CASÉ…

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Estávamos em um duro treino de fundamentos de dribles e fintas, sob um calor rigoroso naquele janeiro de 2010 em Vitoria, dirigindo o Saldanha da Gama no NBB2, quando observei algo inusitado para mim, velho conhecedor dos fundamentos do grande jogo, algo desconhecido e da mais fina habilidade, uma tripla troca de mãos no drible antecedendo uma ampla reversão com troca de mãos em alta velocidade, com finalização em bandeja, e tudo isso realizado por um ala pivô de 2,05m, o Casé.

Fui ao seu encontro e pedi que repetisse a brilhante ação, no que fui atendido, mas sem antes agradecê-lo por algo que nunca tinha visto, numa lição inesquecível.

Com a desenvolvimento  do treinamento, algo crescia dentro de mim, o projeto de que com a continuidade do trabalho o treinaria na armação de equipe, tantas eram suas qualificações nos fundamentos, no que seria uma reviravolta em sua trajetória de excelente jogador que era, e continua sendo.

Mas o projeto não teve continuidade, e o Casé seguiu sua carreira de ala pivô, subutilizado na maioria das equipes que jogou, num desperdício que me  deixa triste até os dias de hoje.

Acompanhei sua trajetória, assim como a de todos os seus companheiros daquela bela equipe, até que o soube participando de seleções de máster e agora da modalidade 3 x 3, quando ainda muito teria de contribuir na liga maior, claro, sob direção competente em tirar dele todo um potencial na maioria das vezes subestimado, o que sempre foi lastimável.

Neste domingo o vi atuando na Copa America 3 x 3, e logo no inicio do jogo final contra os americanos, e sem a participação do armador Eric, contundido, vi com a maior alegria o Casé se utilizar da jogada que tanto me empolgou em Vitoria (veja aqui num vídeo do blog Glogoesporte.com), em ação parecida aos jogos contra o CETAF e o Joinville no NBB2 (jogos completos na opção Multimídia nesse blog)confirmando em mim a certeza de que treiná-lo como armador teria sido uma experiência inusitada, inovadora e transformadora.

Parabenizo o Casé, e seus companheiros na convincente vitoria contra os americanos, e torço para que continue ainda por um bom tempo a nos brindar com sua arte no grande jogo.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

A ESCOLA ESPANHOLA…

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Meus deuses, como está ficando complicado escrever sobre basquetebol em nosso país, envolto que está numa espessa bruma de mediocridade, que assusta de verdade.

Fui a dois jogos do Flamengo no sábado e ontem no Tijuca, quando testemunhei duas mentiras travestidas de equipes, enfrentando o agora líder da liga, que com a volta do Marcelo alterou bastante a maneira como vinha atuando, privilegiando o jogo interior, e tornando a atuar preferencialmente no perímetro externo, e convergindo a cada jogo (17/29 de dois  e 14/27 de três contra Mogi, e 20/31 e 6/29 respectivamente contra o Ceará).

Contra Mogi, o Marcelo repetiu pela enésima vez seu repertório de dribles à esquerda e arremesso de três, assim como suas fugas nos corta luzes com a mesma finalidade, o longo arremesso de três, fora aquelas oportunidades em que nenhuma marcação lhe era oferecida, como um bônus a ser aproveitado. E foram 8/13 bolinhas que decidiram a partida, ante uma equipe de mentira, pois não defendia, não atacava, não agia coletivamente, e sequer esboçava luta, por menor que fosse. Será que a escola espanhola avalizaria tanto descalabro, que nem o calor sufocante (para as duas equipes) e a presença de uma pequena, porém furiosa torcida poderia explicar tanta fragilidade?

E o Ceará, que perdeu um jogo que poderia ter vencido, pois jogou “dentro” da defesa carioca (21/43 de dois pontos e 5/17 de três), endurecendo o jogo ante uma equipe convergente (acima mencionado), mas que na hora decisiva optou pelo jogo exterior e se deu mal.

Mas, por que tal opção nos momentos decisivos, quando mais do que nunca o jogo interior, de dois em dois, um e um pontos a levaria a vitória, senão o quase abandono de seu técnico, centrado que esteve durante toda a partida com a arbitragem, discutindo e reclamando em tudo e por tudo, comprometendo decisivamente sutis observações para detalhes vitais, principalmente nos minutos finais, quando a opção externa tomada pelos jogadores deu aos cariocas a oportunidade de contra atacarem após tentativas frustradas de indesculpáveis bolinhas, em vez de forçarem o jogo interno que os trouxeram até aquele momento de decisão.

Mas por onde andava o comandante para definir a decisiva opção, senão envolvido em um absurdo confronto com a arbitragem, naquele momento em que sua equipe mais precisava de sua postura tranqüila e segura.

Preferiu, ou não se conteve ao embate e ruiu junto com a equipe, uma equipe de mentira naquelas circunstâncias, uma triste mentira…

Amém.

