POR QUE NÃO DE 2 EM 2, POR QUE NÃO?…

P1090444-001P1090445-001P1090446-001P1090448-001P1090470-001P1090485-001P1090495-001P1090504-001Bauru venceu o Flamengo convergindo mais uma vez (15/30 de dois e 11/29 de três, com seu adversário fazendo 22/37 e 7/30 respectivamente), numa refrega periférica, que alcançou a “justificada” artilharia (afinal estamos perante “especialistas”…) de 18/59 bolinhas, ou seja, 54 pontos em 177 possíveis, sendo 123 jogados fora por ambos…

Somente 20/18 pontos foram o que conseguiram dentro do garrafão, e olhe que estamos falando de pivôs de boa categoria, tanto os tupiniquins, como os de fora, alguns de seleções nacionais, abandonados ao ponto de deixar o bom Alexandre exilado em algumas bolas que garimpou fora e dentro, e olhe lá…

Os lances livres não determinariam qualquer outro resultado, pois perderam 7 e 8 (12/19 para o Flamengo e 21/27 para Bauru), e até se equilibraram no excesso de erros de fundamentos (13/16), assim como nos rebotes (34/37), desnudando o fator que realmente decidiu a partida, a festança dos três pontos, onde a equipe paulista (11/29) conseguiu 4 acertos a mais que a carioca (7/30), definindo o jogo a seu favor no aspecto ofensivo, fortemente lastreado pelas eficientes contestações defensivas que executou por sobre uma equipe não tão eficiente nas mesmas, por conta de um comprometedor relaxamento ante uma muito bem conhecida “fabrica de pombos”…

E é nesse ponto que se faz necessária a presença de um raciocínio lógico, não aquele monocordicamente exposto em pranchetas midiáticas de técnicos que tentam (em vão, reconheçamos…) aprisionar jogadas que somente são factíveis em suas cabeças e pranchetas, esquecendo o fator mais contundente de que não se repetem nunca (escrevi um artigo a tempos sobre o assunto – Mestres do olhar e do movimento),deixando de lado os verdadeiros e sutis fatores que determinam vitorias e derrotas, como no caso deste jogo em particular, que poderia ser definido sob duas condições, forte defesa fora do perímetro, e mais forte ainda jogo interior, e o mais instigante, por ambas as equipes, que trocaram tais e corretas evidências pelo mais puro duelo lá de fora, pois foram 59 “injustificaveis” petardos com somente 18 acertos, sendo 11 de Bauru, que levou a vitoria para casa…

Qualquer das duas equipes que tivesse priorizado o jogo interno, face aos bons pivôs que possuem, teria vencido com mais vantagem no placar (mesmo de 2 em 2 e 1 em 1)), mas como ambas abdicaram desse “ínfimo” pormenor (vide a festança do Hettsheimeir lá de fora), venceu quem acertou a última, desligando a luz ao sair da quadra…

Quando presencio a realidade de algumas equipes que ponteiam o campeonato, e sua voracidade pelo jogo externo, sem minimas projeções de algo diferenciado taticamente, principalmente no jogo interior, lanço um olhar pesaroso para mais adiante, na direção de nossas seleções, da base a elite, municipais, estaduais e nacionais, onde o exemplo passado aos mais jovens se espelha no chega e chuta, nas fantásticas enterradas, tocos magistrais, e defesas passivas e condescendentes, e o mais emblemático, tudo sob a tutela dos estrategistas, saltitantes, nervosos e totalmente voltados aos seus inesgotáveis egos, que se insuflam na presença das luzes vermelhas das câmeras ON AIR…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

VAMOS JOGAR A…

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P1090405-001P1090410-001P1090415-001P1090411-001P1090416-001P1090418-001P1090425-001P1090421-001P1090424-001P1090430-001Foi a vitoria da equipe que optou em fluir o jogo através uma tripla armação, dinamizando seu ataque num corrossel imparável, escorado por um quarteto de pivôs muito rápidos e potentes, capazes, de aos pares, acompanhar a velocidade da trinca externa, além de, por seu dinamismo, criar sérios obstáculos defensivos nos cariocas, que, como vem acontecendo nas últimas partidas, preferiram, nos momentos decisivos da partida as longas bolas, com seu percentual de acerto sempre inferior ao jogo interno, em vez de duelar diretamente com a turma alta dos paulistas, que ao insistirem “lá dentro” arremessaram 17/20 lances livres, contra 11/14, determinando os 6 pontos decisivos do jogo, em quase tudo parecidos nas bolas de 2 (14/32 e 16/37), e de 3 (11/24 e 10/19 respectivamente), até nos erros de fundamentos (13 e 14)…

