UMA DECISÃO DE PESO…

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Num playoff, segundo a tradição, cada jogo conta e vivencia uma história diferente, onde o derrotado de hoje vence amanhã, não importando muito os números dos placares. Bem, se verdade fosse, as conhecidas “varridas” de 3 x 0 não existiriam, pois a grande realidade nesses sucessivos encontros, onde as equipes professam um mesmo sistema, onde atacar contra zona se torna um exercício de frustrações, é que vencem aquelas que exercem um forte e consistente posicionamento defensivo, principalmente nas contestações aos longos arremessos, e que se utilizem ao máximo que puderem do jogo interior, onde as perdas de eficiência nos arremessos atingem os mais baixos índices. Mais ainda, quando, pela similaridade dos sistemas utilizados por todas, vencem as que ousam um pouco mais do que suas oponentes, mudando um detalhe aqui, outro ali, ou o inimaginável (para a oponente…), muda tudo, a começar pela formatação e padronização que atuam desde sempre…

 

Coragem em inovar, arriscar, confiando em suas bases de bons fundamentos, de velocidade, de imprevisibilidade, são fatores determinantes na busca pela vitória. Agora, se uma equipe peca nos fundamentos, na velocidade e na previsibilidade de como atua, então não pode, e nem merece vencer, ao preço que for.

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Logo, para a segunda partida não bastará a Bauru repetir a forma de como venceu, assim como Franca não poderá repetir a lentidão de como atuou seu setor interior, nem atacando, e muito menos defendendo, mas ambas deveriam investir na precisão de seus arremessos curtos e médios, abrindo mão da maioria dos exibicionismos em enterradas midiáticas, e principalmente em bolinhas irresponsáveis e mais midiáticas ainda, mesmo estando em grande vantagem no marcador. Já é tempo de investirmos em seriedade, responsabilidade e precisão, aquela que de 2 em 2, de 1 em 1 vencem jogos, vencem campeonatos, e marcam positiva e tecnicamente a beleza do grande jogo.

Amém.

 

P1030740P1030730Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

“CORNO ALTO”…

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Começou, com uma arena às moscas, uma transmissão televisiva equivocada, pois era um jogo de basquetebol, e não uma exibição pictórica, onde a descrição – “A enterrada que é o ponto máximo do basquete”- emoldurava uma delas executada pelo Alexandre, e conotada mais adiante como o “lance da partida”, mostrando quão diminuta é a visão do grande jogo para essa turma…

Assim como a pequena audiência presente na grande arena, pequena foi a qualidade do jogo, onde, nem mesmo a nova liderança argentina na direção da equipe candanga conseguiu estancar a hemorragia dos três (10/32), numa confrontação direta e incisiva a seus métodos de jogo mais cadenciado, estudado e paciente. Com uma dupla armação formada pelo Osimani e o Nezinho, até que a forma Hernandez de jogar se fazia presente, mas com muito pouca objetividade ofensiva, e muito menos defensiva, propiciando a equipe carioca se distanciar no marcador, ironicamente se utilizando não de dois, e sim três armadores, onde o argentino Laprovittola  fazia uma estréia bastante convincente.

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Mais adiante, do terceiro quarto em diante, e estando mais de 15 pontos atrás, a equipe da capital do país resolveu utilizar o jogo caótico de seu quarteto de fé, que a sua maneira encostou no placar, e só não virou a partida pela volúpia nas bolinhas, quando se focasse no avanço de 2 em 2 teria forte chance de vitória.

Mas de certa forma, a ausência da metade de sua artilharia de três, Marcelo e Marcos, permitiu um jogo interior mais intenso e um pouco menos de arremessos longos (9/23), equilibrando a produção tática da equipe carioca, estreando com vitória, fator muito importante como moeda de pressão a uma diretoria que vem atrasando salários e premiações de alguns meses até o presente.

