O TIRO NO PÉ…

Meus amigos, do que adianta defender uma tese provada no campo de jogo por anos e anos, de que de dois em dois pontos podemos vencer jogos, atingir contagens elevadas, defender com mais precisão, agilizar tanto o jogo interior, como o exterior, dotar os jogadores do poder decisório em quadra, item tão temido por tantos técnicos, por aprenderem e apreenderem a arte da leitura de jogo, por sedimentarem no dia a dia dos treinos os fundamentos do jogo, ferramenta visceral para a execução dos sistemas ofensivos e defensivos, pela aprendizagem ao diálogo sobre o que treinam e jogam, entre si, e com seus técnicos, numa mútua relação de confiança, respeito e consideração, professando uma autêntica dupla armação, e uma corajosa e diferenciada ação interior através uma tripla utilização de alas pivôs, rápidos, ágeis, flexíveis, e acima de tudo plenamente participantes do jogo, e não coadjuvantes de uma interminável hemorragia de arremessos de três pontos, que tanto empobrece nossa autofágica maneira de jogar o grande jogo.

Foi o que ocorreu, pela milionésima vez no jogo com a Venezuela, quando de dois em dois pontos endurecemos um jogo perfeitamente ao nosso alcance, para numa falha sucessão de bolinhas de três, propiciarmos contra ataques venezuelanos que esticaram o placar além dos 20 pontos.

E o que dizer do jogo da Sub 18 contra os americanos, que jogaram dentro de nós, enquanto treinávamos a pontaria de fora, sem falar na brutal diferença na postura fundamental de seus jogadores, frutos de uma escola que nos negamos a praticar, trocando um tempo precioso de formação por formatações e padronizações de sistemas de jogo, numa opção equivocada e absurda.

Senhores, utilizar uma dupla armação adaptada ao sistema único é praticamente um tiro no pé, pois retira do foco da ação exterior um dos armadores, que ridiculamente vai executar bloqueios dentro do garrafão, e de encontro aos grandes pivôs, enquanto seu companheiro de armação se vira sozinho e sem balanço defensivo presente, além de somente poder contar para uma jogada incisiva com um dos alas, claramente inferiores nos fundamentos básicos de drible e passes, pela ausência do outro armador. O resultado se reporta aos passes de contorno, num crescendo inócuo e destituído de penetração aos pivôs, que por conta de uma movimentação sagital se postam de costas para a cesta, quando deveriam atacá-la de frente e em veloz movimentação, situando-se dessa forma um tempo adiante dos defensores, que é a arma mais letal para superá-los.

O que poderia dizer ou acrescentar a mais, frente a resultados tão medíocres por repetitivos, e tão solidificados por padronizações e formatações?

Nada, se frente a uma realidade imutável, solida e corporativista.

Tudo, se uma fresta, por tênue que fosse, de repente, se abrisse para algo de novo, iluminando caminhos abertos pelo diálogo, pelo trabalho conjunto daqueles que realmente conhecem e amam o grande jogo, e que comungassem princípios e conhecimentos entre jovens e veteranos técnicos e professores, no reencontro de um destino rompido e violentado pela mesmice endêmica que tem ferido de morte nossa maior riqueza, a criatividade inata de nossos jovens, enclausurada que se encontra nos limites de uma lamentável prancheta.

Mantenho uma contida esperança, de que nossa seleção olímpica possa vir a romper alguns desses grilhões, apresentando um jogo voltado ao perímetro interno, através um pleno domínio no externo, equilibrando ações voltadas ao coletivismo defensivo e ofensivo, onde arremessos de media e curta distância, mais precisos e eficientes, se sobreponham definitivamente às aventureiras bolinhas, lastreado por um sistema defensivo ousado e corajoso, base verdadeira de uma equipe de alta competição. Que assim seja, torço e espero.

Amém.

Foto-Divulgação CBB. Clique na mesma para ampliá-la.

EM TEMPO- Agora,  oficialmente na America do Sul, estamos em quarto…

DUPLA O QUE?…

Toca o telefone, e o amigo Pedro do lado de lá da linha me alerta –Paulo, até que estão inovando, pois estão jogando com dois armadores… Pera lá Pedro, substituir um ala por um armador dentro do imutável, rígido, ciclópico sistema único pode ser tudo, menos jogar em dupla armação. E para conseguí-lo, uma mudança estrutural tem de ser desencadeada na forma de se situar e ler o jogo, pois atuar em dupla exige dos armadores um completo domínio das possibilidades oferecidas por um perímetro externo amplo e desafiador, onde a visão periférica se expande no mais amplo sentido criativo, alimentando pluridirecionalmente um perímetro interno sutil, ou escancaradamente habitado por alas pivôs velozes, ágeis e em permanente movimento, ferindo a defesa em seu âmago, e não contornando-a através óbvios e inócuos passes destituídos de objetividade e precisão, culminando em arremessos apressados e desequilibrados.