Poderia se dizer que o fator decisivo foram as 13 bolas perdidas de três do Flamengo, contra 9 de Limeira, cuja equipe contestou com mais eficiência do que a equipe carioca, haja vista a marcação linear e horizontal do pequeno Jackson sobre o Marcos com seus 2,07m, obrigando-o a um excelente 6/7, porém anulando totalmente sua capacidade penetradora, um de seus pontos mais fortes, além de praticamente cortarem pela raiz a eficiência pontuadora de fora dos demais rubro negros…

Fiorotto, Mineiro, Teichmann e Hayes, juntos a Nezinho, Ramon, Jackson, Dalla e Derick, formam hoje a equipe mais rápida e dinâmica da Liga, onde a movimentação constante e infiltradora, cria excelentes espaços de manobra ofensiva, sempre focando diretamente a cesta, e não se perdendo em passes de contorno como a equipe carioca, aferroada ferozmente aos exigentes pedidos de obediência tática a jogadas mil, com aplicabilidades nem sempre condizentes com as exigências táticas daqueles momentos mais decisivos, porém imperiosas para seu técnico, mais preocupado com o desenvolvimento das mesmas, do que atento àqueles sutis aspectos técnico individuais que seu adversário captava com mais prontidão e perspicácia, vencendo a partida por se comportar daquela forma, apesar de quase por tudo a perder com seu temperamento exibicionista e até certo ponto imaturo e infantil…

Mas, como sempre vem acontecendo nesse NBB, como nos anteriores também, algo de muito mal gosto e pouco inteligente vem grassando no âmbito da arbitragem, a teimosa e dispensável “arbitragem pedagógica”, aquela que teima em “ensinar” as regras pela TV, com juizes microfonados, e sempre dispostos ao recado – Da próxima vez dou falta técnica – fator altamente dispensável numa divisão profissional onde o conhecimento das regras é obrigatório, e onde a aplicação das mesmas tem de seguir padrões bem determinados, onde a inexistência da “próxima vez…” é uma de suas bases legais…

Finalmente, com o decréscimo das convergências, onde somente as equipes de Bauru, Paulistano e Ceará se mantem fieis às mesmas, e mesmo uma redução significativa nos arremessos de três pontos pela maioria das equipes na competição, vemos, aos poucos, a evolução do jogo interior, exigindo pivôs mais elásticos, ágeis e velozes, substituindo os lentos cincões, todos convenientemente servidos por armadores cada vez mais bons leitores de situações de jogo, agilizando e tornando-o mais dinâmico e próximo a cesta, aumentando, por conseguinte, a eficiência e a precisão dos arremessos, onde até o desaparecido DPJ ressurge em toda sua eficiência vencedora…

Pena que toda essa bem vinda evolução se processe ainda em torno do sistema único, quando outros sistemas ofensivos poderiam emergir desse marasmo, dessa mesmice endêmica estabelecida, porém, somente possível através outras cabeças pensantes, infeliz e coercitivamente afastadas da liga master do grande jogo deste enorme e muito injusto país…

Mas, como o corporativismo impõe o “vamo que vamo” atual, rezemos aos deuses para que um dia se faça justiça ao mérito, e não ao infeliz e desmoralizado Q.I…

Amém.

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DEPURANDO…

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Antes eram poucos os jogos transmitidos, gerando comentários pontuais e um pouco afastados da realidade técnico tática das equipes, agora, com a profusão de transmissões, pela TV e WEB, um retrato mais nítido da atualidade do grande jogo, pode ser estabelecido, com mais rigor e fidedignidade…

 

Sem dúvida alguma, pouco mudou na forma de jogarmos, onde o sistema único se mantêm absoluto, intocável, como um dogma irrecorrível, estabelecido e corporativado rigidamente, inclusive através os novos técnicos da liga, onde jogadores das cinco posições reconhecidas e aceitas, estabeleceram hierarquias e classificações que qualificam equipes sobre outras, que pela similitude tática se sobrepôem com mais frequência, e onde os tropeços correm por conta do acidental…

 

No entanto, não está sendo uma daquelas equipes de maior investimento nos “nomões” do mercado que está liderando a competição, e sim uma, a de Limeira, que apesar de empregar o mesmo sistema das demais, se diferencia por um único fator, a permanente dinâmica de todos os seus jogadores em quadra, obrigando as defesas oponentes a um deslocamento sequencial e contínuo, gerando espaços e distâncias por onde se infiltram seus dois, e até três armadores, que finalizando ou passando de dentro para fora do perímetro, proporcionam infinitas possibilidades de arremessos livres, equilibrados e mais precisos, mesmo os de três pontos…

