ASSUNTANDO…

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O basquetebol está seriamente enfermo fora das quadras, e a caminho de ficar mais ainda dentro das mesmas, o que seria trágico, pois pela primeira vez em sua história corre perigo de se esfacelar em ambos. Sempre enfrentamos bons e maus administradores, mas mantinhamos a qualidade lá dentro, onde se formavam os jogadores, as equipes, os sistemas, as gerações vencedoras, guiados por bons professores e treinadores, mas que de duas décadas para cá vêm decrescendo tecnicamente, fruto de um modelo imposto, canhestramente copiado de fora e dissociado de nossa tradição de ótimos praticantes do grande jogo, fato reconhecido pela FIBA, quando nos classificou na quarta posição dentre as nações no século 20.

Hoje, uma situação de insolvência ameaça a CBB, como resultante de uma administração caótica e incompetente, conforme atestam os excelentes artigos publicados pelo jornalista Fabio Balassiano em seu blog Bala na Cesta, mas que ao contrario do que muitos pensam, não tem lutado sozinho contra uma realidade que conheço profundamente a mais de 50 anos, e contra a qual me insurgi desde sempre, mais diretamente através artigos aqui publicados nestes quase 10 anos de Basquete Brasil. Uma série deles em particular, contidos no artigo Cronologia do Esquecimento (ou, Recordando), demonstra tacitamente os caminhos que estavam para ser percorridos pela administração vigente, que foi eleita pelos mesmos presidentes de federações que avalizaram as últimas contas da CBB.

O trabalho investigativo do Fabio é brilhante, importante, e acima de tudo determinante, pois entreabre a porta de uma triste realidade, que deve ser combatida com presteza e vigor, para que cesse o dreno por onde se esvaem verbas e mais verbas oficiais nas mãos daqueles que transformaram o grande jogo num meio de vida junto a protegidos e aspones, numa cornucópia de interesses políticos e corporativos, alimentados pelo compadrio e a incompetência patronal.

Bem ou mal o basquetebol continua sua saga, que nos últimos dias apresentou o resultado da descida técnico tática íngreme a cada dia que passa, como a vitoria do Flamengo contra o Bauru, classificando-se para as semifinais, com a incrível convergência de 16/27 nos arremessos de dois pontos e 13/32 nos de três, fator imperdoável para a defesa paulista, que mesmo atuando, corretamente aliás, dentro do perímetro ofensivo, viu seus esforços fracassarem em arremessos despropositados de três pontos, inclusive dois de seu pivô Murilo, que originaram dois contra ataques efetivos dos rubro negros, que venceram o jogo por 3 pontos. A não contestação dos longos arremessos, e as frustradas tentativas nos três pontos (5/24), inclusive as duas acima citadas, e a não insistência do jogo interior, onde vinham dominando através seus dois bons pivôs, os fizeram perder uma partida que poderia ter sido ganha.

No jogo em Mogi, duas equipe taticamente iguais, parelhas nos números (17/37 nos dois pontos de Mogi, contra 13/37 de Limeira, e 6/15 contra 7/15 nos três respectivamente), mas com vantagem dos donos da casa nos lances livres, 20/27 contra 13/18, vencendo um jogo por 12 pontos, com ambas cometendo a incrível marca de 38 erros de fundamentos. Triste, no entanto, o festival de confrontos árbitros x técnicos, que está se ampliando aritmeticamente desde que microfones foram anexados a uma rotina de arbitragem que deveria ser expressa pela eficiente e reservada aplicação das regras do jogo, e não um espetáculo midiático rotulado de “arbitragem pedagógica”, numa apropriação indébita de exposição pública, que deveria ser unicamente proprietária dos verdadeiros protagonistas, os jogadores.

Em Franca, mais um festival de bolinhas, favorecendo mais os donos da casa, quando desta vez elas “caíram”, ao contrario do jogo anterior, num jogo com mais uma exibição da refrega da moda entre técnicos e árbitros, num espetáculo deplorável e constrangedor, ah, emoldurando tudo com 25 erros de fundamentos.

Como vemos, o “projeto” técnico de nosso basquetebol involui a cada ano que passa, agora alimentado por uma equivocada ENTB, divulgadora e mantenedora de um modelo de formação de técnicos anacrônico e irreal.

Uma questão final sobre a ausência ou não de patriotismo de nossos jogadores atuantes na NBA quando convocados para defender o país, considerado por muitos como alienante e até chocante. Lembro que a base de trabalho que o Manager Jerry Colangelo desenvolve junto a seleção americana composta pelos milionários jogadores da NBA, se fundamenta exatamente pelo… Isso mesmo, patriotismo, divulgado e veiculado aos jovens do país através videos, onde os jogadores assistem palestras motivacionais de militares combatentes e feridos nas batalhas. Logo, enfocar patriotismo numa competição internacional, jamais deveria chocar e ser considerado tosco, chucro e alienante, ainda mais quando a matriz age e pensa exatamente ao contrário, ou não?

Amém.

Fotos – Reproduções legendadas da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

PATINANDO NO SISTEMA ÚNICO…

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Primeiramente temos de parabenizar a equipe de São José pela “varrida”em regra dada numa equipe que simplesmente jamais se comprometeu em mudar, ou, mesmo que por um pouco, adequar seu ímpeto aos reclamos de um técnico conceituado, mas que perante a dura realidade ele mesmo se adequou a um estilo de jogo que, nos últimos anos a elevou aos mais altos padrões nacionais, e mesmo internacionais.

 

Mas como em muitos aspectos da vida, o que se mostrava eficiente, perante o baixo índice técnico apresentado pela maioria das equipes nacionais, e mesmo algumas internacionais, transcendeu ao patamar do usual para o extra especial, criando e mantendo o fator convergente em seus arremessos, que de tal ordem foi estabelecido que as bolinhas passaram a ser prioritárias em todos os sentidos dessa forma de atuar, onde jogar com os pivôs e trabalhar ofensivamente visando a proximidade da cesta se tornou dispensável, esquecendo porém, que algumas outras equipes, em engenharia reversa, passassem a atuar em seu âmago defensivo, aumentando a eficiência em seus médios e curtos arremessos, e contestando bastante os longos arremessos da turma candanga, baixando significativamente sua eficiência, um tanto compensada através contra ataques em falhas adversárias, mas insuficientes para transpor as etapas de um playoff não tão surpreendente assim…

 

A conclusão dessa aventura foi mais do que óbvia, quando nesse terceiro jogo arremessou 8/30 bolas de três, contra 21/37 de dois e somente 4/8 lances livres, numa evidência de ausência do jogo interior que ao ser mais utilizado por seu adversário (22/45 de dois, 5/25 de três e 13/17 lances livres) sacramentou sua desclassificação às semi finais do campeonato.

 

Na outra série, Bauru em sua casa repleta e fervente, perdeu um jogo exatamente por se utilizar do estilo perdedor emanado do planalto central, aderindo ao reinado das bolinhas (10/28), não muito diferente da turma carioca (12/29), mas com uma significativa diferença, a de que nos momentos mais importantes da partida estes se meteram no perímetro interno de Bauru, onde seus pivôs fizeram a festa, ao contrário da turma da casa que negligenciou bastante aquele setor estratégico, no qual se vencem partidas e campeonatos…

 

Para o próximo e decisivo jogo, se a equipe de Bauru não se aproximar da cesta com seus bons pivôs, dificilmente levará a disputa adiante, além, é claro, de melhorar em muito seu sistema defensivo, principalmente às longas bolas.