Mas o pior de tudo é a constatação de que nomes, por si só, não definem uma boa seleção, a começar por uma opção técnico tática compromissada com um sistema de jogo em tudo e por tudo absolutamente equivocado. Sim, tínhamos dois armadores em quadra, um Nezinho dito de ofício, e um Benite gravitando entre equipes na busca incessante e imatura de uma posição permanentemente confrontada com sua tendência anotadora, a mesma de seu companheiro “armador”, que por conta disso desandaram nas bolinhas, no individualismo crônico, negligenciando o jogo com seus pivôs, relegando-os ao notório papel de “apanhador de sobras”.

Bem, isso tudo no plano ofensivo, porque no defensivo meu amigo, algo de muito, muito sério está grassando em nosso basquete, o mais absoluto desprezo pela ação no perímetro externo, por onde os paraguaios (meus deuses, aonde chegamos…) fizeram uma festa do arromba nas bolinhas, jamais contestadas, sequer tentadas através um simples e singelo movimento defensivo, como num trato inter pares, já sedimentado em nosso dia a dia, o de quem acertar a última, ganha.

Pedro, garanto a você, e bem sei que pensa o mesmo, de que temos melhores e mais comprometidos jogadores que lá não estão na maioria das posições, porém, inominados que são, ao gravitarem por equipes menos midiáticas, se perdem no injusto e perverso anonimato de um basquete anacrônico e desleal.

Numa coisa tenha a mais absoluta certeza, não se adquire conhecimento e sabedoria no grande jogo por osmose, como alguns pensam ao gravitarem em torno de um campeão olímpico. Tempo, estudo e experiência ainda ditam as regras do comando, da liderança, da ousadia, do livre pensar, da real e comprovada competência, enfim.

Quem sabe um dia acordaremos para a realidade do grande jogo, um dia…

Amém.

Foto – Divulgação CBB. Clique na mesma para ampliá-la.

GERSON…

Estava em Portugal fazendo meu doutoramento em 1986, e ali do lado, na Espanha, transcorria o Campeonato Mundial de Basquetebol, com a grande presença da equipe brasileira. Meus estudos não permitiam que lá fosse assistir a competição, mas a acompanhava através os jornais e a TV.

E foi uma caminhada brilhante a da nossa seleção, com atuações coletivas inesquecíveis, e algumas contundentes presenças em quadra por parte de jogadores que defendiam uma tradição de qualidade histórica em nosso país, e que acima de tudo amavam defender sua gloriosa camisa, sem protelações, recusas, esquivas e interesses que não fossem os da seleção.

Um destes jogadores se elevou ao máximo de sua posição, o grande pivô Gerson. Reboteiro inigualável sucedeu o inesquecível Ubiratan, pelo poder defensivo, pela dedicação, pelo amor ao grande jogo. Rivalizou e superou jogadores como Sabonis, David Robinson, Wiltger, tendo ao seu lado outro mito nos rebotes, o Israel.

Terminou o Mundial como o maior e mais eficiente jogador na difícil e altamente especializada arte dos rebotes, com brilho e poder.

Na quarta feira passada, o grande jogador foi retirado do recinto onde a seleção olímpica treinava por ordem de um técnico estrangeiro. Lamentável, vergonhoso, constrangedor.

Mas quem sabe, talvez mereçamos, por nossa omissão e subserviência.

Amém.

Fotos – Reproduções. Clique nas mesmas duas vezes para ampliá-las.

“NOMES”…

Depois de postar uma notinha de rodapé com a final do NBB, o jornalão publica hoje uma meia página de equivoco completo, pois, seguindo a tendência colonizada e subserviente de grande parte de nossa mídia esportiva (?), teima e força a opinião de que basquete seja um jogo individual, demonstrando sua mais absoluta ignorância sobre o grande jogo, pequeno para ela.

Mas lá para dentro da matéria, o Durant coloca as coisas nos devidos lugares, quando afirma: – “Todos estão falando sobre meu duelo com LeBron, mas é Thunder contra Heart(…) Não é um jogo de um contra o outro para vencer a série. Os times é que vão decidir tudo, e vai ser divertido”.

Como vemos, o jovem jogador tem um bom senso mais evoluído do que a turminha torcedora…e ignorante da realidade do grande jogo…

Sem dúvida alguma assistiremos logo mais o inicio da mais divulgada, incensada e cultuada série de peladas monumentais, protagonizadas por excelentes jogadores, as mesmas que em hipótese alguma serão emuladas pela equipe olímpica americana sob o comando do Coach K, isto porque, se assim  jogasse em Londres, não pegaria o caneco, pois jogar uma competição FIBA, com suas regras diferenciadas da NBA quanto aos embates e violações, complicaria sua participação frente a equipes mais afeitas às mesmas, além de se comportarem como equipes, e não como palco de solistas geniais.