 

CONSIDERAÇÕES…

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(…) A estrutura da equipe está montada, tem poucos detalhes para resolver. A defesa está pronta, as jogadas também e confio no nosso time. Nas duas próximas partidas, fico no comando da equipe, e me parece que estão procurando outro treinador. A qualquer momento pode sair um nome (…) (trechos de uma matéria do blog globoesporte.com de 8/1/14)

Como vemos pelas declarações do assistente técnico Claudio Antonio Clemente do Uberlândia, agora empossado como técnico interino até a contratação do substituto do demitido Helio Rubens, a equipe está estruturada defensiva e ofensivamente, e (…) Como o time está pronto, tem que ser uma pessoa que saiba lidar muito bem com o grupo, seja companheiro, de entrosamento fácil, que conheça o elenco ou que tenha facilidade para adaptar ao novo time, já que estamos na metade da competição (…)

            Logo, tem de ser um técnico que se adapte ao grupo, e não o contrário, como deveria ser, no caso de um técnico de verdade… Ou não? Mas como todo mundo nessa liga age e joga de forma unificada, formatada e padronizada, até que o referencial se torna palatável, claro, para o padrão vigente… Ou não?

Claro que sim, ou o investimento maior escolhido a dedo pelo dono do empreendimento, à imagem e semelhança de suas concepções de basquetebol, poderia ser contestado, discutido ou mesmo levemente arranhado por um técnico metido a inovador, ou com personalidade e conceitos próprios?  Nunca, jamais!

Então o que veremos em breve será um técnico alinhado, comportado e obediente aos padrões vindos de cima, só que os mesmos não têm sido muito eficientes quando se trata de vencer a liga, mas que, inquestionavelmente obedecem a um outro padrão, o da mesmice endêmica que ai está, escancarada e irreversível. Manda quem pode, obedece quem tem juízo… Ou não?

(…) Acho que a tônica do nosso jogo foi a defesa. Apesar dos altos e baixos, o que garantiu a nossa vitória foi a defesa. Nós saímos atrás, buscamos, conseguimos passar. Sabemos que a equipe do Pinheiros  tem uma equipe forte, mas conseguimos parar eles. Nossa equipe estava em segundo, perdemos para o Palmeiras, mas buscamos de novo. Conseguimos fazer frente às grandes equipes. Nosso lugar é lá em cima – disse César.(…)

(Trecho de uma matéria publicada no globoesporte.com em 8/1/14)

Engraçada essa declaração do jogador Cesar do Paulistano sobre defesa, quando sua equipe levou 91 pontos de uma outra que simplesmente arremessou 13/30 bolinhas de três e 17/27 de dois pontos, numa convergência que está se tornando padrão na mesma, quando deveria mencionar, isto sim, os 9/26 arremessos de três e 19/40 de dois de sua própria equipe, que foi o fator fundamental de  sua vitoria, pois jogou um pouco a mais no perímetro interno que seu adversário, num jogo de defesas pífias e “somente” 32 erros de fundamentos (17/15). Por declarações como essa, podemos avaliar como conceituam o fator defesa num jogo com 22/56 tresloucadas, irresponsáveis e midiáticas tentativas pertencentes ao reinado das bolinhas, noves fora os tocos e enterradas…

Mas como se diz hoje em dia – vamo que vamo – é o basquete sonhado por essa turma…

Amém.

Foto – Blog Bala na Cesta.

COMEÇO DE ANO…

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Inicio de ano, rodada do NBB6 depois das festas, com perspectivas de grandes melhoras, técnica individual e coletiva mais aprimorada, sistemas e táticas depuradas após rodadas intensas e disputadas, expectativas por algo realmente novo, instigante, desafiador…

Mas, o que tivemos na crua realidade dos fatos, o que?

Para começar, um recorde, lídimo e legitimo recorde, com pedigree indiscutível, porém trágico, num jogo em que a equipe do Pinheiros poderia, e deveria, ante a fraqueza do adversário, a Liga Sorocabana, exercer ataques interiores como preparo para embates futuros, que sem dúvida alguma irá enfrentar. Mas optaram por algo inédito, até certo ponto absurdo, pois arremessaram 17/39 bolas de três (as duas equipes perpetraram 62 bolinhas…) e 12/21 de dois pontos, num jogo (?) recheado por 28 erros de fundamentos…

Fico pensando como ser possível uma equipe disputar uma partida arremessando 39 bolas de três e somente 21 de dois, chega até a doer…

Num outro jogo, Uberlândia perde para São José (ambas arremessaram 63 bolas de três…) convergindo inacreditáveis 21/38 de dois e 14/35 de três, frente a um adversário que usou um pouquinho melhor o jogo interno (24/40 nos dois e 12/28 nos três) suficiente para levar o jogo marcado por uma enxurrada indesculpável de 63 tiros aos pombos…

Teve mais, Ceará e Limeira chutaram juntas 54 bolas de três, sendo que os paulistas perderam o jogo convergindo com 16/29 de dois e 9/30 de três, num desperdício de arremessos e esforços arrepiante, e que somente por isso mereceu perder ante uma equipe mais equilibrada (20/43 e 6/24 respectivamente)…

