoral da America do Sul)foi levado para as hostes da CBB,garantindo o pretenso poderio da seleção brasileira.A triste conclusão
a que se chega é a de que 5 milhões de votos da população não valem uma suplência premiada e destituida de escolha popular para um cargo senatorial,e que se a NLB quiser se fazer presente no cenário do basquete,e do desporto nacional,terá de fazê-lo pela conquista de mais 5 federações,para aí sim,implantar o seu grande sonho
de uma Liga realmente poderosa e reformadora.No momento,e infelizmente,xeque-mate
para a CBB.

O ARO SALVADOR

Que bela e oportuna notícia,os jogadores da seleção brasileira estão proibidos de enterrarem pois os aros do ginasio em que treinam correm o risco de se partirem.Maravilha! Quem sabe agora nossos malabaristas e trapezistas sejam obrigados a praticarem o singelo ato do arremêsso,aquele que vale os mesmos dois pontos da enterrada circense, no qual falham sistematicamente quando dele mais precisa a equipe.Naquelas horas de fim de jogo, onde as defesas bloqueiam a qualquer custo e risco as penetrações e consequentes enterradas,obrigando os adversários a utilização dos arremêssos de media e longa distâncias,onde a possibilidade de erros é bem maior.Quanto tempo precioso é desperdiçado em enterradas coreografadas para autopromoções visando aplausos da mídia e de um público carente de informações sobre o verdadeiro espirito do jogo.Poucos são nossos jogadores altos que realmente dominam a arte do arremêsso de média distância,o mesmo que para gáudio da imprensa especializada ressurgiu nas quadras universitárias norte-americanas na temporada ora encerrada.Nada mais constrangedor do que testemunhar uma enterrada devastadora executada na última ação de uma partida,na qual a equipe do executante perde de vinte pontos de diferença.Mas a exibição canhestra tem de ser vista,como um testemunho de que o importante é a “arte exposta”,e não a vitoria em si.Tomara que esse aro não seja consertado até o fim do treinamento,pois todos os jogadores terão a rara oportunidade de se reportarem à pratica do mais importante dos fundamentos,aquele que define o jogo,a arte do arremêsso,com suas dificuldades e óbvias limitações quanto ao quem é quem na hora da verdade.Enterrar qualquer um enterra,e às vezes ainda erram em um espaço em que cabem duas bolas lado a lado.Agora acertar um lançamento que na distância do lance-livre somente tolera um desvio de menos de 2 graus é outra história.Então douta,tecnológica e ciêntifica comissão técnica,aproveitem essa gloriosa oportunidade e reensinem aos seus jogadores altos a arte sublime e esquecida
do arremêsso, que é dele que todos vocês irão precisar.

A UNANIMIDADE ENTROSADA.

