DURO E VER, ENTENDER, ACEITAR…

Jantar com os filhos e a nora em Varsovia.

Chego de viagem, longa, cansativa, porém repleta de boas lembranças junto aos filhos que vivem na Europa, trabalhando e se encontrando com seus destinos, sadios e com a cabeça em ordem, Chego cansado, porém feliz,,,

Feliz, mas preocupado com os rumos do grande jogo neste imenso, desigual e injusto país, que cada vez mais mergulha no enorme buraco em que o meteram de três décadas para cá, e aparentemente sem volta, pois estabeleceu-se uma mesmice endêmica de difícil solução, da base ao adulto, onde a ordem máter é a de se manter o status quo no preparo, ensino e direção de jogadores  ao preço que for, começando com a própria liga, patrocinada por uma empresa de apostas desportivas, que muito mais cedo do que possamos imaginar, gerará distorçòes que hoje assombram o futebol profissional, que tem todas  as equipes, menos uma, da divisão maior, patrocinadas pela jogatina oficializada, e por que não, desenfreada…

Por conta desta falência formativa, que venho abordando a longo tempo, sendo matéria do último artigo publicado neste humilde blog, onde a questão defensiva é lembrada com precisão,e também num outro e recente, A encruzilhada, num debate expositivo com o Prof. Gil Guandron, no qual discutimos o emprego da defesa por zona que originou a vitória brasileira no sul americano Sub 15 na final contra a seleção argentina jogando em casa. Esta mesma seleção que foi derrotada por Porto Rico na Copa América Sub 16, utilizando defesa por zona, sendo superada também quando marcava individualmente, sem sistema organizado de jogo defensivo e ofensivo, errando brutalmente nos fundamentos, principalmente nos de defesa, perdendo a classificação ao Mundial da categoria, e vendo a equipe argentina obter a quarta colocação e a vaga  ansiada naquela competição…

Uma equipe sistemicamente confusa e sem sentido coletivo
Conceituação equivocada quanto as defesas zonais na formação de jovens jogadores.

Se não bastasse, assistimos a tão decantada seleção Sub 19, com uma extensa e douta comissão técnica a dirigi-la, eliminada nas oitavas exatamente por outra seleção argentina, magnífica em sua defesa individual e robusto sistema ofensivo, resultante de bons fundamentos (lembrando sempre que os argentinos  liberam as defesas zonais em suas competiçòes regionais somente após os 16 anos), ante uma seleção em que um jogador põe a bola embaixo do braço (claramente apoiado pela comissão técnica) e resolve ganhar o jogo sozinho, fruto de uma equipe desarvorada, mal treinada, e pior orientada em quadra, exemplificado com os números a seguir, para horror de quem os lê:

–  Números das duas partidas em que foi derrotada, para a Sérvia e a Argentina:

                             Brasil                           Sérvia/Argentina

                (44,1%) 38/86          2                (46,9%) 38/81

                (28,8%) 13/45          3                (38,4%) 20/52

                (62,6%) 42/67          LL              (58,1%) 25/43

                         95 (47,5pj)       R                  86 (43pj)

                         33 (16,5pj)       E                  26 (13pj)

Jogo consistente e interno da Argentina ante a fragilidade defensiva brasileira.
A equivocada opção brasileira pelos cinco abertos.
A padronizada opção pelas bolas de três, lamentável…
Uma carga absurda nos ombros de um promissor jogador…