 

Já no jogo dessa manhã em Franca, duas opiniões divulgadas no blog da LNB devem ser analisadas:

 

(…)Hoje tivemos muita frieza. Frieza não no sentido de calma, mas sim de raciocinar bastante durante o jogo e enxergar as situações em que levaríamos vantagem. Isso fez toda a diferença para nós e conseguimos essa importante vitória dentro da série”, explicou Gustavo De Conti, técnico do Paulistano (…).

 

(…)Perdemos o foco e não conseguimos mais reagir. Nossas bolas de três pontos, que fizeram a diferença no último jogo, não caíram e fizeram muita falta para nós. Tentamos reagir, mas não tivemos tranquilidade e o Paulistano soube aproveitar isso”, declarou o ala/pivô francano Lucas Mariano(…).

 

Na primeira afirmação, creio que o técnico do Paulistano se equivocou ao definir frieza no que deveria ser lucidez, naqueles momentos mais importantes, já que de frieza nada pode ser dito perante ao caudal de reclamações e pressões na arbitragem, tanto de parte dele e sua comissão, como do banco contrário, atitudes que em muito prejudicaram o andamento do jogo, pois emanavam para dentro da quadra um estado de espírito bastante negativo, com respostas agressivas de parte a parte dos jogadores, sem contar as reações da imensa torcida presente ao ginásio.

 

Quanto à técnica, a equipe da casa, se apossou de uma característica de seu adversário, os arremessos de três (sempre presentes,,,), abrindo mão de seu bom jogo interno, encontrando igual resposta (8/28 contra 8/22) com menos tentativas, também equilibradas nas conclusões de dois pontos (16/36 contra 16/34), mas perdendo 11 pontos (contra seis) nos lances livres, decisivos na contagem final da partida.

 

Mas o que salta aos olhos foi ter Franca tentado mais bolas longas do que seu tradicional e eficiente jogo de penetrações, emulando um duelo que lhe era contrário, vendo seu adversário com lucidez, controlar sua pequena vantagem, vencendo um jogo importante para sua classificação.

 

Por último, pudemos hoje assistir uma tentativa bastante válida, por parte do Paulistano, de jogo interno com os três homens altos se movimentando bastante dentro do perímetro, alimentados por dois armadores de boa técnica e bons arremessos, pena que utilizado por breves minutos, por força de um sistema onde chifres, polegares, camisas e cabeças se impõem por força de um controle imposto de fora para dentro da quadra, por um técnico absolutista em seu modo de comandar, privando seus bons jogadores de criarem novas situações de jogo, improvisando movimentos e ações decorrentes de uma presente leitura de jogo, que transcende em muito esquemas pré estabelecidos, e que exigem muito treinamento específico, sobre situações reais de jogo, estabelecidas e recriadas na pratica constante e detalhada do mesmo.

 

Quanto a declaração do jogador francano, a compreensão óbvia dispensa maiores comentários, a não ser um único, o de que na NBA é muito pouco para servir de parâmetro para uma improvável e pretensiosa aprovação.

 

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

DE 2006 A 2014, O QUE MUDOU?…

Num momento em que se clama pela implantação de uma política voltada ao desenvolvimento do esporte nacional, principalmente no âmbito escolar, retorno um pouco no tempo, quando do segundo ano de publicação desse humilde blog, para republicar um artigo que bem retratava as deficiências da modalidade dentro de um contexto comum a todas as demais, principalmente quanto a ausência de movimentos associativos que liderassem professores e técnicos em suas jornadas, em vez de conselhos que ousam tutelá-los com vistas estritamente econômicas e de interesses corporativos, atrelados que se encontram com a indústria do corpo que ajudaram desde sempre a implantar.

Nada evoluímos desde aquela época, sendo o nosso país um dos poucos onde associações de técnicos inexistem, deixando-nos de fora de órgãos internacionais que muito poderiam nos ajudar na retomada dos caminhos perdidos para o arrivismo e o apadrinhamento político e injusto. Vale a pena recordar um tempo, não tão distante assim, quando iniciávamos a já longa travessia vista através essa trincheira, pertencente a todos aqueles que realmente amam o grande jogo. E já nos aproximamos do artigo 1200, graças aos deuses que também teimam em amá-lo…

200 ARTIGOS DE LUTA.

quarta-feira, 30 de agosto de 2006 por Paulo Murilo

Em setembro de 2004 iniciei a publicação deste blog, que agora, dois anos depois chega aos duzentos artigos, doze dos quais serão a base do primeiro livro que estou produzindo sobre os fundamentos do jogo. Acredito que tenha ajudado com um pouco da minha experiência nas quadras para o entendimento desta magnifica modalidade esportiva, e na esperança de que a mesma se soerga entre nós. E hoje, um tanto fora do aspecto festivo pelo duo centésimo artigo, tento entender como pessoas que se dizem sérias se deixam levar pela paixão ao emitirem opiniões e testemunhos enganosos. Um subtítulo? FALEM A VERDADE, POR FAVOR.
Assisti perplexo ao programa Arena Esportiva de ontem no Sportv, todo ele dedicado ao basquetebol, no qual ouvi absurdos perpetrados por dois técnicos convidados, sendo um deles o da seleção brasileira. Num momento do programa falou-se sobre a importância da criação de uma associação de técnicos, como as existentes nos países que dominam a modalidade na atualidade.E o testemunho do selecionador nacional foi de um desconhecimento assustador. Afirmou que com o falecimento do Daiuto( na realidade o Prof.Moacir Daiuto, técnico, escritor e diretor da EEFUSP), a associação de técnicos por ele fundada, praticamente deixou de existir, e que só recentemente uma outra associação, a APROBAS, dirigida pelo Tácito(?), tenta se estabelecer, mas que somente uns poucos pagam sua anuidade. Todas ,informações completamente falsas. Quem idealizou, ajudou a fundar e participou na redação do estatuto da primeira associação de técnicos de basquetebol em nosso país, fui eu, quando do Campeonato Mundial Feminino em São Paulo em 1971 . Naquela ocasião, paralelamente à um curso de atualização técnica patrocinado pela FIBA e pela CBB, com a presença de um elevado número de técnicos de todo o país, a idéia lançada por mim teve imediata aceitação, e logo uma comissão designada por todos em votação, da qual fiz parte, foi destacada para a elaboração do estatuto da ANATEBA-Associação Nacional de Técnicos de Basquetebol, que nascia nas dependências do DEFE na Água Branca. Na promulgação do estatuto e da ata de fundação propuseram os técnicos presentes e fundadores que eu assumisse a presidência, a qual declinei com o argumento de que a associação iniciaria seu trabalho em conflito com a direção da CBB, da qual divergia profundamente. Sugeri então o nome do grande técnico Antenor Horta, tendo como vice-presidente o Prof.Moacir Daiuto. O desportista Jack Fontenelle assumiria o setor financeiro e eu, dada à insistência dos técnicos assumiria a secretaria da nóvel entidade. A ANATEBA foi um sucesso imediato, contando de saída com mais de 120 associados, dos mais diversos estados do país. Publicou 5 revistas, e lançou o mini-basquete no Brasil, além de organizar cursos de atualização em vários estados. Mas aos poucos, a CBB minou a associação, que via como concorrente, e que sem sua ajuda logística deixou de existir. Em 1976, quando cursava o mestrado de Ed.Fisica na USP, em um dos sábados desportivos que a EEF organizava para reciclar os técnicos de SP, e na presença de mais de 150 deles, propus, mais uma vez, a recriação da ANATEBA, que foi rebatizada de ABRASTEBA- Associação Brasileira de Técnica de Basquetebol, sendo eleito para a presidência o Prof.Moacir Daiuto, que era o diretor da EEFUSP, ficando comigo a vice-presidência. Seis meses mais tarde, sem que tivesse sido sequer comunicado e sem votação em assembléia, fui afastado do cargo, pois era o único não paulista na direção da associação. Sucedeu ao Prof.Daiuto o Prof. Guilherme Kroll, até o encerramento de suas atividades, pois o suporte logístico dado pela EEF cessou com o falecimento do Prof.Daiuto. Très anos atrás fui à fundação da APROBAS (Associação dos Profissionais de Basquetebol) em São Paulo, como o único carioca presente, doando à nova entidade todo o material que possuia sobre a pioneira ANATEBA. Paguei duas anuidades e jamais recebi um recibo ou carteira que me situasse como sócio colaborador e pagante. Também, nos anos 80 organizei e fundei a Associação de Técnicos de Basquetebol do Rio de Janeiro, que teve como seu primeiro e único presidente o técnico Ary Vidal, e como vice-presidente o técnico Waldyr Boccardo. Logo, não procedem as informações dadas pelo técnico da seleção brasileira, assim como não reconheço nele competência para vir a público inovar com ideias que nasceram, floresceram, e foram aniquiladas pelo perigo que pseudamente representavam para a entidade mater, a CBB, que ora representa,e é apoiado, mesmo após o triste papel que fizeram no mundial, o que jamais ocorreria se entre nós existisse uma associação que promovesse o mérito como fator intrínseco para a direção de nossas seleções, da categoria que fosse. Também tive o desprazer de ouvir comentários oportunistas do outro técnico convidado, que carece de um mínimo de conhecimento sobre muitos dos assuntos ali expostos à discussão por um arguto mediador, e que deixou no ar uma névoa de desconfiança sobre a seriedade de muitas colocações discutidas ao sabor de muita rasgação de seda, no apoio explicito ao continuísmo do atual técnico da seleção, que em sua opinião é o único com competência para o cargo, abrindo vasto campo para futuras composições comissionadas. Salvaram-se as opiniões sensatas e objetivas da grande atleta Hortência, o que veio corroborar quão importante foi sua trajetória e influência para o nosso basquetebol, premiada que foi no Hall of Fame. Sinto, que ao sabor das circunstâncias um tanto nebulosas que pairam sobre o atual momento basquetebolistico brasileiro, começam a emergir falsos e oportunistas lideres, empunhando bandeiras que jamais desfraldaram, tentando assumir papeis que não merecem por despreparo, movidos pela vaidade e pelo princípio do que “se colar, colou”.
Que as boas cabeças pensantes do nosso basquete não se deixem levar por marqueteiros e seus oportunos seguidores, e que saiam de suas redomas e assumam seus papéis de direito, sob pena de nos vermos enredados em mais um longo e tenebroso inverno. Faço, como desde sempre venho fazendo,a minha parte, e espero que façam o mesmo e infinitamente melhor.
PS- Dedico este duo centésimo artigo ao Melk, pelos seus 10 anos de lutas e mais de 500 artigos publicados.Um abração.