Fora a utilização explicita da dupla armação pelas duas equipes, o restante da formulação tática de ambas se manteve atrelada ao sistema único, com sua jogadas marcadas e sinalizadas, inclusive com novas denominações, como “corno alto”, enriquecendo linguisticamente a longa linhagem dos “chifres”…

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Entretanto, na transmissão da ESPN do campeonato paulista em seus playoffs semi finais, pudemos testemunhar algo de inédito em nosso basquetebol, pelo menos para mim, a renuncia de um técnico em orientar seus jogadores no momento mais crucial do jogo, o minuto final, passando a prancheta a seu auxiliar, e encontrando no comentarista da emissora a justificativa mais impactante daquele comportamento – “nesse momento a equipe precisa de orientação tática e não de enquadramentos, palavrões e chamadas às falas, que deixam os jogadores mais nervosos e inseguros…” – dando a entender que a troca de funções era benéfica para a equipe, que acabou perdendo o jogo de maneira incontestável, empatando a serie em 1 x 1. Esqueceu, no entanto, a outra função do técnico em questão, a de peitar e pressionar a arbitragem em seu todo ao final do jogo, numa atitude lamentável e comprometedora. Mas em se tratando, segundo o mesmo comentarista, como o mais importante e líder campeonato do país, tais comportamentos passam ao largo do bom senso, sendo assimilados como “situações normais de jogo”…No que discordo veementemente.

No mais, a mesmice de sempre, repetitiva, num moto contínuo infindável, lamentavelmente…

Amém.

A INJUSTA AUSÊNCIA…

Dentro de poucas horas se inicia o NBB6, e a mídia especializada nos inunda de previsões, sobre os jogadores experientes que consideram os expoentes da liga (aqui ) (aqui), os jovens prospectos (aqui), os técnicos (aqui), e as equipes em geral, opinando com a insuspeitada desenvoltura de técnicos de ponta, com anos, décadas de labuta, quando na realidade o mais idoso deles não ultrapassa os 30 anos, demonstração eloquente do quanto conhecem e dominam os meandros do basquetebol, deixando no ar a certeza de que, pelo menos eu, nada ou pouco sei sobre o grande jogo, no caso, pequeno para mim…

Mas esquecem um sutil pormenor, ou melhor, o omitem, o de nenhum deles ter experimentado, por um dia que fosse , o mister de tê-lo ensinado, detalhando seus mistérios a jovens ansiosos em aprendê-lo, amá-lo, assim como quando adultos, orientando e liderando-os nos bastidores do treinamento, no campo de luta, dividindo o amargor das derrotas e o suave e tenro sabor das vitórias, ambos os sentimentos indissociáveis entre si, pois dependentes e intrínsecos desde sempre, fatores absolutamente essenciais ao pleno conhecimento de uma modalidade ímpar, especial no campo desportivo, e que transcende o simples oficio de opinar, prever, determinar, condicionar uma opinião pública sedenta de paixões e necessitada de respostas que as preencham ao preço que for, inclusive alguns deles…

Por tudo isso, me sinto no direito de incluir algo que vem faltando desde o NBB2, tendo inclusive lançado à luz daquela fugaz, porém poderosa experiência em Vitória, um desafio público aos técnicos, para que os mesmos evoluíssem em direção ao novo, ao inusitado, ao corajoso caminho que pudesse nos soerguer da mesmice endêmica que tanto nos empobrece e coisifica, mas  pouca coisa acrescentaram ao jogo, inclusive os estrangeiros contratados a peso de ouro, numa repetição incoerente e assustadora.

E esse algo vem precedido de uma dolorosa evidência, fruto do desconhecimento técnico e tático sobre a proposta posta em prática por aquela equipe, nas condições adversas a que foi submetida, e sem a mais absoluta oportunidade de continuidade no NBB3, NBB4 e 5, pois de forma alguma foi permitida a sua continuidade, a começar pela minha própria na liga, mesmo em equipes da LDB, ou qualquer outra ascendente à mesma.

Portanto, exceto o Rafael, que está agregado ao Goiânia na condição de reserva na armação, nenhum dos jogadores daquela equipe do Saldanha da Gama disputará o NBB6, num desperdício injustificável e absurdo, o que me faz apontá-los como os grandes ausentes dessa competição, e somente sinto não poder ter cumprido a promessa de treinar e liderá-los na equipe que se propusesse a enfrentar aquele que teria sido o grande desafio dentro da LNB, o de terem a oportunidade de disputar juntos uma competição com principio, meio e fim, sobraçando um sistema de jogo proprietário e inovador, num duelo justo e limpo ante o sistema único que nos impuseram desde sempre.

Sei que não tenho procuração de nenhum daqueles jogadores para defender essa tese, mas mesmo assim ouso fazê-lo por uma simples e consciente razão, a de que sempre acreditei num sistema diferenciado, num sistema que unisse ideias e criatividade, enfim, que fosse o espelho de um grupo unido, amigo e comprometido com o verdadeiro espírito do grande jogo.

