O INDIVISÍVEL COMANDO…

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Jogo longo, duas prorrogações, muita emoção, luta, mas um jogo que tecnicamente deixou bastante a desejar, principalmente quanto a equipe brasileira, que não soube manter o nível alcançado no récem findo Pan Americano, onde praticou o basquete mais próximo do coletivismo pretendido desde sempre pelo técnico Magnano…

Sem dúvida, a equipe atingiu no Canadá o nível mais próximo do ideário do hermano, fortíssimo na defesa, e alta mobilidade na ofensiva, sem perder intensidade na duração das partidas, demonstrando excelentes progressos técnicos e táticos longamente ansiados por todos…

Mas no jogo de hoje aconteceram falhas que retroagiram a equipe no tempo, basicamente no sistema defensivo, onde a intensidade e combatividade  cedeu lugar à passividade e ausência de contestação aos arremessos de media e curta distâncias dos uruguaios, que por conta disso equilibraram e em determinados momentos lideraram o jogo, levando-o a duas prorrogações, cedendo a vitoria no minuto final da partida…

Por mais uma vez, como num vício mal curado, o abuso nas bolinhas de três (8/30) arrefeceu o coletivismo a pouco conquistado, tornando difícil um jogo que poderia ter vencido com alguma sobra se arremessasse menos de três, usasse mais seus pivôs e não perdesse 12 lances livres (21/33), além dos 15 erros de fundamentos, demasiados para uma seleção nacional…

Mais algo aconteceu de muito novo, inusitado, incomum desde que o técnico argentino assumiu a seleção, a delegação de poderes, ou seja, seus assistentes já ensaiam pitacos nos tempos pedidos, até o momento em que ele cedeu a um deles o comando total num dos tempos, se afastando, inclusive, do foco dos comentários, numa atitude incompreensivel a um head coach de sua envergadura, trajetória e conquistas, com reflexos imediatos e à médio prazo junto a equipe, seu comportamento e aceitação incondicional de sua liderança, fator básico para o sucesso do grupo…

Alguns poderão contestar esse meu posicionamento, mas lembro a todos que todo verdadeiro comando é indivisível nas decisões, principalmente num grande jogo como o basquetebol, o grande jogo, onde a solidão do comando não admite intromissões e palpites, aceitando sugestões quando solicitadas antes ou depois das partidas, nunca durante as mesmas, a fim de que a integridade dos sistemas propostos seja mantida, com coerência e absoluta precisão, fatores estes que se perderão junto a equipe se violentados por intromissões destituidas de fundamentação e notória experiência daqueles que as expõem…

Enfim, seria de bom grado que o premiado técnico pensasse melhor antes de abrir mão de seu comando, principalmente quanto a qualidade e qualificação de seus prepostos, afinal, é a integridade da seleção do país, que sabemos não ser o dele, que está em jogo, para o que der e vier, simples assim…

Em tempo, que barbaridade uma comissão técnica exceder em número o total de jogadores, noves fora os dirigentes e aspones agregados a equipe, demonstrando o quanto de desnecessários gastos  são feitos no momento seguinte a posse de uma vultosa verba federal. São 3 técnicos, 3 médicos, 2 preparadores físicos, 2 fisioterapeutas, 1 fisiologista, 1 nutricionista, 1 mordomo, numa exibição gratuita e exibicionista de nada, absolutamente nada, a não ser…bem todos vocês sabem…

Que os deuses nos protejam…

Amém.

 Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

A CONVENIENTE INCOERÊNCIA…

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O técnico Magnano perdeu dois jogadores na véspera do torneio preparatório para o Pré Olímpico, o armador Larry e o Hettsheimeir, seu pivô de três, que marca bem e pega rebote defensivo, e que poderia ser mais importante nos ofensivos se não fosse sua fixação nos arremessos de fora…

Muito bem, ficou a seleção desfalcada de dois bons defensores, principalmente no esquema sufocante implantado pelo hermano, e que deu bons resultados no Pan récem findo. E quem ele convoca para o lugar do grandão? O Giovanoni, que não marca, salta pouco mas arremessa bem quando solto, qualidade esta que parece o ter convencido, acima das outras duas, bem mais importantes para a equipe no aspecto defensivo…

Fica bem clara então sua disposição de fixar o Rafael na posição híbrida de pivô de três para futuras convocações, repetindo o erro clássico cometido contra o Olivia, irmão do Olivinha, duas décadas atrás, quando transformaram um promissor pivô de 2,11m em arremessador de fora, deixando-o a meio caminho das duas funções, fator que o relegou a um segundo plano na sua geração…

Mas, porque o Giovanoni, e não um outro pivô de marcação e rebote, brigador e participativo, como o Cipolini, o Murilo, ou mesmo o Gruber, que inclusive arremessa bem de fora, ou mesmo o Alex, que marca duro, porque o Giovanoni?…

Bem, prestigiar o presidente da associação dos jogadores, aquela mesma que aprova sem discussões as soturnas contas da CBB, parece ser uma oportuna política junto aos próceres cebebianos, que tem no cardeal um ótimo aliado, além, é claro, de sua propalada liderança junto aos jogadores…

No fim das contas, foi uma enorme incoerência do argentino frente a um sistema de jogo que penou para incutir nos jogadores, basicamente na defesa, e que se vê agora frente a um rombo previsível e palpável, mas que pode  e deve auferir dividendos, principalmente se não se der bem no Pré, não fosse tal decisão uma conveniente Incoerência, e das boas, mesmo…

Amém.

Foto – Divulgação CBB.

 

ALGUMAS CONSTATAÇÕES…

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Caramba Paulo, o basquete correndo solto e você com reminicências, qual é cara?