Nelson Rodrigues afirmava que “toda unanimidade é burra”. “Cada um atua mais como técnico do que como assistente.Nós formamos um grupo muito homogêneo e harmonioso”,é a definição da comissão técnica da seleção brasileira nas palavras de seu técnico principal,ou técnico 1.Meu Deus,como pode haver harmonia onde técnicos agem como técnicos e não como assistentes?É a tal unanimidade definida pelo nosso grande dramaturgo.Um dos técnicos-assistentes,ou melhor,assistentes-técnicos,ou melhor ainda,técnico 2,explica didaticamente que”Cada técnico tem uma personalidade e complementa bem o grupo.São visões diferentes,cada um se expressa do seu jeito,mas sempre chegamos a um resultado em comum”.Como um comando pode se impor ante “visões diferentes” de seus subalternos?Como verão e sentirão liderança os jogadores ante tais “visões diferentes?”Se são técnicos e não assistentes qual ou quais personalidades se imporão aos jogadores na hora da verdade? “O nosso trabalho está cada vez mais ciêntifico e tecnológico.Nós temos um bom relacionamento com técnicos de outros países.Já ficamos uns dias em Denver em 2003,e o técnico 2 ficou três meses em Phoenix este ano.Estamos sempre nos atualizando através de pesquisas ou participações em cursos internacionais”afirma o técnico 3,complementando mais adiante”às vezes acontece de termos opiniões divergentes,mas sempre chegamos a um denominador comum”, o que é inacreditável,em se tratando de um “grupo homogêneo e harmonioso”.Se atualizam através pesquisas…mas que pesquisas?As que fazem ou lêem? Quais? Ou será que manipular estatísticas percentuais virou pesquisa? “São técnicos com alta capacidade e todos têm o mesmo direito dentro da comissão,sempre respeitando o técnico 1 como Head Coach.Todos opinam,mas a decisão final é sempre dele…Eles não tem um técnico só.Eles sabem que o técnico 1 é o principal,mas que também podem contar com os outros” afirma o técnico 2.Deus meu,comando não se divide,é conquistado
pela experiência,luta,perseverança,e acima de tudo competência.È o ápice de uma carreira profissional,caminho este que os assistentes deverão percorrer por um longo e incerto caminho.Assistente está lá para aprender como se comanda,e não dividir comando,pois se assim não for,no caso de nossa seleção com quatro técnicos, nada impedirá que haja discordâncias naqueles momentos de decisão,que só pode ser tomada pelo comandante,solitariamente como todo comando,assumindo os riscos de suas decisões
e não dividindo convicções indivisíveis.”Com os avanços tecnológicos na área esportiva,houve a necessidade de agregar mais um técnico na comissão.Além de fazer o trabalho de quadra uma das minhas funções é a parte de vídeo.Nos filmamos os treinos,fazemos a edição e analisamos nas reuniões.”Essa é a opinião do técnico 4,que
autoproclama sua necessária agregação à comissão,como se o conhecimento de vídeo,totalmente automatizado e digital,fosse o passaporte para sua convocação.Tal concessão diretiva bem que poderia deixar em aberto a vaga de técnico 5 para alguém que tenha boas referências culinárias,e que se amolde ao espirito homogêneo e harmonioso do grupo,que unanimemente promoverá a enxurrada de passes a cada ataque da equipe,onde os pivôs virão para a linha dos três pontos participar do festival de pseudos corta-luzes(faltosos na maioria das vezes)e passes laterais,deixando os rebotes para os adversários,e culminando com arremessos longos nos dois ou três segundos finais dos 24 permitidos,se não forem eles mesmos,os pivôs,a executá-los.Quanto aos armadores,que tratem de treinar corridas de fundo,pois é o que passaram a praticar com a imposição do passing game,sistema que os quatro técnicos empregam em seus clubes com homogênea e harmoniosa unanimidade.A ironia de tudo isso é que os técnicos das duas equipes finalistas do campeonato nacional,que foram as únicas a fugirem da mesmice ao utilizarem dois armadores puros,numa mudança realmente significativa em qualidade técnica,estão fora desse processo decisório e de capital importância para o futuro de nosso basquetebol.No fim das contas,e na hora da verdade
vamos ver quem realmente manda e comanda,apesar da homogênea harmonia. Talvez a companheira inseparável de todos eles,a inefável e coreográfica prancheta,grite Shazan! e salve a todos,inclusive o grego melhor que um presente.Que os deuses nos ajudem.

A SELEÇÃO DA ESPERANÇA? DUVIDO!