Sei muito bem que esse enfoque levantará imensos e contrariados comentários, e mesmo aversões, mas mantenho esse ponto de vista, bem aproximado do grande professor, comentarista e brilhante jogador Wlamir Marques, quanto a essa inegável constatação, a de que há muito, a NBA desenvolve um jogo basicamente focado no individualismo exacerbado, como ponto de sustentação de apelo popular pela busca do estrelismo, da paixão pelos ídolos e materialização iconográfica.

Por conta dessa triste realidade, aqui pela terra tupiniquim, dirigentes e, às vezes, técnicos, que se reestruturam para o NBB5, correm aberta ou veladamente na busca dos “nomes”, dos melhores e mais ranqueados “1 a 5”, para comporem suas equipes, comparando-os posicionalmente, pareando-os, como personagens de futuros embates 1 x 1, sabedores que são de que a contratação de um bom numero deles por sobre as demais equipes, provavelmente os tornarão “imbatíveis”, pelo menos em suas concepções megalomaníacas, condições estas que fazem a festa de agentes inteligentes e oportunistas, principalmente num mercado que tende a crescer junto à relativa estabilidade econômica do país.

Claro, que num país em que um sistema único de jogo prevalece de forma incontestável e esmagadora, o enfoque descrito acima se encaixa com precisão cirúrgica, já que dificilmente contestado por qualquer outro modo de se ver e jogar o grande jogo, e concretizado pelo estabelecimento da mesmice endêmica técnico tática, que se faz presente desde sempre entre nós.

Kevin Durant, singelamente põe os pingos nos is, lá, na terra do basquete, dos contratos milionários, da Xanadú que grande parte de nossa mídia e torcedores sonha em pertencer, o de como deve ser visto, sentido e jogado o basquetebol, e não aquele que professamos subservientes e colonizados da forma mais fantasiosa e irreal possível.

Enquanto isso, muitos, muitos mesmos, jogadores jovens e veteranos são esquecidos por não terem “nomes” midiáticos, mas prontos e aptos para alçarem novos sistemas de jogo que os redimam e projetem do limbo em que se encontram, pela ignorância e submissão a um sistema único, mantido por uma confraria, um corporativismo técnico tático que nos oprime, humilha e fere de morte. Aliás, ontem mesmo nossos hermanos, por mais uma vez, nos lembraram disso.

Que nossa seleção fuja um pouco, ou o suficiente, desses grilhões absurdos e ignorantes, arejando nosso jogo, nossa defesa, nosso espírito empreendedor e corajoso, como se comportou a geração do grande Wlamir, com seu coletivismo e pluralidade. Torço por isso.

Amém.

Foto – Reprodução do O Globo de 12/6/2012. Clique na mesma duas vezes para ampliá-la.

A VITÓRIA INCONTESTE (E JUSTA) DE UMA MESMICE ENDÊMICA…

Com um ou dois minutos do segundo quarto de jogo, o Murilo cisma de trazer a bola da defesa para o ataque, quando bem no meio da quadra, ao tentar um corte, se atrapalha com a bola, perdendo-a para o Cipriano, que serve a um Arthur leve e solto numa bandeja inadmissível para uma decisão de campeonato. Foi naquele momento que ficou escancarado o destino final do jogo, no limiar de um segundo quarto, talvez, a decisão mais tranqüila de todos os NBB’s até agora disputados.

E porque tranqüila? Vejamos:

– Apesar da desnecessária, porém habitual enxurrada de bolinhas de três, com a equipe de São José arremessando 5/23, e Brasília 6/26, num jogo que estava sendo decidido dentro do perímetro por parte dos candangos, mesmo assim 20 ataques seus ficaram inoperantes pelas, repito, desnecessárias e aventureiras tentativas, ao passo que pela incapacidade de insistir e forçar o jogo interno, São José, perpetrou 18 tentativas que se perderam pela imprecisão e desmedida pressa ante um placar que se alargava a cada minuto da partida.

– Jogadores viciados nas bolinhas, como Guilherme e Arthur, foram decidir o jogo em precisos DPJ’s, boas reversões, e melhores ainda penetrações por sobre uma defesa temerosa em perder seu melhor jogador com faltas, em dobras imprecisas que deixavam brechas imensas para arremessos curtos e médios, precisos e mais equilibrados, por parte de uma experiente e veterana equipe.  Mesmo com tal vantagem, e como afirmei acima, por puro hábito, tentaram os jogadores da capital, arremessos  completamente fora de um contexto que os favorecia pelas enormes fendas na defesa sanjoanense.