Bem, tenho uma casa em reforma, e depois das duas  primeiras rodadas da LDB apresentando 462 erros de fundamentos (são 24 equipes, uma delas a seleção brasileira sub 17), com média de 38,5 por partida, ou 19,2 por equipe (em um dos jogos foram 53 erros!!!), desisti de acompanhar tal torneio, voltando aos problemas da reforma, mais palatáveis, pois visa uma revitalização, o que não acontece numa liga, porta de entrada para a elite, mas que administra a mesmice endêmica daquela, e de onde saem jogadores para uma NBA que não os aproveitam na quadra, mas os promovem na mídia, como um vantajoso investimento na parceria com a LNB, onde promovem clinicas para técnicos e jogadores da LDB, que ainda mantêm o numero de mais de 35  erros de fundamentos por partida realizada…

Agora vem a convocação do hermano para a Copa América pré olímpica, prestigiando toda a equipe vencedora no Pan Americano, deixando a turma da NBA de fora, que para alguns é resultado da certeza de participação olímpica, já que a grana devida com o pendura no Mundial estará sendo coberta por patrocínios comerciais, e não por dinheiro público, mas que para mim reflete um aspecto fundamental para o argentino, o fato de ter sido a única equipe em que pode sedimentar seu projeto coletivista em ambos os setores, o ofensivo e o defensivo, numa participação vencedora no Pan, o que nunca conseguiu com a turma dos ranqueados, principalmente com os da NBA e os veteranos cardeais…

E nesse ponto é que reside a sua grande dúvida, pois não é segredo nenhum para quem entende o grande jogo como deve ser entendido, técnica e  taticamente falando, que os três grandes pivôs que atuam na liga maior, em hipótese alguma produziram presença defensiva dentro e fora do perímetro, e ações coordenadas ofensivamente em competições pela seleção, se comparados com a turma que compôs a equipe do Pan, mais afiados e dispostos a contestarem seus adversários, dentro e fora do perímetro, assim como o Leandro jamais se pautou pelo jogo coletivo, individualista que é por formação. Huertas e Raul, provavelmente atuariam dentro do sistema proposto, mas teriam uma bela concorrência pela frente, principalmente se não se encaixarem defensivamente como os do Pan. Quanto ao Bebê, o Caboclo. e o Felício, sequer atuam entre os seniores da matriz, e sim em liga “de formação”, que teria de ser adquirida, pela lógica, em competições do NBB, fator que me deixa bastante curioso em conhecer os critérios para suas contratações, como por exemplo, o caso Felicio, terceiro reserva do Meynsee no Flamengo, e ele mesmo sem sucesso em sua tentativa junto a NBA. Seria de boa política que procurasse o agente do jovem reserva, e quem sabe…

Enfim, o hermano vai pensar muito para formar uma seleção que jogue o basquetebol que jogou no Canada, com jogadores de “segundo escalão” na opinião de muitos, mas que foi a única equipe que atingiu seu anseio de coletivismo, a única…

E como sempre afirmei, e por isso mesmo acho uma graça imensa toda essa movimentação em torno do impasse FIBA/CBB, onde o calote se manifestou sem que fosse surpresa para mim, sabedor que qualquer malfeito da direção cebebiana sempre será acobertada pela turma do COB e ME, altamente interessada e comprometida com o desporto elitizado, capitaneado pelo Voleibol, esporte original dos “gestores” olímpicos, e que em hipótese alguma deseja ver o basquetebol se soerguer para tornar a ser a segunda paixão nacional, e para tanto, manter a corriola incompetente da CBB,  torna-se imperioso, mesmo que custe alimentar o sorvedouro de verbas nas mãos insaciáveis dos donos dos “cargos de sacrifício” que mantêm com sofreguidão, despudor e sem vergonhice, que os merecemos aliás, pela omissão e mais sem vergonhice ainda da maioria dos 27 que os conduziram…

No mais, que todos os deuses, de plantão ou não, nos ajudem…

Amém.

Fotos – Divulgação LNB e reprodução da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

OCTAGON, UM PROGRAMA PARA TODA A FAMíLIA 5…

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Meus deuses, como pude esquecer o magnifico espetáculo para toda a família de daqui a pouco, mas ainda dá tempo, principalmente para nossas meninas, aquelas mais empolgadas pelo exemplo edificante de assistir a cores e em HD o embate entre duas mulheres num octógno quase restrito aos homens, mas nada que não possam ser igualados “pela porrada”…

Uma definição digna de uma pátria educadora é dada pelo agente da lutadora brasileira: “Quem viu o treinamento dela sabe o que ela pode fazer. É a tipica lutadora brasileira. Saiu da Paraíba, começou a treinar com 28 anos e aos 32 está lutando pelo cinturão. Tem vontade, determinação. Isso não é judô, é MMA, e Bethe vai dar muito soco na cara.”

Melhor impossível, ainda mais em rede nacional de TV, restrita a selecionados esportes(?).

Educação, cultura e progresso é isso ai, principalmente direcionado às nossas jovens…

Am.., desculpem, lamentável.

Foto – Reprodução de O Globo (1/8/2013)

PARECE QUE FOI ONTEM…

 

Dando uma vasculhada nos mais de 1300 artigos aqui publicados, encontro este de agosto de 2013, que tem tudo a ver com o que está ocorrendo com o nosso basquetebol, e que vale muito mais ainda pelo debate, e que debate, com o jornalista Giancarlo Gianpietro, numa participação comentada que desafio ser encontrada em blogs da modalidade, e que determina enfaticamente a correta orientação dada ao mesmo desde sua criação em setembro de 2004, em sua função democrática, responsável, e acima de tudo assinada, como deveria ser para todos…

Vale a pena dar uma olhada, pelo menos por curiosidade…

ENCRUZILHADA E OPÇÕES…

terça-feira, 6 de agosto de 2013 por Paulo Murilo

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Tenho me divertido muito nos últimos dias com a leitura de alguns blogs sobre o futuro técnico e tático do nosso basquetebol, muito mesmo.

Como que num estertor terminal de um conceito que todos professam, profundamente lastreado no sistema único de jogo com suas posições estratificadas de 1 a 5, cujas nomenclaturas bailam de armador puro a finalizador, escoltas de varias matizes, alas de força ou de finalização, pivôs light ou heavy, toda uma setorização que beira ao ridículo, mas que se sustenta através o pragmatismo funcional de uma forma de jogar com domicílio no hemisfério norte e canhestramente copiado por estas colonizadas plagas, vide a quase absoluta migração da mídia especializada para os lados dolarizados da NBA, cujos tentáculos se voltam para o nosso país em busca de um mercado deslumbrado e ávido em consumir tecnologias de ocasião, seja lá as que forem…

Nunca li tanto conhecimento, vasto e aprofundado (?), sobre o grande jogo, mas o de lá, não o daqui, divulgado em todas as mídias, muito bem patrocinadas e financiadas, numa ascendente influência e dominação que deveria preocupar seriamente nossas lideranças desportivas, e mesmo as educacionais.