Mogi e Bauru chutaram 52 de longe e Brasília e Vila Velha outras 53 bolinhas, mantendo a média da rodada…

Mas a pérola da coroa ficou com o inovador Tiagão do Palmeiras (ai em cima na foto com seu novo e arrebatador sinal… de três) com sua marca de 3/8 nos longos arremessos, e menciono pérola porque alcançados contra uma equipe que se gaba de sua forte defesa, mas que permite ser metralhada oito vezes por um cincão, levando nove pontos num jogo em que perdeu de sete!! Vá defender bem assim no Anhangabaú…

Mas o impactante foi a somatória dos erros de fundamentos nos jogos em questão, 169 (media de 28.1), rivalizando, ou confirmando os números da liga que fornecerá novos valores mais adiante, a LDB…

Ufa, foi um inicio de ano devastador, preocupante, principalmente quando vemos técnicos estrangeiros que aqui aportaram e muito bem pagos, com formulas para disciplinar nossos craques, e que se renderam ao reinado das bolinhas, pacifica e inquestionavelmente. Muito vivos os caras…

Amém.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.

FIM DE ANO…

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Termina o ano, que de certa forma não foi um bom ano para o basquetebol de nossa terra, ainda perseguido e enclausurado na camisa de força de um pesadelo difícil de ser removido, a mesmice técnico tática endêmica e por isso mesmo, asfixiante.

Com a universalidade do sistema único, cada vez mais visceralmente aceito, muito pouca coisa de diferente, inusitada e corajosa pode prosperar perante a rigidez ciclópica e corporativa que o impõe coercitivamente, sem um mínimo de concessões a algo que o conteste.

Talvez, a incorporação de um fator complicador a tentativas de fuga ao onipresente sistema, com a inclusão generalizada da alta velocidade em sua consecução tática, o que evidenciou e escancarou de vez o verdadeiro grande vilão que coisifica a sua mais básica carência, o desconhecimento das mínimas técnicas na execução dos fundamentos do jogo, vide a ontem terminada LDB, quando nos seus dois jogos finais foram cometidos 78 erros de fundamentos (40/38 respectivamente), e onde o Flamengo se sagrou seu lídimo e incontestável campeão, que parabenizo pelo título, nunca pelo basquete jogado, mas que mesmo assim foi o melhor dentre todos.

Não repetirei números gerais da rodada final, iguais ou piores das que a antecederam no desenrolar de toda a competição, mas sim uma básica amostragem do que ocorreu em números nos dois jogos finais, ou sejam:

– Nos dois pontos    –  72/190 – 37.8%

– Nos três pontos     –  23/72   –  31.9%

–  Lances livres        –  30/49   –  61.2%

–  Rebotes                –   151     –   75.5 na média

–  Erros de fundam. –    78      –    39.0 na média

Frente a estes números de duas finais onde a maioria dos jogadores já participam do NBB, podemos, infelizmente, projetar a catástrofe do que ocorreu nos 300 jogos da competição, onde fundamentos foram violentados, arremessos de três atingiram cifras inacreditáveis, e sistemas defensivos simplesmente inexistiram, dentro, e principalmente fora dos perímetros, numa proporção tão preocupante, que ouso conscientemente relatar que, fora a pretensa importância pratica que movimentou esses jovens nos seis meses de competição (espero que as necessidades escolares tenham sido levadas em consideração pela Liga), tática e fundamentalmente nada acrescentou aos mesmos, pois praticaram um jogo anacrônico e muito além dos mínimos parâmetros de qualidade a essa altura de suas caminhadas, fruto de uma sistemática formatada e padronizada por uma geração de técnicos compromissada com a mesmice endêmica gestora do corporativismo a que estão ligados, garantidora de seu trabalho “homogêneo”, espelhado numa ENTB/CBB, veiculo autenticador do que ai está coercitivamente implantado.

Enquanto não evoluirmos e fugirmos dessa horrenda influência prisional, não iremos a lugar nenhum nos planos regional, nacional e conclusamente, no internacional, com ou sem hermanos acima e abaixo do equador nos prestigiando…

Porém, otimista renitente que fui e sempre serei, aspiro que novos ares rondem o grande jogo em nosso imenso e injusto país, e que se faça presente à meritocracia na educação e desporto pátrio, única forma democrática para que consigamos sair desse limbo cultural em que nos encontramos desde sempre.

Um feliz e prospero ano de 2014 para todos, leitores ou não, críticos ou não, com muita paz, progresso e saúde.

Amém.

 

Foto – Reprodução da TV. Clique na mesma para ampliá-la.

CORRENDO MAIS DO QUE DEVE…

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Chego a Gávea com meu filho André Luis, e logo à entrada me encontro com a Alzira Brandão, talvez a mais antiga mesária ainda em atividade no país, formada em educação física e competente ao extremo. Foram alguns minutos de reminiscências pelos anos de sadia convivência nas quadras do Rio, e muitas saudades também, imorredouras, eternas.