Perdoem-me todos vocês, mas não pude, nem me foi permitido concluir o nosso sacrificado e corajoso trabalho. Sei o quanto vocês são bons e formidáveis jogadores e seres humanos, pena que os que decidem e administram sejam tão cegos e insensíveis, talvez por não gostarem, por não compreenderem, o verdadeiro significado do que venha a ser uma equipe de verdade, do que venha a ser o grande jogo.

Amém.

Foto – Equipe do Saldanha da Gama no NBB2. Clique na mesma para ampliá-la.

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DE BOLINHAS E MICROFONES…

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E cada vez mais os microfones invadem os pedidos de tempo técnico, quando um movimento mais brusco de cabeça pode levar o técnico e sua prancheta para a enfermaria, mas a noticia no foco da ação, transmitindo táticas ou mesmo palavrões e impropérios, tem de ser veiculada, ao preço que for, num espetáculo caipira sem similar no mundo globalizado do grande jogo. Fico imaginando um Bob Knight cercado daquela forma, e qual seria sua reação, mesmo agora idoso e aposentado…

 

O mais engraçado é constatar a ansiedade dos analistas e comentaristas, no afã de serem informados sobre as “estratégias” ali formuladas, abastecendo seus comentários sobre o que ouvem, e não pelo que vêem e testemunham no andamento do jogo, quando concordar e discordar baloiçam aos ventos de suas convicções e conhecimentos técnicos, ficando meio perdidos quando as traquitanas eletrônicas são rechaçadas por técnicos que se concentram em seus jogadores , suas equipes, e não na assistência midiática que o cerca. Realmente, é, e soa muito engraçado…

 

E por conta de tantas e equivocadas contradições, florescem opiniões abalizadas de que muitos erros de arremessos e de fundamentos em inícios de jogo são cometidos por ainda estarem os jogadores em processo de aquecimento, ainda muito nervosos, ou mesmo ansiosos em demonstrar domínio e experiência de jogo, alcançando a produção normal lá pelo segundo quarto, ou mesmo no terceiro, e se a partida for a decisiva, lá pelo quarto…

 

Acredito firmemente que, em se tratando de uma divisão de elite, tais flutuações de técnica e humores não devessem existir, pois afinal de contas estão no ápice de suas formações, vindos de uma base sólida (?), quando o primeiro arremesso é tão ou mais importante que o último, não fosse a somatória dos mesmos o fator que definirá o destino do jogo, quando arremessos de três pontos são disparados e falhados nas primeiras posses de bola, e que entram no rol das desculpas de inicio de jogo, mas que lá pelos quartos finais sem “dúvida alguma” cairão em pencas na cesta adversária, que é um aspecto que transcende a técnica e entra no fator mercadológico e de auto valorização profissional. Logo, errar dessa forma no início de jogos determina na maioria das vezes seus resultados, importantes ou não, decisivos mais ainda, onde os fatores responsabilidade,  compromisso, engajamento se tornam cruciais, base que são do coletivismo, do espírito de equipe.

 

Então, noves fora os erros apontados, por que não conotar seriedade desde o primeiro lançamento à cesta, por que não?

Nesse jogo entre Franca e São José, quando o duelo dos três determinou cinco acertos para cada equipe, num total de tentativas de apenas onze para os francanos e exorbitantes vinte e seis para os sanjoanenses, que desperdiçaram quinze tentativas a mais, ironicamente foi um arremesso inverossímil de três do jogador Cauê de Franca, lançando de antes do meio da quadra a segundos do final do segundo quarto, que determinou a vitoria de sua equipe por 63 x 61, provando que não importando quando, todo e qualquer arremesso é aquele decisivo para qualquer jogo que se presuma sério.

Na Liga Sul Americana, Bauru, com seu técnico mais comedido nas críticas e palavrório, dominou a boa equipe argentina do Boca, se utilizando da maior arma de seu rival, o jogo interior, abrindo mão de sua notória artilharia exterior (5/15 nos três) de forma decisiva, delegando a seu adversário o perímetro externo, onde perpetraram 7/30 em bolinhas, e arremessando 20 bolas de dois a menos que os paulistas, fazendo pender o fiel da balança a seu favor, numa demonstração bem clara de que arremessos próximos à cesta conotam mais precisão e vitórias como devem ser conquistadas, de 2 em 2, de 1 em 1, deixando os longos, imprecisos e aventureiros arremessos como arma suplementar de uma equipe bem treinada e preparada, e não como base estrutural de seu comportamento técnico, e acima de tudo, tático.