Então, a tendência analítica do que aqui se pratica técnica e taticamente, presa que está aos cânones mais do que solidificados do tal e absurdo sistema único (e tem gente que jura com os dedos em chifre, que está mudando, evoluindo…), é de simplesmente avaliar e comentar o que vêem sob a ótica do que sabem, ou pensam saber sobre o mesmo, unicamente o mesmo.

Temos então, no caso da seleção masculina adulta, opiniões que se concentram, não na condição do conhecimento e domínio técnico dos jogadores selecionados sobre os fundamentos, os diversos sistemas, a leitura de jogo, e sim do que são capazes de produzir em suas posições de 1 a 5 (acho que bem mais do que 5…), como peças estanques de uma engrenagem a serviço de um esquema formatado e padronizado (ai está a ENTB para confirmar…), e não um corolário de conhecimentos que os tornariam aptos a novos experimentos táticos, e por que não, estratégicos.

Neste ponto sugiro a releitura do artigo aqui publicado e muito bem comentado Papeando com o Walter 2…(Artigo 600), no qual muito do que deveríamos saber e dominar sobre a dupla armação se torna básico pela tendência, mais do que evidente, de que seja essa uma das opções do técnico Magnano em seu profícuo trabalho na seleção, assim como, forçado pela desistência dos grandes pivôs de choque convocados, e que optaram pela NBA, volta seus olhos para aquele outro tipo de pivô, da nossa sempre lembrada e vitoriosa tradição, os de velocidade, flexibilidade, e acima de tudo, multifacetados.

Sem dúvida alguma teremos de ir de encontro a esse novo (?) tipo de pivô, melhor, ala pivô, e para meu gosto, pivô móvel, rápido dentro do perímetro, ágil na recepção dos passes, flexível no drible, nas fintas e nos arremessos de curta e media distancia, assim como na defesa antecipativa, veloz e inteligente, e que ao se deslocar permanentemente ganha em impulso extra para os rebotes, que muito além do impacto físico, prioriza a colocação rápida e espacial nos mesmos, vencendo em muito a lentidão e peso dos tão amados “cincões”, e o mais importante de tudo, jogando de frente para a cesta.

No amalgamento dos armadores com esses novos arrietes, se destina a nossa retomada, o soerguimento de uma tradição vencedora que muitos teimam em omitir, pois pagariam o preço de tornarem a conhecer a nossa história, e não a dos outros, com a finalidade de nos impingi-la goela abaixo, como a verdade a ser seguida, digerida, sacramentada.

Sugiro também a releitura do artigo O que todo pivô deveria saber, que muito elucidaria a correta forma de atuar e jogar de um jogador de tal importância inserido num correto sistema de jogo, aberto e democrático.

Mas Paulo, e as bolinhas de três, nossa “grande arma”, como é que ficam?

Numa equipe jogando da forma acima citada, bolas de três suplementarão o sistema, e não o tornarão escravo das mesmas, numa inversão de prioridades, e sim na busca da precisão, que é o objetivo maior a ser alcançado, além de eliminar de vez aquele tipo de jogador pseudamente “especializado” que é facilmente encontrado em determinadas e repetidas zonas da quadra, parado e acenando em busca de um passe que o torne imprescindível… Importante é saber para quem…

Enfim, acredito estarmos no limiar de uma grande escolha, ou a manutenção da mesmice endêmica que nos tornou escravos de um sistema absurdo e anacrônico, até mesmo para seus inventores lá de cima, ou a busca e encontro de algo não tão novo assim, mas que nos tornariam proprietários de um modo de jogar o grande jogo absolutamente único, e quem sabe, vencedor…

E não perdendo o bonde da história, me pergunto curioso e instigante onde andarão o Cipolini, o Gruber e o Murilo nessa convocação, já que os mais ágeis, rápidos e flexíveis pivôs móveis que possuímos e à disposição? Onde?

Amém.

Foto – Reprodução da TV. Clique na mesma para ampliá-la.

2 comentários

Giancarlo Giampietro08.08.2013·

Olha, professor,

como não há identificações de quem seja ridículo, corre-se o risco de vestir uma carapuça que não seja a sua, mas… Já que um dos termos citados no artigo é um que já utilizei recentemente ou costumo utilizar, não tem como não se sentir atingido. Fica bem claro. Então vamos lá, vestindo.

“Armador puro”.

Bem, “puro”, no meu conhecimento limitado da língua, é um adjetivo. Adjetivo que, desta maneira, viria para qualificar o substantivo “armador”, da mesma forma que “ágil”, “alto”, “magro” e até mesmo “pesado”. Não se trata de uma conotação “ala-de-força”, ou algo assim. “Qualificar”, para mim, não quer dizer “petrificar”, “amordaçar”, ou “estratificar”.

A intenção do termo “puro” é indicar que estamos falando de um armador classudo, muito mais preocupado em ajudar seus companheiros, daqueles com vocação natural para a coisa, mesmo, que nascem com essa propensão. Sabemos que existem esses tipos por aí e alguns deles infelizmente nunca pegaram numa bola de basquete na vida – ou na de handebol, vôlei ou futebol, ficando no meio do caminho por mortes ou outras decisões econômicas. É gente que nasce com um dom, com uma qualidade que dificilmente vai ser ensinada em treinos de fundamentos ou estudo de DVDs. Você melhora, mas tem limite.

Esse armador puro pode ser muito mais preparado em fazer o time jogar do que um Larry Taylor, um Nezinho ou um Arnaldinho, mas isso não quer dizer que ele não vá finalizar, rebotear, defender, correr, sorrir ou espirrar. Isso me parece algo bem simples de entender.

Além disso, pensando em gramática, na essência, se somos contra nomenclaturas, o ideal seria abstrair tudo. Não demoraria a chegarmos a uma conclusão de que nem “armador”, nem “pivô”, nem “ala”, nem “ala-pivô móvel” fazem sentido também. Não deixam de ser todas essas nomenclaturas, posições ou funções? Guards e/ou forwards? Etc. etc. etc. O quanto isso é ridículo ou não? Tudo depende do ponto de vista, e não importa se estamos falando de técnicos, jornalistas ou meros curiosos. Não nos esqueçamos que há gente de esquerda e direita que acha realmente ridículo, para não dizer estúpido, o ato de pingar uma bola com a mão e atirá-la ao cesto. Que o esporte é o circo.

Ideia com a qual obviamente não concordamos.

* * *

Quanto a outras colocações um tanto escrachadas no que se referem a NBA, me sinto no direito de preservar minhas questões particulares – adiantando apenas que, não, não ganho dólares da liga, nem tenho conta nas Ilhas Cayman. Uma pena? Vai saber, que o destino nos julgue mais pra frente.

