A CONQUISTA…

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Enfim, o santo ficou definitivamente nú.

Tudo aquilo que predisse de longa data daqui desse humilde blog está acontecendo, num caminho possivelmente sem volta.

Reconquistar a identidade perdida ao longo das últimas duas décadas, de um profundo mergulho ao encontro dos estreitos e sufocantes amplexos de uma cultura oposta em quase tudo à nossa, acredito se tornar impraticável daqui para diante.

No próximo sábado, para o orgasmo coletivo de uma elite (?) endinheirada, mas que no fundo despreza (e que sequer talvez não conheça) o grande jogo, a não ser para se postar nos 300 lugares ao lado da quadra sob a luz dos holofotes e câmeras internacionais, na companhia de stars e globais convidados (duvido que dispensem um único cent que seja para ali gloriosamente estarem…) para engrandecer a grande noite, tendo como companhia os otários que deverão abrir seus fartos bolsos em troca da passageira notoriedade de uma midiática “noite histórica”…

No entorno, alguns milhares de fãs pagando ingressos a preços padrão NBA, para assistirem a avánt première do basquete a ser consumido em larga escala pela patuléia daqui para diante, e não aquele que tenta imitar a matriz sem um mínimo admissível dos padrões técnicos e econômicos da mesma, que são os fatores que mantêm a realidade tática, hoje globalizada da grande liga, solidamente implantada.

Mas, eis que surge no estreito horizonte do nosso anseio de grandeza, uma tênue nesga de esperança num breve futuro, o agora explicito e escancarado vínculo NBA/ENTB, para padronizar e formatar definitivamente nosso amanhã técnico tático, nos moldes da liga de um país que necessita conquistar novos mercados, muito mais agora que estão à beira de uma moratória econômica que influenciará em muito a economia mundial, e que se materializará numa clinica com três dos mais graduados técnicos das duas franquias aqui presentes, com a duração, pasmem, de 60 minutos (18:30 às 19:30hs no ginásio do Flamengo), num feito que em muito ultrapassa os 4 dias que duram os cursos de habilitação da ENTB. Trata-se de algo único, uma clinica com três renomados técnicos com 60 min de duração, fantástico…

Mais do que nunca se solidificam e estreitam os laços que pretendem implantar definitivamente a cultura basquetebolistica da turma lá de cima aqui em baixo, mesmo após um Eurobasket que em muitos aspectos diferem da mesma, mas que também vão sendo sufocados pela força midiática de uma modalidade alvo para os grandes talentos mundiais, sequiosos em abiscoitar um naquinho que seja da cornucópia financeira de um outro jogo, que certamente não é o que foi idealizado pelo  James Naismith, vide o testemunho do técnico do Chicago, Tom Thibodeau ao adentrar no ginásio rubro negro: (…)“que o ginásio do Flamengo lembrava os mais antigos dos Estados Unidos, onde ainda se faz basquete na essência, com paixão” (…)– (trecho da matéria publicada no Bala da Cesta de hoje).

No entanto, o que mais cala fundo aqui para esse velho professor e técnico, é constatar a grande quantidade de patrocinadores dispostos a bancar essa escalada puramente comercial, e suas extensões para um futuro imediato, e bem às vésperas de uma competição olímpica em nossas fronteiras, numa clara demonstração de que LNB, NBB e que tais nada representam de importante para eles, que poderiam até mencionar o baixo nível técnico apresentado em nossas competições internas, com evidentes reflexos internacionais para não os apoiarem, mas nada que justifique a babação incontida, caipira e colonizada a um produto que em nada e por nada representa nossa identidade, mas que tudo fará para minimizá-la ao máximo, pois afinal de contas, mercado é para ser conquistado e mantido, custe o que custar.

E nesse louco carrossel de interesses, ficamos nós à mercê de uma realidade exógena, acolhida por nossa elite de técnicos, satisfeita com os padrões emanados da matriz (e agora repassados com sofreguidão pela ENTB), contritos em suas limitações e pouca ou nenhuma vontade, ou mesmo coragem em subverter tal panorama, acomodados e solícitos que estão com as migalhas que lhe são oferecidas, aceitando-as caninamente, quando poderiam, pelo menos ousar, estudar, pesquisar, inovar, tentando se libertar de grilhões (quem sabe até abrindo caminho para bons patrocínios), que não nos tem levado a lugar nenhum, a não ser à Arena no sábado, pagando uma baba de ingresso, talvez empunhando um daqueles ridículos cilindros de plástico para aplaudir, e lá do alto da torrinha gritar a plenos pulmões, e em inglês – Defense, defense, defense…

Choro de tristeza só em pensar nessa cena, aqui na minha amada terra carioca.

Mas lá no fundo dos meus mais caros anseios, aceito a dura realidade, a de que merecemos tudo isso, e talvez, muito mais…

Amém.

Fotos – Reproduções da mídia (O Globo, pagina 31 em 9/10/2013) e Databasket. Clique nas mesmas para ampliá-las.

UMA QUESTÃO DE ESTRUTURA E LIDERANÇA…

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A última foto da sequência acima por si mesma definiria esse artigo, se somente ela estivesse presente, o que pouparia tempo gasto em leitura técnica, e nada a mais que os blogs alta e profundamente especializados em sistemas e táticas de jogo venham a publicar, atualizando o pouco conhecimento que adquiri nos últimos 50 anos de convivência com o grande jogo.

 

Na realidade, a equipe grega venceu convincentemente o jogo por alguns fatores:

 

– Mesmo em pré temporada faz parte de uma realidade técnica do mais alto nível, onde treinamento e adequado preparo alcançam padrões de elevada qualidade.

