O ONTEM, O HOJE, E O AMANHÃ?…

 

Eis uma matéria  para ser lida e digerida com a máxima atenção, e para tanto façamos uma pausa para que possa ser integralmente lida …

Que tal? Fantástica, e acima de tudo, edificante, pois descerra toda uma realidade que tanto, e a tanto tempo, tento elucidar, a do porque estamos tão miseravelmente por baixo, técnica, tática, estratégica, e moralmente. no âmbito do basquetebol, do grande jogo mundial…

Em nenhuma das declarações dos magníficos e formidáveis técnicos e estrategistas, qualquer profissional brasileiro é mencionado, até mesmo pelo filho de uma das figuras proeminentes do grande jogo nacional, todos amantes de técnicos americanos e europeus, onde a menção de um brasileiro, ou mesmo, de um sul americano sequer é levada em consideração, numa atitude que demonstra, com a mais absoluta clareza, os porquês de estarmos tão abaixo da média no basquetebol internacional para valer, e não nestes torneios de terceira categoria que tem feito o brilhareco de alguns deles…

A turma de “grandes mestres” que ainda viceja pelos microfones da mídia especializada, e mesmo atuam de alguma forma pelo grande jogo, tem agora a resposta direta do quanto são “lembrados e respeitados” por seus sucedâneos nas rédeas do grande jogo, que pelos depoimentos egressos da importante matéria, nada significaram e significam em suas maravilhosas e até geniais atuações nas quadras do país, segundo a mídia tida como especializada, que babam ante suas pranchetas, que não só falam, mas como  traduzem suas mágicas intervenções (agora mesmo temos a “prancheta voadora”, aquela que é lançada violentamente ao solo em acessos de furia…), agora reveladas como frutos e produtos de suas exógenas influências…

Simplesmente lamentável, constrangedor, e acima de tudo, ora, digam vocês…

Sou e fiz parte ativa de uma geração de professores e técnicos inesquecíveis, tanto na formação de base, como na grande competição, na elite, e enumerá-los seria uma tarefa onde, pelo grande número, esquecimentos seriam inevitáveis, assim como na menção daqueles estrangeiros que nos influenciaram decisivamente. Porém, alguns nomes posso, num relance, lembrar e honrar com a citação de suas importâncias vitais na formação, não só minha, mas de todos eles, tais como: Antenor Horta, Togo Renan Soares, Moacyr Daiuto, Renato Brito Cunha, Clair Bee, Nat Holman, John Wooden, John Bunn, Tude Sobrinho, Orlando Gleck, Forrest Allen, Everett Dean, Geraldo Conceição, Coach K, Guilherme Borges, P. Tsetlin, Ary Vidal, Waldir Bocardo, Luis Carlos Chocolate, Bob Knight, Edvar Simões, Marcelo Cocada, Telúrio Aguiar, Rick Pitino, Pedro Rodrigues, Sergio Toledo Machado, Valtinho, Fú Manchú, Helio Rubens, e tantos e tantos outros, daqui e lá de fora, imortais em sua importância…

Gregg Popovich, Zeltko Obradovic, Mike D’Antoni, Ettore Messina, Steve Kerr, Pablo Laso, fazem parte do restrito universo dessa turma antenada no modismo do aqui e agora, onde o antecedente carece de importância pelo mais completo desinteresse em conhecê-lo, estudá-lo, pois afinal de contas, para todos eles, o basquetebol, o grande jogo nasceu quando vieram para esse mundo, o importante e definitivo hoje, onde o antes, o antes? Que se lixe o antes…

E por conta desse xodó nacional avidamente promovido pela mídia importante do país, temos a NBA como destaque principal de primeira página, e matéria de ¾ de página interna num dos maiores jornais do país, de uma competição que não nos diz respeito, de uma outra realidade, de um outro mundo, porém sócio, política, desportiva e economicamente transcendental para o futuro de nossa juventude, facilmente influenciada e impactada por sua fragilidade educacional, e por isso mesmo culturalmente manipulável por modelos que de forma alguma pode contestar…

Mas nem tudo está perdido, pois ao término da primeira semana do playoff do NBB obtivemos alguns pequenos, porém bem vindos avanços, a saber: – Bastou a equipe do Botafogo intensificar seu ataque interior (24/39 nos 2 pontos, contra os 14/33 do Pinheiros) para vencer a primeira partida (91 x 76), já que foram parelhos nos 3 pontos (10/27 contra 10/24), perdendo 2 e 3 lances livres cada, e cometendo absurdos 31 erros de fundamentos (15 e 16), demonstrando a fragilidade contumaz das equipes nos mesmos.

– O Flamengo foi mais lúcido em quadra, com uma permanente e competente dupla armação alimentando seus bons alas pivôs, sendo mais eficiente nos curtos e longos arremessos, realizados sem contestações eficazes, numa liberdade assustadora e pouco combativa da turma do Corinthians, ficando patente que na ausência de convergência nos arremessos, a equipe carioca se torna muito difícil de ser batida (arremessou 19/44 nos 2 pontos e 14/25 nos 3, contra 15/38 e 11/27 respectivamente pelos paulistas), e que deve, a continuar agindo dessa forma, se impor nos jogos restantes.

– O jogo Mogi 77 x 69 Ceará, não foi transmitido, mas observa-se nas estatísticas que a equipe mogiana arremessando 20/42 de 2 pontos e 5/19 de 3, deu um enorme salto ao privilegiar o jogo interior, fazendo com que seus jogadores atingissem 100% nos lances livres (22/22), enquanto seu adversário se perdia num 6/31 arremessos de 3 e 11/16 nos lances livres, cometendo ambas 14 erros de fundamentos (7/7).

Saldo depreciativo dos 3 jogos? Média de 24,3 erros, inconcebível numa liga superior…

Bem, foi uma semana trabalhosa, e quem sabe, melhoras bem que poderiam acontecer, se nossos estrategistas se espelhassem mais no que tivemos e temos de melhor, e muito menos do que enaltecem de um mundo, de uma realidade antítese da nossa…

Amém.

Fotos- Reproduções do O Globo e TVs. Clique nas mesmas para ampliá-las.



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