Mas o ponto importante aqui: o senhor não sabe qual a rotina dos outros jornalistas (“blogueiro” seria só uma posição), que ganha o que e de quem para tocar a vida adiante. São pontos essenciais para se considerar antes de fazer qualquer tipo de comentário. Tenho certeza de que a vida de um jornalista do Jornal do Commercio difere da que um rapaz do jornal A Tarde leva, ou do Zero Hora, ou da Folha, ou do correspondente brasileiro de El País. Pelo simples fato de que as realidades são diferentes, envoltas por lutas (não confundir com bandeiras) diferentes no dia-a-dia. Que veículo investe em quê? Quais são os objetivos?

De todo modo, o espaço é sempre público e pode-se questionar ideologias e meros gostos. Porque fulano escreve sobre basquete, não é obrigação nenhuma que outro da mesma espécie vá assinar embaixo de tudo que lê. Abomino o corporativismo. Então há, claro, espaço, sim para críticas, correndo sempre o risco de nos tomarmos pela arrogância. Há quem seja limitado no entendimento, há quem seja limitado para pontuar um texto. Cada um lida com as limitações do jeito que dá, por vezes sem sucesso.

Da minha parte, nunca fui um nacionalista, o que não quer dizer que não goste do meu país, a despeito das sacanagens de sempre que nos atormentam. Não obstante, também não me apego a fronteiras. Não vou deixar de ler Dostoievski ou Raymond Chandler para viver só de Machado de Assis (meu autor preferido) ou me apeagar a um Paulo Coelho. Vale o mesmo para cinema, teatro, música, sociologia, antropologia. E o basquete?

Acredito que paixões, conhecimento, estudo extrapolam qualquer fronteira. NBA, Irã, China, África, Austrália… Pouco importa, se é basquete, tou dentro. Do contrário, levando o raciocínio a sua origem, o Brasil nem mesmo teria de se meter a jogar um esporte inventado, ao menos oficialmente, por alguém de nome Naismith.

* * *

Como o artigo é rico, e a saraivada não para, tenho mais observações a serem feitas.

Sobre a análise de jogos, não vou entrar no mérito de quem é melhor ou faz melhor, porque para isso está muito claro e sempre dei links de artigos seus em textos no blog.

Só me incomoda um pouco, e aqui falo até mesmo como leitor, o fato de que, aparentemente, apenas o seu conceito de jogo seria possível ou factível para o basquete brasileiro – ou mesmo o basquete como um todo. Se as críticas ao “sistema único” são factíveis e, mais que isso, válidas, adotar apenas o sistema que o senhor defende também seria bastante limitado, não? Esta é A Maneira Correta de se jogar?

Claro, diante da pasteurização predominante (o que não significa 100%), o que o senhor propõe seria diferente. Mas esta, imagino eu, não é também a única alternativa possível para Brasil, Japão, Jacareí ou New York Knicks. Não creio que toda cabeça pensante concorde.

Segundo: se um time pratica determinado basquete, é natural que as pessoas vão comentar esse basquete praticado. Ir além e propor outras coisas tornam artigos maiores. Sempre melhor oferecer algo diferente, original – o que não quer dizer autoral também.

Mas isso não invalida o comentário acerca de determinado jogador ou time. No caso de Lucas Bebê, realmente é de se pensar se ele não poderia ser um jogador muito mais completo. Por outro lado, se o técnico pensa que sua função é coletar rebotes e proteger o aro, por que alguém haveria de avaliá-lo de outra maneira? Existe um contexto mais factual, material que precede e/ou acompanha análise.

* * *

Por fim, um blog, uma coluna, um texto, um folhetim, um panfleto, um programa de TV… Todos eles podem ter enfoques diferentes. Há quem faça mais entrevistas. Há quem se dedique a crônicas. Há aqueles que escrevem de modo chato para um, de modo “genial” (palavra da moda) para outros. Não existe o que é certo, nem errado neste caso. Cada um na sua, cada macaco no seu galho. Volta, comenta, lê e, neste caso, responde quem quiser.

Segue a vida.

Abs,

Giancarlo.

Basquete Brasil09.08.2013·

Olha Giancarlo, muito legal seu comentário, e o que mais me alegrou foi o fato de ter sido essa a primeira vez nos nove anos desse humilde blog, a ter um comentário/resposta jornalístico de tal ordem e valor, provando com sobras sua real finalidade, a de discutir aberta e democraticamente o grande jogo em toda a sua dimensão e importância, onde a discordância fundamentada torna sadio o debate, trazendo em seu corpo a busca incessante do conhecimento e do nem sempre provável consenso, encaminhando-o ao encontro do almejado bom senso.

Então, discordando ou não, exercitemos uma tréplica, que de acordo com sua vontade se estenderá ou não para mais adiante.

Carapuças a serem vestidas inexistem no texto, pois a mencionada setorização se prende ao aspecto posicional, onde variadas terminologias visam exclusivamente a formatação e padronização de uma maneira única de ensinar, treinar e jogar o grande jogo, negando ao mesmo a generalidade tática que o tornou complexo e belo de praticar e assistir.

O termo armador puro foi ouvido pela primeira vez por mim através uma definição que o velho Togo Renan fazia a armadores da época, em particular o Fernando Brobró, o Barone e o Peixotinho, a qual não concordava, mesmo vindo do grande e mítico técnico. Logo, os termos que enumero definem a mencionada setorização, e não aqueles que fazem uso deles em seus comentários.

Por outro lado, em nenhum dos mais de mil textos publicados fui contrario às varias funções que são assumidas e desenvolvidas pelos jogadores, e sim que os mesmos se fixem em uma ou duas, como o exigido pelo sistema único, mas que sejam preparados e treinados em todas, mesmo que no transcorrer do processo técnico tático a que estão ligados optem, ou sejam orientados a determinados papéis, mas sempre aptos a exercerem os demais quando solicitados, com um mínimo de eficiência possível.

E na busca dessa pluralidade é que pude desenvolver e estudar sistemas de jogo autorais, por que não se verídico, na luta arduamente travada para que tal busca pelo novo, pelo inusitado, servisse de mote técnico comportamental para todos aqueles envolvidos na função de soerguer o grande jogo entre nós.

Além do mais, nunca, em tempo algum de minha longa vida, impus ações e comportamentos a quem quer que fosse, principalmente os técnicos, mas que procurassem desde sempre um caminho todo seu, único, se possível autoral.