– Outrossim, com uma defesa focada no âmago de seu perímetro, afastando o Murilo da tabela, ou cercando-o nas disputas dos rebotes, inviabilizando-o ofensivamente, e vigiando fortemente o armador Fúlvio, que ao bloquear na altura do peito um arremesso de três do Nezinho, bem no inicio do jogo, viu-se daí por diante motivo de uma ação defensiva e ostensiva por parte do armador candango, como num ajuste de contas pelo bloqueio recebido, intenso e decisivo na inoperância de seu opositor. Com tais ações defensivas, a equipe de Brasília garantiu seus contra ataques precisos e indefensáveis, reinou dentro do perímetro adversário, e só não venceu com mais diferença por ainda não saber estancar uma persistente e crônica hemorragia de três.

Outro fator preponderante nesse jogo foi o absurdo, por exagerado, número de erros de fundamentos, 27, sendo que 17 de São José, o que demonstrou sua imprecisão e nervosismo.

Como nervosismo em uma equipe finalista, e até bem pouco tempo a de melhor produtividade da Liga, como?

Pela ausência de uma consciência tática efetiva para o enfrentamento de uma equipe, que como ela, jogava da mesma forma, agia com semelhantes jogadas, variava ofensivamente com notória previsibilidade, e se utilizava magistralmente da rodagem de seus encanecidos jogadores básicos. A equipe de São José falhou onde não poderia falhar de modo algum, na defesa, na rotação estratégica, e principalmente, na presunção de que um jogo aberto a favoreceria pela notória ausência de contestação dos longos arremessos por parte de um adversário, que, exata e inteligentemente, resolveu contestá-los na decisão, bem lá fora do perímetro, e mais ainda, concentrando seus maiores esforços lá dentro, bem lá dentro de seu garrafão.

Por conta destes aspectos acima relacionados, alguns pontos ficaram bem claros, e mostrados na série de fotos que fiz ( sim, lá estive), que contam um pouco do jogo, mas suficientes na demonstração do quanto variou Brasília em sua forma de jogar ( se utilizou inclusive da dupla armação e jogo interior de pivôs), em oposição à completa ausência de definição tática por parte de uma equipe indecisa e fragilizada por não ousar, criar, e acima de tudo, arriscar sair da mesmice endêmica ( será que se mantêm daqui por diante?) que afasta da formação de base exemplos de como jogar o grande jogo de forma diferenciada, inusitada e criativa, portal que elevaria nossas chances no cenário internacional.

Observemos as fotos:

1 – Inicio de jogo. Ataque linear de Brasília. Notar afastamento do    Murilo no combate direto ao Alírio.

2 – Ataque totalmente aberto do São José, com defensores na Linha da Bola fechando o garrafão, e dobra lateral no Fúlvio, comandados pelo Alex.

3 – Fúlvio eleva erroneamente a bola acima da cabeça, com poucas opções de passe para o interior. Notar o correto bloqueio no Murilo, uma constante em toda a partida.

4 – Ataque interior de Brasília, com os três homens altos e dupla armação fora do perímetro.

5 – No 3º quarto insistência do São José pelo jogo aberto, inócuo e inferiorizado, com seu pivô afastado da cesta. (Desculpar foto desfocada).

6 – Neste 3º quarto Brasília abandona um pouco o jogo interior, voltando às temerárias bolinhas, como essa do Nezinho, o que aproximou o placar em 6 pontos.

7 – Por outro lado, a continua ausência do Jefferson na ajuda ao Murilo nos rebotes, fator determinante na derrota de sua equipe.

8 – Outro momento de ausência de foco interno do São José.

9 – Completa ausência de contestação de um arremesso de três do Guilherme, com seu defensor com os braços completamente arriados, uma constante de toda a equipe no confronto.

10 – Exemplo maior e constante de ausência de jogo interior ante o posicionamento defensivo de Brasília.

11 – A solitária briga do Murilo no rebote. Indesculpável.

12 – Mais uma tentativa de três de São José sem rebote corretamente colocado, outra e determinante constante no jogo.

13 – E mais outra com o Murilo bem contido por um eficiente Alirio, Chico fora e Fúlvio deslocado para uma improvável tentativa de rebote.

14 – Jogo ganho, hora de Brasília emular seu oponente, abrindo seu ataque, prova de sua maturidade e total domínio sobre o sistema único de jogo.

15 – A turma do Basketeria em ação.

16 – O redator aqui exercendo sua inatacável opção de vivenciar o grande jogo.

 

Foi uma vitória inquestionável e justa, da equipe mais experiente e madura, numa competição em que não encontrou um basquete diferenciado que a pudesse derrotar como foi um dia, exatamente por ter se deparado com um no NBB2, onde se sagrou campeã,  e nas competições internacionais onde o sistema único tem galgado uns degraus a mais do que entre nós. Se não nos ajustarmos a essa realidade, já poderemos arriscar a consecução de um tetra para o NBB5, consolidando definitiva, conceitual e irreversivelmente o sistema que tanto nos limita e oprime.