 

– Como sua preparação ainda se encontra no começo, propôs a si mesma um jogo mais cadenciado nos longos deslocamentos, mas sem abdicar da velocidade nos passes e nas fintas próximas à cesta.

 

– Exerceu com firmeza a defesa do homem da bola, às vezes em dobra, dificultando bastante os passes iniciais e os arremessos de três, não os evitando, o que é o correto, e sim alterando suas trajetórias, facilitando inclusive seus rebotes quando falhos, e que foram muitos.

 

– Marcou internamente se utilizando da técnica do  slide (caramba, será que a turma jovem pesca isso?), ou seja, passando os atacantes de mão em mão, como na passagem de bastão num revezamento, não importando muito as diferenças de estatura nas trocas, pois se trata de uma equipe alta, veloz e ágil.

 

– Atacou sempre controlando os 24 seg. e escolhendo com precisão o momento de lançar, sempre após um corta luz, ou uma finta incidente.

 

– Contou com o apoio lúcido e tranquilo de um técnico arguto e econômico em suas manifestações, e que demonstrou nos dois jogos que realmente lidera seus jogadores com educação e respeito, e sua comissão também.

 

Quanto à equipe paulista, a visão da inicialmente mencionada última foto, expõe com detalhes e clareza os por quês das derrotas, na mais pura, definitiva e esclarecedora questão de débil estrutura técnica e de liderança, que são  fatores  determinantes para o pleno sucesso de uma equipe competitiva, seja em que nível a mesma se situar, da base à elite, simples assim…

 

Amém.

 

 

 

Fotos (legendadas) – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

QUANDO P.Q.P…E CAR…À GRANEL NÃO É O SUFICIENTE…

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Estava credenciado pela FIBA para reportar a competição, mas um mal estar já contornado me fez ausente em Barueri, mas bem presente na Fox Sports à cores e com generoso som stereo, o suficiente para testemunhar (talvez no ginásio não o faria…) um dos festivais de descompasso diretivo mais instigante que assisti em muitos anos de quadra, e que foi, para mim, o responsável pela débâcle pinheirense, ante um Olympiacos pouco treinado e ainda entrosando suas novas contratações para a temporada européia que se avizinha.

A equipe do Pinheiros, face aos bons valores que possui, falha cruelmente na proposta de um sistema de jogo incapaz de fazer frente a uma razoável defesa européia, que contesta arremessos externos, e se situa com relativa precisão na colocação dos rebotes (foram 40 contra 26 dos paulistas), teimando exatamente na artilharia de fora (10/33 de três e 15/38 de dois, com 19/12 nos lances livres) esquecendo de jogar com seus pivôs, exatamente ao contrário da equipe grega, que premiou seu vistoso e eficiente jogo interior com 27/38 arremessos de dois pontos, suficientes e não exagerados 7/18 nos três e 6/11 nos lances livres, somente falhando nos 22 erros cometidos (os paulistas erraram 11), principalmente nas seguidas tentativas de curtos passes entre seus pivôs ainda desentrosados, o que demonstra uma tendência técnica que ensaia fortemente se utilizar nas exigentes competições de seu continente, caracterizando a positiva proposta e influência de seu técnico nesse estilo eficiente de atuar.

Do lado paulista, muita vontade e luta, e nada mais, pois nota-se com clareza a ausência de uma sólida proposta técnico tática, onde a “filosofia do vamo que vamo” impera absoluta, na qual se esbaldam o Paulo e o Shamell, e quando não funciona, exatamente por ser óbvia e previsível, encontra nos pedidos de tempo o fator que leva a todos para baixo da auto estima coletiva, forçada pelos coercitivos argumentos dos p.q.p’s, car… e congêneres, numa constrangedora afronta aos jogadores e aos ouvintes telespectadores, num horário noturno, e fico imaginando o impacto junto aos jovens quando da segunda partida no domingo às 11hs da manhã…

Sem dúvida alguma estamos assistindo o apogeu do reinado das bolinhas, a pouca importância no correto ensino dos fundamentos, e a perda de uma geração de altos jogadores, entregues à faina exaustiva e insana de coletores de sobras dos pseudos especialistas daquele insidioso reinado, e para quem duvidar da continuidade do mesmo, basta dar uma olhada em alguns  números da LDB, onde encontramos equipes, como a de Limeira que nas duas últimas rodadas contabilizou 26/80 arremessos de três (num deles perpetrou um espantoso 16/45 de três contra  9/25 de dois, ou seja, arremessou 20 bolas a mais de três pontos do que de dois!!) e 21/48 de dois pontos, e sob o integral apoio de seu técnico, merecedor de uma reportagem no blog da LNB, fora outros resultados semelhantes de outras equipes da nova geração que alimentará a liga de elite daqui a um pouco.

Logo, o que temos testemunhado nas grandes competições, como essa Copa Intercontinental, nada mais representa do que e da forma como praticamos o grande jogo, sob a ótica distorcida de um sistema unificado e soberano, onde os fundamentos são propositalmente negligenciados em nome de uma condução extra quadra formatada e padronizada, na maioria das vezes de maneira coercitiva e até ofensiva, como o exemplo maior que tem sido oferecido com frequência ao país, de impropérios de baixo calão em rede nacional, “justificados” pelos narradores e comentaristas, como uma enérgica e necessária intervenção técnica, como se tal ação se justificasse por si mesma, o que é uma enorme e injustificável falácia, escorada e fundamentada que se encontra a uma realidade que tentamos de muito esconder, a de que estamos muito longe de ostentar a grandeza de outrora, onde tínhamos técnicos de verdade, sistemas de verdade, jogadores de verdade, resultados de verdade, e não essa mentira disfarçada, mal copiada e envolta nos véus do escracho e do desrespeito publico, publico este que deixou vazia a metade do belo ginásio de Barueri, e com entrada franqueada. Quem sabe domingo…

Amém.