Em se tratando de uma divisão (Sub 19) porta de entrada para a elite, é de se desejar números mais enfáticos, e não os apresentados pelas três equipes, cujos percentuais nos arremessos se situam bem abaixo dos índices aceitáveis de 70% para o de 2 pontos, 50% nos de 3, e 80% nos lances livres, que não foram alcançados por nenhuma delas, o que reforça o argumento sobre a importância capital que incide nos erros de fundamentos nos passes, arremessos, drible, fintas, sobre passos e conduções de bola, fatais por não oferecerem respostas sequer paliativas. Sem dúvida alguma temos muito bons e talentosos jogadores, mas que comumente falham no manuseio de sua ferramenta de trabalho, a volúvel e errática bola,a muito substituída por testes de habilidade, equilíbrio, potência, saltos e velocidade de deslocamento, servindo de material para “pesquisas” que nunca vem a público, mas que alimentam currículos de pseudo fazedores de atletas, mas não de jogadores de verdade, papel fundamental e estratégico para professores e técnicos do grande jogo, em qualquer divisão, seja escolar, clubística e seleções municipais, estaduais e nacionais, que em sua maioria se omitem, por ignorância, do papel básico de sua profissão, o de ensinar, desenvolver, treinar e liderar jovens e adultos (por que não?) na difícil arte do bem jogar, preferindo e aderindo a oportunistas peneiras, garimpando o trabalho dos que realmente querem desenvolver as técnicas individuais, e acima de tudo, as coletivas, na esmagadora realidade do quase nulo apoio a eles negado…

Testes, medidas, corridas, saltos, trombadas, mas bola que é o básico, pouco, ou nada…

Afinal de contas, os números finais contra a Argentina contam uma outra história, bem melhor contada e embasada:

Brasil 85 x 87 Argentina

(40,3%) 21/52 2 22/40 (55,0%)

(26,0%) 6/23 3 11/32 (34,3%)

(59,4%) 25/42 LL 10/14 (71,4%)

49 R 44

12 E 16

Classificados e felizes

Teremos em breve pela frente disputas importantes no feminino e no masculino, este em um mundial, onde, pela enésima vez constataremos a utilização formatada e padronizada do sistema único de jogo, com suas ofensivas de cinco abertos, permanentes corner players, chutação desenfreada de três pontos, e a pouca, ou quase nada atenção aos atos individuais e coletivos de defesa, enfermidade crônica que nos prejudica desde sempre, e que o simples fato de, experimental ou definitivamente  proibirmos defesas zonais antes dos 15 anos (como faz a Argentina…), em muito amenizariam essa deficiência, o que não parece ser um fator bem recebido pela turma curricularmente bem fornida e de QI elevado…

Enfim, foi um retorno que reencontrou a mesmice endêmica cada vez mais estabelecida, e com pouquíssimas chances de ser debelada, a não ser que…Ora, o que importa, deixemos para lá, ou não?

Amém. 

Fotos – Reproduções da TV, e arquivo particular. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.     

A OMISSÃO FUNCIONAL (FROM VARSÓVIA)…

Dia de sol e calor em Varsóvia


Não pude assistir o quarto jogo da série por estar viajando de Dublin para Varsóvia, com traslados complicados nesta trepidante Europa pós pandemia, com aeroportos cheios de ansiosos viajantes, carentes de ferias, sol e reencontros…

Mesmo assim, examinando as estatísticas finais daquele jogo, constatamos a realidade de uma mesmice para lá de endêmica, que cansativa e repetidamente venho expondo em muitos e muitos artigos publicados neste humilde blog…

Começando com a acentuada discrepância nos arremessos de 2 e 3 pontos das equipes em confronto, com o São Paulo lançando 19/38 bolas de 2 pontos e 11/31 de 3, contra 10/24 e 13/33 respectivamente de Franca, numa clara prevalência são-paulina no perímetro interno, e equilíbrio no externo, pegando mais rebotes, e errando fundamentos no mesmo patamar que Franca (11/10)…

Eis os números:

                            Franca.   81.  X.    86    São Paulo

          (42.0%)  10/24.                2.          19/38 (50.0%)

          (36.0%). 13/33.                3.          11/31.(35.0%)

          (81.0%). 25/31.                LL.        15/17 (88.0%)

                      36.                       R.                    44

                      10.                       E.                    11

Em suma, São Paulo priorizou o jogo interno com o apoio de seus pivôs, e erroneamente duelou com Franca nos longos arremessos, vencendo a partida por sua maior eficiência nas bolas curtas mais precisas…