Entramos no ginásio, não aquele embaixo da enorme arquibancada do futebol, onde trabalhei as divisões de base do Flamengo numa época que rivalizávamos com São Paulo em qualquer daquelas categorias de formação. Agora é outro ginásio, pequeno e calorento, com insuficientes vias de acesso do ar vindo da lagoa ali do lado, o que explica a grande concentração de umidade ao final de um dia ensolarado de verão intenso. Pior, os assentos plásticos desconfortáveis oferecidos ao publico que se lá se encontrava, apesar de tanto sacrifício, é porque realmente ama o grande jogo, sob quaisquer circunstâncias.

Bem, consegui assistir os dois jogos semifinais em meio a grandes papos com o Byra Bello, o Michila, o Renê Machado, o Marcio, técnico do Goiânia, o Paulo, técnico do Flamengo, e até receber um amistoso cumprimento do prof. Flavio Davies, supervisor do Minas, surpreendente pelo precedente mal estar entre nós durante o primeiro congresso de técnicos no NBB2 em Campinas, e que parece estar superado pelo bem do grande jogo que tanto amamos.

Fora os papos e agradáveis reencontros, pudemos constatar in loco as quantas andam os prospectos que se lançarão à divisão de elite, além daqueles que já lá se encontram, e que na minha humilde opinião não deveriam estar participando dessa LDB, pois já conquistaram seus lugares nas equipes do NBB. Mas, infelizmente os responsáveis pela competição não pensaram dessa forma, porém, acredito que para a próxima poderiam repensar essas participações, que visam mais o titulo em disputa, do que a oportunidade de melhoria técnica dos jovens participantes.

Se nos ativermos um pouco sobre os números das duas partidas veremos que os percentuais nos arremessos continuam na faixa do inaceitável (64/158 – 40.5% nos de dois pontos, e 12/73 – 16.4% nos de três), melhorando um pouco nos lances livres (58/79 – 73.4%), mas que complica muito quando nos deparamos com 55 erros de fundamentos no jogo entre Minas e Pinheiros, e 37 entre Flamengo e Brasília, e que nem mesmo alguns escorregões motivados pela umidade na quadra, justificam tanta imprecisão nos fundamentos básicos do jogo.

E é justamente neste aspecto, imprecisão nos fundamentos (arremessos inclusos…) que reside a grande falha, regida e patrocinada por um conceito errôneo de velocidade, que chega às raias do inverossímil, quando a mesma antecede o raciocínio sobre as situações de jogo colocadas sob o julgamento sensato, pensado e materializado nos ritmos corretos a cada uma delas por parte dos jovens jogadores, e não pasteurizada como atitude unificada a todas elas, gerando uma realidade caótica e absolutamente imprevisível em seus mais do que previsíveis resultados. Em outras palavras, corre-se muito e desvairadamente, e pensa-se pouco, muito pouco, as ações a serem tomadas.

Olhando de perto tanta sofreguidão em ser veloz, que sem querer podemos definir com clareza o que venha a ser uma “jogada chifre”, pois não foram poucas as oportunidades em que vimos jogadores se enfiarem em extrema velocidade defesa adentro, praticamente “chifrando” quem se antepusesse a ele, gerando cenas realmente inusitadas e até cômicas…

E no entorno de tanta falta de controle físico, espacial e mental, constata-se, talvez, o maior de todos os equívocos, unificados através um sistema padrão de jogo, que busca com sofreguidão os embates de 1 x 1, e os espaços para as finalizações dos três pontos, que na maioria das vezes descambam para as atitudes aventureiras de muitos jogadores que, na ausência de um convincente preparo na leitura de jogo, partem para o confronto, forçando-o na maioria das vezes, e o pior, sem o devido conhecimento, preparo e treinamento daqueles fundamentos mais básicos, o drible, a finta, o passe e o arremesso sob situações de proximidade defensiva, e mesmo quando livres e soltos.

E neste ponto da análise mais primaria que se possa fazer, salta aos olhos o poder do grande vilão dessa odisseia às avessas que nos inflige perdas incalculáveis, a mais completa ignorância do que venha a ser defesa nesse apaixonante e difícil jogo. Simplesmente confunde-se agressividade com energia e técnica defensiva, tanto individual, como, e mais precisamente, coletiva. Ao não utilizarmos como regra geral a defesa linha da bola (aquela de flutuação lateralizada, aqui vista, e não a longitudinal à cesta que usamos a granel), e a marcação frontal do(s) pivô(s), permitindo ações automáticas de coberturas, e obrigando o adversário aos passes em elipse ou para trás, e que se mentalize a idéia de que uma defesa zonal tem de ser igual ou até mais agressivamente técnica que uma individual, principalmente nas contestações ao homem de posse da bola e aos arremessadores de longa distância, honestamente considero ser impossível um salto de qualidade ofensiva de nossas equipes, pois sucedendo a uma predominante realidade defensiva de boa qualidade, naturalmente se materializa uma ofensiva, e vice versa, num caudal evolutivo para o progresso técnico de qualquer modalidade de jogo coletivo, onde o contato físico seja permitido.