Fotos – Reproduções legendadas da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

O SISTEMA ÚNICO COM E SEM A BASE DOS FUNDAMENTOS…

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Daqui a um pouco a equipe feminina brasileira decidirá sua classificação ao Mundial com a equipe de Porto Rico, que já venceu por larga diferença na fase classificatória, não sendo razoavelmente possível que venha a perder ante um adversário muito frágil e carente de experiência.

Muito bem, poderá ocorrer alguma surpresa Paulo?

Se jogar como jogou ontem com Cuba nos dois quartos iniciais, sim, corre o risco de complicar um jogo decisivo, onde o equilíbrio emocional poderá equalizar de forma aceitável as grandes deficiências que essa hibrida seleção vem ostentando no transcurso da competição.

Uma equipe que erra fundamentos em demasia, arremessa de forma pouco seletiva, principalmente na longa distância, e que nem de longe consegue estabelecer comunicação e coordenação entre ações dentro e fora do perímetro, declinado a utilização freqüente e ostensiva de suas altas pivôs, preferindo o jogo de contorno estéril e voltado aos longos arremessos, pouco defendendo seu próprio perímetro externo e, principalmente, falhando sistematicamente nos rebotes, principalmente os defensivos, sem dúvida alguma sempre encontrará grandes dificuldades perante adversários que saibam explorar com sabedoria tais deficiências, como fizeram as cubanas nesse jogo.

Mesmo que se recuperasse bem no quarto final, onde a jogadora Adriana tomou para si as rédeas da reação, o ônus da grande diferença de pontos, custou muito à equipe no aspecto físico, e mais ainda no emocional, quando aquela boa armadora viu-se vitima de uma armadilha provocada por ela mesma, quando, com o jogo empatado, e não dando seguimento às instruções de seu técnico que desenhou uma jogada para os três pontos, investiu pela linha final, indo de encontro ao enorme bloqueio das pivôs cubanas, sendo travado em seu curto arremesso, e propiciando o contra ataque que definiu a partida para as caribenhas, numa ação que nem o técnico e ela mesma deveriam desencadear daquela forma combinada, e sim tentar jogar com as pivôs o mais profundamente situadas com relação a cesta, onde as possibilidades dos dois tão necessários pontos seria mais factível.

Foi um jogo eivado de erros de ambas as partes, que se utilizavam de um mesmo sistema de jogo, porém com melhor domínio nos fundamentos da seleção cubana, e que demonstrou estar a seleção brasileira ainda muito longe de um nível aceitável para fazer frente às grandes competições internacionais. Urge uma nova concepção de treinamento e de opções técnicas e táticas, mas isso é outra conversa.

Amém.

 

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

Em tempo – Terminou a pouco o jogo contra Porto Rico, que foi vencido por exíguos 10 pontos (66×56), dando a classificação para o Mundial a uma seleção, que mal ou bem, a conseguiu na quadra de jogo, e não pleiteando um constrangedor convite da FIBA, tendo ainda de desembolsar 500 mil euros para exequibilizá-lo, que é uma vultosa quantia de dinheiro público, que seria mais bem empregue em projetos voltados a formação de base, e não vertidos no ralo de interesses políticos de uma administração caótica e falida. PM.

GERAÇÕES…

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Para uma equipe que de véspera arremessou a bagatela de 20/51 nas bolas de três, chutar 6/15 foi um sensível progresso, e melhor, tentar jogar com a sua melhor arma, as pivôs, mesmo de forma atabalhoada e desconectada da armação, surtiu uma melhora ofensiva, que só não foi mais determinante exatamente pela forma confusa e equivocada como se comportou pela inexistência de um consistente plano de jogo, e o mais importante, sua carência nos fundamentos, errando 20 só nesse jogo contra a deficiente, porém lutadora, equipe argentina.

Temos, de uma vez por todas, compreender que quanto mais veloz atuar uma equipe, mais domínio ela terá de demonstrar na execução dos fundamentos, principalmente o drible, a finta, o passe e o deslocamento sem a bola, nos quais o fator velocidade determina e limita o sucesso de suas execuções. De nada adianta uma experiente Adriana acelerar seus ataques, se as menos experientes que debutam na seleção não acompanham suas investidas, por não dominarem os fundamentos naquele padrão de velocidade, assim como a veterana Karla jamais se referenciará às calouras arremessando duas vezes de três pontos num mesmo ataque, e errando, jamais. E mesmo a Chuca, servirá de padrão pela sua notória deficiência em alguns fundamentos básicos.

Então, o que restaria de realmente importante para qualificar essa nova e alta geração de talentosas jogadoras, seria investir pesadamente no domínio dos fundamentos, e adotar um sistema realmente inovador e proprietário de jogo, principalmente que fosse ambivalente a defesas individuais e zonais, criando algo de novo, ousado, insinuante e ao largo da mesmice vigente.

Com todas participando por igual num planejamento enxuto e altamente técnico, orientadas por pessoal qualificado de verdade e com longo caminho percorrido na difícil arte de ensinar o grande jogo, onde a velocidade evoluiria junto à aquisição e fixação dos fundamentos individuais e os coletivos (sim senhores, fundamentos coletivos existem, e como…), naturalmente, e como consequência, os sistemas de jogo, ofensivos e defensivos se amalgamariam aos mesmos, já que solidamente adquiridos, sem os quais seriam inócuos e inúteis.

2016 estão logo ali, com um Mundial no meio, sabidamente um curtíssimo espaço de tempo para grandes e profundas mudanças de rumo, mas que ainda pode oferecer uma razoável oportunidade de evolução, bastando para tanto uma grande dose de coragem, conhecimento, técnica e precisão, que sinceramente não observo no atual cenário, escravo e dependente da mesmice endêmica em que se encontra.