Amém.

Fotos – Paulo Murilo. Clique nas mesmas para ampliá-las.

OS (UTÓPICOS) CAMINHOS DO NOVO…

O blog Território LNB publicou no passado dia 29 uma matéria bastante interessante….e enigmática, Uma seleção na final do NBB, pois em suas entrelinhas deixa em suspenso o seu ponto fulcral, ou seja, o como fazer.

Sem dúvida alguma a escolha dos jogadores que comporiam a formação em dupla armação e trinca de alas pivôs, determinaria uma fortíssima equipe base, assim como os demais componentes da mesma, cuja rotatividade a dotaria de imensas variações táticas, não fosse um único fator restritivo, o como formá-la.

Fazer e formar, ou fazer acontecer e a forma de exequibilizar um projeto tão ao largo do que existe e está implantado na realidade do nosso basquete, eis a questão.

Num cenário tão enraizado como o técnico tático do nosso basquete, com o seu imutável e monocórdio sistema único de jogo, qualquer mudança em seu âmago implicaria uma verdadeira revolução de costumes, de formas, de pensamento, de ação conjunta, e mais ainda, individual, com implicações e conseqüências verdadeiramente imprevisíveis quanto a comportamentos, jamais como fator evolutivo frente aos mesmos. Mudar custa muito, pois exige renúncia espontânea, entrega consciente, absoluta confiança nos novos valores, insistência e perseverança para alcançá-los e conquistá-los.

São exigências na busca do novo, do instigante, do ousado, do corajoso, mas acima de tudo, do incerto, porém desejado futuro.

E para tanto são exigidos novos conceitos pedagógicos, novos enfoques didáticos, nova estratégia comportamental e tática.

Claro que, a busca de novos e abrangentes caminhos, exigem lideranças, conceitualmente novas, e não adaptadas ao pré existente, ao status vigente. Por isso é que não bastam seleções de jogadores que comporão o novo posicionamento, a nova forma de atuar e jogar, sem o acompanhamento de quem os guiarão pelos novos caminhos, aqueles em que acreditam, conhecem, estudam, pesquisam e ensinam com a mais absoluta certeza do que fazem, e para onde querem ir, alcançar, conquistar, estabelecendo novos valores, novas percepções, novos e arejados tempos.

Então, podemos, enfim, definir e concluir  que não basta exercitarmos um novo conceito tático em torno de uma seleção de jogadores, se não o referendarmos com uma direção comprometida  e compromissada com o mesmo,  inserida em seus princípios reformuladores, em tudo e por tudo na contra mão do que está profundamente estabelecido no basquetebol do nosso país.

Fica então em suspenso uma última indagação:  Quais técnicos e professores poderiam estabelecer tais mudanças ao se defrontarem ante novas didáticas de ensino, pertencentes a uma específica pedagogia voltada à dupla armação e triplo jogo interno? Acredito que muito, muito poucos, excluindo-se desta ínfima comunidade o bom técnico apontado no artigo para orientar a hipotética seleção, por não professar, aplicar ou ensinar em tempo algum o sistema proposto, provavelmente por não acreditar no mesmo, direito inalienável seu.

Amém.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.

QUANDO AS PERNAS FALHAM (OU NUNCA FUNCIONARAM)…

– “É jogo para pouca tática e muita disposição”, afirma o jogador Helio do Flamengo antes do jogo.

– “O jogo se ganha com o coração, na vontade, e às vezes a estratégia fica de lado”, declara o jogador Fúlvio no intervalo do jogo.

Com um cenário desse, o que esperar taticamente de um jogo tão importante?

E não deu outra, que como num cartão de visitas, deu-se uma bolinha de três por parte do Fisher, seguida de outra do Marcelo, inaugurando um jogo fundamentado nas afirmações dos jogadores acima, e continuado até o quarto final, quando a equipe carioca, em vez de voltar ao jogo interior, para de 2 em 2 pontos retomar a partida, preferiu as “bolinhas de 5 pontos”, como se a hipotética e sonhadora existência delas fosse real. Somemos a esse panorama uma constatação avassaladora, não mais a incapacidade técnica e fundamental de defesa, individual e coletiva, mal de que padecem muitos e muitos jogadores e equipes brasileiras,  aumentada pelos muitos anos percorridos de estrada por alguns deles. Querer, e em alguns casos saber defender, difere frontalmente do poder, física e tecnicamente, defender. A capacidade de se postar fisicamente no ato de defender, onde a mobilidade dos membros inferiores têm de ser levada a extremos, somada a uma aguçada percepção de tempo e espaço, não são qualidades que dispensem condicionamentos físicos e mentais ordenados,  extremamente treinados e afiados.