9 comentários

  1. Fábio 31.08.2006 ·

    Caro Prof. Paulo

    Concordo com o que diz em respeito à formação de base, seria por ela que as mudanças efetivas e duradouras poderiam surgir para reerguer nosso basquete no cenário competitivo.

    Gostaria de perguntar-lhe se estará participando do Congresso Mundial de basquete que ocorrerá em São Paulo nos dias 08,09 e 10/09, precedendo o Campeonato Mundial Feminino.

    Grato

    Fábio

  2. Basquete Brasil 31.08.2006 ·

    Prezado Fabio,só fui saber do Congresso quando os prazos para a apresentação de trabalhos tinham se esgotados.Mas dando uma olhada nos temas livres que serão apresentados,vi que somente 20% versam sobre o jogo em si,e os restantes 80% praticamente ficaram à cargo de médicos, fisioterapeutas, psicólogos, administradores, etc,etc.Como sempre,falam todos,menos os técnicos.Aliás,as palestras estarão à cargo dos integrantes das comissões técnicas da CBB, o que em nada me interessam.Quem realmente tem algo a dizer sobre basquetebol jamais seriam convidados, ainda mais em um Congresso Internacional.Pena, pois muita gente boa ficará de fora.Mesmo assim,pretendia dar uma passada por lá,mas quando vi o preço da inscrição
    (200,00)tirei meu time de campo. Por esse prêço compro bons livros e não perco o meu precioso tempo.Se tinha algo para falar? Meu Deus,o artigo de hoje é o de nº200, e creio que alguns deles somaram algo de positivo para a causa do basquete.É isso ai caro Fabio,vida que segue.Um abraço,Paulo Murilo.

  3. Renato Padovani Tognolo 31.08.2006 ·

    Olá Professor,

    Parabéns pelos 200 artigos e pela perseverança.

    Não acompanhei o debate no SporTV e também nunca estive perto da história das associações de técnicos do basquete nacional para poder tomar partido na questão colocada.

    Mas acho que o Lula querer colocar o tema nessa hora é um diversionismo inútil, pra enganar trouxas.

    Na hora do vexame sempre aparecem as desculpas e as soluções mágicas. Via de regra estas soluções não têm nada a ver com o problema e chegam pra confundir, não pra explicar: na política está cheio disso, é só ver que cada vez que aparece um escândalo novo de corrupção, ressucita a tal “Reforma Política” (sobre o tema ver excelente artigo de Claudio W. Abramo postado no Blog do Noblat)

    A importância de termos associação de técnicos, assim como o estudo e intercâmbio, é inegável. Mas no contexto do fracasso no mundial, o técnico da seleção apenas desvia o foco do que realmente interessa: os erros cometidos pela CBB e pela comissão técnica comandada por ele na preparação e comando da seleção brasileira.

    Na minha opinião, ao gastar tempo e saliva para estimular e propagar esta idéia, Lula perde a chance de dar uma contribuição real e maior para o basquete nacional, que é a de admitir os erros, pedir demissão, e abrir espaço para que um trabalho na seleção seja conduzido por princípios diferentes dos vigentes. Se fizesse isso, aos meus olhos, cresceria como pessoa e como profissional. Ganhar e perder faz parte do jogo, pouco me importa que tenha voltado do mundial em 14o lugar ou coisa que o valha. Me mata é saber que ele “faria tudo de novo, do mesmo jeito”.

    – Renato

  4. Melchiades Filho 31.08.2006 ·

    Paulo, escrevo para agradecer duplamente. Obrigado pelo blog, um canto precioso que continuo a visitar mesmo depois de me afastar da coluna na Folha, e obrigado pela “homenagem” no final do texto desta semana, que me emocionou bastante. Toda a força para você e para aqueles que resistem e não deixam de questionar os imbecis que treinam (sic) as seleções brasileiras. Quando o basquete vai se livrar desses balofos incompetentes? Até!