Podemos melhorar e avançar? Sem dúvida, mas…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

QUESTIONANDO (PRA VARIAR)…

 

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– Questionamento 1 – Num jogo em que a seleção feminina venceu por mais de 100 pontos a inexpressiva equipe dominicana, que acuada em seu perímetro defensivo interno, deixava o externo às moscas, propiciando o espantoso número de 51 arremessos de 3 pontos (foram 39/61 de 2), com acerto de 20, porquê não explorar ao máximo o jogo interior, aproveitando aquela forçada concentração defensiva, para treinar as pivôs em situações reais de jogo, visando os futuros embates que terão de enfrentar, em vez de desperdiçar tempo com ataques personalistas e até certo ponto exibicionistas? Estratégica é a projeção de um futuro vencedor fundamentado em ações objetivas do presente, e não a utilização de uma ineficaz e midiática artilharia, que ao ser contestada contra equipes mais categorizadas desnudará a imperícia de um jogo interno carente de confrontos reais, ou não?

 

– Questionamento 2 – A quinze dias dos jogos da Taça Intercontinental contra a equipe do Olympiacos da Grécia, a equipe do Pinheiros estabeleceu o inacreditável número de 7/44 arremessos de 3 pontos contra a equipe do Jacareí, que somados aos 6/27 da mesma perfizeram 13/71 bolinhas em um jogo do  campeonato paulista, e ainda somados aos 42 erros de fundamentos, onde nem o simples fato de ser a equipe lanterna da competição justificaria tal descalabro, a não ser que a equipe da capital tenha estabelecido ser esta uma das armas para tentar vencer a forte equipe grega, principalmente em seu perímetro interno defensivo, onde a exemplo das equipes que disputaram o Eurobasket, apresentaram defesas muito fortes e eficientes, não só dentro, como no entorno do perímetro, fator que será largamente utilizado contra a tradicional enxurrada de arremessos de fora, perpetrada por uma equipe frágil no jogo próximo a tabela. Então, como se comportará a equipe paulista nessa competição, jogando preferencialmente dentro ou fora do perímetro? Prevalecerá o reinado das bolinhas? E se não caírem por contestadas, como estrategicamente se comportará?

 

– Questionamento 3 – Terminada a grande competição européia, o que dizer sobre a escolha da seleção com dois armadores e três homens altos que jogaram enfiados no perímetro interno com velocidade e habilidades incomuns, e somente se utilizando dos longos arremessos através seus especialistas, e mesmo assim servidos com passes oriundos de dentro para fora do perímetro? E de que forma razoável poderemos aceitar e entender que o “chega e chuta” já se tornou um anacronismo absurdo e indesculpável através a insistência de jogadores pseudo especialistas, e técnicos indesculpavelmente permissivos com os mesmos?

 

– Questionamento 4 – (…) “- O Zanon precisa estar bem fisicamente, com o sono em dia e energia para contagiar e comandar o time ao lado da quadra, enquanto eu sou a pessoa que dá todas as informações para ele, sou o banco de dados. Passo as características de cada jogadora adversária, se são boas de infiltração ou arremesso, se defendem ou marcam bem. O basquete é um esporte que te consome muito. O treinador precisa estar envolvido no jogo e ter uma pessoa do seu lado que vê o jogo sem aquela emoção. Eu o ajudo nos treinos, faço planejamentos, com relatórios, filmagens e edições dos jogos do Brasil e dos nossos adversários. Além disso, também faço um trabalho individualizado com as atletas. Se alguma jogadora está com uma deficiência nos treinos, a gente faz uma filmagem, um trabalho na quadra de correção e de visualização. Tentamos corrigir o problema dos arremessos, por exemplo.(…)

(Trecho da matéria publicada no Globo Esporte por Carol Fontes em 23/9/13)

 

Bem, como vemos, cabe ao técnico dormir bem para poder comandar a equipe ao lado da quadra (prerrogativa de estrategista…), e o restante do trabalho é feito pelo diligente assistente desprovido de emoções, responsável pelos planejamentos, e pelo trabalho individualizado com as jogadoras. Pena que, ao contrario do que afirma, ainda não conseguiu corrigir nem arremessos, e muito menos os fundamentos das mesmas, quem sabe, pelo fato de editar filmes, ou de dormir pouco…

Que tal ter um assistente assim?

Palavra, comigo não dava nem para a saída, pois comando não se divide, quando muito se delega com parcimônia, dependendo do que realmente sabe e domina, e não o que propagandeia…Mas, o que faz o outro assistente?

Amém?

Fotos – Reproduções da TV e Divulgação FIBA.  Clique nas mesmas para ampliá-las.

A MESMICE EUROPEIZADA…

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Puxa vida Paulo, o Eurobasket pegando fogo e você… nada?

Tem razão amigo, mas…escrever o quê? Reafirmar que a mesmice endêmica tão bem estabelecida entre nós, agora se europeizou, e de uma forma absolutamente generalizada?  Acompanhem a serie de fotos acima, e constatem a cada simples imagem todo um imutável cenário de jogo a jogo, monocordicamente, e que espelha uma realidade globalizada e doentiamente aceita por todos os participantes da grande competição, levando-nos a confirmar a dolorosa verdade que emerge acima do aceitável em termos de evolução do grande jogo.