Porém, todo essa dinâmica evolutiva de jogo, somente será factível com um trabalho muito bem planejado, estudado, orientado e dirigido por técnicos corretamente qualificados, através bem estabelecidos cursos de longa duração e acompanhamento permanente por parte de experientes e muito bem vividos professores (todos eles marginalizados do processo desde sempre), que os qualificarão, não pelos “títulos” conquistados nas divisões iniciais de base (quando currículos são falseados) , onde um ou dois jogadores altos fazem a enganosa diferença na conquista dos mesmos, do que venha a ser um criterioso e muito bem planejado trabalho de equipe, e sim, quando consigam sua ascensão a níveis superiores, pela quantidade de jogadores que conseguirem promover às divisões acima, e mesmo às seleções regionais, provando na prática a qualidade de seu trabalho, geralmente encoberto pelas “peneiras” da vida, e que premiaria um trabalho que é a base dos demais, na garimpagem e no ensino qualitativo dos jovens, todos advindos da massificação fundamental. Essa foi uma ideia que tentei passar a ENTB/CBB, e que muito discuti ontem com um de seus professores, o prof. Byra Bello.

Finalmente, com as simples políticas acima descritas (simples porque óbvias…) poderemos no prazo de duas ou três gerações nos ombrear com as grandes equipes internacionais, apresentando uma forma diferenciada de jogar, com a já consolidada dupla armação, e utilizando três homens altos, rápidos e flexíveis no trabalho próximo a cesta, porém em constante e ininterrupto movimento, com velocidade ofensiva controlada e utilizada quando necessária, e não esse sistema trator e peladeiro que assistimos no calorento, abafado, mas tradicional ginásio rubro negro.

Infelizmente não estarei na decisão, que acompanharei pela TV, torcendo para que tudo corra bem, apesar da indescritível e não muito inteligente velocidade…

Amém.

Foto – Divulgação LNB.

A DERROCADA DOS FUNDAMENTOS…

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Oito foram os jogos nas duas primeiras rodadas deste turno final da LDB, todos jogados na Gávea, e que se estenderão até a decisão final na segunda feira às 21hs.

Sem dúvida nenhuma, trata-se de um longo torneio visando dar experiência a novos jogadores e técnicos também, onde o decisivo patrocínio financeiro do Ministério dos Esportes gerido pela LNB o tornou factível, contando com boa organização, boas estatísticas, mas zerando outro e importante fator, a quase total ausência de público na competição, e a mais completa ausência de imagens para divulgá-lo e tornar conhecidos seus participantes, mesmo que as mesmas fossem transmitidas pela internet, de uma forma simplificada, porém fundamental na divulgação, mesmo que o fosse em vídeos posteriores.

Mas algo de assustador pairou por sobre a qualidade desses jogos, desses jogadores, da orientação técnica e tática, quando números comprometedores vieram a público jogo após jogo, numa espiral descendente de erros numa divisão aspirante à elite, onde tais e tantos erros já não deveriam ser cometidos, basicamente nos fundamentos do jogo, já que unanimemente todos os envolvidos praticavam o sistema único, formatado e padronizado pela corporação técnica que se apossou do nosso basquetebol e  avalizados pela ENTB/CBB, onde os chifres, punhos, ombros, cabeças, camisas, e não sei mais quantas denominações da mesmice praticada por todos, canalizaram os jogadores a posições de 1 a 5, onde as possibilidades de criação e espontaneidade se tornam reféns de coreografias e pranchetas de técnicos compromissados com a mesmice endêmica que nos estrangula e coisifica perante os padrões da imprevisibilidade técnico tática que tão bem define o grande jogo.

E para que não pairem dúvidas sobre o numerário destas duas rodadas, ai estão os mesmos nos oito jogos realizados:

– Arremessos de 2 pontos – 326/683  –  47.7%

– Arremessos de 3 pontos  – 66/300    –  22.0%

– Lances Livres                  – 194/341  –  56.8%

– Rebotes                            – 624         –  78 (média por jogo)

Realmente preocupantes a falta de eficiência dessa turma jovem em seus arremessos, principalmente quando incutiram (ou foram incutidos…) em suas cabeças de que são “especialistas” nos três pontos, largamente desmentidos pelos 22.0% de acerto em suas tresloucadas tentativas. Mesmo nos dois pontos e nos lances livres suas médias são abaixo do exigido a jogadores dessa faixa etária.