É voz corrente que a seleção ora convocada representa todas as esperanças para dias,vitórias e classificações melhores das que temos alcançado nos últimos tempos.Há quem afirme que seja a mais capacitada das até agora formadas,para nos redimir dos fracassos nas grandes competições internacionais. Para muitos o simples fato de termos um grande número de jogadores nas ligas européias e na NBA conota garantias nas classificações tão desejadas e ansiadas,já por um mais do que longo e tenebroso inverno.Tenho grandes e sérias dúvidas, a começar pela Comissão Técnica que incha com mais um técnico iniciante,com um ou dois anos de experiência na primeira divisão,mas perfeitamente alinhado ao sistema de jogo que os demais empregam em suas equipes, e que fatalmente o empregarão,como vêm fazendo,na seleção nacional.Veremos um Leandro(11kg de massa muscular a mais,num milagre de engorda que só americano sabe fazer)armar a equipe solitáriamente,tal qual um Nash,sem ser um Nash,passando a bola para um Spliter ou Baby que se lança fora da linha dos três pontos,desposicionando-se do rebote ofensivo,para participar de uma orgia de passes até que sobre alguém,com um mínimo de tempo dos 24seg regulamentares,para um arriscado arremêsso de três pontos, que se não convertido dificilmente encontrará algum de nossos homens altos posicionado para recuperá-lo.Isso,se num rompante estelar um dos pivôs não executar
ele mesmo o fácil e corriqueiro “chute de três”,e aí mesmo sem qualquer possibilidade de rebote. E veremos na formação final uma sopa de números nas classificações de jogadores 1,2,3,4 e 5,que é a fórmula mágica do “basquete internacional”,e mais,quase esqueço,a pop star do elenco,a gloriosa prancheta,coração e alma das coreografias salvadoras.Imutáveis e teimosos,serão vítimas de suas pétreas convicções,pois foram os técnicos das equipes finalistas do Campeonato Nacional os únicos a empregarem na reta final o jogo com dois e até três armadores,surpreendendo a todos por essas simples mudanças,que os levaram às finais.Mas não são estes os técnicos nacionais,e sim aqueles três,agora quatro,que se mantiveram na premissa do Passing Game.E por causa disso é que duvido muito pelo sucesso da equipe.Jogadores temos alguns muito bons,mas em se tratando de sistema de jogo adoraria ser o adversário que numa simples
atitude de antecipação defensiva estendenderia a quantidade de passes até um arremêsso desesperado pela premência de tempo,sem precisar fazer uma mísera falta pessoal.No artigo que publiquei semana passada,”A Defêsa Espelhada” expús em detalhes tal atitude defensiva,que é rigorosamente a mesma que nossos adversários vêm empregando e empregarão contra nós se teimarmos no atual sistema de jogo.Por isso,torno a dizer que duvido de nosso sucesso se não mudarmos drástica e decisivamente.Mas como bom brasileiro,torço e anseio não ter razão. Amen.

UNIFORMES E ADERÊÇOS II.