Aos poucos, bem devagar, parece que avançamos para alcançar parâmetros técnicos e táticos mais inteligentes e coerentes para o soerguimento do grande jogo em nosso país, bastando tão somente mais estudo, e muito, muito trabalho, principalmente na base da pirâmide, na formação, e não invertendo-a, como viemos agindo nas duas últimas décadas.

Espero e torço para que o bom senso seja restabelecido, já era tempo.

Amém.

 

 

 

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Fotos – Reproduções da TV e divulgação da LNB. Clique nas mesmas

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A RESENHA…

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Semaninha difícil essa, com obras inadiáveis na casa, faxina generalizada nas toneladas de papéis e documentos antigos, escaneando alguns por sua importância em futuros artigos, mil peças de computadores ultrapassados dos filhos e meus, projetos para o seguimento do blog e ações no grande jogo, e nos intervalos tentar ficar atualizado no basquete nacional, tirando uma casquinha de raspão no internacional, mais por hábito do que precisão, mesmo.

E o que vimos foi decepcionante, não, mais do que isso, corriqueiro, insípido, mesmo do mesmo, que entra ano, sai ano e não muda, inclusive por conta dos novíssimos “nível III” formados, formatados, padronizados e devidamente provisionados pela empresa ENTB/CBB/Confef/Cref, auto elegida responsável pelo soerguimento do basquete nacional, o que duvido consiga fazê-lo da forma que optou, engessando mentes e atitudes, solidificando o que aí está esparramado para quem quiser testemunhar  o desastre perpetrado e perpetuado.

Exemplos abundam no enriquecimento técnico tático dos atuais e futuros prospectos de técnicos, principalmente no quesito de transferência de informações, onde pranchetas e palavrões se unem num pás de deux  de dar inveja aos mais renomados bailarinos, pois cada vez mais se fundem nos tempos técnicos, onde “p.q.p’s, caral…, porr..” se tornam vocabulário corriqueiro (ué, por onde anda a empresa?), justificado por comentaristas que o definem como “maneira enérgica e correta para chamar jogadores à razão”, empurrando goela abaixo dos mesmos rabiscos com jogadas “exaustivamente” ensaiadas nos treinos (duvido…) em suas pranchetas em closes televisivos (afinal são as estrelas do espetáculo…), e agora cercadas de microfones, afirmando sua condição de… de que mesmo? Ah, e agora jogadores são chamados de burros, ao vivo e a cores…

Busco no site da LNB as resenhas e números da LDB, por teimosia, pois a enxurrada dos arremessos de três e o elevadíssimo número de erros de fundamentos continuam sua escalada em ginásios desertos de torcedores e de jogo coletivo, mas “revelando” os futuros talentos que alimentarão a liga maior, com o individualismo exacerbado, porém cultuado pelos estrategistas de plantão. Já, já, o conceito “jogou bem, mas o time perdeu”, em voga pelos admiradores dos jogadores brasileiros no exterior, aportará por aqui, na vã, porém lucrativa ação empresarial de agentes em busca de altos ganhos e notoriedade…

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Mais adiante, a celeuma sobre o convite da FIBA para o mundial do ano que vem, com os altamente especializados dirigentes da CBB enumerando argumentos para que tal convite se materialize, nenhum dos quais se refere ao fator técnico, aquele que conquista vagas dentro da quadra, do campo de luta, local dos verdadeiros desportistas, vencedores pelo mérito, argumento negado pela política rasteira e pusilânime de quem se utiliza do desporto como degrau às suas conquistas sócio econômicas, campo fértil daqueles que odeiam o grande jogo, e que jamais permitiriam que o mesmo se soerguesse da vala em que se encontra, pois se o fizesse correriam o perigo de vê-lo reocupar o lugar de onde nunca deveria ter sido afastado, e que hiberna no consciente coletivo de todo brasileiro que ama o desporto de verdade.

