A ARTE DA DEFESA…

Com a definição dos quatro finalistas, o Final Four, chega à decisão nesse próximo fim de semana o Campeonato Universitário da NCAA, onde as equipes de melhor defesa se enfrentarão em batalhas memoráveis, quando num espaço de posse de bola de 35seg. não as vemos esmorecer um segundo sequer, em duelos onde a evolução ofensiva tem primado pela utilização de dois armadores, e agora, três alas, ou pivôs móveis, abrindo mão em sua maioria dos pivôs massudos e lentos, pois dessa forma tentam contornar a superioridade defensiva com velocidade e destreza, numa evolução cíclica que sempre é desencadeada quando um segmento de jogo tende a superar um outro, ou seja, defesas melhores evoluem sistemas de ataque, e vice versa.

UConn, Michigan State, North Carolina e Villanova, esta inovando ao conceito clássico americano de escalação, onde two guards, two fowards e one center, foram substituídos por two guards e three fowards, demonstrando estarem sintonizados com o apelo nacional do coach K, no sentido de modificarem sensivelmente o modo de atuar de suas equipes, visando a retomada internacional abalada nos últimos anos. E estão conseguindo.

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O QUE TODO JOGADOR DEVERIA SABER 11…

Quando publiquei a serie “O que todo jogador deveria saber”, logo em seu primeiro artigo que discorria sobre o equilíbrio, recebi uma boa quantidade de indagações sobre o real teor do que ali estava sendo abordado, principalmente sobre o controle do centro de gravidade em todas as ações de drible, fintas, marcação, rebotes e arremessos, nos fundamentos de uma maneira geral.

Inicialmente façamos uma releitura do artigo em questão, clicando neste endereço-O que todo jogador deveria saber 1/10, para que possamos entender este novo enfoque.

Agora, observemos esta foto tomada dois dias atrás nas eliminatórias do campeonato universitário americano, a NCAA, onde os princípios de total controle e domínio do centro de gravidade na finta estão demonstrados em toda sua pujança e alta qualificação.

O aspecto mais impactante é o fato de ambos os jogadores estarem no ar, sem apoio no solo, mas perfeitamente setorizados em seus comportamentos, onde o atacante, por se encontrar em absoluto equilíbrio instável ( veja a projeção AB de seu centro de gravidade no limiar da área de sua base original no solo) o que o situa em vantagem ao seu marcador em equilíbrio estável ( a projeção CD de seu centro de gravidade está situada dentro da área original da base), fazendo com que seu deslocamento lateral em drible se situe claramente em vantagem ao deslocamento vertical de seu oponente, provando que uma ação ofensiva em drible e finta se torna vantajosa na medida em que o atacante se situe em equilíbrio instável, ante uma estabilidade defensiva, fator determinante nos cortes, nos giros, ou simplesmente nas trocas de direção, já que em equilíbrio instável, ou mesmo em desequilíbrio, sempre partirá em vantagem de deslocamento se seu oponente não exercer a mesma técnica, que sempre será de retardo a uma ação ofensiva, ou seja, o atacante age e o defensor reage. No entanto, quando os papeis são invertidos, o defensor poderá se opor vantajosamente ao atacante, situação esta que fundamenta os mais eficientes sistemas defensivos, principalmente os da linha da bola.

Concluindo, seja o atacante ou o defensor utentes das técnicas de controle de seus centros de gravidade, prevalecerá aquele que melhor controle obtiver em equilíbrio instável, ou mesmo em desequilíbrio, pois se beneficiará do fator mais eficiente nessas ações, a velocidade de partida, somente possível pela antecipação nos deslocamentos laterais, frontais e de recuo, nos limites em que a projeção de seu centro de gravidade se situar no bordo da área que ocupa no solo. É uma arte quase impossível de registrar pela velocidade dos movimentos, mas que foi magistralmente captada nesta fantástica foto.

Estudem e pratiquem bastante estes movimentos e melhorem seu jogo, o grande jogo.