  5. Miguel Palmier 31.08.2006 ·

    Niterói, 31 de Agosto de 2006
    Caro Mestre;
    Leitor assíduo de seu Blog, não poderia deixar de parabenizá-lo pelo duo centésimo artigo; Artigos que na maioria das vezes, me fazem repensar conceitos, analisar atitudes e por fim tentar entender um pouco mais do nosso esporte, melhorando a minha prática como Técnico de Basquetebol.
    Peço perdão por ter acompanhado tanto tempo sem ter me pronunciado,(tenho as minhas razões), li por uma ou duas vezes os seus clamores por debate neste blog, mas creia, não sou somente eu que acompanho sem dar opinião, muitos de nós acompanhamos. Tenho por princípio não comentar nada na internet pois esta tem o poder de transformar imbecis e despreparados em gênios, e gênios em pessoas comuns, assim como a televisão.
    Nesta discussão sobre Associações, reuniões, congressos, palestras e grupos de estudos, tenho boas e más recordações. Uma das boas recordações foi lhe conhecer e participar da criação da ATEBERJ em Dezembro de 1984, na Barra da Tijuca, em uma iniciativa sua e do Prof. Paulo Cesar Motta, cujo certificado de participante guardo até hoje com muito carinho.
    Com a minha carreira iniciada em 82 como treinador, com puro empirismo, foi daí que entendi que o Basquetebol é uma “ciência” e que deveria gastar muitas horas estudando para tentar me aprimorar.
    Tenho até hoje as revistas do VIII estágio sul-americano de técnicos em basquetebol realizado em Novembro de 1987 pela BRASTEBA.
    A outra foi quando voltei do meu trabalho em Goiânia onde dirigi o Universo/Ajax, vencendo 33 partidas oficiais das 34 disputadas, conquistando três títulos e sendo demitido logo depois, porque eu não tinha NOME, e nem era ex-jogador da seleção brasileira (quem assumiu o cargo foi o Carioquinha). Naturalmente esta não foi a parte boa, mas me fez crer que era chegada a hora de dar continuidade a sua ideia de fazer um pouco mais, tentar fazer com que todos vissem a nós como profissionais de basquetebol e nos respeitassem, a parte boa foi quando voltei ao Rio de Janeiro e encontrei o Prof. Guilherme Kroll, que me convidou para coordenar junto com ele, com o Prof. Marinho e o Prof. Orlando Asumpção, o Grupo de Estudos de Basquetebol, denominado GEB. Tínhamos uma sala no Maracanãzinho e chegamos a promover várias palestras e clinicas no ginásio de treinamento do Maracanãzinho e depois na Vila Olímpica da Mangueira, inclusive com o Prof. Lula Ferreira, técnico da Seleção Nacional. Por questões pessoais me afastei, e o Prof. Marinho também, ficando somente o Prof. Guilherme Kroll e o Prof. Orlando Asumpção, sozinhos nesta luta.
    Uma das conquistas que eles alcançaram , foi a de no ano de 2004, só poderem dirigir equipes de basquetebol aqueles que tivessem feito o curso em parceria com o CREF, onde se qualificaram vários treinadores que não tinham o curso completo de Educação Física. Sei que o Sr. é contra isto, mas pelo menos foi feito algo.
    Bem, esta introdução foi para mais ou menos o Sr. saber quem esta lhe escrevendo pois creio que não se lembre da minha figura.
    Desde da criação da ATEBERJ, discuto com os treinadores da minha geração a necessidade que temos de nos reunir e discutir basquetebol formalmente, pois só discutimos e nos falamos informalmente, mas vários fatores influenciam nesta questão, e a principal delas é a VAIDADE.
    Tive a felicidade de trabalhar com Miguel Angelo e Flor Melendez, na minha opinião dois dos treinadores com quem trabalhei mais preocupados em discutir basquetebol, e o mais importante disto tudo, eles não tinham um pingo de vaidade de dizer que viam as coisas de uma forma e que através da discussão do assunto passaram a ver de outra forma. Também trabalhei com outros grandes nomes que prefiro não declinar aqui, que não queriam nem saber, faziam o que estavam acostumados, e não ouviam e muito menos debatiam; E é aí que quero chegar. Cheios de si e de vaidade jamais tinham a cabeça aberta para outras opiniões. A MAIORIA DE NÓS TREINADORES É ASSIM. Não discutem porque não tem conteúdo, ou porque estão cheios de sí e acham que já sabem tudo, mas no discurso NÃO, dizem sempre que estão abertos e que estão aprendendo ainda, vai ver no íntimo! Entendo isto como o maior problema dos treinadores de hoje. Na clinica do Obradovich aqui no Rio escutei de um treinador contemporâneo meu, que tudo que ele disse (Obradovich) ele já sabia. Santo Deus. Ouvi e calei-me.
    E assim outras pérolas, que não perderei tempo aqui em declinar.
    Sobre a questão da mais nova associação APROBRAS, sou um dos primeiros filiados, não estive no ato da fundação, mas participei da I Clínica Nacional de treinadores, e realmente, do Rio de Janeiro somente eu e o Prof. Marcio Andrade (Bronquinha) é que estávamos presentes, assim como uma clínica de uma semana, com o recém vice-campeão olímpico Rubem Mangnano em Mogi das Cruzes, depois sumiram, nem um e-mail mandaram, cito isto para mostrar qual o interesse que os treinadores do nosso querido estado, principalmente, tem em se reciclar e aprender. A pouco mais de seis meses o treinador da seleção de Porto Rico, Julio Toro, esteve no Rio de Janeiro de férias, e a Federação de Basquetebol do Rio abriu inscrições para uma clínica de dois dias com ele, requisitos necessários, R$ 50,00 para inscrição e mais de 50 pessoas interessadas. Amplamente divulgada e com tempo hábil para a inscrição, 15 pessoas se interessaram. Será que este treinador não teria nada a nos passar, depois de 20 e poucos anos treinando o selecionado de Porto Rico? Ou nós estamos c… e andando para o basquetebol?
    A verdade é que o basquetebol não tem PLANO DE CARREIRA, enquanto a maioria das profissões tem.
    Não é qualquer um que pode construir uma ponte, não é qualquer um que pode dar atendimento na saúde……
    Traçar metas, objetivos, sustentar uma família sendo treinador de basquetebol!!!!!!!!!!!
    Daqui a dez anos estarei no nível tal e poderei ser treinador senior se eu quiser, ou poderei me dedicar a base!!!!!! Com um salário de mais ou menos tanto!!!!!! Meu Deus, até na mais antigas das profissões se consegue
    ter uma previsão de vida!!!!
    Conosco não. Se quisermos ter acesso a estudos, internet, viajar para clínicas e palestras temos que:1-Ser de uma família rica, 2-Casar com uma mulher rica, 3-Dar aulas de Educação Física em 4 ou 5 escolas, e por aí vai, porque o que ganhamos e projetamos para a nossa carreira dificilmente nos proporcionará isto, e não é só agora, não, isto vem de longe, me contava outro dia, num bom bate papo, outro grande mestre Prof. Waldir Boccardo, que por muitas vezes só tinha na geladeira ovos e arroz pois apostava tudo na sua formação!!!!!
    Não é possível passarmos 30 anos e as coisas continuarem na mesma.
    E não adianta dizer que quem é bom sempre terá emprego, pois aqui, no Basquetebol, quem tem emprego é o amigo do amigo, ou fez um lob tremendo para conseguir este emprego.
    “O BASQUETEBOL BRASILEIRO VAI MAL PORQUE OS TREINADORES VÃO MAL, E PORQUE NOSSOS DIRIGENTES NÃO ENTENDEM NADA X NADA DO ESPORTE”.
    Os dirigentes na maioria são pais de atletas, que passados os anos de jogos do seus filhos somem das quadras, e vão cuidar das suas vidas.
    Ser treinador de basquetebol aqui no Rio de Janeiro de categoria de base hoje é BICO, pois aqueles que estão lá, não se interessam em estudar nada, tampouco ganham suficiente para se interessar por isto, e as aulas no colégio, ou outra atividade qualquer, se tornam mais importantes do que a dedicação ao clube e a sua equipe. A última geração de interessados em estudar e ter prazer de “fazer” jogador foi a minha, onde posso citar de relance quinze a vinte treinadores comprometidos com isto.
    Agora sobre o leite derramado choram os incautos, vem um mix de treinador /comentarista, dizer em alto e bom som na Sportv que TENTOU fazer reuniões e congressos com treinadores, e esbarrou na vaidade, ele só pode estar de brincadeira….. Atirou a esmo e acertou na mosca. Nunca ouvi dizer ou vi este Sr. dando uma clínica para treinadores. Ou ao menos que tenha estado presente em uma. Que tenha chamado tres ou quatro treinadores para uma reunião para discutir basquetebol, pode até ser, mas se houve não foi divulgado e não foi aberto a todos do basquetebol. E mais “BATER EM MORTO” é o que ele está tentando fazer, levantando uma bandeira que NUNCA FOI A DELE.
    Enfim, urge que as Federações e a CBB, tomem as rédeas da formação porque por nós mesmos jamais seremos capazes de chegar a um denominador comum. Uma Federação e uma Confederação com credibilidade, que acredite que o grande “PULO DO GATO” é a capacitação do profissional, e um plano de carreira. Quando digo tomar as rédeas é fazer como na Argentina, na Espanha ou na Itália, que para dirigir uma equipe da 3ª divisão vc. tem que ter um nível, para dirigir uma equipe da 2ª divisão vc. tem que ter outro nível e também assim na 1ª divisão. E só a CBB e as Federações podem fazer isto, pois elas são normativas e fiscalizadoras do nosso esporte, é que dão credenciais para qualquer um dirigir basquete, só um adendo, aqui no Rio tivemos durante um bom tempo um dono de botequim que era treinador, porque financiava seu time!!!!!! E nós que dedicamos as nossas vidas ao Basquetebol?
    Então por esta e outras que afirmo só com uma norma das Federações e Confederação com planos de CAPACITAÇÃO E CARREIRA bem estruturados é que iremos melhorar o Basquetebol brasileiro e responder a pergunta do ex-atleta Marcos Abdala Leite (Marquinhos), na sua coluna de hoje no site Basketbrasil,
    ONDE ESTÃO OS GRANDES TREINADORES?
    Acrescentaria:
    ONDE ESTÃO OS GRANDES DIRIGENTES?
    Não gosto de escrever, porque sou sincero (sem malícia; puro-Dic. Aurélio) sem ser politicamente correto(o que todos os comentaristas/treinadores hoje nas TVs tentam ser), e com isto arrisco meu pescoço e um emprego futuro, é assim que as coisas funcionam Mestre. Se falar um pouco mais abertamente, vc. não presta para dirigir algumas equipes, compreendo meus colegas de profissão. Mas hoje, deixei por um instante, de me calar, e não é em tom amargo, alguns poderiam dizer, mas é em tom de crítica, para que as coisas possam melhorar, não para mim que já estou mais para o final da carreira do que para o início, mas para esta garotada que ainda sonha EM SER TREINADOR DE BASQUETEBOL.
    Era isto que tinha a dizer grande MESTRE. Muito Obrigado.
    Quem quiser ler um pouco mais sobre isto entre no site do Prof. Marinho e leia o Texto:
    “Técnico de Basquete: Profissão madrastra”, texto do dia 19/07/2005.
    site http://www.bbheart.com.br
    Prof.Miguel Palmier.
    Em 1ºTécnico de Basquetebol
    Em 2ºProfessor da rede estadual de ensino.