Comprar e suplicar por um convite imerecido beira às raias do inconcebível, da vergonha, da covardia em tentar o espinhoso caminho dos campeões, o sagrado campo onde as verdades se glorificam e consagram, o da competição, simples e justa.

Amém

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242 PADRONIZADOS E FORMATADOS…

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(…)“A ENTB tem atingido seus objetivos em capacitar os profissionais dentro de uma padronização nacional de trabalho com conhecimentos científicos e quantificáveis da modalidade. Queria agradecer aos técnicos que contribuem para o crescimento do basquete brasileiro e que estão envolvidos diretos ou indiretamente na formatação da ENTB”, disse Vanderlei Mazzuchini, Diretor Técnico da CBB. (…)

( Databasket de 22/10/2013).

 

Estão lá, com todas as letras os dois termos que fazem da ENTB/CBB a meca da mesmice técnico tática que se instalou rigidamente no país, padronização e formatação, confirmando com folgas o que venho comentando e confrontando desde sempre sobre esse estratégico assunto.

Fico pasmo com a afirmação – “padronização nacional de trabalho com conhecimentos científicos e quantificáveis da modalidade”- quando o termo, cientÍfico, é prostituído da forma mais primária possível, e o pior, comunicado em palestras de arquibancada em quatro dias, nos quais ciência e quantificações sequer podem ser aferidas e conferidas pela exiguidade de tempo, de leitura, de estudo e pelo conhecimento em si do que elas representam e definem.

Claro que absolutamente não, um sonoro e indignado não, pois com ciência, a de verdade, não se brinca de mercadologia e política supérflua destituída de conteúdos (mensuráveis?), mas repleta de princípios marqueteiros, comerciais e políticos.

Mas deixa estar, pois pouco a pouco uma nova realidade se fará impor, exatamente aquela que se anteporá ao nivelamento formatado e padronizado que insistem em estabelecer, acima da liberdade de pensar e agir, ensinar e divulgar maciçamente o grande jogo, como deve ser exercido e pensado, e não algemado à mesmice endêmica que nos fez regredir décadas no ensino e aprendizagem do mesmo, apequenado que se encontra por todos aqueles que se apegam às formulações (padronizadas e formatadas) facilitadoras de seus empregos e posições de mando e comando, agora avalizados em três níveis e apadrinhados por conselhos destituídos dos conhecimentos mais básicos da modalidade, mas pródigos em amealharem contribuições, e que nos tem levado ladeira abaixo, inclusive, no contexto sul americano, e uma verdadeira escola não pode e nem deve trilhar tais caminhos, sob a pena irrecorrível de não justificar a que veio, como tem feito.

Quem sabe uma das 27 federações se insurja contra essa hecatombe, e inspire por força de sua coragem em mudar e ousar algo de realmente novo, nos campos administrativos e técnicos, fazendo com que outras congêneres a sigam por novos caminhos e conquistas, o suficiente para quando atingirem as 14 unidades necessárias para assumirem a CBB, o façam com determinação e amor ao grande jogo, que merece outra chance, apesar das políticas que teimam em retardar sua verdadeira vocação de segundo esporte no gosto e no coração do povo brasileiro, por merecimento, e acima de tudo pelo mérito, o que se atinge e conquista através uma verdadeira escola.

Amém.

 

Fotos- Fotos legendadas reproduzidas da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

PS – As fotos aqui veiculadas advêm de um estudo técnico baseado em pesquisa para a formulação de tese de doutoramento, conforme a matéria aqui publicada, e que sequer é mencionada nos encontros da ENTB/CBB, pois afinal de contas é assunto a ser ensinado em uma escola de treinadores, ou não?

BLACK BLOC, EU?…

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(SF) BasqueteBrasil: o blogueiro Black Bloc do basquete brasileiro analisa o impacto da NBA no Brasil.

 

Está ai na página do blog Homens Brancos Não Sabem Blogar, me colocando ao lado da turma mascarada que atanaza a policia se infiltrando nas pacíficas passeatas reinvidicatórias por todo o território nacional, depredando o patrimônio público e aterrorizando a população com sua violência e virulência.

Bem, mascarado nunca me apresentei, violento tampouco, virulento, creio que alguns me consideram dessa forma, mas quem?