E a grande e imutável verdade é aquela que estabelece a superioridade posicional como o fator que decide, que vem decidindo a maioria dos jogos, onde aquelas equipes que possuem mais jogadores das posições de 1 a 5 superiores tecnicamente a outras, vencem jogos por força do maior domínio dos fundamentos de alguns de seus jogadores, mas que podem também ser vencidas ante um outro e seletivo fator, o defensivo, não o tradicional que tão bem se encaixou ao sistema único, convivendo e colaborando com o mesmo, numa simbiose conveniente a todos, onde vitorias e derrotas se dividem irmã e sazonalmente, mas que entravam e até paralisam a evolução do grande jogo. Falo daquele tipo de defesa fundamentada num principio de engenharia reversa, que bem explico num artigo de 2007 aqui publicado, e que ilustro na penúltima foto, onde a equipe lituana se impõe a italiana ao se utilizar desse tipo de comportamento defensivo, deixando para última a imagem incrédula do técnico sérvio perante uma derrota de 30 pontos para uma Espanha que se antecipava a todas as ações ofensivas de sua equipe, como que adivinhando seus passos, mas que na realidade desconstruía um sistema que ela mesma se utiliza, e que sabia e tecnicamente os antecipava pelo pleno conhecimento e domínio de todos os seus segmentos e ações, assim como os lituanos.

Claro, que num breve futuro outras equipes agirão da mesma forma, a começar pela jovem equipe croata, e quem sabe, propiciando uma evolução ofensiva de peso e necessária presença, no combate, o bom combate à imposição do sistema único.

Mas nada que um Coach K não possa subverter a continuar em sua cruzada contra a mesmice institucionalizada, globalizada, e que por força de sua ousadia, quem sabe, instaurará uma nova ordem, um novo e alternativo caminho para o grande jogo.

Por aqui, nessa enorme e injusta nação, continuaremos na mesma por um longo período, apesar de raríssimos momentos de lucidez de uns poucos, e perante o Desafio de uma mente marginal…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

O TREINADOR, O TÉCNICO, OU O PROFESSOR?…

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Um pouquinho aqui, outro acolá, e já começam a pipocar debates sobre um assunto singular, único em sua importância e extensão para um futuro não tão distante assim, mas que definirá o verdadeiro rumo que desejamos encontrar para o grande jogo neste vasto e injusto país.

O assunto a ser debatido? Treinador x Técnico.

Para apimentar um pouco agrego um comentário do Prof. Gil Guadron ontem enviado:

  • gil guadron Yesterday

Dos sabias opinions sobre la importancia de los fundamentos .

del maestro John Wooden .

” Siempre me considere un professor ( educador )o, antes que un entrenador ( coach ). Cada persona es un professor . Cada uno de nosotros somos profesores de alguien : de nuestros hijos , o alguien bajo nuestra supervision, entonces de una u otra manera usted les enseña atraves de sus acciones ”

PORQUE ES QUE ALGUNOS entrenadores son triunfadores donde quiera que vayan ?

la respuesta es simplemente que algunos entrenadores son mejores profesores que otros .

De Vicente Rodriguez, entrenador español.

—- Existe una enorme diferencia entre un entrenador que domina la enseñanza de la tecnica individual , y otro que no posee esta cualidad.

El entrenador debe poseer un profundo dominio de los fundamentos y una buena metodologia para su enseñanza.

Tomado de : Curso de iniciacion al baloncesto . escuela nacional de entrenadores. Madrid , España.

Gil

Pois é Gil, por aqui muitos definem ser treinador e técnico carreiras diferentes, o que vem estabelecendo uma terceira via, a dos estrategistas, um degrau pouco acima dos técnicos, e antagônica ao de treinador. Engraçado é que em nenhum momento incluem a de professor, sintomático não?

Dentro do raciocínio acima exposto, treinador inicia, treina e faz jogar a molecada, passando o bastão ao técnico que a introduz nos seus sistemas de jogo, para mais acima, nas grandes equipes o estrategista torná-la vencedora, a molecada que galgou os degraus ano a ano de suas vidas, sendo que em alguns casos técnicos se transformam em estrategistas, ficando numa redoma bem apartada daqueles garimpadores iniciais, os treinadores.

Baita hierarquia esta, só que completamente equivocada, frente à maior de todas as exigências necessárias para que a molecada em questão galgue os íngremes degraus do aprendizado, da fixação e da plena execução das técnicas e táticas inerentes ao bem jogar o grande jogo, a de que somente o conseguirão se forem ensinados, didática e pedagogicamente ensinados a conseguí-lo, em toda a dimensão de um aprendizado competente, responsável e plural, fatores esses somente exequibilizados pela figura impar e inquestionável do professor, aquele que engloba em sua função única e intransferível, as realizações do treinador, do técnico e do estrategista, pelo fato de todas elas fazerem parte de algo indivisível, progressivo e permanente, a arte de transmitir saberes, culturas, valores, ética, sociabilidade, educação enfim.

E a arte de ensinar se aprende no banco acadêmico, nos longos estágios probatórios, nas extensas pesquisas e leituras, no dia a dia da labuta professoral, além, não esqueçamos, do talento e presteza na arte do magistério. Sim, magistério, que tanto nos tem faltado naquele momento mágico da iniciação ao grande jogo, ao desporto em geral, que é a sua introdução completamente focada na mais básica das necessidades daquele jovem incompleto em sua maturação física e psicológica, onde sua individualidade tem de ser compreendida, respeitada e preservada, não só em sua realidade social, como em seu ritmo evolutivo, cuja variação é a marca de sua faixa etária, e onde essa influência inicial marcará indelevelmente sua caminhada rumo a vida adulta.