Mas o assustador mesmo, e que deixei para o final, a fim de que todos aqueles envolvidos no preparo desses jovens reflitam com seriedade e responsabilidade, são os erros nos fundamentos, fator fulcral no desenvolvimento e consecução de qualquer sistema de jogo que se empregue, mesmo o único, que tanto defendem e divulgam como algo a ser preservado, como seus empregos desde sempre…

Faço questão de listá-los jogo a jogo e em ordem crescente, disputados pelas oito equipes, indistintamente, como testemunho do abismo a que está sedo empurrada mais uma geração pelos “estrategistas” permanentemente de plantão junto ao grande jogo, frutos do político compadrio do Q.I. e da mais completa ausência da meritocracia, base do desenvolvimento de qualquer modalidade desportiva que se preze. Acreditem, é verdade:

– Minas/ Brasília    –  30

– Ceará/Brasília      –  30

– Minas/Ginástico   –  32

– Bauru/São José     –  34

– Flamengo/Pinheiros-36

– Ginástico/Ceará     –  42

– São José/Flamengo-  42

– Pinheiros/Bauru     –  46

São 292 erros de fundamentos, com uma absurda média de 36.5 por partida.

Enfim, não bastam palmas para os sistemas, as jogadas, as midiáticas e quiméricas pranchetas, as bolinhas salvadoras, as cinematográficas enterradas, itens fragmentários que nada representam, sequer se tornam elementos decisivos de um verdadeiro jogo de basquetebol, sem o pleno domínio de seus fundamentos, elemento que amálgama e justifica aquelas habilidades para a composição de uma verdadeira equipe do grande jogo.

Mas, trata-se de um assunto, muito, muito sério mesmo, restrito àqueles que o conhecem e o entendem, de verdade…

Fico na dúvida se irei comparecer em uma das rodadas finais, pois  custo a me conformar com a visão de passes errados, dribles canhestros, fintas desconexas, arremessos arrivistas, bloqueios fora do tempo, contra ataques lateralizados, defensores passivos e ausentes, rebotes descolocados, leitura de jogo embotada, sistemas robotizados, chiliques extra quadra com transferência de erros crassos para a arbitragem, caras e bocas, braços cruzados, arrogância…

Quem sabe se meu filho basqueteiro me conceder uma carona, reverei  velhos conhecidos, meu velho local de trabalho onde treinávamos fundamentos pra valer…

Amém.

Foto – Divulgação LNB.

UM EXCELENTE QUESTIONAMENTO…

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Queria fechar o ano desfazendo alguns mal entendidos referentes a comentários nem sempre otimistas aqui feitos, e que suscitou uma pergunta a mim feita por um leitor, via email, guardando sua identidade, conforme norma estabelecida desde a criação desse humilde blog nove anos atrás, assim formulada – “Paulo, por que tanta critica negativa relacionada ao nosso basquete, técnicos, jogadores, sistemas enfim, por que?”

Bem, para responder um questionamento tão sério e instigante como esse, me reportarei a alguns jogos da semana que passou, os últimos desse ano, nos quais abordarei os por quês solicitados. Vamos lá então:

Comecemos pelo jogo entre o Bauru e o Flamengo, equipes fortes pelo padrão NBB, mas que nos fornece alguns pontos discutíveis, a começar por seus sistemas de jogo dentro do padrão comum a todas as equipes da liga.

Ambas se utilizam da dupla armação, não mais em esporádicos momentos, mas permanentemente, utilizando um estratagema, também comum às demais equipes, quando um dos armadores substitui um dos alas, dotando-as de maior maneabilidade técnica nos fundamentos, aumentando em muito sua eficiência ofensiva, taticamente atreladas a jogadas formatadas e padronizadas, com controle direto de seus técnicos, todos ardorosos adeptos do globalizado sistema único que tanto nos tem asfixiado desde sempre, notadamente quanto aos importantes fatores espontaneidade e criatividade por parte dos verdadeiros protagonistas do jogo, os jogadores…

Porém, e ironicamente, tanto controle de fora para dentro da quadra sofre com uma contrapartida de dentro para fora, com um grande numero de jogadores tomando as rédeas de pormenores influentes no destino de muitos jogos, como a não observância das “jogadas” propostas, e sendo o maior deles o estabelecimento do reinado das bolinhas, que vem num crescendo de tal ordem, que convergências entre médios e curtos arremessos se chocam em numero com os de longa distância, numa distorção cada vez, e progressivamente, mais presente nos jogos, como nesse onde a equipe de Bauru arremessou 16/31 bolas de dois pontos e 12/35 de três, tendo ainda consignado 26/31 nos lances livres, com seu adversário, o Flamengo conseguido 22/38 nos dois, 9/27 nos três e 25/28 nos lances livres, vencendo porque de certa forma privilegiou um pouco mais o jogo interior, com conversões mais precisas, arremessando oito bolas a menos de longa distância, fator que decretou sua vitoria.

A questão que se apresenta então é a desobediência, ou disfarçada cumplicidade entre jogadores e técnicos, onde limites são omitidos, aceitos ou compartilhados, numa parceria às avessas, pela qual a aceitação será proporcional ao fator de “caírem ou não” as tais bolinhas, ou com mais propriedade, os famosos e onipresentes “detalhes”…

Indo um pouco mais além, e tomando dois dos jogos da rodada somente por seus números, o que tivemos?