Quem sabe aqueles que se apresentam como basqueteiros de primeira linha, mas que no fundo, bem lá no fundo odeiam o grande jogo por não compreenderem toda a sua dimensão de arte maior, de poderoso instrumento de educação, de cultura, de princípios de vida, de ética, de amor. Para estes sou virulento, mas não o suficiente para mantê-los afastados o suficiente para não magoar e ferir de morte o grande jogo, como têm tentado desde sempre, comprovando de forma clara e objetiva ser eles os virulentos, não eu, que somente abraço forte e indissoluvelmente o direito da indignação, o sagrado direito de me indignar.

Amém.

Foto – Reprodução de página de blog. Clique na mesma para ampliá-la

QUEM SEMEIA (E BEM)…

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“A NBA vai investir bastante aqui, e precisamos aproveitar isso…”(Jornalista Fabio Sormani durante a transmissão da Rede TV do jogo exibição da NBA).

 

(…) “O Brasil é um mercado muito importante para a NBA, por ser líder na América do Sul e pelo potencial de sua economia, ao redor do mundo. No futuro, vejo a possibilidade de um jogo de temporada aqui.”(…) (Adam Silver, futuro presidente da NBA, na matéria A História em Quadra, do jornalista Claudio Nogueira, no O Globo de 12/10/2013).

 

Muitas outras matérias foram publicadas na mídia impressa, e fartamente divulgadas pela mídia televisiva, numa verdadeira romaria rumo ao templo sagrado (para a maioria delas) do basquete internacional, a onipresente NBA, mas que por motivos não esclarecidos, como deveriam ser, deixaram de lembrar que o jogo praticado por aquele potentado financeiro, pouco tem a ver com o praticado pelo restante dos países, sob a égide da FIBA, a começar pelos fatores econômico, social e político do mesmo, que o torna um modelo restrito à grande potência do norte, praticamente impossível de ser implementado fora de suas fronteiras, a não ser como consumidores de uma realidade como a de exibições comerciais como a que tivemos na Arena HSBC (que originariamente deveria ter sido batizada de Togo Renan Soares…).

Nesse quadro de altos interesses comerciais e financeiros futuros, toda uma logística vem sendo implementada pacientemente, desde os escritórios da grande Liga no país, a uma aparentemente modesta investida em clínicas e workshops técnicos, assim como surfando na crescente onda de blogs voltados às suas franquias, e mais recentemente com um site comercial de produtos das mesmas, culminando com a gigantesca promoção desse amistoso, quando deslocaram para cá um batalhão de profissionais – (…) “Nós não teríamos trazido tanta gente (cerca de 400 pessoas) e toda essa infraestrutura se não tivéssemos uma expectativa em relação ao mercado (…)” (da mesma matéria assinalada acima), e que agora menciona o fator massificação da modalidade como sua próxima tarefa (?), o que aliás sempre pensei ser da conta da CBB…

Por todos esses fatores, a figura de proa, emblemática até, para capitanear tão ambicioso projeto, teria de passar pelo Delfin, com sua influência junto aos jovens, como exemplo a ser seguido de jogador, cidadão e profissional dedicado, não fosse por um pormenor (?), o fator Oscar…

Que de tão poderoso junto à volúvel mídia, e mesmo sendo convidado pela Liga a ser homenageado por sua carreira e conquistas (mais recentemente sendo entronizado no Hall of Fame deles), não poupou os nebebianos pela negativa de servirem à seleção nacional, sentando a clava nos mesmos e tachando-os de “caloteiros”, numa explosão em hora das mais inadequadas para o projeto NBA, que de tal forma sentiu a pancada que o técnico do Wizards, Randy Wittman veio em socorro – Se as pessoas ficaram chateadas por causa da seleção nacional, eles deveriam me culpar. Isso (dispensa da seleção) era o que eu queria que ele fizesse. Então, se o Brasil tem que atribuir a culpa a alguém, não culpe o Nenê, mas me culpe – declarou o comandante em entrevista coletiva.(do blog Basketeria).