 

Um outro fator positivo, se é que de dentro da rigidez tática possa existir algo inovador de verdade, tem sido a importância ofensiva dada aos pivôs, todos atuando de forma mais solta, com muito poucos ainda se comportando estaticamente no ataque, agindo dinamicamente, mesmo quando abrem para os corta luzes, e que estão sendo mais lançados por armadores em duplas, numa evolução que tem mantido o sistema único respirando…

 

Mais um outro, vem somando a esse ensaio evolutivo de um sistema caduco, o empenho contestador às bolas de três pontos, originando resultados surpreendentes em vários jogos, ao revelar sua maior deficiência, o de ter sido criado para os embates de 1 x 1, jamais para o de 5 x 5, dai o sucesso de Limeira ao acionar todos os jogadores dentro da quadra, mesmo que pouco taticamente tenham a oferecer, a não ser o espaçamento para a artilharia de fora…

 

Creio que mais um pouco, e perante estas pequenas, porém importantes evoluções, sistemas melhores, mais estudados e pesquisados venham a se impor entre nós, quando a necessidade de novas cabeças sejam acionadas para exequibilizá-los, pois a maioria dos ai estão se negarão sempre a fazê-lo, por desconhecimento ou corporativismo mesmo, assim como um outro estilo de relacionamento com as arbitragens seja estabelecido, pois o que agora assistimos raia ao ridículo de ambas as partes, onde o estrelismo é disputado no tapa quando a luzinha vermelha das câmeras se acendem, lançando lares a dentro imagens e diálogos constrangedores e de péssimo exemplo para os mais jovens, e por que não, para os adultos também…

 

Finalmente, bem antes de atingirmos as etapas acima descritas, um outro e lamentável fator tem de ser equacionado desde a base, desde o início da carreira de qualquer jogador, o de sua péssima formação nos fundamentos do jogo, atividade que deverá acompanhá-lo por toda sua vida atlética e pessoal, dai a necessidade do mesmo ser ensinado com o maior rigor, por técnicos e professores comprometidos com a qualidade e não com fictícias titulações visando falsos currículos, e sim na formação plena e cidadã dos jovens em suas mãos, para que não se perpetue o que testemunhamos nos dias atuais, como por exemplo neste NBB7, onde nos últimos 12 jogos efetuados, 338 erros de fundamentos aconteceram, numa média de 28.1 por jogo, sendo que em um deles, Pinheiros x Uberlândia, 44 foram cometidos, num continuismo natural do que vem ocorrendo com a LDB, que em suas cinco últimas rodadas (60 jogos), perpetraram 2151 erros (35.8 em média), com jogos alcançando 55, 49, 48, 44 erros, rodada após rodada, numa demonstração exemplar, já que se tratam de jogadores entre os 18/22 anos, cuja formação desde a sub 12/13 os levaram a tão contundentes números, que se estenderão a LNB no futuro…

 

Enfim, gostaria de traçar um retrato mais positivo para o nosso querido basquetebol, mas que apesar de tudo, continua sendo o grande jogo, o grande jogo de nossas vidas, daqueles que realmente o amam, o estudam, o pesquisam, o ensinam, o divulgam desde sempre…

 

Amém.

 

Fotos – Reproduções da TV e WEB. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

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O UNGIDO…

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Ungido para um cargo ministerial, o mais importante, o de ministro, confessa publicamente, e na maior e reluzente cara de pau, que nada entende de sua função num ministério voltado aos esportes, mas, pela sua folha corrida de pastor religioso, comunicador e radialista, entende de pessoas, e estamos conversados…

E como inicio de sua gestão, procura orientação junto a presidência do COB, e de cartolas do futebol, que sequer, o cobiano, o prestigiou na posse, mas por baixo dos panos, armadilhou a continuidade do diretor, ou gestor, sei lá de que, do desporto de alto nível, garantindo a continuidade das gordas verbas para a elite, e determinando, em contra partidas, quem pode ou não transitar e trabalhar no tal desporto de alto rendimento desta indigitada e caótica nação…

Enfim, temos um ministro que sequer “está” ministro (definição brilhante de Eduardo Portela), desonerado de comando, penduricalho sobraçando uma biblia, sua primordial (e talvez única) literatura…