Pagamos demais para ver o que acontece, principalmente quanto aos arremessos de fora do perímetro, como numa aposta inter pares de quem acerta mais e erra menos, como num desafio permissivo em ambos os contendores, atitude esta somente factível quando jogam de forma igual ou semelhante, onde as oportunidades se dividem igualmente, e que seria diferente na forma e nos resultados se algo inovador, insólito, corajoso e realmente diferente, fosse colocado neste carrossel girando sempre na mesma direção, com as mesmas luzes, a mesma e monocórdia melodia, o mesmo e medíocre destino, o girar indefinidamente sobre si mesmo.

Tímida e receosamente, algumas de nossas equipes tentam a dupla armação, que seria uma valida tentativa de incrementar o jogo interior com mais e precisas técnicas, num acréscimo de qualidade fundamental e de inteligentes ações táticas, e por que não estratégicas, já que profundas mudanças seriam incrementadas, fugindo celeremente da mesmice técnico tática que tem nos escravizado a longo e longo tempo.

A equipe de São José, errou muito menos, marcou melhor, principalmente no perímetro interno, onde contou com rebotes de qualidade com o Murilo e o Chico, e contra ataque superior, onde o Fúlvio e Laws brilharam intensamente, e com uma ressalva de peso, pois arremessaram 27/42 de dois pontos, e admissíveis 10/16 de três, contra 26/49 e 7/23 respectivamente por parte dos cariocas.

No próximo sábado poderemos atestar algumas evoluções importantes para o basquete brasileiro, quando duas das equipes que se notabilizaram por suas artilharias de fora do perímetro, se enfrentarão numa final. Caso São José volte a optar pelo seu poderoso e eficiente jogo interno e nos contra ataques, frente a uma equipe que marca inconsistentemente, mas ataca com sofreguidão a partir do perímetro externo, e que penetra com assiduidade e precisão, reforçando e posicionando sua defesa, terá boas chances de vitória, mas que para tanto precisará proteger das faltas seu farol de referência, o Murilo, pois será por aí que Brasília, com seu mais do que experiente plantel, apostará suas fichas, num jogo com táticas previsíveis e tradicionais. Vence aquele que quebrar tal evidência. Quem viver verá.

Amém.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.

O REINADO DAS “BOLINHAS” VI…

“O emotivo superou o basquete”, foi o que disse o Ruben Magnano à TV após o jogo, definindo com precisão a realidade do mesmo, numa contundente contra mão ao clima feérico e grandiloquente dos responsáveis pela transmissão adjetivando a partida como fantástica, do mais alto nível, a prova da grandeza do basquete brasileiro, agora pertencendo à elite mundial, e outros mais elogios inócuos e irreais.

Jogo iniciado, juiz antenado, discursos didáticos a torto e a direito, quando motivado, ou provocado por uma falta técnica, o técnico pinheirense esbraveja com o midiático juiz – “Cansei de ser roubado, até aqui dentro…” Tá me chamando de ladrão?” – “Não, é o outro…” num diálogo lamentável, transmitido em som estéreo, à cores, e em rede nacional, e que em nenhum momento foi sequer citado pelos comentaristas de plantão.

Segue o jogo, com três arremessos de três convertidos pelo pivô Alírio, numa tácita demonstração de como jogaria a equipe brasiliense, aberta e penetrante, favorecendo seu jogador mais talhado para esse tipo de ação, o Alex.

Mas erros de fundamentos seguidos do outro pivô, o Cipriano, permitiu que a equipe paulista encostasse no placar, mas com a saída do Figueiroa que vinha jogando em dupla com o Paulo, a equipe retornou ao sistema único, terminando o primeiro tempo quatro pontos atrás (36 x 40).

Foi um primeiro tempo terrível, onde a convergência se fez presente para ambos os lados, com 6/13 nos arremessos de dois pontos e 4/13 nos três para o Paulistano, e 6/14 nos dois e 7/11 nos três para Brasília, numa tendência progressiva que se confirmou ao fim do jogo, quando a equipe paulista perpetrou um 13/28 nos dois e 8/33 nos três, com a equipe candanga assinalando 17/28 e 11/22 respectivamente, para um final apoteótico de 55 tentativas de três e 22 erros de fundamentos, num jogo muito mais próximo da definição do Magnano, do que a viagem no imaginário dos que transmitiam um jogo que somente eles viram.

No intervalo, numa entrevista, o jogador Nezinho discorre sobre a arbitragem, seus dúbios (em sua opinião) critérios, e o excesso de “papo” de jogadores e juízes, o que tumultuava demais a partida. No entanto, no quarto a seguir o mesmo jogador se perde em discussões e contatos com um dos juízes( foto), numa contradição flagrante ao seu depoimento anterior. Enfim, a tão decantada relação didática entre juízes e jogadores havia se transformado em uma autêntica baderna, inconcebível para um jogo de tal importância.