Amém.

FALEMOS UM POUCO DE TÁTICAS E SISTEMAS III…

Prossigo hoje a serie- Falemos um pouco de táticas e sistemas III -( < clicar ) Espero que matem um pouco a curiosidade sobre um sistema criado para ser desenvolvido na formação de dupla armação e três pivôs móveis, e que foi extensamente aplicado em equipes infanto juvenis e juvenis com excelentes resultados.

DA ARTE DE SER CHATO…

Que semana meus deuses, não bastassem as tristes noticias de falecimentos que nos levaram a Michelle e o Adilson, enchendo de tristeza todos os basqueteiros, ainda temos de suportar as cartas marcadas da próxima eleição da CBB, quando tudo ficará como agora, pois os candidatos são compadres de longuíssima data, e que darão gargalhadas( se é que já não as estão dando…) ao final de um pleito viciado e vicioso, onde a termo “mudanças” causa calafrios aos mesmos só em mencioná-lo.

Some-se a esta realidade a outra, mais evidente, da continuidade da mesmice técnico tática que vigorou, vigora e vigorará por ainda um longo tempo em nossas equipes ditas de elite, e suas influências capitais nas divisões de base, para as quais servem de espelho. E para sustentar um pouco tão preocupante quadro, me reporto a um comentário do leitor que se assina Do Sul sobre o artigo Déjà vue, publicado na semana passada aqui no blog:

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ARTIGO 500-FALEMOS UM POUCO DE TÁTICAS E SISTEMAS II

Muitos tem me perguntado, e até cobrado, de que forma pratica e objetiva pode uma equipe atuar com 2 armadores e 3 pivôs móveis, tanto contra defesa individual, como defesa por zona.

Desde muitos anos sempre treinei e preparei minhas equipes para atuarem desta forma, e na maioria dos casos me situava na contra-mão da maioria absoluta dos demais técnicos, utentes enraizados do sistema NBA, globalizado nos últimos 20 anos de influência e coerção maciça.

Em 1995, organizei com o Prof.Paulo Cezar Motta o Barra da Tijuca BC, que mesmo tendo suas atividades restritas a quadras descobertas e acanhados ginásios de escolas e clubes de condomínios da comunidade, exerceu, até o encerramento de suas atividades em 1998, grande influência técnico- tática no basquete do Rio de Janeiro,mas que não encontrou respaldo e continuidade nos demais técnicos do estado.

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A HERANÇA…

È uma sexta-feira radiosa, e bem cedo pego meu velho Fiat 95 e parto para a cidade via Barra da Tijuca. Como moro na Taquara prenuncia-se uma viagem e tanto até meu destino. Mas o que vejo? O transito fluindo calmamente, sem atropelos, mudança esta sentida desde antes um pouco do inicio dos Jogos Pan-Americanos, quando estações do metrô foram inauguradas no sentido Barra-Penha e Barra-Botafogo, transformando a ida de carro praticamente num tour turístico pela belíssima orla do Rio.

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ASSUNTANDO…

Quarto final, a equipe de Assis fica bem perto de equilibrar o jogo, mas seus jogadores, intranqüilos, cometem erros em profusão, e que nem mesmo seus melhores jogadores, o Probst, em mais uma exibição de como deve se comportar um pivô nos rebotes, além de comparecer eficientemente nos pontos de sua equipe, e o Nezinho em uma noite inspirada no ataque, conseguem superar a equipe de Franca, com seu armador Helio sem apresentar o melhor de seu condicionamento, mas jogando num sentido coletivista elogiável.

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QUEM FAZ UM CESTO,FAZ…

Minha saudosa avó materna sempre afirmava quando se deparava com situações e criaturas reincidentes: “Quem faz um cesto, faz um cento”! Boa e oportuna citação nordestina, e que se encaixa com perfeição na atual e triste situação do basquete tupiniquim.

