O SEGUNDO DIA…

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Neste segundo dia almocei com a Diretora Administrativa da equipe, Claudia Sueli D.Lima, quando tive a oportunidade de me informar sobre muito da organização e critérios administrativos que exequibilizam sua participação na LNB, e no NBB2, alguns dos quais me eram desconhecidos. Esse primeiro encontro intronizou-me na realidade ainda incipiente do basquete profissional no país, quando muitos caminhos ainda terão de ser percorridos até sua implantação de caráter permanente se sedimentar.

À noite desloquei-me para Vila Velha onde uma rodada dupla seria disputada entre as duas equipes capixabas contra os atuais campeões paulista e brasileiro, São José e Flamengo, respectivamente, cabendo ao Saldanha enfrentar a equipe paulista.

Foi um jogo em que da arquibancada pude constatar o alto grau de perda de auto estima da maioria dos jogadores da equipe, com uma ou duas exceções, na demonstração explicita de entrega já no segundo quarto, como penalizados se sentissem pela má colocação no campeonato, fator originário das isoladas tentativas individuais de tomar o resultado da partida em mãos, relegando ao mínimo a participação coletiva. Nem ao fato real de estar eu assistindo e avaliando a equipe e seus bons jogadores, creio ter influenciado na produtividade dos mesmos, e sim a imensa vontade de reverterem uma situação com suas infrutíferas ações de caráter puramente individual.

Logo se fez sentir a situação em toda a sua dimensão negativa, a quase completa ausência de coletivismo, somente presente no último quarto no setor defensivo, como o derradeiro alento de não permitirem um placar mais excludente, demonstração elogiável de amor próprio, mesmo que pontual.

Domingo enfrentarão o Flamengo, quando sofrerão com o poder ofensivo do campeão brasileiro, dando por encerrada essa fase negativa, pois na segunda, juntos e unidos, deflagraremos uma nova etapa, com muito e dedicado trabalho, exatamente no sentido de resgatarmos o coletivismo, base estrutural de uma equipe de alta competição, lastreado pelos bons valores que compõem essa singular equipe.

O que faremos, e que proposta sugeriremos a todos em busca de uma entendimento comum? Trabalho de resgate de fundamentos negligenciados, apesar de não esquecidos, tanto os individuais, como os coletivos, e uma progressão didático pedagógica que os levem de encontro à interdependência de cada um deles às necessidades básicas de uma equipe, onde a técnica, a virtuosidade e a liderança de cada um  se funda com a de seus companheiros, num único e rígido bloco, resgatando definitivamente o perdido espírito de equipe, pela elevação da auto estima de todos.

E  estes objetivos imediatos, só poderão ser alcançados através a faina dura e sacrificada dos 34 treinos que antecedem o reinicio do campeonato no próximo dia 26 em São Paulo contra o fortíssimo Pinheiros.

Até lá nos entregaremos de mente, corpo e alma ao trabalho e somente a ele, como um permanente e imutável sacrifício no altar dos vencedores. E se mesmo assim não atingirmos em pleno nossos anseios, que fique marcada essa entrega como algo de que jamais nos esqueceremos na busca e no reencontro da auto estima fugidia. E assim será, prometemos todos.

Amém.



4 comentários

  1. Juvenal (Fúria Vermelha) 06.02.2010

    Grande prof., não há necessidade de me agradecer em nada, só pelo senhor ter aceito esse grande desafio de tentar levantar o Saldanha o senhor já é digno de todo respeito de nos alvi-rubros.
    Infelizmente estou atarefado e não pude comparecer ao jogo de ontém e nem poderei ao de amanhã, mas fiquei feliz com a sua leitura do jogo de ontém, é o retrato do time em todo o campeonato. Auto-estima lá no chão, jogadores jogando aparentemente sem vontade e, quando pensam em jogar, são extremamente individualistas.
    Gostaria de esclarecer que não sou da área esportiva, sou formado em Direito e me apaixonei pelo basquete graças ao Saldanha, mas, mesmo como leigo gostaria de pedir um “favor” ao senhor, favor esse que toda a nação alvi-rubra gostaria de pedir: treinem lance-livre, o máximo que puder, por favor. Cansamos de ver jogos em que o time fazia 3 pontos entre 15 lances-livres, totalmente inaceitável pra um time profissional, perdemos muitos jogos nos lances-livres.
    Quero ainda mostrar minha adimiração pelo senhor pelos comentários tecidos à respeito da maneira de jogar dos clubes brasileiros tentando imitar os da NBA, sempre tive isso an cabeça, mas como um expectador, tinha até receio de falar e ser repreendido pelos adimirados da NBA.
    Mas pelo que pude conhecer do senhor ensses poucos dias, vejo muita garra, raça e luta nos vossos olhos. Tenho certeza que ajudará muito nossos jogadores a deixar de lado a vaidade egoística e construir um verdadeiro grupo.
    Obs: Casé é a alma do time…a torcida ama ele, é o maior ídolo do clube.
    Nos mais, em breve nos conheceremos pessoalmente. Quando tiver mais informações, publique os horários e locais dos treinos para que possamos acompanhar quando possível.
    Forte abraço professor e sucesso!
    “Saldanha, você nunca estará sozinho!”

  2. Diego Felipe 06.02.2010

    Caro professor, lhe desejo um bom trabalho, sorte e tudo de melhor nesse seu novo desafio.
    E, caso caiba uma sugestão aqui, se poderia colocar alguns vídeos, quando começarem os treinos (e jogos) mostrando, aos poucos, o efetivo trabalho da dupla armação, alguns treinos especificos de cada posição… enfim, trazer algumas das coisas do seu esforço no clube.
    Que os deuses nos abençoem! 😀

  3. Basquete Brasil 06.02.2010

    Prezado Juvenal, sei que poderei contar com seu apoio, assim como o da grande torcida do clube. Não se preocupe que treinaremos, não só lances livres, como todos os demais fundamentos, numa cruzada que trilharemos com esforço e dedicação. Com o dever de casa cumprido o trabalho coletivo será preservado.Um abraço, Paulo Murilo.

  4. Basquete Brasil 06.02.2010

    Suas sugestões serão atendidas na medida de nossas possibilidades Diego. São excelentes colocações, merecedoras de serem atendidas. Um abraço, Paulo Murilo.

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