Ministério do Esporte que sequer comanda de verdade a maior competição desportiva da terra, as Olimpíadas, entregue a outros tantos que pouco ou nada sabem do desporto como elemento básico na formação de jovens, mas são PHD’s em administração e partilha de verbas, entre tudo que representa a fantástica arte de ganhar dinheiro, muito, muito dinheiro, com suas megalômanas promessas de legados quase sempre fictícios e falaciosos, pela omissão criminosa do maior de todos, o investimento maciço na educação de base, cerne de toda nação que se preza como nação, porém um fator altamente perigoso para a continuidade de projetos políticos, onde a ignorância os mantêm seguros (os nazistas incineravam livros, os daqui, sequer os produzem de qualidade…)…

Um país desta dimensão que se dá ao luxo de nomear ministros desse quilate, honestamente, não merece ser levado à serio no concerto internacional, não só o desportivo, mas muito mais no âmbito educacional e cultural, e que ainda se atreve cinicamente a ousar liderar outros mais com tal postura, onde um “Brasil, pátria educadora”, soa como uma tragicomédia  insana e irresponsável…

Mas lá no fundo merecemos o que aí está, afinal de contas se lá estão é por que para lá foram reconduzidos pela maioria, pelo voto, logo, como no desporto sério e educativo, perder, sabendo avaliar os porquês das derrotas, talvez, lá na frente, nos ensine o doce, porém fugaz sabor de vencer. Até lá, paguemos os dízimos devidos…

Amém.

Foto – Reprodução do O Globo.

 

ORANGOTANGO ANCIÃO (OU QUEM SABE, UMA INSTIGANTE VIAJADA SOBRE QUEM JAMAIS PREGOU UM PREGO SEM ESTOPA POR ESSE MUNDO AFORA)…

 

                                                                                                                                                                                                                            orangotango-velho-03-17929392-271x300

(…)De qualquer forma, a aproximação da NBA já vale como um baita reconhecimento ao trabalho da liga nacional. Serve como um gesto de aprovação ao trabalho feito até aqui, que pegou um esporte no buraco e o transformou num produto que atraiu o interesse estrangeiro, contando antes com aporte do ministério do Esporte e de uma patrocinadora estatal. No que vai resultar esse envolvimento, ninguém sabe ainda. “Ficam me perguntando o que esperar disso? Digo que não sei”, afirma Cássio Roque, o presidente da LNB. “Só sei que estamos ao lado da companhia certa.”(…)

Esse é o último parágrafo do excelente artigo do Giancarlo Gianpietro no seu blog Vinte Um, e que deixa no ar um mundo de expectativas quando o presidente da LNB afirma quando perguntado sobre a parceria com a NBA –   “Digo que não sei”(…) “Só sei que estamos ao lado da companhia certa.”

Muito bem, se o presidente signatário de tão impactante parceria, feita pela primeira vez no mundo pela mega liga americana, diz que não sabe no que vai dar, quem então saberá, eu, você leitor, quem?…

Macaco velho, digo, orangotango ancião que sou das idas e vindas do grande jogo em nossa terra, sinto atrás da orelha, não uma pulga se instalando, mais sim um baita e trombudo elefante, que me deixa muito, muito curioso, e mais ainda, preocupado…

Curioso, pelo simples fato do porque da mega liga se associar a nossa, quando mercados asiáticos e orientais, e mesmo europeus, economicamente promissores e fortes, não receberam (ou  dispensaram…) tal primazia, centrando para um mercado insipiente no mundo da modalidade, porém, precioso quando o foco de interesse maior da grande e hegemônica nação, representada por uma de suas fortes e poderosas ligas desportivas,  decide massificar sua presença no país, incutindo e sedimentando seus programas e sofisticada organização junto aos jovens, trazendo-os para sua esfera de forte influência esportiva, social, e por que não, politica também, pois afinal de contas, obter a simpatia e aprovação do segmento  jovem de uma nação, que virá a ser neste século a líder na produção de petróleo e proprietária da maior reserva de água do planeta (riqueza esta que será, em prazo não muito distante, disputada no tapa…), sem dúvida alguma se constituirá num excelente investimento, e rentabilíssimo negócio a longo prazo, como consta em sua longa tradição comercial globalizada, tendo o esporte como um importante elo nessa escalada hegemônica…

Preocupado, pelo fato de que constarão no processo educacional de nossos jovens, influências técnicas, sociais e políticas sobre tais riquezas, cabendo futuramente aos mesmos a condução do país de encontro à sua independência e total autonomia, ou subserviência gestora, perante o realismo de sua deficiente formação educacional e cultural, para  alcançar a garantia de que atingirão as metas de seu desenvolvimento, ou não, onde o sempre marginalizado desporto muito pouco  contribuirá nessa formação, ou não…