Assisto a partida Brasil e Sérvia e Montenegro pela Liga Mundial de Voleibol,onde uma torcida lotava toda a circunferência do ginasio,numa prova cabal de sucesso da competição.Findo o jogo,desligo a TV e me fixo numa imagem com alguns elementos não encontrados em jogos de basquetebol.Fixo a imagem de um atleta em plena ação,saltando a grandes alturas, mergulhando em busca de uma bola perdida, sacando com violência,bloqueando com elegância e precisão,passando em qualquer circunstância em que a bola se encontre,e cortando com elasticidade e plástica beleza.E em todos os movimentos constato a simetria de suas figuras totalmente voltadas ao gesto desportivo,puro e irretocável,onde até seus uniformes se amalgam ao todo da ação.E imediatamente me transporto à imagem,agora ampliada,de todos os atletas participantes do jogo,titulares e reservas,de ambas as equipes,não só nesta partida,mas em todas as outras a que assisti pela Liga,nas quais,se não me enganam as lembranças,não testemunhei a presença de aderêços tribais,tatuagens modais,calções tocando os tornozelos,cabelos trançados e desenhados,numa orgia de modismos e toscas imitações.Vi atletas voltados integralmente à sua arte e à sua técnica,trajados eficiente e discretamente,e não fantasiados de coisa nenhuma.Percebe-se nitidamente a presença do comando,não so perante as ações técnicas como na apresentação comportamental do grupo,dissociando-o de qualquer manifestação pictórica que o afaste do objetivo comum,a formação e sedimentação de uma equipe,do espirito de grupo,onde as individualidades têm de ser postas ao serviço e progresso de toda a equipe,e não de um ou outro indivíduo.Por isso alcançaram e irão alcançar muitos títulos,nesse que é um trabalho admirável de coesão e coerência técnico-desportiva. Lastimo profundamente os caminhos trilhados pela maioria dos jogadores de basquetebol em nosso país,que desde muito cêdo agregaram aos seus estilos de jogo e de comportamento social uma influência que nada tem a ver com nossa realidade,e que são calcadas nas lutas de elevação racial que vem sendo travadas desde muitas décadas dentro da sociedade norte-americana,e que mais recentemente tem se manifestado pela criação e rápido desenvolvimento da modalidade de Street-Basketball,prontamente copiada e adotada por muitos jovens brasileiros,que deveriam,isto sim,estar empregando seu tempo e esforços no aprendizado do verdadeiro jogo de basquetebol,e não de um arremedo oportunista do mesmo.Mas para que isso pudesse acontecer seria necessário uma atitude genuina e verdadeira de realmente querermos soerguer nosso basquetebol,o que me parece não muito interessar a quem de direito e obrigação deveriam promover tal política,as escolas e os clubes,por estarem a longo tempo abandonados e marginalizados do processo sócio-educativo em nosso país.Luta-se abertamente pelo controle das competições de adultos,como se fossem as mesmas a salvação da modalidade,esquecendo-se que sem base não irão a lugar nenhum.De competição esportiva saltou-se para o confronto político,e dai para diante todo um processo de decadência será instalado de forma irreversível.Brigarão até tropeçarem na bainha de seus imensos calções,que com suas dimensões ciclópicas acobertarão suas incompetências e vaidades.Pelo menos nas quadras esses mesmos calções e coloridos aderêços somente disfarçam muitos maus e mediocres jogadores,que apesar de tudo representam um mal muito menor,do que dirigentes se engalfinhando pela chave do cofre,inespugnável para quem não detêm o poder.Assim como a maioria de nossos jogadores se afogam atrás de metros e metros de pano,tatuagens gigantescas e penteados tribais,nossos dirigentes deveriam emergir do lôdo mental em que se perderam,e asseados,TODOS,tratarem de organizar,divulgar e jogar basquetebol.Parabéns ao Volei brasileiro pelas lições que nos tem dado, a TODOS,mesmo que não encontrem eco pelos seus esforços.Mesmo assim,
MUITO OBRIGADO.

O FULMINANTE EXAGÊRO

Em muitos artigos venho defendendo a volta de nossa outrora e vencedora maneira de jogar,principalmente com a efetiva utilização de dois armadores na formação das equipes.Dei exemplos,sugestões e até ensaiei algumas pequenas soluções táticas.Elogiei sobremaneira três equipes que passaram a se utilizar de dois armadores,que mesmo atrelados ao sistema do Passing Game,conotavam mais estabilidade e dominio técnico dos fundamentos quando em confronto com as equipes que se utilizavam de um só armador.Essas equipes terminaram o Campeonato Nacional nas primeiras colocações,mas a que se tornou campeã superou todas as espectativas ao utilizar nas partidas finais,não dois armadores,e sim três,num fulminante e bem sucedido exagêro.Pela utilização de dois,e no caso da equipe campeã,três armadores,a qualidade técnica e a velocidade aumentaram em muito pela utilização do drible,com sua consequente e efetiva posse de bola,e não com a mesma permanentemente exposta ao corte pela utilização indiscriminada e continua dos passes.Sem dúvida nenhuma tal qualidade em muito superou a pequena perda de estatura das equipes em sua composição básica,fator amplamente compensado pelo substancial aumento de efetividade ofensiva e velocidade defensiva.É um sistema de jogo plenamente adequado às nossas características de velocidade e improvisação,as quais espero sejam extendidas às nossas seleções nacionais prestes a enfrentarem sérios e determinantes desafios que definirão nosso futuro no cenàrio das grandes competições internacionais.Um primeiro passo já foi dado e aprovado,vamos ver os que se sucederão.