Prioridade das prioridades, as bolinhas…

E veio o jogo final, ao qual pude assistir desde Varsóvia com meu filho João David conectando seu poderoso laptop numa televisão 32 polegadas do apartamento alugado, dando-me a oportunidade de assisti-lo integralmente. E o que vi? Um primeiro quarto tétrico de arrepiar, findo o qual 2/19 bolas de três foram indiscriminadamente disparadas com um acerto por equipe, como um pré jogo peladeiro indigno de uma final nacional. Melhoraram tecnicamente no segundo quarto, com os são-paulinos abdicando do jogo interior e Franca o forçando, numa correta leitura de jogo aproveitando o retraimento de seu adversário. No intervalo, o jogador Betinho do São Paulo afiançou da necessidade do Ansaloni (que foi de enorme eficiência nos jogos anteriores e só havia atuado ;pouquíssimos minutos nesta final) deveria voltar, pois a equipe teria de acionar os pivôs se quisesse vencer a competição…

Acionamento falho do pivô ante o imobilismo dos demais atacantes…

Foi a mais justa e equilibrada opinião de quem estava lá dentro da arena de jogo, e que não encontrava e não encontrou respostas de quem estava do lado de fora, confirmando com sobras que não basta juntar estrelas e nominados para vencer competições sérias e equilibradas, sem comando qualificado, experiente, e profundamente preparado na condução de equipes, da base ao adulto, sem saltar aquelas etapas necessárias a plena formação de um professor e técnico na acepção do termo, fatores que infelizmente em nosso imenso, desigual e injusto país é simplesmente equalizado através QI’s hereditários e políticos…

Franca foi bem mais presente e eficiente no perímetro interno, vencendo o jogo, apesar das 8/32 bolas de três.

Do outro lado, Franca foi forte e eficiente dentro do perímetro, assim como nas decorrentes penetrações, provocando mais lances livres que seu batido adversário, e ganhando 13.rebotes a mais (46/33), somando pontos e placar elástico, vencendo o campeonato com justiça..

Merecida vitória de quem soube ler com mais clarividência o sentido do jogo.

Justiça esta que clama por respostas a importantes e estratégicas questões, tais como:   – Quando assistimos a maioria dos jogos serem vencidos e muitas vezes perdidos por jogadores estrangeiros, principalmente atuando em dupla armação, que de forma alguma seguem o catecismo emanados das “pranchetas que falam”, tomando para si o controle dos jogos, nitidamente contradizendo e contrafazendo situações pseudo táticas que foram “exaustivamente” preparadas e treinadas (assim discorrem os comentaristas de ocasião), num determinismo que expõe a extrema pobreza de comissões técnicas conceitualmente fracas, pois seguem caninamente um pseudo sistema de jogo que prioriza o jogo aberto e a artilharia de fora, apelidado de “basquete internacional”, o famigerado sistema único, arsenal raquítico e limitado, que tanto inferniza o grande jogo, e que coloca nas mãos da estrangeirada a condução impune, sacramentada e cúmplice de nossos estrategistas mais torcedores do que técnicos, bailando, se contorcendo, coagindo arbitragens ao lado das quadras, rabiscando pranchetas com algo que nenhum deles leva muito a serio. Fica a questão de quando teremos nosso basquetebol de volta, com jogadores nacionais liderando em quadra, quando? Que tal reduzir para dois os estrangeiros? O grande jogo agradeceria, principalmente a Seleção.

O jogo aberto, até quando meus deuses?

Outra questão, esta tão seria como a exposta acima, nossa preparação de base, acionada técnica e taticamente por professores e técnicos melhor formados para atuarem nas escolas (para tanto tem de ser licenciados em Educação Física e não `’provisionados” por Crefs e congêneres), clubes e associações espalhadas por este imenso país, e não por escolas e institutos liderados a décadas por um mesmo grupo, .profundamente interessado na manutenção do status quo vigente, garantidor de um mercado fechado, hoje claramente direcionado aos interesses da NBA na formação de técnicos e jogadores seguidores de sua forma de atuar técnica e comercialmente num país de 208 milhões de habitantes, líder inconteste na América Latina…