  6. André Luis 31.08.2006 ·

    Prof Paulo, eu sempre enviava email p/ O MElk e dizia para ele que no basquete ha “herois da resistencia” que lutam contra este continuismo na CBB. Agora pude descobrir o senhor. Parabéns e continue assim

  7. Reny Simão 31.08.2006 ·

    Prezado Professor

    Meus cumprimentos pelo 200º artigo publicado.
    Também assisti o programa com o técnico da Seleção. Como ele disse no início que assumia a culpa e que não iria justificar, mas explicar o que ocorreu, fiquei curioso e acompanhei o programa até o final. Mas, não sei se é pelo fato de eu ser leigo, acabei não ouvindo (ou não entendendo) explicação nenhuma.
    Um abraço

    Reny

  8. GIL GUADRON 01.09.2006 ·

    FELICITACIONES POR EL ARTICULO NUMERO 200.
    ATENTAMENTE.
    GIL OVIDIO GUADRON

  9. Basquete Brasil 03.09.2006 ·

    Prezado Renato,Obrigado pelas felicitações.Você não perdeu grande coisa não vendo o programa do Sportv, com as esperadas e manjadas desculpas.Agora,as associações de técnicos e jogadores são importantes,mas e antes,quando todos eles comandavam o basquete brasileiro,não eram?Tudo papo furado.Continue contestando, é importante.Um abraço,Paulo Murilo.

    Prezado Melk,creio que fiz minhas as palavras de todo basqueteiro que se preze.Uma pequena homenagem para um grande e guerreiro articulista.Ainda nos conheceremos pessoalmente.Um abração,Paulo Murilo.

    Prezado André, agradeço os parabéns.Paulo Murilo.

    Prezado Miguel,sua mensagem me emocionou, pois reflete a grande verdade escamoteada de todos nós,o verdadeiro abismo em que foi lançado o grande jogo.Se essa é a crua realidade dos nossos técnicos,o que esperar de progressos para a modalidade?No entanto
    ,o fato de sua revolta se dar nesse momento crucial por que passamos,gera um sopro de esperança de que dias melhores poderão vir a ocorrer,mas que exigirá de todos nós uma grande carga de trabalho e dedicação.Estamos na luta.Um abraço, Paulo Murilo.

    Prezado Reny,obrigado pelos parabéns,e não se sinta só por não entender as explicações dos participantes do programa, pois ninguém,de sã consciência poderia entender.Um abraço,Paulo Murilo.

    Caro Gil,obrigado,contando sempre com a sua amizade,Paulo Murilo.

 

 

 

O BURACO É MAIS EMBAIXO…

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Uma viajada nas fotos aqui publicadas, talvez contasse a história toda sem perdas de tempo, tal qual o estilo candango de jogar, no já celebrado “chega e chuta”, indistintamente, se através armadores, alas ou pivôs, todos sem muito tempo para interpretar na prática os sistemas de jogo do hermano, estabelecendo a convergência como marca de uma equipe apressada e desequilibrada (18/38 de dois e 10/34 de três, contra 19/38 e 9/24 respectivamente de São José), pois sequer sua defesa, incensada desde sempre pela mídia especializada, consegue conter um franzino latino que, simplesmente, converte 50 pontos por cima dela.

Colocações várias poderiam ser feitas, como a perda do Guilherme por contusão, e por conseguinte a quebra do quarteto vencedor naquele momento mais decisivo do campeonato, provando ser uma boa equipe, mas um fraco plantel, onde grande parte de seu banco fica muito distante da qualidade do mesmo, e onde os pivôs são colocados no plano braçal e brigador, originando ações de finalizações à longas distâncias incompatíveis com suas qualificações, exemplificado pelos 0/6 arremessos de três do Goree, quase igualando em perdas os 2/9 do Nezinho com seu inenarrável “estilo”…

Lá pelo final do último quarto, um discurso do técnico argentino (vide foto inicial) descortina toda uma crua realidade, a de que dificilmente conseguirá fazer com que um grupo veterano e longamente rodado, assimile algo contrário ao que os tornaram vencedores nos últimos anos, o que de certa forma “mudou” a sua proposta, “aderindo” ao estilo das bolinhas, que aposta na recíproca de seus adversários, atraídos pela facilitação defensiva, propiciando os contra ataques de que tanto gostam, porém, arriscando a dura realidade de que muitos deles também encestam, e o Quezada com seus 50 pontos é a prova que teimam em persistir, sob a complacente e enigmática cumplicidade de seu estrategista, que afirma amar ensinar, mas não consegue fazê-lo no planalto como desejaria…

Enfim, e mais uma vez volto a afirmar, o NBB é uma competição imprevisível no aspecto tático, amarrado a um sistema único, que privilegia o individualismo exacerbado, aqui tremendamente prejudicado pela má qualidade dos fundamentos do jogo, destinando o coletivismo ao patamar mais baixo, fruto de uma busca insana pelos “ícones midiáticos”, numa cópia canhestra da matriz acima do equador, incensada e babada por gente que não ama e nem entende o grande jogo, mas sim almeja sentar a beira da quadra do Madison Square Garden para curtir selfies de sua patológica e inamovível realidade de colonizados de carteirinha…

Quem sabe revertam a serie num ginásio vazio, onde poderão ecoar gritos e lamentos ricocheteados no concreto de suas bancadas, numa antevisão do que acontece quando planejamento e prática se chocam para valer, quem sabe…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las (e com legendas).