Sem dúvida alguma, um projeto de tal dimensão necessita ser lastreado por ícones da modalidade, principalmente os naturais do país visado, não sendo surpresa alguma que no próximo evento venham treinar, digo, jogar os Spurs e os Cavaliers, por motivos óbvios…

Mais ainda, preparemo-nos para uma avalanche de reportagens, tópicos, entrevistas, ensaios, sobre o segundo a segundo (minutos, horas, dias, semanas serão insuficientes) na vida dos gênios (que de vez em quando por aqui passam para “relaxar”), da grandeza das arenas, do conforto dos ambientes, e da qualidade, nem sempre presente, dos jogos, das equipes da icônica liga, em detrimento cada vez mais crescente da nossa, do nosso basquete, dos nossos jovens, cada vez mais distantes de uma boa e eficiente participação em 2016, que está logo ali na curva da próxima esquina de uma história dolorosa de ser contada…

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Finalmente, o jogo, mais do que amistoso, comercial até em seu desfecho cinematográfico numa bola perdida…de três!! Irônico, vamos concordar…e que nada apresentou do que o sistema único (vejam as fotos, ou o vídeo se gravaram), na formação e até nos “punhos” que tão bem e colonizadamente  adotamos…ah, e uma aplicação das regras onde conduções foram bem marcadas, mas as andadas colossais, nem pensar.

Termino apontando uma possibilidade nada desprezível, numa semana em que se noticia que todos os jogos da liga italiana serão transmitidos em rede aberta, cuja possibilidade, não de algo parecido, mas razoável, pudesse ser feito em nosso injusto país, como bem demonstrou a Rede TV, que se numa ação de mestre se aliasse à ESPN na transmissão aberta do esporte brasileiro, do basquete brasileiro, a quantas levaria o grande jogo e demais modalidades para junto dos jovens, e que lição que se faz já tardia, seria dada na potencia global que os esnoba e diminui desde sempre, em favor de MMA e automobilismo…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

A CONQUISTA…

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Enfim, o santo ficou definitivamente nú.

Tudo aquilo que predisse de longa data daqui desse humilde blog está acontecendo, num caminho possivelmente sem volta.

Reconquistar a identidade perdida ao longo das últimas duas décadas, de um profundo mergulho ao encontro dos estreitos e sufocantes amplexos de uma cultura oposta em quase tudo à nossa, acredito se tornar impraticável daqui para diante.

No próximo sábado, para o orgasmo coletivo de uma elite (?) endinheirada, mas que no fundo despreza (e que sequer talvez não conheça) o grande jogo, a não ser para se postar nos 300 lugares ao lado da quadra sob a luz dos holofotes e câmeras internacionais, na companhia de stars e globais convidados (duvido que dispensem um único cent que seja para ali gloriosamente estarem…) para engrandecer a grande noite, tendo como companhia os otários que deverão abrir seus fartos bolsos em troca da passageira notoriedade de uma midiática “noite histórica”…

No entorno, alguns milhares de fãs pagando ingressos a preços padrão NBA, para assistirem a avánt première do basquete a ser consumido em larga escala pela patuléia daqui para diante, e não aquele que tenta imitar a matriz sem um mínimo admissível dos padrões técnicos e econômicos da mesma, que são os fatores que mantêm a realidade tática, hoje globalizada da grande liga, solidamente implantada.

Mas, eis que surge no estreito horizonte do nosso anseio de grandeza, uma tênue nesga de esperança num breve futuro, o agora explicito e escancarado vínculo NBA/ENTB, para padronizar e formatar definitivamente nosso amanhã técnico tático, nos moldes da liga de um país que necessita conquistar novos mercados, muito mais agora que estão à beira de uma moratória econômica que influenciará em muito a economia mundial, e que se materializará numa clinica com três dos mais graduados técnicos das duas franquias aqui presentes, com a duração, pasmem, de 60 minutos (18:30 às 19:30hs no ginásio do Flamengo), num feito que em muito ultrapassa os 4 dias que duram os cursos de habilitação da ENTB. Trata-se de algo único, uma clinica com três renomados técnicos com 60 min de duração, fantástico…

Mais do que nunca se solidificam e estreitam os laços que pretendem implantar definitivamente a cultura basquetebolistica da turma lá de cima aqui em baixo, mesmo após um Eurobasket que em muitos aspectos diferem da mesma, mas que também vão sendo sufocados pela força midiática de uma modalidade alvo para os grandes talentos mundiais, sequiosos em abiscoitar um naquinho que seja da cornucópia financeira de um outro jogo, que certamente não é o que foi idealizado pelo  James Naismith, vide o testemunho do técnico do Chicago, Tom Thibodeau ao adentrar no ginásio rubro negro: (…)“que o ginásio do Flamengo lembrava os mais antigos dos Estados Unidos, onde ainda se faz basquete na essência, com paixão” (…)– (trecho da matéria publicada no Bala da Cesta de hoje).