No quarto final, sem que a equipe paulista contestasse os longos arremessos de seu adversário, viu a contagem se expandir até um final de 81 x 62 para a equipe do planalto central, mas não antes de aos 6:53min para o fim da partida (foto), ante uma tentativa de reação, o jogador Marcos levar um “toco de aro” retumbante, além de sua equipe teimar nos arremessos de três (foto), quando teria mais do que suficiente tempo para de 2 em 2 se aproximar dos candangos, que desta forma irão, por mais uma vez, decidir o campeonato contra um surpreendente São José, num absurdo jogo único e em quadra neutra, em troca de uma transmissão em rede aberta da emissora líder no país.

Mas não podíamos encerrar esse artigo sem mencionar mais uma aberração às regras do jogo, quando em lances livres um câmera invade a quadra, se coloca logo atrás do jogador (foto) que irá executar o arremesso, num flagrante desrespeito às mesmas, atitude que não encontra guarida nos grandes campeonatos do resto do mundo, mas conta com o beneplácito de nossos juízes.

Amém.

Fotos – Reprodução da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

O REINADO DAS “BOLINHAS” V…

Não me contive e resolvi assistir o jogo ao vivo no Tijuca, mas podendo também assistir o jogo de Brasília pela TV. Combinei ir para o apartamento da minha filha, que fica praticamente ao lado do ginásio tijucano, e seguir para o segundo jogo, mesmo sabendo que a entrada seria difícil por ser um ginásio pequeno para uma imensa torcida. Temendo não conseguir entrar, não assisti as prorrogações em Brasília, tirando de mim a possibilidade de fazer um comentário isento e o mais preciso possível.

No entanto, algo me chamou a atenção no jogo do planalto central, talvez motivado pela ausência do Shamell, mas que mudou completamente a forma de jogar do Pinheiros, uma dupla, participativa e altamente eficiente armação, sabendo jogar com seus pivôs, principalmente o Fiorotto, forma impossível de ser desenvolvida com a presença centralizadora e pontuadora do lesionado e ausente jogador. Figueroa e o Paulo encheram os olhos de quem os viu jogar, numa inter ajuda permanente e instigante, demonstrando sim, que dois armadores de ofício podem, e deveriam sempre jogar juntos, ampliando as opções do jogo interno, ajudando-se mutuamente ante defesas pressionadas, e acima de tudo, garantindo qualidade nos passes, nos dribles, nas fintas, na defesa e pontuando complementarmente, e não prioritariamente, como sempre agiu o ausente Shamell, um pseudo ala com qualidades que o poderiam firmar  como um armador de superior qualidade na liga.

Por conta desse posicionamento, e enfrentando uma equipe muito forte em sua volúpia pontuadora, mas falhando na defesa interna, os paulistas levaram o jogo em perfeito equilíbrio até, acredito, ao final eletrizante e atípico para seus padrões até agora, ao qual não pude testemunhar, pois tive de me deslocar rapidamente para não perder o jogo que definiria a outra vaga na final do NBB4.

Por sorte consegui um lugar atrás de uma das cestas, para ao lado do meu filho assistir uma batalha e tanto. E de saída uma surpreendente similitude com o modo de atuar do Pinheiros em Brasília, uma autêntica dupla armação liderada pelo Helio e um mais surpreendente ainda Marcelo, numa função onde não possui muita qualificação, mas onde atuou com bastante enfoque no jogo interior, servindo os pivôs com passes precisos e de qualidade, e pontuando de media distância com eficiência.

Mas aos poucos, o pivô Caio começou a pagar caro por sua lesão no tornozelo, assim como se ressentia de uma forma física adequada a uma competição tão exigente, e praticamente parou em campo. Foi o suficiente para a equipe paulista encostar no placar, desgastando sobremaneira o excelente Kammerichs, brigando sozinho na taboa carioca.

Mas foram nos quartos finais que algo a muito esperado concorreu para a superioridade dos rubros negros, a eficiente participação do ágil e veloz pivô Hayes, que em dupla com o Kammerichs e mais adiante com o Teichmann dominaram os rebotes, concluíram com sucesso, e com precisos passes de dentro para fora permitiram arremessos de seus companheiros mais equilibrados e precisos. A equipe do Pinheiros somente pode contar com um sobrecarregado Murilo na briga dos rebotes, já que o outro bom jogador nesse fundamento, o Chico, abria muito para arremessos de três pontos, esquecendo que de dois em dois pontos poderiam, ele e sua equipe, se aproximarem e até virarem o placar a seu favor. Mas a volúpia e sangria dos três pontos estando enraizadas profundamente na realidade do nosso basquete anulam uma evolução técnico tática que se faz tardia para o grande jogo tupiniquim.

Foram dois jogos com alguns números assustadores, que nem as desculpas de que se tratavam de partidas nervosas e decisivas, retiram das mesmas uma brutal carga de preocupações, principalmente no quanto destas influências irão desaguar na seleção olímpica, com sua proposta de um basquete mais solidário, eficiente e preciso.