– São José, que vem evoluindo aos poucos sob novo e competente comando, perde um jogo em seus domínios convergindo fortemente, mesmo tendo jogadores internos de excelente nível (arremessou 13/32 de dois pontos e 7/30 de três) desperdiçando 23 ataques em bolinhas, situação bastante corriqueira com o técnico anterior, enquanto seu oponente, o Ceará, privilegiou o jogo interno (24/43 de dois e 7/22 de três) e venceu uma partida com 27 erros de fundamentos (13/14 respectivamente), num dos óbices que nos atrasam sobremaneira quando o assunto são os fundamentos do jogo.

– Num outro jogo, Liga Sorocabana e Brasília, esta venceu na prorrogação a última colocada no campeonato levando 83 pontos, a maioria dentro de seu perímetro (19/41 nos dois e 10/28 nos três, e 17/26 nos lances livres), demonstrando terríveis falhas defensivas naquele terreno próximo à cesta, e mesmo assim chegou a vitória convergindo 15/29 nos dois e 14/32 nos três, numa claríssima demonstração de que seu técnico, apologista do jogo controlado e cadenciado, de forte defesa e de arremessos bem selecionados, definitivamente cedeu suas crenças técnicas à realidade de uma equipe pioneira e intransigente defensora do reinado das bolinhas…

– Finalmente, Limeira e Macaé fecharam o ano com um jogo muito igual, vencido pelo primeiro numa falha mais do que anunciada de fundamentos, quando o Duda não soube marcar (naquele caso cercar, ou tourear) o armador Jackson, que deveria ter sido vigiado por seu conterrâneo Jamaal, ou mesmo o Fred tão habilidosos quanto o mesmo. O Duda reconheceu seu erro no final, mas ninguém se referiu ao técnico e seu assistente que é técnico de seleções de base da CBB, ante a falha gritante de comando “estratégico”…

Então, podemos fechar essa pequena análise, questionando algo que se tornou dogmático no âmbito da maioria dos técnicos da elite, o conceito arraigado de que jogadores adultos têm mais que se estruturarem dentro do sistema único de jogo, em suas jogadas cifradas e monocórdias, em vez de perderem precioso tempo de coletivos e rachões para se exercitarem longamente nos fundamentos, pois afinal de contas, se não derem vazão às quimeras e sonhadoras projeções dos estrategistas com suas midiáticas pranchetas e caras e bocas televisivas que os dirigem, basta pegar um telefone, contatar um dos agentes sempre disponíveis, com seus vídeos e discutíveis relatórios estatísticos, para substituí-los drasticamente, nativos ou estrangeiros, pois, definitivamente, ficam fora de quaisquer questionamentos estudar, pesquisar, planificar, treinar e aplicar algum novo conceito de jogo, de sistema, de estratégia que fuja do principio dogmático que os mantêm presos ao corporativismo em que vivem, com raríssimas exceções, que por assim serem, poucas ou quase impossíveis oportunidades terão para modificar o que aí está, inclusive os estrangeiros, que mais cedo do que se supõe pulam para dentro do cordão dos que manipulam “filosoficamente” nosso infeliz basquetebol…

Se mudássemos um pouquinho esse cenário, poderíamos ter maiores chances para 2016, melhor ainda, 2020, porém, face à força dessa famiglia, temo que não lá chegaremos à tempo…

Logo, prezado missivista, não se trata de falar bem ou mal do nosso basquetebol, mas sim reportar aquelas falhas que possam ser dirimidas pelo estudo, planejamento e trabalho, muito trabalho, sempre privilegiando o inusitado, a criatividade, e principalmente a negação da mesmice endêmica que se instalou entre nós.

Porém, como incurável otimista que sou, torço para que volte a imperar o bom senso e o mérito entre nós, assim como desejo a todos, que bem sei não serem muitos, um Feliz Natal e um próximo ano repleto de esperanças em dias melhores.

Amém.

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OMISSÕES E PALAVRÕES (PRA VARIAR)…

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Não o conhecia, pois era um obscuro assistente até poucos dias atrás, mas sua apresentação foi exemplar quando em seu terceiro tempo pedido vociferou do alto de seus dois metros – “Vê se joga essa porr… Vai tomar no,,,, porr…!”

Gelei ante tanta elegância e educação, numa exibição televisiva plena da mais absoluta liderança, a tal ponto que o comentarista Renato dos Santos, que até aquele momento tecia loas ao “técnico” com a formidável campanha inicial de três jogos e iguais vitorias, mudar seu discurso tecendo críticas à forma nada recomendável que alguns técnicos procedem ao se dirigir a seus jogadores com berros e palavrões…

Bem, naquele cenário de uma pelada monstruosa, em que cada jogador tomava para si as definições das jogadas, com uma ou outra exceção, mas  sendo considerado um jogaço de basquete, atitudes como aquela compunha com precisão o doloroso espetáculo, mas não muito distante das tomadas de decisão no outro banco, por parte de jogadores ante a omissão de uma comissão técnica que se via presente somente por seus vistosos uniformes, e nada, absolutamente nada mais.