Influência, poder, domínio…

Podemos e devemos sim, mudar para melhor os currículos dos cursos superiores de educação física, maximizando os créditos das disciplinas desportivas, minimizados com o desmesurado aumento das de cunho paramédico, assunto que tem sido largamente analisado e discutido neste humilde blog, como ação prioritária na correta formação de professores e técnicos desportivos, e não paramédicos de terceira categoria a serviço de uma politica de culto ao corpo bilionária, a quem não interessa educação física, desportos, artes, nas escolas (vide a tão proclamada reforma do ensino que criminosamente torna opcionais estas básicas e fundamentais atividades educacionais, que são um direito constitucional dos jovens brasileiros), e nos clubes comunitários também…

Uma questão específica do grande jogo também deveria ser prontamente discutida, pontual e honestamente, a mudança, senão radical, a mais ampla possível em nossa medieval forma de preparação das categorias de base, assim como nas adultas, seleções em particular, para servirem de espelho às mais jovens, hoje cativas das finalizações de longa distância, jogo aberto individualizado, defesas zonais e influências exógenas, perdendo em galopante velocidade o interesse pelos fundamentos básicos, exaustivos, porém essenciais em sua sólida formação como praticantes do grande, grandíssimo jogo, hoje tão depreciado em sua exata dimensão, numa terrível omissão funcional que o tem descaracterizado como um exemplar desporto coletivo, sendo transformado em individual por todos aqueles que o odeiam, por não compreendê-lo, e consequemente amá-lo…

Que os deuses nos ajudem

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e O Globo. Clique duplamente nas mesmas para para ampliá-lãs.

QUASE LÁ (FROM DUBLIN)…


Um pouco mais de 2:5 seg para zerar o cronômetro, lateral para Franca que perdia por um ponto, tendo em quadra dois jogadores que adoram arremessar de três, e o que faz a equipe do São Paulo? Não esboça qualquer contestação ao David Jackson, cobrador do lateral, distribui os demais em marcação 1 x 1 por trás, sem tentar, nem de leve a defesa frontal, tirando um pouco a precisão do passe inicial, e mais, permite que o mesmo caia nas mãos do Mariano num corner player acintoso, assim como, num bloqueio diversivo contrário a bola, mantém o espaçamento dentro do garrafão. Recebendo o passe inicial e de bate pronto, o Mariano devolve a bola para o DJ, ficando de frente para a cesta, completamente livre da marca’ão próxima do Marcos, balanceado, lançando de três como sempre gostou de fazer, dezenas de vezes neste NBB, onde arremessadores de ofício, e mesmo os que não são, chutam pra valer, de todos os cantos e distâncias, sem interferência alguma. Perdeu o São Paulo um jogo ganho, quando bastaria atrasar um pouco o passe inicial, e acompanhar ombro a ombro o americano, obrigando-o a se ajeitar driblando para o arremesso, ações primárias para defensores ensinados e treinados, e que normalmente ultrapassariam os 2:5 seg de tempo de jogo…

David Jackson simula um passe em direção do bloqueio, e solta rápido para o Mariano no canto da quadra, sem receber qualquer contestação do Marcos que flutua…
Numa chicotada Mariano devolve para o DJ, que absolutamente solto pela flutuação do Marcos, que sequer tira os pés do solo, executa o seu arremesso preferido ganhando o jogo.

Claro que as ações acima descritas necessitam ser aprendidas, apreendidas pelo treinamento permanente dos fundamentos básicos, no caso os de defesa, tão negligenciados em nossa formação de base, assunto da maior importância que descrevo e discuto no artigo A encruzilhadahttp://blog.paulomurilo.com/2023/05/30/a-encruzilhada-from-dublin/, publicado recentemente neste humilde blog, onde ponho em foco a utilização generalizada da defesa por zona em nossa formação de base, e suas péssimas consequências a medio e longo prazos nas divisões superiores…

O jogo interior, decisivo, preciso nas maiores percentagens, é rigorosamente esnobado pela turma da prancheta, que prefere torcer pelas bolinhas, que nem sempre caem…