Foram 53 erros de fundamentos (24 no Rio e 29 em Brasília), e espantosos 95 arremessos de três (41 e 54 respectivamente), num desperdício absurdo de esforço por parte de jogadores que ainda não compreenderam (ou mesmo não saibam) o quanto comprometem a qualidade do jogo, em tentativas despidas de um mínimo de controle técnico e objetividade tática.

Precisamos reaprender a jogar em dupla armação, para que dominemos o perímetro externo em toda a sua extensão, assim como voltarmos a valorizar o jogo interno, através jogadores altos, velozes e flexíveis, abandonando de vez os pesados e lentos cincões  de um oficio que, mesmo as grandes seleções mundiais estão aposentando, pois com velocidade, flexibilidade e apuro nos fundamentos, quem sabe, nos tornemos também eficientes defensores, contestadores de dentro e fora do perímetro, decretando a urgente diminuição desta maldita hemorragia que nos desgasta e expõe frente ao trágico reinado das bolinhas.

Hoje teremos definidos os finalistas, e estou torcendo, timidamente, que as duplas armações retornem em grande, e que nossos bons pivôs sejam municiados permanentemente, tornando o jogo mais técnico e menos comprometido com erros inconcebíveis. Vamos a eles.

Amém.

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A DURA E CRUEL REALIDADE…

Creio com convicção que muito do que se diz e se fala da educação em nosso país aí está retratada no mais definitivo argumento dessa realidade, a falência e conseqüente dilapidação de uma profissão sustentáculo das grandes nações deste desigual e injusto planeta, que encontra em nosso país o mais baixo índice salarial na escala de todas as carreiras básicas.

Nos últimos três anos que antecederam minha aposentadoria na Faculdade de Educação da UFRJ, lecionei Didática, Prática de Ensino e Tecnologia Educacional para alunos da Educação Física e da Pedagogia, sendo que para este segmento a maioria dos alunos era composta daqueles que não conseguiram acesso em cursos de Engenharia, Medicina, Odontologia, Economia e demais bem situados no plano da alta rentabilidade, optando pela Pedagogia como última oportunidade de alcançarem uma graduação universitária. Por conta disso a produtividade acadêmica destes alunos era de baixa qualidade, face ao desinteresse e à baixa estima que os assaltavam durante o curso. Era extremamente difícil mantê-los interessados e motivados a continuar os estudos, frente à alta incidência de reprovações e desistências.

Hoje acredito que aquele triste quadro tenha se avolumado, e que, face ao desestímulo de ordem salarial tenda a se agravar de forma definitiva tal realidade.

Hoje, quando nos deparamos com o acintoso despreparo de nossos técnicos desportivos advindos da universidade, e agravado por aqueles que a ela não pertenceram, e ao olharmos detidamente os gráficos que ilustram a reportagem, podemos de pronto avaliar o porquê da baixa qualidade do ensino no país, o mesmo país que ousa promover suntuosos e vultosos empreendimentos desportivos, sem ao menos ter e promover uma política nacional voltada a Educação, e conseqüente valorização das suas reservas intelectuais, seus professores.

Mantê-los na mais baixa escala salarial do país, confirma uma perversa política direcionada à manutenção de seu povo também abaixo de uma escala, na qual sua manipulação sócio política atende os mais altos interesses de uma classe política alinhada com outros interesses hegemônicos que nos esmagam e espoliam.

Em minhas turmas de Educação Física e da Pedagogia lembrava  que éramos o único país ocidental onde nem a esquerda e nem a direita desejavam o país educado. A direita, garantindo o poder pela ignorância do povo, a esquerda querendo-o mais ignorante ainda para usá-lo como massa de manobra para assumir o poder. E é exatamente o que vem ocorrendo com a ascensão da esquerda em nosso país, que após sua vitória adotou o lema direitista para se manter no poder. Um povo educado não se submeteria a uma escala de valores enumerada nessa reportagem, pois sequer elegeria esse tipo de governantes que se estabeleceram de forma tão rasteira. Duas gerações bem educadas e preparadas nos dariam uma outra dimensão de nacionalidade auto sustentável, e não escrava de bolsas disto e daquilo, pois não se deveria dar peixes a ninguém, e sim ensiná-los a pescar.

No microcosmo do desporto, situações que estamos vivendo em nosso basquetebol são o reflexo direto de tão dramática situação em que se encontra a educação no país, o preparo de nossos professores e o progressivo desinteresse dos alunos, fruto da vergonhosa e deprimente classificação postada na reportagem.

Fico muito triste com tudo isso, pois num dia do passado me senti um predestinado pela opção conscientemente tomada, a de ser um professor, um professor do meu país.

Amém.

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