Um técnico, na conotação que vem sendo defendida, jamais obterá sucesso real sem os conhecimentos adquiridos na formação de base, de onde em tempo algum deveria se afastar, mesmo que ligado e trabalhando em categorias acima, pois táticas somente se tornarão factíveis se executadas por jogadores bem formados e melhor ainda treinados nos fundamentos do jogo, e que sem essa base não se sairão bem taticamente, muito menos ainda sob o comando (?) de estrategistas…

Na verdade, estratégia vencedora deveria ser aquela que privilegiasse nossos jovens iniciantes com bons e sólidos ensinamentos, através mais sólidos ainda professores, que ao conhecerem e dominarem todo o processo de maturação de jovens, adolescentes, até a fase adulta, saberia se posicionar frente aos obstáculos inerentes a esse processo educativo, sem os transtornos, irreversíveis em muitos casos, originados pela influência de eventuais e mal preparados treinadores, diferentes de técnicos muitas vezes oportunistas, e mais ainda de estrategistas, que no final das contas se fazem passar por categorias estanques tentando garantir seus mercados de trabalho, mesmo que dissociados das mais primarias necessidades educacionais, sociais e esportivas dos jovens que orientam.

Então, como ficaremos dentro desse universo dicotômico abrigando treinadores, técnicos e estrategistas, como? John Wood deu uma excelente pista no seu depoimento acima:

” Siempre me considere un professor ( educador )o, antes que un entrenador ( coach ). Cada persona es un professor . Cada uno de nosotros somos profesores de alguien : de nuestros hijos , o alguien bajo nuestra supervision, entonces de una u otra manera usted les enseña atraves de sus acciones ”

Essas ações mencionadas estão intimamente ligadas às qualificações dos bons professores, já que responsáveis pelo que ensinam, em toda a dimensão do que e como conduzem tecnicamente a aprendizagem de seus alunos, de seus jogadores, com pleno e absoluto conhecimento de causa e efeito, fatores estes que balizarão seu futuro.

Ser bom treinador e péssimo de banco, como alguns definem determinados profissionais do basquetebol, são fatores que sequer deveriam coexistir, pelo simples fato de que um técnico, e somente técnico, jamais conseguirá ter sucesso em suas táticas e estratégias sem o mais absoluto conhecimento e controle das reais e daquelas muitas vezes adormecidas, por não convenientemente ensinadas, qualidades e habilidades de seus jogadores, no que são as básicas condições para alcançá-lo, e que para tal deveria ser antes de um treinador, técnico ou estrategista, um professor de verdade.

Mas este é um assunto para muita discussão, talvez aquela que poderá redefinir o ensino, o desenvolvimento e o soerguimento do grande jogo entre nós, principalmente no âmago de uma ENTB perplexa e indecisa na encruzilhada onde um de dois caminhos terá de ser escolhido, uma séria, progressiva e supervisionada formação técnica, ou a manutenção de encontros de quatro dias de muito papo e escasso conteúdo.

.

Amém.

Fotos – 1- O professor na função de treino.

2 – A influência tática do professor.

3 – A presença educativa do professor.

Clique nas mesmas para ampliá-las

A HUMILHANTE QUEDA…

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Tenho por norma de vida, de professor, de técnico, e por que não, de jornalista, jamais emitir parecer, comentário, crítica, sem deixar que a cabeça esfrie, se concentre, estude, pesquise, se questione, se informe, para ai sim, com clareza e objetividade lançar no papel virtual ou tradicional, analises e sugestões pertinentes, fundamentadas, acima de tudo, responsáveis, e sem jamais reivindicar exclusividade na luta, ou solidão opinativa, correndo o serio risco de falseamento da realidade…

Pincei no espaço de comentários do excelente artigo do jornalista Guilherme Tadeu do Basketeria hoje publicado, uma pequena joia de critica solidamente ancorada numa das verdadeiras origens dos problemas técnicos que tanto nos tem afligido, e que culminou na catástrofe (entre outras nas divisões de formação de base) da Copa América, onde, sem dúvida alguma, atingimos o fundo do poço, na acepção mais primaria do termo. Ai vai o comentário, pedindo ao Guilherme e ao seu leitor permissão para mostrá-lo aqui nesse humilde blog:

Qua, 04 de Setembro de 2013 08:37 postado por johnson avelino

Guilherme, concordo com você, basta ver os times que tem as categorias de base, acompanhei os treinos de alguns deles e nunca vi um técnico ensinando basquete, vi sim ensinando jogadas exaustivamente.                                                                                                                                                                                           Também vi protecionismo para atleta filho de fulano, sobrinho de cicrano, irmão de agente tal. Após a categoria sub-19 o jovem faz o que? Estuda? Ou treina em horários que agradam os técnicos, pois eles tem outras atividades fora do clube e assim impossibilitam a ida as escolas. Acredito que muito tem que se fazer e nós de fora do cenário poder opinar para ajudar. Vamos mudar o basquete no Brasil?

            Que tal? Simples, objetivo, real, espontâneo, crucial…

Sim, crucial, pois a origem do que se viu em Caracas, e temos visto em outras praças nas categorias de base, nada mais representaram do que a falência do ensino dos fundamentos do jogo, trocados pelos chifres, camisas, cabeças, punhos, copiados deslavadamente do modelo “internacional” de jogar o grande jogo, importado como panaceia milagrosa para a gloria, o pedestal prometido para todos aqueles que empunharem os níveis I, II e III conquistados em cursos e provisionamentos de fim de semana por uma ENTB comprometida com a mesmice instalada por estas bandas tupiniquins de 25 anos para cá, somados a testes específicos patrocinados por preparadores físicos, fisiologistas, psicólogos, em sua grande maioria ignorantes do que venha a ser o ensino competente e artesanal do grande jogo, nas mais diversas etapas do desenvolvimento harmônico e rítmico de jovens profundamente diferenciados entre si,  propiciando o nascimento e fixação quase indelével do corporativismo técnico e tático que emperra o progresso dessa infeliz modalidade, basta comprovarmos serem sempre os mesmos profissionais participantes e donatários dessa horrível capitania disfarçada em formadora, mas que na realidade é a base da formatação e padronização do que ai está, e co- responsável pelos pífios resultados nas competições de base, e por que não, na Copa recém terminada, quando o exercito de aspones agregados superava em muito o numero de jogadores, que como vimos, não apresentaram condições técnica, físicas e táticas coerentes ao longo treinamento a que se submeteram.