COMO,PARA QUÊ E COMO PULAM OS GATOS

Gatos são animais predadores, indomesticáveis,e que toleram o homem na medida que este o alimente e ceda sua casa. A negação de uma dessas benesses leva o bichano a outras paragens, sem o menor constrangimento. São animais que fazem do cimo dos muros o seu reino, pulando de um lado ao outro na medida de suas conveniências. Claro que falo de gatos livres e soltos na natureza, não os castrados e presos dentro de casa. Falo de gatos de verdade, astutos, sestrosos, dissimulados, e acima de tudo inteligentes. Falo daqueles gatos que andam eretos e que se aproveitam de qualquer descuido, minimo que seja, para alcançar seus designios, não importando os meios para conseguí-los. Foram esses felinos que impuseram ao grego melhor que um presente o dominio das seleções nacionais e dos técnicos das mesmas, em troca de sua primeira eleição. Mas como gato escaldado aprende as lições, mais adiante, nosso grego melhor que um presente defenestrou o tecnico imposto, substituido-o por aquele patrocinado pela agremiação universitaria que era um dos suportes financeiros da CBB. Quando da fundação da NLB foi essa agremiação uma das duas que negaram seu apoio à nóvel liga, é claro, por se sentir dona do mais ambicionado naco da CBB, o controle das seleções nacionais. Mas como no escuro todos os gatos são pardos, eis que surge no cenário uma outra instituição universitária que não fez por menos, patrocinou logo quatro equipes no Campeonato Nacional, que pela lei das probabilidades, fatalmente colocaria uma delas na liderança de torneios e campeonatos, nacionais ou internacionais. Era um senhor pulo, quase um salto triplo, audacioso e pretensioso. Veio a Nossa Liga Nacional e lá estava a trina organização no apoio irrestrito ao nosso valoroso cestinha e sua liderança calcada em alguns milhôes de votos para a senatoria da república, não fosse o mentor da organização um suplente de senador, sem votos aliás. Mas antes, inteligentemente liquidou uma das equipes, a do estado que era voto contrario a reeleição do grego presidente. Acontece que nenhum dos fundadores da Liga atentou para o fato da liquidação daquela equipe, sequer desconfiaram, foi um pulo magistral, pois abria as portas para o atual apoio à CBB, e que para ser perfeito necessitaria de um bom álibi, um grande e trancedental motivo. E ele veio através os rompantes enraivecidos de nosso idolo desportivo, que como dirigente da equipe campeã nacional desancou o verbo para cima da orgaização do campeonato. Foi a senha para a oficialização da mudança de lado do muro em que se encastelou a trina organização. O preço pela mudança logo, logo, será cobrado, pelo controle das seleções, agora garantidas pela quantidade de atletas selecionáveis em três equipes, mais a da organização que deu o apoio inicial e solitario ao presidente reeleito. Fica somente a expectativa de quem realmente vai liderar o processo, se a trina organização, ou a que lá estava, que aliás, precavida de seu possivel afastamento, já ameaça uma retirada do cenário desportivo. Com essas quatro equipes de ponta, mais três ou quatro pertencentes àqueles estados que votaram na situação, estaria mais do que garantida a qualidade do Campeonato Nacional do proximo ano, assim como a manutenção da maioria dos jogadores selecionáveis em atividade no país. E a NLB, como ficaria ante tal situação de inferioridade política e técnica? Prevejo dias bastantes nebulosos, e se pudesse sugerir algo, repetiria o que venho publicando desde o ano passado, que para mudar alguma coisa nesse país torna-se necessário penetrar no âmago do sistema,  e um bom começo seria conquistar o comando de algumas federações, a paulista em particular . Mas para tanto sugiro veementemente que estudem e pesquisem com afinco COMO, PARA QUÊ E COMO PULAM OS GATOS…