Mal saída do forno requentado, a convocação do espanhol já começa a suscitar cruciais dúvidas, principalmente quanto às verdadeiras intenções da turma da NBA, em contraste com as juras de fidelidade da turma européia, confrontados em suas afirmações pelo defenestrado Marcos, único amotinado em Las Vegas a ser alijado do processo, exatamente por incorrer no pecado mortal de expor as mazelas ocorridas intramuros naquele nefasto Pré-Olímpico. Foi ele, que magoado ou não, infantilmente ou não, arrazoado ou não, mas sem dúvida alguma sincero em sua catilinária, quebrando o principio mafioso do segredo inter pares, que escancarou ao mundo a atitude pusilânime de um grupo, que ao quebrar e romper o principio de comando, aceito por todos, inclusive ele, ao inicio da organização grupal, lançou aos porões da infâmia todo o trabalho realizado, que se por acaso não vinha tendo bons resultados, jamais caberia uma ação de rebelião por parte de quem estava ali para jogar, e não tomar indevida e absurdamente em mãos o comando técnico-tático da seleção. E por conta do lembrete de minha avó, foi o amargo Marcos retirado do processo antes de “fazer um cento”, que se colocou na posição de poder observar de fora a possibilidade real de que “outros centos” possam vir a ocorrer com os que lá se mantêm.

No blog UOL de ontem, sob o título “Trio da NBA pode desfalcar Brasil no Pré-Olímpico da Grécia”, segundo o Estado De São Paulo, a comissão técnica da equipe, liderada pelo espanhol Moncho Monsalve, teme que Leandrinho, Nenê e Anderson Varejão não se apresentem até o dia 8 de junho. Ao largo das explicações sobre contusões e tratamentos por que passam os jogadores mencionados, os dois últimos parágrafos da matéria é que sugere em suas entrelinhas alguns dos motivos que põe em cheque as possíveis ausências : – A lesão dos jogadores, no entanto, pode não ser o único obstáculo para a participação do trio no Pré-Olímpico na Grécia. Isso porque os atletas contavam com a contratação de um treinador norte-americano e não de um europeu para comandar o Brasil.

– O ala Marquinhos, deixado de fora da convocação de Moncho Monsalve, confirmou o interesse dos atletas da NBA em março. “ A gente queria um técnico americano, mas ninguém deu bola”, afirmou o jogador ex-New Orleans Hornets.

Como vemos e podemos imaginar, os resquícios do motim em Las Vegas ainda rende frutos, amargos frutos, colhidos pela traição de um grupo que se considera acima de comandos e decisões, de leis e princípios desportivos, acobertados por uma direção confederativa acéfala e suspeita, e que tudo faz e realiza para se manter “de bem” com uma pseudo liderança de jogadores travestidos de donos do pedaço, encastelados em suas capitanias hereditárias, ao largo do bom senso e compreensão dos verdadeiros e autênticos princípios de esporte e da convivência humana. Se auto convocam, dão entrevistas, definem comportamentos e emitem opiniões sobre grupos fechados, assim como desfilam argumentos sobre maneiras de atacar e defender, como arautos do conhecimento pleno do grande jogo, que ante seus posicionamentos se apequena, até sumir no caudal de derrotas humilhantes, engolfadas pelos seus lastimáveis e despropositados egos.

Não só erros de comando de técnicos e comissões devam ser responsabilizados por fracassos. Também jogadores podem ter participação determinante no processo de formação, sucesso ou fracasso de uma equipe, basicamente quando se insurgem contra a hierarquia de comando, inviabilizando a consecução do mesmo, assumindo um papel que não o seu, que é o de jogar e defender uma camisa, uma bandeira, uma equipe. Hoje até se negam a fazê-lo, em quadra e fora dela, e até quando interesses financeiros vultosos estão em jogo.