Torna-se importante que as futuras gerações pudessem ser também inspiradas por ícones desportivos, artísticos e culturais, nacionais de preferência, com seus exemplos de  luta e perseverança, envolvidas sob o manto de uma politica nacional de educação, de desporto, de artes, que muito auxiliaria aqueles que investissem pesadamente neste precioso nicho, no intuito de liderá-lo e orientá-lo em suas conquistas ou coercitivas entregas, e nada mais oportuno do que inteligentes tentativas, através influências exógenas venham a ocorrer, como uma liga majoritária do basquetebol mundial, cuja penetração e aceitação vem se tornando fortemente presente em nossas fronteiras, principalmente no segmento mais jovem, bastando somente investir, organizar e influenciá-lo in loco, para colher mais adiante o produto de seu planejado, ousado e bem pensado investimento…

Honestamente, não acredito em benemerências e ajudas para o progresso do grande jogo entre nós, advindas de uma liga que divulga abertamente seu interesse comercial voltado ao lucro, aos bons negócios, que tem às suas costas uma gigantesca base escolar, universitária e comercial alimentando e sustentando-a, em oposição à nossa realidade, extremamente distante daquele modelo, quando outros mercados ofereceriam à mesma, vantagens também rentáveis, a não ser que, num prazo razoável e de paciente espera, outros e estratégicos ganhos venham a beneficiar, não só os seus interesses desportivo/comerciais, como os de seu país num todo econômico, político e cultural, emoldurando uma inteligente, oportunista e estratégica parceria de quem sabe realmente o que quer atingir, e como conseguí-lo…

Mas, se por um outro lado, a mega liga aqui aportar, para simplesmente doar sua expertise no domínio e vasta experiência no grande jogo, visando seu desenvolvimento técnico, gerando sua popularização e decorrentes receitas parcimoniosamente divididas entre as partes parceiras, em equânime comando, acredito que sob tais circunstâncias a viajada seria muito maior, ou alguém duvidaria?…

Por tudo isso, teço sérias desconfianças sobre a mesma, sem objetivos explícitados, às claras, desprovida de amplos, abertos, e  democráticos debates, principalmente quando propostas deste porte se restringe decisoriamente a uns poucos, dentro de um cenário limitado bem aquém de nossas reais necessidades, e por que não, exigências, afinal, vultosas verbas públicas também estarão sobre a mesa para serem administradas, por quem, e com que objetivos?…

E muito mais me preocupa, a constatação da ainda presente continuidade histórica de nossa colonizada genuflexão atávica a interesses de nações que, desde sempre, investiram pesado em nossa reconhecida tradição de povo receptivo e afável, talvez receptivo e afável um pouco demais. Afinal, o próprio presidente da Liga afirma nada saber, mas sente estar na companhia certa, será?…

Amém.

Foto – Internet.

 

 

COMEMORAR OU CHORAR?…

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Últimos dias do ano, e a LDB cumpre mais uma etapa de seu torneio que visa o aprimoramento de uma divisão sub 22, vinda de uma formação de base equivocada e defeituosa, que a cada etapa faz emergir progressivamente, um número absurdo de erros de fundamentos, que na primeira rodada de hoje ultrapassou o inimaginável patamar de 464 erros em 12 jogos, com equipes indo de 10 a 31 erros, e jogos de 29 a 55, isso mesmo, 55 erros num só jogo, e apresentando numa análise mais genérica, 38.6 erros por jogo (19.3 por equipe)…

Legal, na divisão que é a porta de entrada do NBB (nos Estados Unidos essa passagem é representada por milhares de escolas secundárias e outro tanto de universidades alimentando a NBA), nossos jogadores ainda “brigam” com a bola, divergem no controle gravitacional de seus corpos, desconhecem técnicas básicas da ação individual, quiça as coletivas, esnobam a defesa, se acham (devidamente incentivados…) especialistas nos três pontos, e “treinam” exaustivamente (palavrinha muito em moda,,,) as gloriosas enterradas midiáticas, mentirosas, enganadoras e pseudamente estelares…

Estou curioso com o numerário desalentador das rodadas subsequentes, que não mais mencionarei, fico entalado com esse número, 464, porém sugiro àqueles que realmente procuram entender e estudar o grande jogo, que o façam, contabilizem, armazenem, para mais tarde descobrirem o “quem é quem” advindos dessa divisão “formativa”, ah, não esquecendo de maneira alguma quem os “formou”…

É isso ai, para fechar o ano, desculpem a crua franqueza, com números que não são meus…

Amém…

Foto – Divulgação LNB.