Logo, quando menciono armadores e pivôs móveis estou definindo uma estratégia de ação, e não um corolário de funções, aquelas que você menciona não fazerem sentido como nomenclaturas de funções e posições, inclusive as minhas duas, se levadas ao termo, podendo inclusive, serem taxadas também de ridículas, no que concordo. Para mim a verdadeira posição de um jogador é a 12.345, com as devidas capacitações e oscilações inerentes à mesma.

Continuando, não vejo como escracho, criticas que faço a insinuante penetração da NBA em nosso país, que se mantida e desenvolvida da forma que se apresenta, fatal e historicamente tenderá ao esmagamento das tentativas que façamos para soerguer o basquetebol nacional, cada vez mais esvaziado de bons articulistas, de eficientes e determinantes jornalistas, fazendo com que o peso de sua influência dolarizada e globalizada não encontre barreiras que se imponham a tais desígnios, e nesse ponto também não podemos ignorar que tal estratégia de mercado fatalmente transitará pelos portais midiáticos que apoiam e patrocinam seu projeto de ação, e que de forma alguma o beneficiará com a gratuidade comercial.

Muito bem sei e avalio a função profissional de um jornalista, a qual também pertenço, por formação, mesmo lutando algumas vezes na arte de pontuar um texto (olha a carapuça aí, prezado colega…), mas reconhecendo suas agruras e eternas dificuldades, não só profissionais, como éticas, acima de tudo.

Num ponto somos discordantes de fato, pois sou profundamente nacionalista, atitude a que cheguei após percorrer e conhecer quase todo esse nosso imenso território, sempre trabalhando e estudando, assim como percorrer o de outros muitos países, igualmente estudando e trabalhando, pois se bem me recordo, somente uma única vez o fiz em turismo, e mesmo assim por conta de uma conferência em Portugal, que me destinou passagens para esse único evento. Todo esse conhecimento e descoberta, me fez convicto do inesgotável potencial desse nosso país/continente, rico e poderoso por seu diverso gentio, por sua unidade linguística (única no mundo e sua grande força), e por sua herança de paz e amizade, aonde o grande jogo chegou um dia a ser a segunda paixão esportiva de seu povo, inquestionavelmente.

Mas assim como você, jamais neguei acesso à literatura, música, cinema, dança e teatro internacionais, mas sempre privilegiando o nosso, sempre.

Num ponto, sou intransigente, a forma como a NBA se impõe no mundo, com sua mensagem dominante e política, pois é a única modalidade de desporto coletivo realmente internacional praticada e amada pela população americana, a tal ponto que faz com que seu governo a apoie sem maiores restrições como embaixadora de sua influência dominante, e que inclusive vem sutilmente afastando e protelando da mesma o temível fantasma dos escândalos ligados ao doping, em ações e intervenções desenvolvidas pelo senado americano, mas que inexoravelmente alcançará esse nicho privilegiado muito em breve.

Finalmente, o ponto crucial de sua intervenção, muito especial, aliás:

(…) Só me incomoda um pouco, e aqui falo até mesmo como leitor, o fato de que, aparentemente, apenas o seu conceito de jogo seria possível ou factível para o basquete brasileiro – ou mesmo o basquete como um todo. Se as críticas ao “sistema único” são factíveis e, mais que isso, válidas, adotar apenas o sistema que o senhor defende também seria bastante limitado, não? Esta é A Maneira Correta de se jogar?(…)

Ora, prezado Giancarlo, parece que você ou não leu, ou esqueceu muitos dos artigos aqui publicados sobre esse instigante assunto, a dupla armação e os três pivôs móveis, quando através, textos, vídeos, fotos e estatísticas provei e comprovei na teoria e na pratica o sistema proposto, mas nunca, em tempo algum considerei-o único, absoluto para o nosso basquetebol, e muito menos para a modalidade como um todo, e sim como uma proposta balizadora e experimental que servisse de partida a outras propostas, outros sistemas, outras concepções de jogo, fugindo do conceito único que tolhe o desenvolvimento do grande jogo, aqui, e por que não, lá fora também, vide que a pequena revolução instaurada pelo Coach K nas seleções americanas veio duas décadas após eu mesmo, Prof. Paulo Murilo, ter iniciado os estudos, desenvolvimento, treinamento e execução dessa proposta aqui mesmo, em terras tupiniquins, e jamais reinvidicando patentes, já que produto natural do desenvolvimento harmônico de um jogo diferenciado por sua complexidade e inesgotável criatividade, sendo passível de evoluções paralelas além fronteiras.

Quando bato e insisto em novas concepções técnico táticas para o nosso basquetebol, viso prioritariamente o combate à imitação pura e simples, ao aprendizado osmótico, vicio contraído por muitos de nossos técnicos, jovens ou veteranos, assim como a reverência e aceitação passiva de modelos que não nos dizem respeito como povo, como nação, mesmo em se tratando de uma modalidade esportiva, quer queiram muitos, ou não, que concorre para o aprimoramento acadêmico de nossos jovens, onde a premissa de utilização de um único sistema de jogo, rouba dos mesmos a mais importante parcela de seu desenvolvimento, a capacidade criativa, livre e democrática do livre pensar, amar e jogar o grande jogo, o jogo de suas vidas.

Terminando, concordo plenamente que toda e qualquer mídia deve poder se expressar diferentemente, sendo essa uma das razões que originaram esse nosso muito bem vindo debate, onde a liberdade e a responsabilidade sejam preservadas e defendidas pelo preço que tivermos de pagar desde sempre.

Muito obrigado pelos comentários e criticas Giancarlo, e espero que divergências não nos afastem dessa humilde trincheira, aberta a todos que defendem a plena liberdade de expressão.

Um abraço.

Paulo Murilo.