No entanto, muitos jogadores de bom nível técnico, assim como excelentes técnicos são omitidos em convocações, e que nem a capacidade inovadora corajosa de alguns, sensibiliza um departamento técnico desprovido de conhecimento, de discernimento e de comprometimento com o basquete nacional. Quando muito (ou pouco…) premia acólitos e protegidos, diluídos, porém garantidos, no rol de até bons jogadores, que serão preteridos mais adiante, em prol de interesses que transcendem os verdadeiros e justos objetivos que compõem uma autêntica seleção.

“Quem faz um cesto, faz um cento”. Creio que todos nós já vimos esse filme, em estéreo e a cores, porém com um final trágico e infeliz, fazendo com que perguntemos indignados : Quando vamos aprender? Quando vamos aprender de verdade? Quando meus deuses?

Amém.

CONVOCAÇÃO? QUESTÃO DEFINIDA…

Meses atrás, o técnico Moncho Monsalve deu uma entrevista afirmando que não alteraria a maneira brasileira de jogar, mas incluiria na equipe ações de jogo armado, cadenciado, “com aquele passe a mais”, bem ao modo europeu de jogar, não fosse ele um dos mentores da escola espanhola, atual campeã mundial. Afirmou também, que entrevistaria todos os jogadores na Europa e nos Estados Unidos, assim como trataria com especial atenção aos casos dos “rebeldes” Nezinho e Marcos, sendo que para o último falaria de homem para homem.

Sua convocação, mais do que de cartas marcadas, primou pela total incoerência, pois estabelecer jogo armado e cadenciado com os armadores convocados, o Huertas e o Valter, cercados de jogadores de correria, como Alex, Marcelo, Guilherme e Leandro, não parece ser a formula acadêmica que tanto apregoou, preferindo manter o sistema “seja o que os deuses quiserem”, que jamais será mudado em trinta e poucos treinos, e quatro ou cinco amistosos. E se tudo acontecer sem os já corriqueiros imprevistos de atrasos na apresentação, contusões e cansaços residuais. Além do mais, a propalada entrevista de homem para homem, se realmente aconteceu, ou mesmo foi esquecida em nome da disciplina, puniu os dois rebeldes com a não convocação, uma justa pela recusa de jogar com a camisa nacional, a outra, injusta, pois o Marcos pagou sozinho pelo motim de alguns jogadores auto investidos em líderes, que peitaram a comissão técnica, e viram suas abomináveis ações escancaradas em público através suas inábeis declarações, mas que espelhavam a triste e revoltante realidade no seio da seleção. A convocação ora liberada ao conhecimento público, deixa passar em branco aqueles tristes acontecimentos de insurgência explícita, que originou a total quebra de comando, e que resultou no formidável fracasso no Pré, mas que para o espanhol de plantão nada que uma boa conversa não possa resolver. Somente temo ser ele o próximo a ser defenestrado pela liderança cardinalícia, que permanece intocada e imune a qualquer crítica e perda de mandato, donos que são de suas capitanias hereditárias, quando de a muito deveriam ter cedido seus espaços a jogadores mais novos e promissores, ou mesmo um pouco mais veteranos, porém disciplinados e respeitadores, como todo jogador de seleção deve ser.

Os 14 convocados deixam transparecer que somente casos de ordem física definirão a formação final, e dentro da posição de pivô, com seus sete candidatos. Pena que um outro armador de verdade não tenha sido convocado, mesmo veterano, numa posição onde a experiência conta tudo, como o Helio de Franca, apontado nos dois últimos anos o melhor jogador dos campeonatos acontecidos em São Paulo, e que conotaria junto aos outros dois armadores convocados, o Huertas e o Valter, a tão anunciada candenciação da equipe, e controle emocional nas horas em que a armação consciente e experiente pode ser a fronteira que separará derrota e vitória, num torneio decisivo para nós.