TÉCNICOS, REFLEXIVOS OU ERRÁTICOS?…

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Fui ao jogo com meu filho André, que como eu gosta de basquete, e que pela temperatura amena dentro do ginásio, previa-se uma partida bem disputada, sem os desgastes originados pela deficiente ventilação ambiente, que a pleno verão se torna insuportável.

Mas não foi bem assim, pois o jogo padeceu dos usuais males do nosso judiado basquetebol, a começar pela incrível marca de 28 erros somados de fundamentos, marca intolerável em uma divisão de que se apregoa de elite.

Mais intolerável ainda, o acúmulo de equívocos e erros primários, tanto de jogadores, como de técnicos, sendo que um deles, agindo e se comportando como adolescente irritadiço, parecendo em sua errática movimentação e gesticulação aquele boneco do carnaval de Olinda, o que em hipótese alguma transfere segurança e equilíbrio a seus jogadores na quadra, numa situação em que a tranquilidade e arguta observação propiciaria intervenções pontuais eficientes e seguras, que ao não ocorrerem levaram sua equipe a derrota, principalmente a prolongada manutenção de dois pivôs, um gordo e outro rústico nos fundamentos juntos, ambos tentando impedir a ida “para dentro” dos armadores paulistas, que ao comprimirem a defesa carioca dentro do perímetro, permitia os passes de dentro para fora que encontravam um dos dois irmãos Fisher ou o Barrios absolutamente livres e equilibrados para seus longos arremessos, que decidiram a parada. Outrossim, faltou sensibilidade e firmeza aos rubro negros para buscarem os pontos de que necessitavam nas bolas curtas, pois seu oponente soube muito bem contestar as bolinhas, não tão salvadoras como imaginavam.

No banco paulista, um técnico que ainda permite aventuras juvenis, como as do Gui, que de promissor prospecto de ala eficiente e penetrador, rapidamente se transforma em mais um dos corner players que vêm se instalando na praça, com seus temerários e imprecisos arremessos para lá da linha de três pontos NBA, num desperdício que já está cobrando significativos juros ao jovem jogador. Também erra na colocação e deslocamentos de seus bons pivôs sagitalmente e distante da cesta, afastando-os dos rebotes, permitindo que ajam na desajeitada armação de jogadas e arremessos improváveis de três. No entanto, seu comportamento observador e analítico, o colocou em flagrante vantagem sobre o hiperativo e saltitante oponente, basicamente naqueles momentos em que uma cabeça fria se impõe a outra, intempestiva e obliterada pelas “emoções”…

No mais, fora a inconcebível enxurrada de arremessos de três (18/55 para ambas), numa perda capital de tempo e esforço físico e mental, a pancadaria que se instalou embaixo das cestas, sob os olhares algo míopes de uma trinca de arbitragem mais interessada em mediações do que simplesmente aplicar com isenção e rigor as regras do grande jogo.

No jogo de logo mais, duas situações bem nítidas serão determinantes, a necessidade de vitória do time da casa para não se situar a uma derrota da eliminação, e na casa do oponente, e a imperativa oportunidade que os visitantes terão de levar para seus domínios uma decisão em dois jogos bastando vencer um deles.

Para tanto, seus comandantes necessitarão fazer alguns ajustes em seus comportamentos técnicos, emotivos e até estratégicos. Técnicos, privilegiando o jogo interno com seus índices de acerto bem maiores que as aventuras das bolinhas, otimizando suas oportunidades nos ataques, e defendendo energicamente o perímetro externo, buscando de 2 em 2 e de 1 em 1, pontuação necessária e produtiva, destinando as bolas de três àqueles realmente especialistas, e mesmo assim equilibrados e razoavelmente livres. Emotivos, observando e refletindo sobre o comportamento e  capacitação na leitura de jogo de seus jogadores, ação somente franqueada a quem se mantêm tranquilo e senhor de suas ações, e não carnavalescos e midiáticos. Estratégicos, quando compreenderem definitivamente que seus papéis determinantes são estabelecidos nos treinos, e não à beira da quadra e nas bordas de uma prancheta…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

DISCREPÂNCIAS…

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Olhem para estes números, analisem, pensem e concluam, enquanto discorro sobre os mesmos:

 

BRASILIA  82 x 87  SÃO JOSÉ         LIMEIRA  97 x 82   MOGI

 

                22/40         2         17/43                    28/39        2        25/39

                10/33         3         11/24                      6/14        3          2/12

                  8/10         LL       20/26                     23/34      LL        26/33

                     39          R            43                          27        R             24

                       9          E             12                          11       E             14

 

Para começar, algo salta aos olhos, de tão cristalina a evidência, de que se trata de dois jogos opostos, praticados por quatro equipes amantes das bolinhas e suas (in)conveniências.

Não vi nenhum dois dois, e fico com sérias dúvidas em tentar analisar jogos pelos números, mas nestes dois casos vale a pena especular sobre uma situação impar por que passa o basquetebol em nossa terra, amarrado a um sistema único e lançado a uma orgia desenfreada nos arremessos de três pontos, muitas vezes praticados por mais da metade dos jogadores de uma mesma equipe, como que possuídos de uma técnica refinada que, em hipótese alguma, possuem, ah, e com a cumplicidade de seus “estrategistas”…

Brasília, com sua já implantada convergência nos arremessos, ao se manter fiel ao estilo, perdendo 23 ataques de três, propiciou mais rebotes a São José (43) e muito menos incidência de lances livres (8/10 contra 20/26) do que seu oponente, que claramente privilegiou o jogo interno (17/43 contra 22/40), forçando dessa forma mais oportunidades de faltas, tanto que converteu 20 pontos de lances livres, ganhando um importante jogo, mesmo arremessando 11/24 bolinhas, ou seja, perdendo 11 ataques contra os 23 de Brasília. Com tal discrepância venceu um convergente e teimoso adversário, em seus domínios, e voltará a vencê-lo se mantiver a preferência do jogo interno e maior vigilância defensiva no perímetro externo, ponto forte e preferencial da equipe candanga e seu técnico argentino, no que se revela uma brutal incoerência se comparado a seus padrões portenhos.

Enquanto isso, basta comparar os números alcançados no planalto central com os do interior paulista, para constatarmos uma significativa e bem vinda diferença técnica em se tratando de equipes parelhas da elite nacional. Jogo interior intenso, com perda bem menor de ataques ocasionados pelos infames arremessos de três (foram 8/26 para ambas), um numero bem maior de lances livres (49/67), e um percentual muito bom de 67,9% nas bolas de dois. O numero de rebotes trilhou a normalidade entre equipes equilibradas, lastimando-se somente os 25 erros de fundamentos, falha contumaz em nossas equipes, sejam de que categoria forem.