Perante tantas falhas de comando e liderança, comentar o que, como e para que, se nada mudará nas atitudes e decisões daqueles que são considerados técnicos da elite do nosso triste basquetebol?

E o pior ainda está a caminho, conforme o ofício da ENTB/CBB divulgado ontem, 20/12/13, onde afirmações como – (…) “Para 2014 eu espero que a filosofia continue se difundindo e tendo todo esse crescimento” (…), avaliado por  Flavio Davis, seu coordenador pedagógico, que ainda propõe estabelecer um corpo docente permanente (já existente, por sinal, que pelo visto será aumentado, claro, de acordo com a filosofia técnica e econômica vigente…), e a escolha de 50 treinadores de referência nacional para serem colocados em parcerias com treinadores de categorias de base, fazendo um trabalho de mentor e pupilo durante a temporada, como se tivéssemos tal número de mentores num país onde assistimos performances de técnicos como as acima comentadas…

Ah, e ainda propondo a criação do Dia Nacional do Treinador de Basquetebol, uma tremenda bobagem ante a inexistência de associações regionais e a nacional de técnicos, que se existissem como deveriam, nada do que vem sendo perpetrado por esse grupo corporativado seria passível de existir, sem o aval de toda uma comunidade afastada das decisões pautadoras do futuro do grande jogo no nosso injusto, deseducado e inculto país.

Logo, atitudes como as acima descritas, e que se repetem a cada dia, da formação à elite, terão continuidade sob a chancela de uma política unilateral e possessiva patrocinada por um grupo que se auto determinou como o detentor da “filosofia” de jogo a ser perpetuada no país, pobre país se for condenado a tal destino filosófico…

Então, fica a pergunta capital – Terá futuro o grande jogo em nosso país, nas mãos dessa turma? Pensem com seriedade e isenção, e respondam…

Amém.

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Em tempo – O jogo terminou com Pinheiros 98 x 91 Palmeiras.

UMA QUESTÃO DE FILOSOFIA (?)…

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Enfim, um jogo em que uma das equipes defende com eficiência, dentro e fora do perímetro, contra um adversário atuando com três armadores, e um dos pivôs vindo armar em alguns ataques, numa contradição difícil de aceitar, mesmo em se tratando de uma equipe com uma filosofia de jogo tão anunciada por seu técnico, cobrando, inclusive, sua pratica a seus jogadores.

Mas algo não batia bem quanto à declarada filosofia (“Não sai da filosofia que a gente está acostumado a fazer…”), pois estava sendo colocada como sistema de jogo, quando o correto seria defini-la como deveria – fi.lo.so.fi.a sf. 1. Estudo que visa ampliar incessantemente a compreensão da realidade, no sentido de apreendê-la na sua inteireza. 2. Pensamento de filósofo(s), ou obra que o contêm. 3. Razão, sabedoria. (Aurélio – O Dicionário da Língua Portuguesa)

Ou seja, nada de semelhante que se defina como filosofia.

O que vimos foi uma equipe que simplesmente não exercia seu direito e dever de defender seus perímetros, frente à outra que o fez com a mais absoluta competência, inclusive, lançando mão de uma das mais efetivas armas de desarme ofensivo interior que uma equipe bem treinada pode estabelecer, a marcação frontal dos pivôs adversários, com o Alexandre exercendo essa função com maestria, cortando o suprimento de passes interiores de uma equipe que atuava com três armadores de ofício, inclusive com dois que pertenceram à sua equipe. Esse foi o detalhe mais importante para a anulação do ataque interior de Limeira, que desde o início viu um de seus mais efetivos pivôs, o Teichmann subir para a armação (?) em varias ocasiões, somado ao combate contestatório dos longos arremessos de seu adversário (4/12 de três pontos) frente a seus 11/26 com liberdade constante.

Mesmo num jogo com altíssimo número de erros de fundamentos (26 no total), pudemos apreciar algo de absolutamente novo, e que pode se tornar uma eficiente alternativa ao ataque rubro- negro, o fato de vermos o Marcelo conseguir 5/5 de eficiência nos curtos e médios lançamentos, contra 2/6 nos longos, contabilizando 4 pontos a mais nos mesmos, além de cooperar em muito nas assistências e jogo interior junto a seus eficientes pivôs.

No mais, a se lastimar a exposição midiática e contraproducente de um árbitro, muito preocupado em diálogos irônicos e nada condizentes a sua função, que segundo a tradição torna o condutor de um jogo mais eficiente quanto menos apareça, e que no caso, torna-se constrangedor…

Acredito que aos poucos iremos nos encontrar com uma forma mais técnica de vermos, analisarmos e treinarmos basquetebol, onde as firulas midiáticas têm de ceder espaço ao conhecimento pleno e responsável de uma modalidade que não é para qualquer um, de uma modalidade única em sua essência padrão, a de ser um grande, o grande jogo.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e visualizar suas legendas)