 

VENCERAM, E AGORA?…

P1110370-001P1110371-001P1110373-001P1110381-001P1110385-001P1110386-001P1110389-001P1110400-001Terminou, e venceu com méritos e boa sobra, e de tal forma que neste jogo final encontrou equilíbrio para sustar a desesperada reação de uma equipe canadense oscilante e dispersa. A seleção brasileira está de parabéns por dois determinantes aspectos, uma eficientíssima dupla armação, executada por todo o tempo e em todas as partidas, quebrando uma rotina de seu técnico desde que assumiu a direção da equipe de utilizar um único armador, e a convocação e  natural escalação de alas e pivôs ágeis, velozes e flexíveis, que interagiam entre si lá dentro da defesa canadense, brigando por todo o tempo, e municiando os arremessadores com precisos passes de dentro para fora do perímetro, como o certo a ser feito, retribuindo o apoio competente dos armadores no sentido inverso. Defensivamente se ajudaram por todo o tempo, com abnegação e entrega, numa admirável constatação de que é possível defender com mais técnica do que exclusivamente com esforço físico, como apregoam muitos que não simpatizam muito com o verdadeiro esforço, aquele em busca da técnica, acima de tudo. O hermano está de parabéns pelo trabalho, quase missionário, de convencer e preparar um grupo, sem os nomões de praxe, a praticar um basquete diferenciado e eficiente. Só que, a partir desse momento, visando um Pré Olímpico que poderá ser a única chance olímpica, se o impasse FIBA/CBB se mantiver irredutível, veremos como o inteligente técnico argentino constituirá a seleção para tão importante competição, onde encontrará um problemão para resolver, quem escalar para a constituição final da equipe…

Isso porque, tenho sérias dúvidas, e claro, ele também as terá, se jogadores mais rodados e fixados em seus modos, qualidades e vícios, por muitos anos de atividade imutável, se adaptarão a esse novo conceito de jogo, tão bem assimilado e desenvolvido por esse grupo agora campeão, quando uma retroação ao sistema único, em tudo e por tudo, romperia o princípio coletivista alcançado com tanto sacrifício, entrega e comprometimento…

Na armação, agora dupla, fica patente as presenças do Huertas e do Raul, com as duas outras vagas para serem disputadas pelo Rafael, Fisher, Larry e um surpreendente Benite, pois não vejo o Caboclo, que mesmo na NBA, não tem rodagem e técnica para superar a turma acima, e além do mais, o fator “manter o coletivismo” emanado da dupla armação, necessita de jogadores dispostos a adotá-lo, como fez o quarteto do Pan…

No campo dos homens grandes, o verdadeiro pepino para o hermano, e porque pepino? Pelo fato de ser o setor que mais resistirá ao novo conceito, principalmente pela turma da NBA, acostumada ao individualismo que marca aquela enorme liga, onde o 1 x 1 reina absoluto…

Neste Pan, três deles se sobressairam, o Hettsheimeir, o Mendl, e principalmente o Augusto, e com um admirável espírito agregador, o Rafael Mineiro, todos estes em confronto com o verdadeiro batalhão do lado de lá, a saber: Nenê, Spliter, Leandro, Varejão (esse somente para 2016), Alex, Marcos, Bebê, Felício, Faverani…

J.P.Batista, Alexandre e Toledo, me parece com menores chances, frente ao estrelismo do lado de lá, apesar de terem composto com brilho esta lutadora equipe. De qualquer forma, acredito ser o foco do problema, a manutenção do sempre ansiado, e agora presente coletivismo, que deve ser continuado, desenvolvido e ampliado, mas que só será factível se for mantido o sistema agora adotado, com uma dupla e consistente armação, e homens altos dispostos a se movimentar permanentemente dentro do perímetro, com velocidade, agilidade e inteligência, fatores ausentes até este emblemático Pan…

Mas algo se projeta, indiscutivelmente, que a grande revolução veio através a mudança de um conceito estratificado de jogo, substituído por um outro, que tanto insisti em defender, e mesmo utilizar por décadas e num breve, porém significativo NBB2. Que seja competentemente continuado, por ser muito bom e eficiente, talvez o único que se coadune com o justo desejo do hermano pelo jogo coletivo e solidário…

Amém.

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UM CONCEITO DE JOGO DIFÍCIL DE SER IMPLANTADO…

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A se destacar, mais uma vez, a eficiente dupla armação liderada por um Benite preciso nos arremessos, calmo, objetivo e eficiente na coordenação ofensiva e no equilíbrio defensivo, num jogo de placar baixo (68 x 62), exatamente pelo empenho blocante de ambas as equipes, empenhadas na defesa dura e incondicional. Venceu a seleção pelo melhor aproveitamento das bolas longas (5/21 contra 2/16), já que o jogo interior foi absolutamente igual (19/40 e 19/43 para os dominicanos), e perdendo nos lances livres (15/22 e 18/22), confirmando a igualdade pontuadora sob intensa pressão defensiva interna, advindo dai a pequena e decisiva vantagem obtida nas bolas longas, lideradas pelo especializado armador Benite…

No entanto,devemos salientar o quanto tem oscilado a seleção frente a nova maneira de jogar, quando em inúmeras ocasiões um dos pivôs recebe a bola de costas para a cesta e o restante da equipe paralisa sua movimentação, como que esperando o que irá fazer seu companheiro, cercado e pressionado até em dobra, torcendo para que devolva a bola para um longo arremesso, como que uma marca indelével pelos anos e anos de aventura lá de fora…

Nessas situações, mais do que nunca a movimentação deveria ser mantida, dentro e fora do perímetro, numa ação sem a bola, porém fundamental para a abertura de espaços dentro e fora do mesmo, confundindo a marcação e aliviando a pressão no pivô de posse da bola. Trata-se do ponto fulcral do sistema de dupla armação e três pivôs móveis agindo e interagindo dentro e fora das zonas ofensivas, onde todos participam e se entreajudam com e sem a posse da bola…

No entanto, reconheço ser este patamar de difícil aprendizado por uma geração solidamente  estabelecida no sistema único, necessitando de um período reconstrutivo em uma relativamente longa etapa de treinamento, claro, se for este o objetivo a ser alcançado frente ao novo conceito de jogar, onde a criatividade e profunda leitura de jogo dotará a todos de um arsenal de jogadas nascidas de situações pontuais e irrepetíveis, e não pré desenhadas e exigidas através uma prancheta limitadora e coercitiva. Correções podem e devem ser feitas pela direção técnica, porém dirigidas à percepção exógena de ações defensivas e ofensivas dos adversários, não captadas pelos jogadores em quadra no calor das disputas. Sua ação básica e profunda se desenvolve nos treinos, minuciosos, estudados e coerentes…

Finalmente, vamos aguardar o jogo decisivo de hoje, onde uma defesa forte e um ataque solidário terão de ser desenvolvidos para a conquista da medalha, mas para tanto os jogadores terão de se despir dos arroubos individuais e personalistas, trabalhando em conjunto e com solidária entrega…

Amém.