Engraçado, mas tenho sérias desconfianças de que tão evidentes descompassos se originem mais pelo incentivo midiático das “fantásticas bolas de três”, das mais espetaculares “enterradas”, que “se constituem” na “essência do basquete” para seus divulgadores, mas que perante a realidade técnica e tática do grande jogo, se constituem num perigoso desvio dos verdadeiros e determinantes caminhos que terá de percorrer para voltar a se situar no panteão dos vencedores.

Amém.

Fotos – Globoesporte.com. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

CAÇA À SUPERESTRELA…

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Terminaram os playoffs de oitavas, e o que se viu, apesar das enormes “emoções” emanadas dos jogos elevados a condição de grandes e emocionantes espetáculos, apesar da técnica um tanto capenga, por narradores e comentaristas alinhados ao produto que tentam vender como de primeira qualidade, pode-se deduzir serem os mesmos medíocres e preocupantes, principalmente com a proximidade das grandes competições internacionais que teremos de enfrentar com uma seleção advinda destes “emocionantes espetáculos”…

Teremos a partir de agora os playoffs de quartas de final, para adiante, e mais um vez em jogo único, a retumbante final, infeliz produto de uma imposição da verdadeira dona do espetáculo (?), que o minimiza impondo um desfecho ridículo e injusto.

E porque inspira preocupações quanto às competições internacionais, Paulo?

Bem, se partirmos do pressuposto de que seleções representam a realidade de seus campeonatos nacionais, estaremos fritos, pois rapidamente estamos estabelecendo alguns padrões técnico táticos preocupantes, como a imposição e rápida aceitação do império das bolinhas, com sua subsequente e progressiva convergência sobre as finalizações de dois pontos, e muitas vezes superando-as (como no jogo de ontem, quando o São José venceu o Palmeiras estabelecendo a incrível marca de 11/34 arremessos de três e 13/33 de dois), onde pivôs disputam com alas e armadores a condição de “especialistas” nas longas bolas, com técnicos que incentivam tal prática (no discurso, porém, as negam…), onde equipes são montadas por “profundos conhecedores” do grande jogo, exatamente para se comportarem dentro desse absurdo e criminoso padrão, embalado no seio do sistema único de jogo, avalizado e certificado pela sua formatação e padronização divulgada em cursos de formação (?) de futuros técnicos de quatro dias, por uma profundamente equivocada ENTB, em todo o território nacional, deixando no ar uma abissal desconfiança no futuro do grande jogo aqui, em terras tupiniquins, tão afeita a modismos fúteis e perigosos, principalmente junto aos jovens que se iniciam…

No entanto, todo esse “momento” gera inegáveis protagonismos, como a mais completa ausência e o quase total desconhecimento de sistemas defensivos, que se existentes em muito reduziriam os aspectos acima apontados, por parte de “estrategistas”, que muito pouco conhecem os detalhes e meandros do grande jogo, tornando-o refém do que ai está cristalizado em uma mesmice crônica e constrangedoramente  burra…

Mas como desgraça pouca é besteira, vemos agora uma penúltima tendência (qual será a última?…), que vem se avolumando velozmente, a “caça à superestrela”, de todo e qualquer jogo, a sempre presente e dominante prancheta…

Triste ver e testemunhar ao vivo, a cores, e em som estereofônico, técnicos rabiscarem freneticamente suas midiáticas pranchetas, vendo-as também empunhadas por assistentes técnicos, ávidos em aparecer como salvadores naquelas horas mais importantes de um jogo, quando se sobrepõem aos titulares, e agora, também, por jogadores que simplesmente determinam jogadas e comportamentos que julgam corretos, frente a técnicos que as aceitam passivamente, numa demonstração tácita de inadequação para o comando e liderança de um plantel, que na maioria das vezes redundam em fracasso coletivo, fruto da permissividade e omissão dos mesmos.

Então, quando ouvimos um comentarista se dirigir aos jovens iniciantes no basquete, aconselhando-os a nunca se levantarem do banco antes que seu técnico determine o término das instruções, prestando atenção e respeitando suas mensagens técnicas, sugerindo tal atitude ante o comportamento oposto que muitos jogadores da elite praticam comumente, porém “justificando-os” como uma atitude de quem deseja voltar para o jogo rapidamente, se revela uma falácia, pois a dura verdade é que pouco, ou quase nada ligam para o que ouvem, comprovando uma triste e comprometedora evidência, a de que “você faz de conta que instrui, e nós  que ouvimos e concordamos”, prostrando por terra a perene afirmação de que tão decisivas jogadas são produtos de “exaustivos treinamentos”, que na realidade não são, pois em caso contrário não necessitariam ser desenhados canhestramente nos momentos decisivos de um mais decisivo ainda, jogo classificatório…

Ao fim de tudo, caminhamos e alcançamos o ápice do sistema único, a hegemonia dos longos arremessos com sua eficiência abaixo da média permissível, a esnobação defensiva, já que pretensamente, por se considerarem “poderosos” ofensivamente, dispensam penduricalhos defensivos com a centralização midiática de um acessório terciário e perfeitamente dispensável na direção de uma equipe, a prancheta milagrosa para muitos, para finalmente, ver ruir os princípios do comando, substituído por ambiciosos e despreparados assistentes, e agora, pasmem, por jogadores, que claro, mais do que supõe nossas mais tênues desconfianças, se colocam à frente de momentos de decisão, como que projetando suas pretensões ao cargo maior ao se aposentarem, o de “estrategistas”, e por que não, se já houve precedentes desde sempre?…

Eis o cenário lapidar que o hermano terá de enfrentar na constituição da seleção com vistas ao Mundial, e mais adiante as Olimpíadas, sem contar, é claro, com os périplos continentais que vem exercendo, na bateção de portas daqueles que muito prometem, e poucos, muito poucos cumprem, fator  determinante e constrangedor para todos que amam o grande jogo, e que não aceitam tal subserviência e inversão de valores.

Mesmo assim, torço para que consigamos emergir dessa mesmice endêmica em que nos encontramos, apesar de tudo conspirar para que não, mas, ter e alimentar esperanças em dias melhores que é o que nos resta, infelizmente…

Amém.

CONVERGINDO E PERDENDO…

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No artigo passado comentei ser muito difícil uma equipe vencer uma competição convergindo sistematicamente seus arremessos, onde as bolinhas de três superam as de dois pontos, numa perda substancial de esforços e objetividade, que numa liga de elite não costuma perdoar tal exagero, ainda mais quando somada a uma permissividade defensiva que raia ao inacreditável para esse nível.

Num jogo em que 18/39 arremessos de três se sobrepuseram a 18/32 de dois (seu adversário arremessou 21/37 de dois e 9/23 de três), algo está bastante errado no sistema de jogo dessa equipe, onde seu mais emblemático jogador vem sendo o cestinha absoluto nas últimas partidas, vencendo ou perdendo-as, porém mantendo um discurso de que a equipe vem atuando mal, e que não entende os porquês de tal evidência…

Bem, para quem está de fora da quadra, e entende um pouco do grande jogo, e nem precisa ser muito, não pode aceitar que uma equipe com tão bons jogadores altos, raramente os utilizem, priorizando a chutação desenfreada de fora do perímetro, onde até estabeleceu um novo parâmetro especializado, o corner player, e transformou alas e pivôs em “especialistas de três”, duelando com as atiradeiras da equipe, como que buscando oportunidades de participação de um jogo em que normal e permanentemente são esquecidos, situando-os afastados da cesta, num prejuízo incalculável para o seu poder de rebotes.