Agora, depois do leite derramado, criticas descabidas, algumas sutis e outras oportunistas grassam pela mídia, focando, desde a demora nos pedidos de tempo, ao excesso de rotação por parte do equivocadamente assessorado hermano, assim como outras mais fundamentadas, como o erro crasso cometido na convocação e a teimosa insistência em não reconhecê-la a tempo de modificá-la, adaptando-a às perdas pontuais de percurso.

A grande verdade, é que viemos perdendo progressivamente terreno frente a nossos tradicionais adversários, e agora frente a outros impensáveis até bem pouco tempo, fruto de uma estagnação técnica, que se originou nos anos 70 quando foram priorizadas as disciplinas voltadas à saúde nas escolas de educação física, em prejuízo das voltadas e concentradas às ciências humanas e ao ensino das modalidades esportivas, que tiveram suas cargas horárias reduzidas, em muitos casos em 75%, o basquetebol incluso.

Dessa forma, passaram essas escolas a preparar paramédicos de terceira categoria, que hoje alimentam a indústria bilionária do corpo, com o aval tecnocrático do Confef e dos Cref’s, omitindo qualidade as licenciaturas voltadas a escola, e com conhecimentos técnicos desportivos que beiram ao ridículo, frente ao preparo de três décadas atrás.

Então, de onde vieram os técnicos para as divisões de base nos clubes, senão através os econômicos ex-jogadores de divisões superiores e mesmo curiosos e cultuadores do grande jogo, todos absolutamente despreparados para a formação de base com suas extremas exigências de caráter físico, mental e social, para a qual não encontravam respostas mínimas aceitáveis para a sua abordagem didático pedagógica. Claro que uns poucos se preocuparam no estudo mais aprofundado, porém carentes de informação, apoio logístico, supervisão competente, compensação econômica razoável, estágios e atualizações disponíveis, competições sérias e balizadas, tornando todo seu esforço nivelado, muitas vezes para baixo, com aqueles que se fixaram no estéril e abandonado terreno do desporto, esquecido pelo poder público, órfão de uma política voltada a seu desenvolvimento, colhendo as migalhas dos vultosos investimentos concentrados no desporto de elite, aquele que falseia medalhas, promove políticos, encobre corrupção, esmagando anseios e sonhos do nosso amanhã, os jovens.

Em Caracas, experimentamos o gosto amargo da verdade, da nossa verdade, da nossa inépcia, da nossa omissão, da nossa opção pelo cume da pirâmide, quando cantar o hino a plenos pulmões encobre a mais grave de todas as nossas reais e recônditas falhas, o mais absoluto e irrestrito apoio à educação, em todos os seus segmentos, onde o desporto, o basquetebol, tem papel estratégico na plena formação cidadã, em estreita comunhão com as disciplinas curriculares, às artes, música e dança. Sem que nos conscientizemos dessa verdade, nada alcançaremos para o futuro além 2016, absolutamente nada.

Se na capital venezuelana fracassamos como nunca o havíamos feito, nada mais lá foi representado do que a nossa realidade técnica, de preparo fundamental, de tática voltada aos interesses da equipe em sua formulação de principios proprietários de um sistema, e não recriando um modelo “internacional”, que nivela por baixo nossos jogadores, setorizando e especializando-os como maquinas montadas em série, descaracterizando suas personalidades criativas, únicas e exclusivas, que deveriam ser canalizadas para o bem do grupo, e não para a gloria (?) de uns poucos, principalmente quando estabelecem falsas especialidades, como nos arremessos de três pontos, e que no final das contas foram canibalizados pelos mesmos.

Sinto cheiro de fritura no ar, afinal “alguém” terá de pagar por tamanha ignomínia, vergonha nacional, alguém. Mas quem? Como? De que forma? A tradicional,  promovendo assistente ao comando, quando deveria cair junto ao titular, exatamente por se constituir parte indivisível de uma unida e una comissão técnica? A autenticação indicativa de um ícone acusado por muitos de ter iniciado a era das bolinhas, instalada como uma inestancável hemorragia, que coerentemente compareceu através os dois últimos arremessos contra a temível Jamaica, quando ainda restavam 5seg de posse de bola, onde uma segura tentativa de jogo interno deveria ter sido efetuada? Ou a contratação de um novo estrangeiro a peso do ouro pago ao atual, que no final das contas somente foi vitima do nosso já enraizado e longevo “momento”, radicalmente diferente e oposto ao “momento platino” que o consagrou com a medalha olímpica, e que não teve o jogo necessário de cintura para tangueá-lo como deveria?

Fico por aqui, porém convicto de algo muito significativo, e que de tão importante tem obrigatoriamente de ser varrido para baixo do tapete, a minha, ai sim, solitária tentativa e posterior desafio, no intuito de tentar estabelecer o contraditório no linear cenário técnico tático do nosso basquetebol, sufocado pelo corporativismo e pela manutenção da mesmice implantada, que teve seu desenlace em Caracas, onde nem mesmo o mais do mesmo se fez presente, a não ser a manutenção burra e suicida do reinado das bolinhas, para o bem, e nesse caso para o irreparável mal..

Estou triste, mas não inconsolável ou insensível, pois aos 74 anos me mantenho lúcido, criativo e profundamente convicto de que dias melhores terão obrigatoriamente de vir para o grande, grandíssimo jogo da minha vida.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

Foto 1 – Opção pelos três pontos a 4seg do final em vez de uma ação interna.

