O FATÍDICO 2/13…
Daqui a um pouquinho Mogi e Bauru se enfrentarão num quarto jogo decisivo, e que pode guindar a equipe do espanhol que xinga a própria madre ao vivo e a cores pela TV, aderindo de vez ao palavrório de muitos técnicos tupiniquins, sob o aplauso e condescendência da mídia, que vê no fato o “ardor” da disputa (êpa…), e não uma tremenda falta de compostura e educação ao público tele ouvinte, provando não ser uma falha somente nossa, terceiro mundistas…
Mas, indo além do baixo calão, sua equipe obteve uma bela vitória, contestando na periferia a insânia chutadora de seu adversário (16/25 nas bolas de dois pontos e 9/31 nas de três), e também exercendo um jogo fortíssimo no interior do perímetro (25/49 nos dois e 7/22 nos três), convertendo 44 pontos contra 30 do lado de lá, onde seu mais emblemático contratado, o pivosão Hettsheimeir errou mais de fora do que lá dentro (1/5 de três e 2/5 de dois), num desperdício lapidar, e que pode, se continuado, decretar a saída da equipe mais festejada pelos especializados para tomar do Flamengo a hegemonia dos últimos anos, afinal, foi formada para ganhar todos os títulos, o que até não duvido, mas que terá de modificar estruturalmente sua forma autofágica de atuar, egocêntrica e dispersa, e repito, tornando refém de sua egolatria, seu experiente e escolado técnico…
Aqui no Rio, o Flamengo encontrou uma dureza neste terceiro jogo da série, só vencido graças a dois e decisivos fatores, o absurdo dos 2/13 em bolas de três do homem que deveria liderar a distribuição e coordenação de jogo, o Nezinho, que numa tripla armação (ele e mais o Jackson e o Ramon), deu a ele a pretensa liberdade de queimar, através seu incrível e altamente desequilibrado estilo, quantas bolas fossem possíveis, encontrando porém, forte contestação externa, retirando a precisão pretendida, e o fato mais emblemático, a presença do Marcelo num quarto final devastador, ainda mais quando foi marcado por um Jackson palmo e meio mais baixo (Mogi atuava com os três citados armadores), fator facilitador ante seus dois metros de altura, e mais de 25 anos de prática nos longos arremessos. Errou Mogi ao manter os três armadores juntos, pois um deles deveria ter cedido lugar a um jogador alto, a fim de estabelecer dualidade junto a o Marcelo, o que dificultaria bastante suas conclusões…
Mas o fato é de que o ainda iniciante técnico, totalmente imerso em suas táticas pranchetadas, ainda terá um bom tempo pela frente para diagnosticar na prática, e com a presteza necessária, onde realmente se encontram os sutís detalhes de uma dura partida do grande jogo, a fim de corrigí-los de imediato, e de preferência sem a tutela de uma prancheta, artefato letal quando utilizado para substituir as dimensões reais de uma quadra, minimizando distâncias, reações e comportamentos, e o mais importante, coisificando o grande jogo, caracterizando um erro colossal, e perdedor…
Amém.
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