 

CONVERGINDO, DIVERGINDO, INDO…

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Chegamos a mais um ano de NBB, que recomeçará em duas semanas de “descanso e férias” para alguns, e merecido aconchego familiar para a maioria, com um único porém, o fato de serem todos profissionais, que tiram seu sustento dentro das quadras de jogo e treinamento, e que deveriam aproveitar ao máximo esses 12 dias, ou 24 treinos, para acertarem os fundamentos e a compreensão e leitura dos sistemas propostos por seus técnicos, que se apresentaram com muitas falhas, muitas mesmo, originando um pseudo equilíbrio técnico e tático, frente a mediocridade apresentada pela maioria das equipes participantes, mesmo as mais bem colocadas. Férias, descanso e aconchegos deveriam ficar para depois de maio com o encerramento da temporada, ai sim, com as benesses a que todos têm direito, vencendo, ou perdendo…

 

Foram muitos os jogos assistidos, com uma Sportv aumentando sua grade semanal (quem sabe a presença da parceria NBA/LNB tenha despertado seu interesse…), e as transmissões pela Web da Liga, onde constatamos a cada partida o quanto de mesmice técnico tática ainda prevalece na realidade da maioria, com uma ou duas exceções, muito pouco para uma reversão de importância maior…

 

Exemplificando:

 

– Num jogo com 36 erros de fundamentos, Franca com 14 e Pinheiros com 22, fizeram uma partida dura de se assistir, principalmente pela similitude de ambas no duelo de bolinhas (7/25 para Franca e 8/24 para o Pinheiros), que somado aos 36 erros apontados, desenharam um estilo de jogar que tem se tornado um lugar comum presente na esmagadora maioria dos jogos dessa competição, que deveria ser de elite, mas desculpem, não é, mesmo, basicamente se continuarem a competir dessa forma. Venceu Franca por ter se interessado em jogar um pouco mais dentro do perímetro (24/37 contra 16/34), através a competência dos bons pivôs que possui. Quanto ao Pinheiros, um pouco mais de disciplina tática seria bem vinda, o que pode ser conseguida se treinarem integralmente durante esse período de “descanso e férias”…P1090333-001

– Num outro jogo, Franca teve um duro confronto com Bauru, decidido no quarto final, quando perdeu para um convergente habitual Bauru (17/27 de 2 pontos e 10/29 de 3), equilibrando a partida através um forte e consistente jogo interior (22/43 contra 17/27), perdendo ironicamente a partida ao optar seus dois ataques finais por bolas de três, através seus dois argentinos, quando deveria, fortemente, fazer valer sua superioridade interna demonstrada até aquele decisivo momento. Errou taticamente e perdeu um jogo que poderia ter vencido…

 

– Em Brasília, o time da casa teve pouco trabalho para vencer um Ceará que definitivamente não se ajusta aos pedidos de seu técnico, não sei se por excesso ou escassez de informações movidas, mais pela emoção, do que pela praticidade, ocasionando uma catastrófica convergência de 15/32 arremessos de 2 pontos e 10/39 de 3, o que impossibilita qualquer análise séria e formal…

 

–  Então chegamos ao jogo de Rio Claro contra Limeira, onde ambas capricharam no jogo interno ( 28/43 contra 25/42), com Limeira mais solta ofensivamente pela intensa movimentação de seus dois, e até três armadores, e contando com alas pivôs de grande mobilidade dentro do perímetro, ocasionando durante a partida o fator decisivo, que a levou a vitoria, os passes de dentro para fora do mesmo para os arremessos equilibrados e livres de três pontos (10/24 contra 4/15 de Rio Claro), estabelecendo uma diferença determinante em sua vitoria. Essa equipe, que vem jogando de uma forma dinâmica e coordenada entre seus integrantes, quando pouco se vê imobilismos dentro de quadra, seja dentro ou fora do perímetro, desestabiliza as defesas mantidas em constantes deslocamentos, propiciando largos espaços para as penetrações e passes seguros, além do fator acima mencionado sobre os arremessos de três pontos. É sem dúvida a equipe que mais evoluiu taticamente nesse NBB7, justificando a colocação em que se encontra…

 

– Finalmente, ao fim dessa pequena resenha, não posso deixar de comentar um jogo que deveria ter sido equilibrado entre Pinheiros e Palmeiras, mas que infelizmente não o foi, por obra e graça de uma equipe absolutamente equivocada em sua forma de atuar tecnicamente, e ler o jogo da forma tática mais errônea ainda, pois convergindo fortemente (15/33 de 2 pontos e 9/32 de 3) ofereceu ao seu oponente as brechas necessárias à vitoria,  ao  duelar dentro do perímetro (18/36),  economizando seis tentativas na aventura dos três (10/26), obtendo a vantagem necessária para vencer uma partida com 29 erros (14/15), frente a um Pinheiros que tem na armação seus maiores arremessadores, quando deveriam se concentrar um pouco mais no abastecimento interno de seus pivôs, sempre relegados a um segundo plano. A não corrigir esse estilo de jogar, terá essa tradicional equipe muitos resultados desfavoráveis na continuidade da competição, sendo das mais necessitadas de um forte trabalho de reestruturação nesses 12 dias de intervalo…