O outro furo imperdoável na convocação, fruto do total desconhecimento dos bons jogadores que atuam no país, foi a não convocação do melhor reboteador de todos os campeonatos e torneios realizados nos últimos anos, o Probst, dono de uma qualidade rara entre os pivôs, a de dominar com maestria a noção de tempo-espaço, arma decisiva para a obtenção dos rebotes defensivos e ofensivos, que foi a arma fundamental em todas as grandes conquistas do basquete brasileiro, em todas as nossas grandes equipes, masculinas e femininas, abrindo o leque de opções aos nossos arremessadores e finalizadores. E o mais estranho e comprometedor, é que nem na equipe B ele foi convocado, numa demonstração de ignorância sobre as reais qualidades que fazem parte da qualificação de um bom pegador de bolas. Rogério seria o outro convocado com justiça, numa posição carente entre nós, a de ala experiente, calejado e que, apesar de veterano passa por uma fase de grande competência e brilhantismo, superior a alguns pseudo donos do pedaço.

A convocação da equipe B, inteligentemente composta de 18 jogadores, na demonstração de isenção política, mas exercendo-a de forma a calar opositores desavisados, peca pela quantidade de jogadores escolhidos por sugestões de quem os viu atuar ou ouviu falar, sem a presença fundamental de quem os deveria convocar, o técnico. Por essa falha imperdoável, jogadores desconhecidos jogando em equipes universitárias americanas de segunda linha, assim como em clubes europeus inexpressivos , tomam lugar de jogadores que aqui atuam e lutam por uma oportunidade na seleção. No caso daqueles que jogam na Super Copa, será que seriam levados a serio e convocados se fossem somente 14 vagas, um número mais do que suficiente para a formação definitiva de uma seleção, onde as oportunidades seriam mais democráticas e justas? Acredito que serão diluídos nas seis dispensas, ante a “qualidade” daqueles que atuam no exterior. Mas algo ficou bem claro nessa fictícia convocação, o melhor armador, o melhor reboteiro e o melhor ala dos campeonatos paulistas, ao não pertencerem a clubes que atuam no Campeonato Nacional ficaram de fora, como prova inconteste de um poder central, profundamente político e completamente distante das necessidades reais de nossas seleções, sejam A, B ou Ç.

E nesse caudal de interesses, alguns inconfessáveis, flutua nosso Paulo Sampaio, o bom técnico do Flamengo, que ao mencionar candidamente que sempre trabalhou para atingir tal posto, sonho de todo técnico, esquece o mote popular “de que nem tudo que reluz é ouro, nem tudo que balança cai.”

Torço para que não se deixe iludir pelas felpudas raposas que habitam o cenário basquetebolistico nacional , e continue a ser o bom profissional que sempre foi, não trocando o que já alcançou pela busca do velocíno banhado no ouro dos incautos.

Amém.

CONVOCAR ? EIS A QUESTÃO…

Numa atitude de forte liderança, o técnico Paulo Bassul encampou a seleção feminina que disputará o Sul-Americano, colocando-a como um excelente laboratório visando a formação definitiva que disputará o Pré- Olímpico em junho. Não dividiu comandos, definindo objetivamente uma meta a ser atingida, a classificação olímpica.

Na seleção masculina, a divisão de comando acaba de ser estabelecida, pois queiram ou não os entendidos, seleção principal em um país serio é função de um só comandante, cabendo ao mesmo delegar ou não poderes, basicamente a um de seus auxiliares, por motivos imperiosos e inadiáveis, como por exemplo, uma incomoda dor de coluna, que se manifesta em terras abaixo do equador.

Pelo que foi divulgado , o bom técnico Paulo Sampaio não faz parte da comissão comandada pelo técnico espanhol Moncho Monsalve, que tem como assistente direto o técnico Neto, que seria o substituto natural do mesmo no comando da seleção principal, a não ser que a destinada ao Sul-Americano não seja a principal, e sim uma seleção secundaria, que dada a pujança do nosso basquete atual, se dá ao luxo de manter e treinar duas seleções, provando ao mundo um poderio acessível a muito poucos. Trabalho massificador é isso aí, onde sobram talentos para duas seleções nacionais, como nossos irmãos do sul, com sua organização e planejamento a longo prazo, e com uma diferença capital sobre nossas pretensões, eles vencem nas duas, aliás, e bem lembrando, classificaram-se no Pré-Olímpico com a B, e disputarão a Olimpíada com a A, igualzinho às nossas pretensões caipiras.