Foto 2 – A dura realidade no olhar do capitão.

Foto 3 – Números para não esquecer.

O NEGADO COLETIVISMO…

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São três horas da madrugada, e acabo de rever alguns trechos gravados do jogo com o Uruguai, não como provação masoquista, mas sim para aferir com alguma precisão, ou mesmo, tentar descerrar algum diáfano véu que possa estar encobrindo algo aparentemente inexplicável às minhas cansadas retinas, mais do que acostumadas com as nuances de um jogo complexo e apaixonante como o basquetebol.

Nada percebo que não tenha analisado e julgado anteriormente, com uma única ressalva, o abandono geral e irrestrito do caráter coletivista treinado e posto em pratica nos dois meses de preparação, por toda a equipe nos jogos antecedentes a catástrofe de ontem, numa insidiosa e progressiva escalada, que atingiu seu ápice contra os uruguaios, e que catástrofe…

Anexei acima algumas reproduções da TV que fiz seletivamente, como sempre faço, e o que vemos é de certa forma preocupante, pois custo a crer que uma equipe, melhor, uma seleção nacional de grandes e imorredouras tradições, depois de tanto e exaustivo trabalho feito na busca de um planejado coletivismo, se poste numa quadra de jogo, na busca da classificação a um Mundial,  atacando em amplo “leque”, quando um só jogador, num pivô ou na armação, se define como executor e definidor solitário em ações ofensivas, tendo seus outros quatro companheiros como torcedores privilegiados e estáticos na cena, faltando somente os aplausos quando bem sucedidos, numa claríssima atitude de abandono, repulsa mesmo, a um processo a que foram submetidos na busca do jogo associativo, coletivo e de movimentação contínua e homogênea, para o qual algumas qualidades de personalidade são necessárias, como o irrestrito comprometimento e o básico compromisso em torno e no âmago dos conceitos de jogo emanados pelo técnico da equipe,

Ausentes essas qualidades, temos como resultante o que assistimos nas três últimas partidas, um alheamento às propostas de jogo, canalizando definições para o foro e vontade intima inerente a cada jogador, principalmente pela clara opção ao jogo externo, onde o reinado das bolinhas mais do que nunca se mantêm íntegro, principalmente através seus mais usuais utentes, o Guilherme, Arthur, Benite e Alex, com eventuais e pontuais participantes, como o Huertas, o Larry e o Raul, e bissextos como o Rafael e o Caio. Ou seja, é a única seleção da competição em que nove de seus integrantes se consideram especialistas nos três pontos, sem dúvida um recorde mundial, e um erro colossal, bem aferido ontem quando contestados pelos uruguaios, levando-os a um constrangedor e pífio 2/18 nas tentativas de fora.

Mas a cereja desse mofado bolo veio através elucidativas entrevistas concedidas pelos já conhecidos e encanecidos cardeais da seleção, nas quais muito se pode avaliar sobre o que de real acontece no seio de uma equipe que está sendo minuciosamente desmantelada pelos vícios vitalícios de uma geração que confia essencialmente em “seus tacos”, como compensação de sua fragilidade defensiva (evidenciada mais do que nunca nesta Copa), e do principio de “grupo fechado” garantidor de suas capitanias hereditárias, onde mudanças de conceitos de treinamento e de jogo sofrem resistência ostensiva, perfeitamente visualizadas nas competições e jogos, só que nessa, de transcendental importância para o soerguimento do grande jogo no país, se deram mal, muito mal, escancarando a dura realidade de uma modalidade que se nega a evoluir, a buscar a renovação através o trabalho na base, na valorização incondicional dos fundamentos, e na visualização objetiva do que venham a ser jogadores com reais e consistentes bases para se lançarem a excelência em suas carreiras, e não esse enxame de falsos prospectos precocemente queimados por inescrupulosos e aventureiros agentes de absolutamente nada.

Analisem com isenção e profunda atenção o que dizem os cardeais, porta vozes de uma equipe que nem de longe merece compor na representação do que temos de melhor, a começar pelo não engajamento junto à honesta e competente proposta de um técnico bem intencionado, mas que cometeu dois erros brutais, que agora se desnudam como praticamente irreparáveis, o de selecionar equivocadamente jogadores que lá no fundo de suas experiências de vida e de jogo, simplesmente não aceitam suas concepções, mesmo olímpicas, de jogo, e na admissão do reinado das bolinhas,  numa matéria do jornalista Marcello Pires do Basketeria de 3/9/2013 – (…) Contra Porto Rico mantivemos o time deles com um aproveitamento de apenas 32% em arremessos e não conseguimos vencer. Nesta segunda-feira, contra o Uruguai, tivemos 11% de aproveitamento na bola de três e perdemos. É simples, a bola não está caindo. (…)

(…) “É difícil dizer alguma coisa numa situação como a que estamos vivendo agora. Quando você entra numa inércia da derrota o moral começa a cair. Precisamos levantar a cabeça para ganhar o próximo jogo e tentar reverter essa situação. Temos que continuar acreditando. Chegamos num momento que não adianta mais treinar. Tem que ser na base da conversa para levantar o moral de cada um”, destacou Giovannoni.

” A gente sabe que pode brigar pelo quinto lugar para conseguir a classificação para o Mundial de Basquete. Temos que fazer o que der para vencer a Jamaica amanhã e os próximos quatro jogos da próxima fase. Depois vamos ver o que acontece”, disse o ala/armador Alex Garcia.(…)

( Trechos da matéria publicada no blog  Databasket em 2/9/2013).

 

Realmente dá seriamente no que pensar…

Amém.

 

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.