A DEFESA ESPELHADA

Quando um lutador de boxe se exercita em frente a um espelho,simulando um combate,ele se vê pelo olhar do oponente,por um ponto de vista invertido,e por isso mesmo pode praticar a defesa contra seus proprios golpes.Numa situação em que duas equipes de basquetebol se utilizam dos mesmos sistemas ofensivos,levará vantagem defensiva aquela que se antecipar aos movimentos do adversário,numa percepção análoga ao do lutador de boxe em sua simulação diante do espelho.Basicamente trata-se de uma engenharia reversa ante seu próprio sistema ofensivo,já que idêntico,em sua concepção,ao do adversário.As antecipações se tornam óbvias pelo conhecimento das linhas de passes,já que são os mesmos de pleno conhecimento de todos.Foi essa uma das armas do Uberlândia em sua vitória no jogo de hoje,além de um preciso ajuste nas ações de seu único armador,já que o outro pouco poderia jogar por motivo de recente contusão.O ajuste,inteligente aliás,foi a troca dos passes pela evolução driblada,na qual os dois homens de rebote abriam caminho ao armador trazendo seus marcadores para fora do garrafão,propiciando ao mesmo uma conclusão de curta distância,ou mais frequentemente,passes da linha final para a entrada dos homens altos,ou melhor ainda,passes de dentro para fora do garrafão para arremessos de três pontos justos e
equilibrados.A atitude antecipativa da defesa propiciou um sem numero de interceptações que alargaram o marcador de tal forma,que mesmo a grande recuperação da equipe do Rio de Janeiro não conseguiu alcançá-lo.Esta,somente reagiu quando pode contar com seu segundo armador em quadra,que mesmo em recuperação de uma contusão imprimiu maior dinâmica a sua equipe.Essas duas equipes finalistas,estão soerguendo a nossa tradicional escola de dois armadores puros em quadra,e que mesmo atrelados ao sistema do passing game conseguem com suas habilidades técnicas recriarem nossa maneira de jogar em velocidade e precisão. Por tudo isso cremos que com um pouco mais de coragem,possamos nos livrar definitivamente dos grilhões do passing game,e que possamos voltar às nossas origens de bicampeões mundiais e três vezes medalhistas olimpicos.

O ATLAS MARAVILHOSO

“Atlas mostra que o esporte gera US$12 bilhões no Brasil”, é o título de uma anuncio de universidade particular, que logo abaixo complementa:”Numa hora dessas, você sente vontade de fazer Educação Física?” Meu Deus, a quanto chegamos! Pelo que me consta deveria tal quantia implementar Educação Física nas escolas, e não ser gerada por nossa juventude para saciar o apetite dos empresários e dos profissionais da Educação Física, denominação que foi criminosamente imposta aos que deveriam ser formados como PROFESSORES, e não paramédicos. Doze bilhões de dólares é dinheiro para máfia nenhuma botar defeito. Escola? Quantos mil dólares ela pode gerar? Como faturar com tal miséria?Afinal de contas pra que escola? Segundo o autor responsável pelo Atlas, o comandante Lamartine P.da Costa, com a publicação do mesmo as empresas  passariam a saber quando e onde investir nos patrocínios, com boas probabilidades de seguros retornos, e consequentes aumentos nos lucros pela exposição na mídia. Com a anuência do Conselho Federal de Educação Física,  um dos patrocinadores do tal Atlas, conselho este que através um nebuloso trâmite pelo Congresso Nacional conseguiu manietar a Educação Física em uma estrutura controladora e coercitiva, propiciou e sedimentou os rumos da mesma fora da esfera educacional, levando-a para a área comercial e empresarial, dando substrato ao que passou a se denominar “culto ao corpo” em nosso país. E para sedimentar tal ingerência desandou a patrocinar cursos de emergência e baixíssima qualidade por todo o país, no afâ de capitalizar para si a massa crítica formada por leigos que exerciam atividades desportivas sem as devidas qualificações acadêmicas. Os cursos superiores de Ed.Física, que histórica e coerentemente sempre pertenceram à área das Ciências Humanas, responsáveis pela formação dos professores, foram absorvidos pela área das Ciências Médicas, ocasionando nos últimos 30 anos o cada vez maior distanciamento da Ed.Física do âmago da Escola.Esse foi o campo fértil criado pela mudança na formação do que hoje são denominados “Profissionais da Educação Física”, monitorados pelo Conselho, e postos à serviço da indústria do esporte. Quando em 1962 me formei pela EEFD da UFRJ, na sacristia da Capela da Reitoria da UFRJ, o padre celebrante da missa comemorativa, Pe.Argemiro, dirigiu-se a minha mãe, conterrânea e amiga de infância do mesmo, e que chorava. Perguntou porque ela chorava, e se era de alegria. Escutou de minha saudosa mãe que estava chorando de tristeza, pois era o primeiro vagabundo de uma família composta de médicos e advogados. Anos mais tarde enchia-a de orgulho pela carreira correta e vitoriosa que estabeleci, como professor nos três níveis de escolaridade. Não fui, não sou e nunca serei um Profissional da Educação Física, pois sempre me orgulhei de ter sido, de ser e chegar ao fim como Professor, simples e humilde Professor, engajado na perene busca pela melhoria de nossa juventude, nas escolas, nas quadras, nos caminhos da vida, já que é uma profissão sem retorno imediato, pois talvez lá na frente, bem a frente seus alunos se reportem a seus ensinamentos em situações que estarão enfrentando, as quais você nunca testemunhará. Muito ao contrário dos ditos profissionais que ao auferirem cada vez mais lucros contabilizam de imediato investimentos sem as responsabilidades inerentes ao processo educativo. É sem dúvida nenhuma um “big business”, o qual deveria constar em destaque no prólogo do maravilhoso atlas de 12 bilhões de dólares.