O jogo foi equilibrado? Sim, por jogarem de forma mais do que semelhante, sem variações que os pusessem em cheque, defensivo, e acima de tudo ofensivo, pois atuar no sistema único ( como é turma do comentário que clamam pelas pranchetas, já desfiaram as entranhas do SU?), desafia toda e qualquer iniciativa de criação e improvisação consciente.no coletivismo de qualquer equipe que se preze. Se a chutação desenfreada é comum aos dois adversários, a contabilidade dos erros é dividida pelos dois, igualmente, na consideração de que 40% de acertos nas bolinhas é um bom índice, numa perda enorme de esforço físico desperdiçado nos mais de 60% de bolas perdidas. E é neste ponto que se sobressaírem os preparadores físicos e fisioterapeutas, guindados a posição de construtores de atletas, que correm mais rápido, saltam mais alto e trombam com maior eficiência, tomando para si, inclusive, planejamento de treinamentos, ao qual devem se submeter os técnicos, ficando bem claro para todos os envolvidos ser o conhecimento do jogo, da bola em especial, matéria de segunda ordem na montagem de uma equipe séria do grande jogo. Logo, os erros se avolumam, de ataque e de defesa, no coletivo nem se fala, pois sem o domínio dos fundamentos  básicos nada funciona, a não ser o atleticismo descerebrado, e no desconhecimento absurdo sobre a ferramenta primordial do trabalho, a volúvel e escorregadia bola, estranho e desconhecido pormenor do grande jogo, gerando o mais trágico dos cenários, o pleno desconhecimento do que venha a ser jogo coletivo, irmanado, cúmplice, parceiro, solidário, fatores perdidos para o primoroso, testado, retestado e científico (?) preparo físico, onde saltar, correr e trombar dão as solenes cartas no desporto dito como de alto nível, num esforço monstruoso de transformar uma modalidade coletiva em individual, o que conseguirão brevemente a continuar tal obtuso e estúpido caminho…

Entretanto, observando com cuidado os números dos jogo, um fator deve ser entendido, a prioridade que a equipe francana deu ao jogo interno (23/42 contra 15/27 do SP), originando bater 21 lances livres, convertendo todos, compensando ter o SP convertido 14/30 nos três pontos contra 9/29 dos francanos, porém ter perdido 2 de seus 22 lances livres cobrados…

O dono e mentor do jogo

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Para o quarto jogo em Franca, mantenho, por mais uma vez, o prognóstico de que vencerá aquela equipe que conteste os longos arremessos com mais presença e eficiência, massifique o jogo interior, e priorize os rebotes, a qualquer custo, pois entre equipes semelhantes sempre será este um argumento poderoso, não mais do que ter em suas fileiras americanos, e argentinos que põem a bola embaixo do braço resolvendo, e até perdendo partidas, olhando de lado as “pranchetas que falam”, isto quando olham…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las

LIÇÃO QUASE APRENDIDA, QUASE ( FROM DUBLIN)…


É minha gente, na marra os caras parecem que estão aprendendo, mas como nada é perfeito, ou mesmo aceitável nesse mundão, não desgrudam das pranchetas, como chupetas tardiamente jogadas fora, talvez não…

Jogo aberto, onde um joga e quatro assistem.

Agarrando-se ferozmente ao sistema (?) de jogo que conhecem, o único e praticado por toda a Liga (como ex-jogadores que foram), com.situações táticas conhecidas até pelos esquimós, mas que moldaram a todos, jogadores e técnicos, comentaristas e dirigentes, torcedores também, transformando o grande jogo numa pegajosa massa de pastel, oco e recheado de vento quando processado, num vazio de criatividade que bem justifica sua formatação e padronização autofágica, que tanto mal tem feito ao basquetebol nas últimas três décadas…

Finalidade básica do SU, o arremesso de três.

Pois é minha gente, foi tudo igual a tudo que foi jogado em todo campeonato, numa profusão de bolinhas, contestadas ou não, de todo e qualquer lado, com poucos acertos, muitos e muitos erros, e air balls também. Dessa vez somente 19 erros de fundamentos, igualdade nas bolas de 2 e de 3, porém um pouco melhor nos lances livres para Franca, demonstrando um apreço melhor ao jogo interno, e por isso vencendo a partida empatando a série…

Números finais da segunda partida.

