QUE TAL…
Depois de assistir pela TV ao jogo Franca x Limeira, com três quartos muito bem jogados e um quarto final razoável, constatamos na prorrogação quão bons são os armadores da nova geração brasileira, e não só destas duas equipes que disputam a Super Copa, também presentes no Campeonato Nacional. Outra posição com bons jogadores é a de pivô, a maioria alta e esguia, movimentando-se em velocidade permanente, somente pecando quando, num rasgo saudosista, teimam em emular os mastodontes americanos com seu jogo em marcha a ré no sentido da cesta, sob os olhares passivos e contemplativos dos demais companheiros da equipe, numa prova inconteste de falha em um sistema mal treinado e pessimamente copiado da matriz, coisas do colonialismo a que nos submetemos desde a muito tempo. Infelizmente, nossos alas, com pouquíssimas exceções, ainda carecem de uma formação mais técnica, produto da má interação Sistema x Fundamentos, sobre a qual tenho publicado muitos artigos.
Enquanto isso, na internet e na mídia em geral, conjecturas mil se fazem presentes quanto a formação da seleção que disputará o Pré-Olímpico de Atenas, como não saibamos de cor a constituição da mesma, no jogo de cartas marcadas mais descarado das últimas duas décadas. Tornou-se lugar comum desvalorizar-se jogadores que não “brilhem” no exterior, a maioria deles reservas , e pouco influentes nos resultados de suas equipes, salvo alguns esporádicos brilharecos, previsíveis dentro da concepção estatística percentual que tanto admiram, promovem e financiam. Esse fenômeno, se assim podemos conceituar, já grassa à rodo em nossos campeonatos, onde produtividade estatística percentual mascara a mais verossímil medida, a do coeficiente de produção, onde ações positivas e negativas, geram um produto a ser dividido pelo tempo em quadra, permitindo que jogadores sejam avaliados e comparados pelo que realmente produzem em jogo, apesar da variável do desgaste físico ainda não poder contar com uma medida compensatória no resultado final, mas nada que uma boa e eficiente pesquisa não resolva, claro, se os técnicos quiserem, ou admitirem pesquisá-la…
Que tal da relação: Helio, Fulvio, Matheus, Dedé, Renato, Alex, Marcio, Fernando, Rogerio, Marcos, Probst, Drudi, Lucas, Teichman, e alguns outros, todos disputando a Super Copa, sem mencionarmos tantos outros que disputam o Campeonato Nacional( apesar de serem passiveis de convocação pelos critérios políticos da CBB, ao contrario dos que disputam a Super Copa), formarmos uma excelente seleção, convocada pelos técnicos em disputa, dirigida pelo campeão e vice-campeão, para numa serie de jogos com a seleção principal por algumas capitais brasileiras, como os americanos, seus ídolos perenes, o fazem regularmente com a seleção de universitários, no intuito de treinar duramente a equipe nacional, e divulgar o basquete junto à população jovem do país, em vez de se esconderem em algum lugar da Europa, longe dos olhares inquisidores dos especialistas, alguns dos quais não se deixam levar pelo engodo que se arma em nome de uma preparação ambígua, onde já são ensaidas as mesmas situações que nos levaram à bancarrota no último Pré.
Que oportunidade preciosa de serem estabelecidas autênticas e decisivas metas para o soerguimento do basquetebol, junto ao povo que o teve como segundo esporte em seu coração, defenestrado que foi pelas péssimas administrações dos últimos vinte anos. Que grande oportunidade de provarem realmente que se interessam pelo seu futuro junto aos jovens, incentivando-os com a presença dos grandes jogadores pátrios, e não distantes de todos, imunizando-os de criticas, opiniões e sugestões olho no olho. Que enorme chance de colocarmos os mais altos interesses do grande jogo acima da politicalha reinante, que nos empurra ladeira abaixo. Que oportunidade, ainda não perdida, de estancarmos a sangria das vaidades feridas, esvaindo nossas parcas chances de classificação, em nome de uma política de rapina.
Quem sabe, talvez não em breve espaço de tempo, possamos voltar a trilhar os caminhos outrora percorridos por quem de direito, pelos melhores, jogando e dirigindo, alcançado pelo mérito, com a aprovação inconteste de seus pares, como foi e deveria voltar a sê-lo, numa constatação de bom senso, justiça e patriotismo.
Amém.