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NOVOS ARES?…

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O habito do 1 ao 5 está tão solidamente arraigado na mídia especializada, que o Benite para ela é um ala armador, num clamoroso erro de avaliação, ou mesmo, conhecimento técnico, pois o jovem jogador foi, é e sempre será um armador, e dos bons, mas que migrou por varias equipes no intuito de se firmar na posição, mas pelo seu potencial nos longos arremessos, sempre foi “escalado” como um ala, no máximo como um 2 (no jargão da turma do sistema único), quando seu DNA é de um armador bastante técnico nos fundamentos básicos da posição (o drible, a finta e o passe), além de sua capacidade pontuadora nos longos arremessos, e no tão relegado DPJ…

Nessa fase da seleção, ele estando na companhia de um outro armador de técnica bastante similar (Luz, Larry e principalmente o Fisher ) dota a equipe de um potencial municiador enorme, ainda mais quando os alas e pivôs são dotados de velocidade e agilidade no perímetro interno, que é uma surpreendente realidade nesta safra de homens altos, mais leves, e acima de tudo, de grande mobilidade…

E mais um importante detalhe, trata-se de um armador na faixa dos 1,90m, dotando-o de apreciável capacidade defensiva, principalmente na contestação dos arremessos fora do perímetro, e na briga nos rebotes, faltando somente se conscientizar de que é a posição mais vantajosa frente às suas qualidades físicas e técnicas, que o levarão a um elevado patamar na medida de sua capacitação na leitura de jogo, claro, se se mantiver armador, e não um híbrido ala armador…

E com uma eficiente, técnica e coordenada dupla armação, a equipe brasileira parece querer romper um paradigma aparentemente estratificado, aquele que escravizou, e ainda escraviza nosso basquetebol ao anacrônico, ultrapassado e covarde (por se negar evoluir…) sistema único, aquele do 1 ao 5, que limita jogadores a posições “especializadas”, bitolando-os às mesmas, e que em muitos casos se tornam capitanias hereditárias, inclusive nas seleções…

Enfim, esta seleção dá um passo bastante importante na evolução do grande jogo entre nós, que se qualificará muito mais, na medida em que mantenha a dupla armação e três homens altos velozes, ágeis, hábeis, e acima de tudo, se movimentando contínuamente dentro do perímetro, abrindo generosos espaços para serem municiados de fora para dentro pelos armadores, propiciando conclusões próximas a cesta e devoluções no sentido inverso, para  arremessos de fora livres e bem equilibrados, e também importante, estarem em bom número posicionados para os rebotes ofensivos, fundamentais aos bons resultados…

A equipe brasileira se encontra no portal para atingir esse estágio, bastando manter o foco num sistema de jogo em tudo antagônico ao “único”, o que não é uma tarefa fácil, mas torço para que tente, pois poderá, lá na frente, colher bons resultados, talvez em 2016, e certamente para 2020…

No jogo de hoje, contra uma experiente Venezuela,  todas estas possibilidades ficaram patentes, porém com um senão, um certo distanciamento da intensidade de ontem contra Porto Rico, o que tornou a partida menos impactante, cadenciada e um tanto dispersa, mas mantendo sua nova forma de jogar o grande jogo, atacando em uníssono, defendendo com eficiência, e sem a volúpia dos três pontos (foram 5/12), ações que poderiam ter sido mais amplas se mantido o excelente empenho da véspera. Amanhã, contra os Estados Unidos poderemos atestar, ou não, este novo momento da seleção, que se mantido, dotará a equipe de algo impensável até bem pouco tempo atrás, ser proprietária de uma forma eficiente e diferenciada de atuar. Espero que assim continue…

Amém.

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ALELUIA!…

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Enfim, um time de verdade, mesmo com uma perfeitamente dispensável convergência (18/30 de 2 pontos e 16/34 de 3), quando (e ai a nossa tradicional continha…) bastaria ter trocado a metade dos erros nos 3 (9 tentativas) por arremessos de 2, para ultrapassar em muito os 100 pontos, que seria uma arma psicológica poderosa para os próximos encontros, pois conseguido contra um tradicional e forte adversário como Porto Rico…

E Porto Rico, meus deuses, fincando um pé no seu lado tradicional de peladeiros profissionais, e outro tentando (e não conseguindo) se submeter a uma improvável disciplina universitária de um Rick Pitino, completamente por fora de uma competição antítese da que estabeleceu brilhantemente na NCAA desde sempre…

Os brasileiros, mais leves e soltos, sem mastodontes de plantão (até o JP Batista afinou bastante), puderam combater dentro e fora do perímetro, com a velocidade ansiada pelo hermano de a muito tempo, o que o fará repensar substituir a eficiente agilidade apresentada por alas pivôs realmente atléticos, flexiveis, velozes, pela cavalaria vinda da NBA, e condicionada a exigências contratuais na maioria das vezes draconianas, principalmente perante a realidade de insolvência econômica de uma CBB em estado pré falimentar…

E o que dizer da permanente dupla armação utilizada inteligentemente por um Magnano que, inclusive, já dispara sonoros e cabeludos palavrões a cores e som estéreo, se inserindo na habitual linguagem de grande parte de seus colegas tupiniquins, mas sendo coerente com sua convocação de cinco armadores, tendo sido deixado na mão pelo hipotético melhor deles, o Raul, que se mandou para os braços milionários da NBA, deixando um vácuo na equipe, que sequer pode ser preenchido…

Mas os que ficaram deram conta do recado, saindo, desde pressões quadra inteira, até uma boa distribuição de jogo interior, sem contar a boa pontaria do Benite com bolas recebidas de dentro para fora, deixando-o à vontade para os disparos livres e equilibrados que executou, assim como, agindo como um eficiente armador sempre acompanhado dos outros três, numa combinação de “n” fatores responsável pela fluidez do jogo coletivo, muito bem coordenado…

Os homens altos supriram os dois pontos fulcrais de seleções anteriores dirigidas pelo argentino, a mobilidade defensiva dentro e fora do perímetro, e a velocidade constante nos deslocamentos ofensivos, que poderão ser bastante melhorados no momento que exercerem corta luzes próximos a cesta, um tabu que assombra a esmagadora maioria dos estrategistas nacionais…