Na partida em si, focando ações ofensivas, salta aos olhos o protagonismo independente dos estrangeiros quando de posse da bola, driblando-a de uma lado a outro, entrando e saindo da zona pintada, indo e vindo, com a posse indivisível e proprietária da mesma, preparando seu próprio e particular jogo, com esporádicos passes de dentro para fora do perímetro quando brecados por defensores, numa dadivosa renúncia às cestas ansiadas. Nunca nossas quadras foram tão enceradas como agora, com americanos, argentinos e uns poucos nacionais fazendo o que querem e quando querem, à margem de qualquer das pranchetas de plantão, com seus donos torcendo e se contorcendo ao lado das quadras para que tudo dê certo, pois afinal de contas um (de)mérito eles tem, o de escalarem a todos, indistintamente…

Não priorizando seu forte jogo interno o SP perdeu a partida.

Por favor prezados comentaristas, não me venham defender, sugerir ou mesmo exigir fidelidade ao ( ou a um ) sistema de jogo, quando partidas desandam pelo excesso de individualismo, pois a maioria de vocês incentivam ao máximo tal comportamento, premiando-os com salvas e extasiadas homenagens quando eventualmente são bem sucedidos. Defender a volta ao sistema, o único existente, o único que dizem conhecer (em tempo algum ouvi algum deles sequer explicar, definir, ou mesmo demonstrar, mesmo numa prosaica prancheta, o sistema que volta e meia sugerem que seja executado), pois afianço com a mais sincera certeza, não conhecem nenhum, absolutamente nenhum, mas de tocos, enterradas e palpites (hoje trágica e comercialmente oficializados…) sabem tudo, e mais um pouco…

A jogatina oficializada será benéfica ao basquetebol? Aguardemos…

Teremos no sábado o terceiro jogo, na capital paulistana, e mantenho meu prognóstico, de uma obviedade calcada em meio século de quadra, vencendo aquela equipe que jogar fortemente dentro do perímetro, utilizando seus bons alas pivôs (ambas os possuem), alimentados continuamente por bons armadores, na medida que abram mão de encerarem a quadra, lutando todos pelos rebotes, e executando o que para muitos é impossível em nosso imenso, desigual e injusto país, contestarem incansável e ostensivamente os arremessos de três, chave mestra para um retorno ao que sabíamos fazer de melhor, jogar um basquetebol diferenciado e efetivo, que nos fez três vezes campeões do mundo, duas vezes vice campeões, e três vezes medalhistas olímpicos.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.

A MESMICE EM FÓCO (FROM DUBLIN)…

MATANDO AS SAUDADES DO CAÇULA.


Muito bem, bem, bem, como diria o inesquecível Arrelia, aconteceu o primeiro jogo das finais do NBB 15 entre as estreladas equipes de Franca e do São Paulo, duelando em Franca, perante uma enorme e vibrante plateia. Foi um jogo clone de todos os outros até aqui disputados por todas as equipes da Liga, nem maior ou menor em qualidade, simples assim…

Foi um jogo a que pude assistir em meu celular a meia viagem de volta de Belfast para Dublin, onde reside meu filho caçula João David, que com seu conhecimento técnico em TI da PayPal, sintonizou com perfeição o celular por todo o trajeto. Mesmo em tela pequena, porém nítida, Ao final da partida, as estatísticas apontaram:   

                                   Franca.                São Paulo

                      (48%) 23/34.        2.        22/41. (54%)

                      (32%)   9/28.        3.        13/28. (46%)

                      (71%) 15/21.       LL.       15/19. (79%)

                               36.               R.              30

                               14               E.                 5

Os números demonstram claramente que o confronto nas artilharias dos três priorizou o jogo das duas equipes, onde o São Paulo foi mais eficiente nos acertos, em contrapartida ao equilíbrio nos dois pontos e nos lances livres, e levando nítida vantagem nos rebotes e erros de fundamentos, com ambas taticamente iguais, o que não é surpresa para ninguém, porém. com o São Paulo insistindo um pouco mais no jogo interno que o Franca. Torno a predizer que, aquela equipe que investir mais energicamente no jogo interno levará o título, complementando a ação com forte contestação nos arremessos de três e maior determinação nos rebotes, principalmente os ofensivos…

Enfim, como afirmam os entendidos, vence aquele que comete menos erros, principalmente nos fundamentos básicos, o que se tornou endêmico em nosso tatibitati basquetebol.