OS PROFISSIONAIS

“Não tinha porque continuar com o grupo sem competição pra disputar.Dispensar jogadores depois da temporada é normal,até para diminuir os gastos”. “Ainda não conversei com a diretoria sobre isso,mas fui chamado para fazer uma avaliação da equipe nos próximos dias.Acho que fico”. São afirmações de um técnico de férias(remuneradas?)com relação a uma das três equipes patrocinadas por um mesmo proprietario no Campeonato Nacional.Diante de tais afirmativas deduz-se que após a temporada,salários nem pensar.Mas só para jogadores,ou para todos,técnicos inclusive? Será o mesmo nas três equipes patrocinadas? Ou variará de acordo com classificações ou titulos? Se assim for fica estabelecida a “administração seletiva”,ou seja,ganham de acordo com o produzido,onde cumprir horários,dedicação aos treinos,e entrega aos jogos deixam de ser fatores que qualificam a atividade profissional(?),para dar lugar ao “ônus da derrota”,o desemprego.Esse ônus vezes três geram uma bruta economia,mesmo que a exposição tripla na midia em muito ultrapassem os investimentos de partida.São atitudes que alimentam as “caravanas holideis” em que se transformaram uma pléiade de jogadores transitando pelo pais afora.E junto aos mesmos outra instituição que ainda se permite tais comportamentos de falsos dirigentes que somente enxergam interesses comerciais e politicos,alguns e até bons técnicos.E o que dizer das contas a pagar em
compromissos que envolvem familia,filhos e subsistência? Como exigir continuidade técnico-administrativa sob tais circunstâncias? Em uma situação como essa,de tal magnitude,têm-se a sensação de que muito de nosso atraso técnico-tático tem a ver com
tal instabilidade,onde se torna imperativo a manutenção das técnicas adquiridas até aquela data,em uma das posições do tal basquete internacional,que ao frigir dos ovos
garantirão uma possivel e efêmera contratação,isso quantos aos jogadores,e as tais filosofias de trabalho que rotulam muitos técnicos,tal qual passaporte que os garantam no mercado de trabalho.Quando reunidos,muito ou quase nada será acrescido aos seus modus operandis,pois foram contratados pelo que realizam no momento,e não pelo que poderiam acrescentar no futuro.Sistemas de jogo enraizados nas ações e gestos,jogadas mais do que óbvias,comportamentos dentro dos padrões existentes e sempre esperados.Enfim,toda uma liturgia que garanta a mesmice e o marasmo.Depois reclamamos da involução técnica galopante,e dos baixos indices de performance nas seleções nacionais.Se as mesmas refletem a realidade de cada nação,temos alcançado exatamente o previsível,fracasso e pobreza técnico-tática.Mudanças? Quem sabe acordemos um dia e mudemos a cama de lugar,ou mesmo compremos outra após pintarmos e reformarmos o quarto.Como está,somente sobrevive o môfo emanado de nossa incapacidade
de evoluir.Puxa,como gostaria que soprasse uma brisa de renovação,por mais tênue que fosse,uma simples e benvinda brisa.