Na verdade, temos muito bons jogadores altos, aptos ao jogo veloz no ataque, e mais aptos ainda nas anteposições defensivas, que seria o próximo e definitivo passo para uma evolução técnica de peso, principalmente no exercício de defesas à frente dos pivôs adversários, que é uma ação temida em nosso país, exatamente pela falta de treinamento na formação de base, mas que pode ser revertida na elite, sim senhores, na elite, nas seleções, no que serviria de formidável modelo aos que se iniciam, em vez de enterradas e desvario nos três pontos…

Mas Paulo, no jogo de hoje “destruímos” nos três, ou não?…

Perante um adversário inerte e amorfo na defesa, correto, no entanto, perdemos uma ótima oportunidade prática de substituir alguns petardos de longe, por um jogo interno mais eficiente, a partir do momento em que estabelecemos uma dupla armação fluida e devastadora…

Bem senhores, creio que o jogo de hoje alcançou um parâmetro que custou bastante tempo para ser estabelecido com sucesso, a exequibilidade do jogo coletivo apregoado e perseguido pelo teimoso hermano, que não precisaria realizar romarias aos Estados Unidos e Europa, na busca de apoio de “nomes” mais compromissados com suas belas rendas dolarizadas (a exceção não conta…), do que com os riscos físicos na defesa de nossas seleções, perfeitamente sobre estabelecidos por valores menos marqueteados, porém aptos e habilitados para os suprirem com vantagens, antes insuspeitadas pela maioria de nossa subserviente mídia especializada, mas fartamente apregoadas em humildes trincheiras, dentre as quais este mais humilde ainda blog se insere desde sempre, também…

Mas Paulo, que jogo coletivo é este?…

É aquele praticado por uma equipe através uma competente dupla armação, servindo e abastecendo três alas pivôs rápidos, ágeis e velozes, interagindo no cerne da defesa adversária, e defendendo com as mesmas valências mais uma, especial, única e indivisível, o compromisso e o comprometimento a uma forma diferenciada de jogar, tornando-a proprietária de algo seu, exclusivo, único, e que tão bem conheço em décadas de utilização…

Torço para que assim continue, porém convergindo menos (que é uma ação temerária na maioria das vezes…), sedimentando um caminho para 2016 realmente otimista e perfeitamente factível…

Amém.

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Nota – Perdoem a deficiência de imagens, pois foram captadas de uma tv analógica.

A FULCRAL (E LETAL) IGNORÂNCIA…

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Saio por alguns momentos da faina de reformador de uma casa de 39 anos, desgastada pelo tempo, mas porto seguro de minha família, e merecedora de uma faxina em regra, claro, na medida de minhas possibilidades de professor aposentado e técnico bissexto, para voltar ao blog um tanto cansado com tanta asneira e ignorância que massacra e denigre o grande jogo tupiniquim…

Começando pelas campanhas do nosso basquete feminino lá fora, no Pan e no Mundial sub 19, onde o resultado das formatações e padronizações técnico táticas impostas pelos estrategistas permanentes e perenes de plantão se fazem sentir pelo seu lado mais sombrio e constrangedor, senão vejamos:

– Na sub 19 em seus dois jogos iniciais na Russia, apresentam números assustadores:

            33/115 nos 2 pontos (28.6%)

            5/24   nos 3 pontos (20.8%)

           26/47  nos L.Livres  (55.3%)

            57 Erros de Fundamentos – 28.5 pj

Ou seja, não dominam os arremessos e muito menos os fundamentos básicos, mas, segundo a comissão técnica, apresentam um bom e disciplinado basquete, com muita raça e dedicação (só contra a Austrália cometeram 32 erros…), que são requisitos naturais a uma seleção nacional, e que não aufere a mesma grandes voos frente às suas carências na ante sala da divisão master, imperdoável em seu abandono do básico em função dos cordéis de fora para dentro da quadra manejados por estrategistas comprometidos e compomissados com um sistema anacrônico de jogo, que de forma alguma poderá funcionar sem o apoio basilar dos fundamentos do jogo…

– No Pan, os números também são deploráveis, após uma preparação de 30 dias, muitos dos quais perdidos nos meandros de “testes científicos”, medições antropométricas variadas, palestras motivacionais, exposições táticas a não mais poder, coletivos para adquirir “ritmo de jogo”, amistosos para adquirir mais ritmo ainda e experiências reais, tudo isso e mais alguma coisa, dissociados da estrutura básica, os fundamentos, e ai estão os números após sua participação em 5 jogos:

               88/216  nos 2 pontos (40.7%)

                22/93   nos 3 pontos (23.6%)

                72/102 nos L.Livres  (70.5%)

                 98 Erros de Fundamentos – 19.6 pj.

Que no frigir dos ovos praticamente repete o vicio da base, num monocórdio carrocel de algo que parece inamovível na preparação de jogadores (as) em nosso país, a progressiva substituição dos fundamentos pelos sistemas de jogo, promovida por pseudos e falseados técnicos (muitos provisionados e “formados” em cursos de 4 dias…), que acreditam piamente no processo osmótico, no qual a proximidade física e visual de bons profissionais é suficiente para suprí-los de conhecimentos que aqueles adquiriram em décadas de muito estudo e trabalho, meritório trabalho, além, e isso se torna mais claro a cada dia e seleções que passam, utentes da fórmula mais letal que cerceia o desenvolvimento do grande jogo, a utilização corporativista do inefável Q.I., arma de morte do nosso infeliz basquetebol…

Por tudo isso, e garimpando comentários na mídia especializada, de “conhecedores” do nosso indigitado basquetebol, me deparo com um deles, lapidar em sua fria ignorância:

Sim, essa seleção é formada por várias atletas sem fundamentos básicos e todos sabem ou deveriam saber que atletas não aprendem fundamentos na seleção adulta. No mundo inteiro é assim: a menina aprende fundamento na base, coloca em prática no clube, se destaca e as melhores chegam à seleção. Aqui no Brasil, os gênios do basquete feminino querem fazer diferente do que o mundo inteiro faz. Não tem como esperar por bons resultados com essa “filosofia genial”.

Por isso.por tudo isso, é que nos encontramos nesse estágio de decrepitude técnica, e por conseguinte, tática também, pois se exercitar, praticar, desenvolver, aprender e reaprender os fundamentos básicos de qualquer atividade desportiva de quaisquer níveis, idade, posicionamento e experiência prática, independe do fator tempo, já que aprender, reaprender e apreender conhecimento é a fórmula imutável de adquirir o domínio pleno de uma atividade humana e inteligente desde sempre…

Amém.

Fotos – Reprodução da Tv e Divulgação FIBA. Clique nas mesmas para ampliá-las.