Amém.

Fotos – Própria autoria. Clique duplamente nas mesmas para amplá-las.

A ENCRUZILHADA (FROM DUBLIN)…

Recentemente a seleção sub-15 masculina venceu o Sul-americano, jogando a final na Argentina contra os donos da casa. Um bom resultado em se tratando de seleções de base, setor tão mal conduzido em nosso país. No entanto, algo pairou no ar sobre a forma como a seleção venceu a competição, pelo fato da mesma ter utilizado a defesa por zona, contra uma outra que não permite sua utilização por menores de 15 anos em todas as suas competições regionais e federais, acolhendo determinação de sua associação de técnicos, como efetiva forma de desenvolver ao máximo as ações e destrezas defensivas em toda sua formação de base, somente conseguidas pela utilização da defesa individual, única e exclusivamente, permitindo as defesas zonais somente daquele data em diante…

Tal determinação conota alta qualidade aos futuros jogadores, fazendo com que os mesmos atinjam alto grau de eficiência defensiva nas divisões acima, principalmente nas seleções adultas…

Veem com clareza os técnicos argentinos os ganhos positivos em suas seleções adultas, em seus aumentos qualitativos na defesa, atestando não serem as conquistas nas divisões da base um fator prioritário, onde a qualificação dos fundamentos ofensivos e defensivos, estes sim, são prioridade absoluta. De nossa parte pensa-se diferente, pois o alvo a ser alcançado pelos técnicos de jovens é fazê-los escadas de suas conquistas individuais, onde títulos recheiam e valorizam seus currículos profissionais, visando contratos mais rentáveis nas categorias superiores, onde o fator desenvolvimentista dos fundamentos básicos são substituídos pelas conquistas rápidas, fáceis, advindas de peneiras, onde parcos conhecimentos sobre o jogo, e a altura elevada dos candidatos, se tornam complementos em torno de defesas zonais, prato feito para as tão desejadas vitórias a curto prazo. Logo, não seria um prosaico sul americano entrave a tais objetivos, nos quais a aplicação sistemática de defesas zonais as facilitam de verdade. Decididamente não se trata de opiniões divergentes entre técnicos, e sim um posicionamento intencional às custas de jovens propositadamente afastados de defesas individuais, muito mais trabalhosas e de longa aprendizagem, porém, se bem ensinadas, bem aprendidas e melhor treinadas, constituirão base sólida nas divisões superiores, seleções inclusas, como fazem os hermanos, americanos e europeus, cujos resultados acabamos de sentir na Copa América este ano em Pernambuco…

Este mês estive em Chicago visitando o técnico, professor e amigo Gil Guandron, colaborador de longa data deste humilde blog, junto ao qual, e experimentalmente, iniciei um podcast, cuja gravação posto ao final deste artigo, e cujo tema central se desenvolve em torno do assunto que postei acima, reproduzindo antes as declarações dos técnicos argentino e brasileiro sobre o referido sul americano, exposições estas que gostaria muito fossem debatidas por todos aqueles realmente interessados em nosso desenvolvimento técnico tático. Vejamos as matérias :

A seguir o podcast com a participação do Prof. Gil Guandron

Técnico Argentino
Técnico Brasileiro

Como vemos, muito e polemizado assunto poderá gerar uma salutar discussão sobre o ensino e a utilização de defesas zonais antes dos 15 anos dos jovens e futuros jogadores, posição esta a muito defendida e tomada por mim na prática em mais de quatro décadas na formação de base, com extensa matéria publicada neste blog. Aprendi, ensinei e sempre pus em prática convictamente que, somente.se  torna eficiente uma defesa por zona, se utilizada por jogadores muito treinados e eficientes em defesa individual, cuja fundamentação básica os aparelham com técnicas e habilidades, que se perdem quando iniciados em defesas zonais, e cujos prejudiciais vícios os tornam enormemente vulneráveis nas divisões superiores, sendo essa a nossa maior limitação quanto ao conceito coletivista que. tanto evocamos, e para o qual não encontramos respostas desde sempre…

Amém.