 

Enfim, entre prós e contras avança esse pouco impactante NBB7, que infelizmente ainda patina na pista escorregadia da indefinição por algo realmente novo, ou melhorado, ou mesmo recauchutado de experiências positivas de antanho, que viesse revigorar um cenário já bastante cansado e desgastado frente à mesmice institucionalizada que ai está, altaneira, formatada e padronizada, por estrategistas bilíngues, e brevemente, quem sabe trilingues também, afinal de contas, uma parceria está a caminho, ou não?…

 

Desejo a todos um 2015 pleno de realizações, com muitas esperanças em dias melhores para o grande jogo, para a formulação de uma politica nacional desportiva de verdade, se é que pode ser possível estabelecê-la com os dirigentes que apontam no novo governo, mas que poderia começar a ser possível através a luta permanente e infatigável daqueles que realmente amam esse enorme e injusto país, propiciando a seus jovens a única e factível oportunidade de vida, sua educação de qualidade, direito constitucional de todos eles…

 

Amém.

 

 

PADRÃO NBA (PARCEIRA LNB)…

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Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

ATÍPICO? NÃO MESMO…

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Creio que não, pois atípico seria se a vitoria mudasse de lado, tal a disparidade de envolvimento e comprometimento que diferenciou profunda e decisivamente os dois contendores entre si…

Aquele que acompanha com atenção as características de cada equipe do NBB7, sabe muito bem que Bauru, pelas contratações que promoveu, aposta tudo na sua bem azeitada artilharia de fora, na desvairada velocidade de seus contra ataques, alimentados por uma defesa agressiva internamente, que quando resolve subir para o perímetro externo se torna também muito eficiente, principalmente nas interceptações por sobre um sistema único, utilizado por seus adversários e ela mesma, e por conseguinte, sabedora dos atalhos lateralizados nos passes de contorno, que se expõem quando pressionados. No lado oposto, mesmo se utilizando de um sistema baseado no princípio dos triângulos, e que de forma alguma tem encontrado resposta convincente por parte de jogadores que, pelos muitos anos de convivência com o sistema único, inconscientemente se utilizam do mesmo, a equipe do Pinheiros se coloca numa encruzilhada, onde por um lado tenta seguir os ditames táticos dos triângulos, e por outro, face a uma defesa mais próxima e combativa foge para as jogadas tradicionais, como punho, chifre, etc, se colocando sob um manto de incertezas e fragilidade técnica, advindo dai sérias perdas ofensivas, que frente a um distanciamento defensivo externo, permitindo um 14/28 da artilharia de Bauru, contrastando pifiamente com seus 5/26 nos três e 17/41 nos dois pontos (contra 32/44), e mais 16 erros nos fundamentos, culmina com uma fragorosa derrota (116 x 55) com 61 pontos de diferença, num resultado realmente lamentável…

No entanto, algo se sobressai indagativamente, o de como duas equipes bem estruturadas técnica e economicamente apresentam um resultado tão dispare, tão controverso, num cenário em que grandes e pequenas franquias ainda se debatem ao sabor das incertezas nos compromissos salariais, nos deslocamentos regionais e nacionais (temos equipes viajando com 8/10 jogadores), poucas são aquelas que se equilibram positivamente, e Bauru e Pinheiros são duas delas, com jogadores dos mais bem pagos e valorizados no mercado, tendo inclusive muitos estrangeiros em suas planilhas…

Então, o que poderia explicar 61 pontos de diferença entre ambas, o que?