“Com certeza, é uma comissão técnica formada por excelentes profissionais e todos têm um perfil que se encaixa perfeitamente dentro da filosofia da entidade. Com relação ao Paulo Sampaio, ele está no basquete a 38 anos, como jogador e técnico, e tem todas as condições de fazer um excelente trabalho na seleção adulta”,explicou Luis Antonio, diretor técnico da CBB.

Engraçado, Marcel, Wlamir, Amauri, Sergio Macarrão, citando alguns entre muitos que estão no basquete a muito mais de 38 anos, sem contar aqueles que não foram grandes jogadores, mas sempre foram grandes técnicos, jamais tiveram a mínima possibilidade de sequer pensarem em seleções, em contraste com técnicos de seleções de base guindados a auxiliares da principal no espaço de alguns meses, por possuírem um perfil que se encaixa perfeitamente dentro da filosofia da entidade,como definiu o burocrata cebebiano, faz com que descubramos a ponta de um iceberg monstruoso e absolutamente inaceitável.

Mas que filosofia é esta que estabelece perfis a serem encaixados na direção de nossas seleções? Será que militar e atuar nos campeonatos da CBB seja um deles? Nesse caso, as melhores equipes brasileiras que atuam na Super Copa jamais poderão ceder jogadores para representar o pais, como o ocorrido com os que atuavam na NLB? Talvez esse enigmático perfil explique o fato de uma equipe gaúcho-paulista, comandada pelo assistente do Moncho, e que só começou sua participação no Campeonato Nacional na décima rodada, fato inédito no mundo, exatamente para referendar sua escolha, e confrontar os clubes paulistas dissidentes, num recado direto justificando suas inegibilidades.

Mas minha gente, e a seleção brasileira como fica? E nesse ponto cabe uma pergunta ao novo técnico, Paulo Sampaio, e seu genial assistente Christiano Pereira- Terão vocês a plena liberdade, aquela garantida pela independência e intocabilidade do comando, adquirida pela experiência lastreada pelo estudo, pela pesquisa, pela transcendência filosófica, pela aceitação baseada no respeito e reconhecimento de seus pares, lastros dos verdadeiros comandantes, de convocarem os melhores jogadores que atuam no país, não restringindo os que competem inclusive na Super Copa? Se tiverem, ou mesmo se a impuserem, como atuam os verdadeiros e independentes comandantes, com ou sem perfis que se encaixam em filosofias fajutas impostas por uma confederação política e de interesses não muito transparentes, estarei reconhecendo honestamente, e sem falsos pudores, que enfim, estaremos reencontrando a trilha perdida, extraviada que foi, exatamente pela implantação e perpetuação da tão absurda filosofia, a que tenta divulgar que os meios justificam os fins, sejam lá os que forem, na medida que mantenha no poder aqueles que realmente comandam o nosso infeliz basquetebol.

E ao longe, muito longe, um experto espanhol, com sua lista mais do que definida, aguarda o momento de se investir no comando de uma outra equipe, que já poderia estar se reunindo, mesmo com algumas ausências, para disputar um Sul-Americano providencial, com argentinos também presentes, e podendo contar com alguns bons jogadores que aqui jogam, para em junho, ao se completarem, terem uma base razoável de entrosamento com uma nova e inédita direção, como faz o Paulo Bassul, consciente que está das nossas limitações, aprendendo a administrar a pobreza que nos cerca, inclusive, nos esportes, mas nada que nos faça perder a esperança em dias melhores, preferencialmente ao largo de filosofias mafiosas.

Torço para que o bom técnico Paulo Sampaio encontre seu verdadeiro caminho, se impondo e assumindo uma liderança que já se faz ausente a muito tempo, mesmo numa dicotômica seleção, até que se transforme na verdadeira seleção brasileira.

Amém.