Somando a essa realidade, uma oscilação defensiva permanente, acomodada e segura de que a vitória se constitui numa questão de tempo, frente a um tão seleto e qualitativo grupo, temos desenhado um cenário nada favorável à mesma, pois de algum tempo para cá, seus adversários vem optando pelo jogo interior, onde mais pesa a autossuficiência da maioria de seus integrantes, focados que se encontram em seu poderio ofensivo, bem para cá do perímetro externo.

E como a cereja de um bolo passado e a caminho do mofo, uma indefinição patente na trilha de comando, onde naquelas horas mais decisivas, ou um palavrório agressivo e desconexo que se choca com a descrença e ausência de interesse de comandados, ou a intromissão tática subalterna de algo exposto e criado naqueles momentos (fica muito clara a tendenciosa improvisação…) se choca com a realidade ali negada, a de quão frágil se manifesta a todos, dentro e fora do campo de jogo, a relação entre comando e comandados, naquelas mais prementes situações onde deveria ser forte e unida, e não deformada pelos inflados egos de ambas as partes, mas que mesmo assim, face a qualidade de muitos de seus integrantes, ainda se mantêm em uma luta desigual ante suas próprias e consentidas fraquezas.

Mesmo assim, torno a repetir, como tudo de mais atípico acontece no NBB, pode ser até que venham a ser campeões, apesar de tudo, e do discurso de seu mais festejado jogador, que sabe muito bem o que, de verdade, está acontecendo, já que profundamente inserido naquele contexto…

Amém.

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COMANDO & EQUÍVOCO…

 

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(…)Estou tentando avisar o time que precisamos ligar a chave para o NBB. Eu reforço todo o dia. A gente não teve folga, treinamos todos os dias, mas eu falei para o Mortari (treinador) para treinarmos algo diferente, porque não estava fazendo efeito. Aí, fizemos cinco treinos duros, ligamos um pouco a chave, mas precisamos aumentar a intensidade.(…)

 Shamell (Foto: Ricardo Bufolin/ECP)Shamell (Foto: Ricardo Bufolin/ECP)

– (…) O mais importante foi ter vencido o jogo mas cometemos alguns erros. Normalmente não estamos jogando bem em casa. Perdemos quatro partidas seguidas no fim da primeira fase jogando aqui no Pinheiros. Precisamos aprender a jogar aqui- afirma Shamell.(…)

(Trechos e foto de uma matéria publicada no blog globoesporte.com de 10/4/14)

 

E pelo visto não aprenderam, pois foram dominados  pelo Mogi dentro de casa com direito a um show de palavrões de seu técnico e de uma de suas estrelas, no que foi considerado “um exagêro” pelo comentarista da TV, numa corriqueira repetição do que vem progressivamente acontecendo com a equipe, que não pode pretender vencer uma competição convergindo em seus arremessos (16/31 de dois e 11/34 de três) e permitindo um 14/27 de três de seu oponente, numa tácita demonstração de ausência e empenho defensivo e, o mais importante, sem definir a liderança efetiva da equipe, permanentemente contestada por jogadores, em episódios constrangedores como o desse jogo, onde a falta de respeito e consideração de parte a parte baixaram ao mais rasteiro nível, incompatível com as tradições desse grande clube paulista.

No entanto, vendo a equipe atuar de uma forma mais próxima do aleatório do que participante de um sistema definido de jogo, apesar de adepto  do sistema único, percebe-se com certa clareza que determinados jogadores, na presença de uma liderança equivocada na forma e na essência de como se situar perante um grupo de homens que, acertando ou errando, merecem um tratamento mais respeitoso em público, e não agressivo e intimidador, clara e diretamente se insurgem com o técnico e mesmo entre si, numa demonstração do que muito de errado vem ocorrendo no âmago da equipe, fator crucial que bem reflete as últimas apresentações da mesma.

Mas como tudo de mais atípico acontece no NBB, pode ser até que venham a ser campeões, apesar dos p..que p…, vão tomar no… e c,,,em profusão. Deve fazer parte do script dessa equipe especial…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

AMENIDADES…

 

 

 

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Você passa pela Avenida das Américas e ao se deparar com o majestoso palácio do COB, totalmente mantido pelo dinheiro público, custa a entender, e mesmo aceitar, que uma federação histórica, como a FBERJ se utilize por favor de uma salinha, originariamente um almoxarifado, na sede da CBB, para gerir e organizar os campeonatos e seleções cariocas, que claro, oscilam sempre para menos, pela deficiente qualidade originada pela carência maior, recursos para sua sustentabilidade, escassos no âmbito federativo, imensos e aparentemente inesgotáveis para a turma encasquetada lá de cima, produto advindo dos tempos ditatoriais por que passamos, e neste caso, ainda não desfeitos como deveria, se por acaso, tivéssemos uma política voltada ao desporto educativo, a escola, aos jovens, aos professores formadores de carateres, e não esses aproveitadores profissionais. Mas ainda mantenho a esperança de que sairemos desse fétido buraco um dia, um dia…

 

 Contudo, algo de positivo no mundo do grande jogo ocorreu na decisão da NCAA, quando UCON chegou ao titulo num jogo decidido próximo a cesta, onde os poucos arremessos de três foram tentados por aqueles verdadeiros especialistas, e não como nós, que habilitamos toda uma equipe como capacitada nessa difícil arte, o da precisão à distância, campo exclusivo para uns poucos, bem poucos, assim como deixou patente a qualidade nos fundamentos de todos os participantes, independendo de posições, altura, peso e idade, onde jogar dentro ou fora do perímetro igualava a todos em habilidades e leitura de jogo. Com a formação de base que temos, e ainda entregue a neófitos compromissados com o sistema único e um pretenso domínio pranchetado extra quadra, timidamente contestado por alguns corajosos jogadores, ainda teremos longos anos para nos desvencilharmos  deste infeliz cabresto, elitista e corporativista.

E de repente me salta aos olhos uma notícia repetida, uma noticia tão absurda quanto a originária, que simplesmente reportava uma viagem do técnico da seleção brasileira e do diretor técnico da CBB, de encontro aos jogadores patrícios atuando na NBA e equipes europeias, como que batendo de porta em porta em busca da anuência dos mesmos para atenderem a uma convocação de seu pais de origem, como que num enfastiado favor evocado de uma disponibilidade pontual em servi-lo, ou não. Inadmissível  que um técnico, e muito mais um diretor técnico, se prestem a esse papel, quando uma nota convocatória da CBB seria o único caminho a ser adotado de verdade. Indo a eles, traem-se dois princípios básicos de comando, a liderança, e a credibilidade, onde a relevância do comandado se sobrepõe a do comandante, que nesta circunstância passa a  carecer de importância estratégica, ou qualquer outra…

No entanto, uma última notinha tinha de ser agregada a tanto equivoco, e de uma forma tragicômica, quando pudemos ler, e claro, tomar conhecimento, de que no curso nível I da ENTB em Brasília, o técnico da equipe candanga, argentino, dará palestras sobre treinamento na formação de base, de professor que é em sua terra, mas por aqui soa mais como estrategista numa equipe convergente nos arremessos de três que parece tentou domar, mas não conseguiu, pelo menos até o momento…

Mas o que fica no ar é algo que não entendo, de verdade, o fato dele, e os demais estrangeiros atuando no NBB não apresentarem um dos niveis exigidos pelo Confef/Cref para dirigir equipes por aqui, e mesmo dar aulas em cursos da ENTB, como é e será exigido (?) a partir de 2015, a não ser que, meus deuses, será que foram provisionados?…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e do Jornal O Globo. Clique nas mesmas para ampliá-las.