Ter sido um jogo atípico? Não mesmo, principalmente face a qualidade de seus jogadores, da competência de sua direção técnica, da tradição competitiva do grande clube que é, e pelo equilíbrio teórico entre as duas equipes, originando uma outra face da questão, a mudança de um sistema de jogo enraizado, por um outro mais ousado (apesar de existir a muitos anos…) e dinâmico, porém sendo implantado a pouco tempo e talvez, sem um suporte didático mais adaptado às condições de mudança num prazo mais factível e menos crítico…

Explico melhor, pois tive uma experiência parecida no NBB2 junto ao Saldanha da Gama, quando num espaço de 20 dias (ou 36 treinos) consegui introduzir inicialmente um sistema, completa e diametralmente oposto ao sistema único, e que se não obteve o mais completo exito, foi pela interrupção do projeto que visava o NBB3, cujos detalhes divulguei e comentei largamente aqui neste blog…

Mas, talvez, o que o diferenciou, frente a experiência inovadora do Pinheiros, pode ter sido o enfoque didático empregado em sua consecução, através a desconstrução programada do que existia, substituido-a por uma outra proposta apresentada aos jogadores de forma fragmentada, onde cada ítem do sistema era desenvolvido por partes bem definidas, estudadas e praticadas separadamente, para ao fim do processo serem combinadas entre si, sem hiatos e dúvidas, compondo um produto final bem alinhavado, compreendido, aceito por todos, e tecnicamente enxuto, Ou seja, das partes para um todo, onde técnicas de ensino e aprendizagem foram utilizadas no vácuo de algo previamente desconstruído e descontinuado…

Quem sabe tenha sido este o entrave encontrado pelo excelente técnico do Pinheiros, mas que, pode perfeitamente, ser corrigido, bastando que exista e evolua um momento de avaliação e mudança de estratégia, que é o fator mais importante na construção responsável e bem pensada de uma equipe em transição…

Espero, honestamente, ter ajudado com o meu depoimento, que não é teórico nem fruto de achismos, e sim fundamentado e desenvolvido lá dentro, na prancheta maior, a quadra do grande jogo…

Amém.

 Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

O DETALHE (ÚNICO E VERDADEIRO) QUE DECIDE…

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Ontem assisti surpreso um jogo entre duas das equipes mais chutadoras de fora, com somente 8/36 bolinhas (1/15 para o Flamengo e 7/21 para Brasília) num positivo contraste de 47/88 bolas de dois pontos (27/49 e 20/39 respectivamente), em tudo originado por uma defesa contestatória da equipe candanga sobre os arremessadores cariocas de fora, o que ocasionou uma quebra sensível em sua produtividade (1/15), levando-os para o jogo interno, onde bons e fortes pivôs os combatiam com algum sucesso. Mais ou menos era o que ocorria por parte da defesa rubro negra, não tão enérgica no perímetro externo, porém, à imagem de seu adversário, muito forte internamente…

Foi um jogo de garrafão e de curtos e médios arremessos, como a muito não se via nesse NBB, e que proporcionou ao bom público presente uma outra perspectiva de como se pode jogar o grande jogo, diferenciado do “chega e chuta” a que estava acostumado desde sempre, podendo assistir, não um ou outro nome estelar, e sim toda uma equipe envolvida na disputa, de forma coletiva e solidária. Claro que alguns rompantes se repetiram, principalmente por parte da turma do planalto, com alguns longos arremessos forçados e perfeitamente dispensáveis…

Por força de defesas muito próximas e combativas, a grande deficiência nos fundamentos de nossos jogadores veio, mais do que nunca, à tona, com erros grotescos de passes e domínio de bola, contabilizando o péssimo número de 33 erros (16/17), muito além do mínimo permitido (inclusive para divisões de base), quando , um deles, primário e comprometedor, levou de roldão uma partida empatada, com a posse de bola em lateral para Brasilia a 6.1seg do tempo final de jogo, e um passe foi negligentemente executado pelo armador Fúlvio, dirigido erroneamente ao pivô Cipolini, estando um outro armador, o Fred,  em quadra, a quem deveria o mesmo ter sido dado, a fim de que, com sua habilidade e velocidade pudesse ser tentada uma penetração para uma finalização em DPJ, ou um passe sucedâneo a uma cobertura defensiva, permitindo a um dos três pivôs concluir o ataque, ou sofrer uma falta pessoal.  Foi o mesmo interceptado corretamente pelo jogador Benite, deixando-o em condições de complementar um bandeja, dando a vitória à sua equipe por 76 x 74…

O auspicioso fator dessa diferente (se considerarmos a mesmice endêmica que tem prevalecido ate o momento) partida, com 40 pontos convertidos dentro do garrafão pelo Flamengo e 38 por Brasilia, nos faz acreditar ser possível jogar de forma diferenciada a que temos dolorosamente assistido no NBB, onde o tão decantado coletivismo, enfim, pode dar o ar de sua graça, através um basquete mais solidário e eficiente, com uma dupla armação de verdade, e três homens altos jogando conjuntamente no perímetro interno, como deveria ser, dando enfase prioritária aos fundamentos, que é o detalhe que decide partidas, o que defendo daqui dessa humilde trincheira desde muito, muito tempo…

Amém.

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