No entanto, o que mais cala fundo aqui para esse velho professor e técnico, é constatar a grande quantidade de patrocinadores dispostos a bancar essa escalada puramente comercial, e suas extensões para um futuro imediato, e bem às vésperas de uma competição olímpica em nossas fronteiras, numa clara demonstração de que LNB, NBB e que tais nada representam de importante para eles, que poderiam até mencionar o baixo nível técnico apresentado em nossas competições internas, com evidentes reflexos internacionais para não os apoiarem, mas nada que justifique a babação incontida, caipira e colonizada a um produto que em nada e por nada representa nossa identidade, mas que tudo fará para minimizá-la ao máximo, pois afinal de contas, mercado é para ser conquistado e mantido, custe o que custar.

E nesse louco carrossel de interesses, ficamos nós à mercê de uma realidade exógena, acolhida por nossa elite de técnicos, satisfeita com os padrões emanados da matriz (e agora repassados com sofreguidão pela ENTB), contritos em suas limitações e pouca ou nenhuma vontade, ou mesmo coragem em subverter tal panorama, acomodados e solícitos que estão com as migalhas que lhe são oferecidas, aceitando-as caninamente, quando poderiam, pelo menos ousar, estudar, pesquisar, inovar, tentando se libertar de grilhões (quem sabe até abrindo caminho para bons patrocínios), que não nos tem levado a lugar nenhum, a não ser à Arena no sábado, pagando uma baba de ingresso, talvez empunhando um daqueles ridículos cilindros de plástico para aplaudir, e lá do alto da torrinha gritar a plenos pulmões, e em inglês – Defense, defense, defense…

Choro de tristeza só em pensar nessa cena, aqui na minha amada terra carioca.

Mas lá no fundo dos meus mais caros anseios, aceito a dura realidade, a de que merecemos tudo isso, e talvez, muito mais…

Amém.

Fotos – Reproduções da mídia (O Globo, pagina 31 em 9/10/2013) e Databasket. Clique nas mesmas para ampliá-las.

UMA QUESTÃO DE ESTRUTURA E LIDERANÇA…

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A última foto da sequência acima por si mesma definiria esse artigo, se somente ela estivesse presente, o que pouparia tempo gasto em leitura técnica, e nada a mais que os blogs alta e profundamente especializados em sistemas e táticas de jogo venham a publicar, atualizando o pouco conhecimento que adquiri nos últimos 50 anos de convivência com o grande jogo.

 

Na realidade, a equipe grega venceu convincentemente o jogo por alguns fatores:

 

– Mesmo em pré temporada faz parte de uma realidade técnica do mais alto nível, onde treinamento e adequado preparo alcançam padrões de elevada qualidade.

 

– Como sua preparação ainda se encontra no começo, propôs a si mesma um jogo mais cadenciado nos longos deslocamentos, mas sem abdicar da velocidade nos passes e nas fintas próximas à cesta.

 

– Exerceu com firmeza a defesa do homem da bola, às vezes em dobra, dificultando bastante os passes iniciais e os arremessos de três, não os evitando, o que é o correto, e sim alterando suas trajetórias, facilitando inclusive seus rebotes quando falhos, e que foram muitos.

 

– Marcou internamente se utilizando da técnica do  slide (caramba, será que a turma jovem pesca isso?), ou seja, passando os atacantes de mão em mão, como na passagem de bastão num revezamento, não importando muito as diferenças de estatura nas trocas, pois se trata de uma equipe alta, veloz e ágil.

 

– Atacou sempre controlando os 24 seg. e escolhendo com precisão o momento de lançar, sempre após um corta luz, ou uma finta incidente.

 

– Contou com o apoio lúcido e tranquilo de um técnico arguto e econômico em suas manifestações, e que demonstrou nos dois jogos que realmente lidera seus jogadores com educação e respeito, e sua comissão também.

 

Quanto à equipe paulista, a visão da inicialmente mencionada última foto, expõe com detalhes e clareza os por quês das derrotas, na mais pura, definitiva e esclarecedora questão de débil estrutura técnica e de liderança, que são  fatores  determinantes para o pleno sucesso de uma equipe competitiva, seja em que nível a mesma se situar, da base à elite, simples assim…

 

Amém.

 

 

 

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