NA BASE DA CONVERSA…
No informativo da ABFB de hoje, lemos uma matéria publicada no Jornal de Brasilia intitulada:
“Jogadores aprovam preparação com mais jogos que treinos”. Passando uma boa vista pela matéria em questão, catapultamos algumas opiniões bastante interessantes, e não menos preocupantes-Do pivô Spliter:”Sempre vai ter a dúvida.Se treinássemos mais iriam dizer por que não jogamos. O mais importante é usar estes jogos como treinos”. Do outro pivô Murilo: “Está sendo a melhor possivel(preparação), destacando o duelo contra a Argentina como uma das provas de sua teoria”. Logo à seguir retoma a análise dizendo: “A gente errou muito no jogo(contra a Argentina). Tentando arremessos na hora errada, coisa que a gente não costuma fazer”. O ala Alex concorda que falta acerto em alguns momentos. Mas não acredita que a limitação no número de treinos seja um fato muito relevante.”A gente joga junto há três anos.Se não se conhecesse teria de treinar mais. Às vezes dá um apagão. Às vezes dá tudo certo no ataque, às vezes acontecem arremessos fora de hora. Só precisa conversar mais”.Para o Varejão: “Falta ritmo de jogo e continuar com esta união”. E Murilo completa:”O principal é a união, tendo isso a gente vai se dar bem lá”. Pronto, análise feita e registrada por experts, não jornalistas, cronistas, técnicos ou torcedores, mas pelos participantes diretos, os jogadores. Mais
claros e objetivos comentários, impossível. O que preocupa é a quase total ausência de Symancol
B-12, aquela substância básica no combate à ignorância de atitudes e conceitos. Afirmar que erros e deficiências podem ser resolvidos na base da conversa, soa como um misto de ridículo e desprêzo por aqueles que ainda acreditam que boas e eficientes equipes sejam produtos de prolongados, sacrificados e desgastantes treinamentos. Soam como um alerta de que na atual seleção brasileira, jogadores, e não os técnicos( E atentem que são 4!), destilam opiniões e posições que os colocam (os técnicos), numa posição absolutamente suplementar. Para eles, que nunca reconhecem suas deficiências nos fundamentos mais básicos do jogo, superarão ocasionais erros na base da conversa, esquecendo que a tensão de jogos sequenciais somente incrementarão os mesmos. Treinar por treinar nada resolve. Treinar para adquirir técnicas desconhecidas ou de dificil execução pode, através muito esforço e dedicação, aumentar em muito a produtividade de toda e qualquer equipe que se preze definir como tal. Afirmar que não costumam arremessar em hora errada, que é o que comumente fazem, beira ao deboche puro e simples. Dizer que devem usar os jogos como treinos, e contra seleções nacionais, como a Nova Zelândia e a Argentina, não condiz com os preceitos desportivos. Será que assim atuarão nos próximos jogos que antecedem os do mundial? E que na base da conversa acertarão os ponteiros de suas vaidades e veladas críticas, nunca mencionando suas deficiências técnicas? Treinar é um ato de humildade, pois é desenvolvido longe das torcidas, da mídia. É um ato solitário, sacrificado e extremamente rude, mas que se torna de transcedental importância, basicamente em seleções, sejam municipais, estaduais ou nacionais. O jogo, numa quadra de subúrbio, ou num ginásio lotado do outro lado do mundo, sempre representará o ápice de um treinamento exaustivo, sendo, em termos finais, a prova de que foi bem planejado, executado e convinientemente testado no campo da luta. Acertar divergências e falhas técnicas na base da conversa, é historia de mau jogador e de comissão inépta, ao aceitar tais discursos. Volto a dizer que temo por uma equipe que dá mais valor ao gogó do que a boa técnica que se exige de um integrante de seleção brasileira. Peço aos deuses que esteja errado, e clamo para que nos protejam.Amém.