Errata – Aos 10:12 min do podcast, por falha emotiva, confundi defesa por zona com individual, pela qual me desculpo com os leitores. Obrigado pela compreensão. Paulo Murilo.

Vídeos – Reproduções da Internet.

Podcast – Video, som e edição – João David Raw Iracema (Jay Raw)

O CHEGA E CHUTA CONCEITUAL(FROM DUBLIN)…

A Panaceia do jogo, o chute de três.

 É muito triste ver uma equipe montada para vencer todas as competições ser varrida num playoff por 3 x 0, deixando no ar um sentimento de frustração anunciada desde sua montagem, onde “peças” especializadas em longos arremessos se ajustariam com precisão a uma concepção arrivista e temerária, onde os arremessos de três pontos estariam na vanguarda de seu sistema ofensivo, contra qualquer equipe que a defrontasse…

Convergências entre arremessos de 2 e 3 pontos ocorreram em todas as suas partidas, não importando que adversário se lhe opusesse, numa demonstração tácita de de seu comando, o mesmo que ora dirige a seleção nacional, imbuída desta mesma opção técnico tática do chega e chuta, em qualquer situação de jogo, numa preferência basal do jogo externo em detrimento do interno, mesmo possuindo “peças” poderosas no mesmo, talvez bem mais superior as demais equipes da liga…

Nunca se contratou tantos estrangeiros especialistas nos três pontos como neste NBB 15, por muitas das equipes participantes, onde americanos e argentinos formavam uma maioria de respeito, com destaque aos armadores e alas, e raramente num pivô de oficio. Todos com a.função prioritária nas longas finalizações, mesmo sendo armadores, fator fulcral que elevou ao patamar de arremessadores aqueles que deveriam ter a função básica de armadores de suas equipes, ficando bem clara a opção do jogo fora do perímetro, secundarizando o interno, onde bons   e.talentosos alas pivôs se voltaram ao externo, competindo com os armadores nas bolinhas, vagando a luta nos rebotes ofensivos, negligenciando uma das mais poderosas armas de uma equipe bem treinada e melhor orientada, a posse e domínio dos rebotes ofensivos…

O que se viu? Um completo desastre tático, e muito pior, estratégico, pois abriu-se mão de uma unidade coletivista, trocando-a por exacerbado individualismo, disfarçado em pretensa super habilidade nas bolas de três pontos perante ausência defensiva, atitude comum a grande maioria das equipes. Tal posicionamento tornava-as similares neste aspecto, tornando possível uma competição desvairada de erros, que comum aos competidores, igualáva-os no campo de jogo. No entanto, em alguns jogos, uma das equipes revertia ao jogo interior, resultando vitórias pontuais e importantes…

Se olharmos com atenção os números de alguns destes jogos, poderíamos com precisão, entender quão falhas algumas das equipes mais poderosas se tornaram no transcorrer da competição, ao optarem pela orgia dos longos arremessos, em vez de   prioritário jogo interior, mais rico, preciso e eficiente ao final das partidas, vencendo-as de 2 em 2 pontos, deixando as inconstantes e mais imprecisas bolas de 3, como recurso complementar da equipe em seu todo…

Se olharmos melhor ainda, bastaríamos tomar conhecimento dos comentários analíticos sobre a equipe rubro negra, editados no site Nação Rubro Negra, assinado por Enéas Lima em 19/5/2023 (acesse aqui), onde uma análise sobre o plantel rubro negro é colocado como o culpado pela derrocada no NBB, quando determinados e brilhantes jogadores se tornaram inadequados ao sistema de jogo implantado pelo técnico da equipe, que já estaria em processo de trocas de “peças” para a próxima temporada, adequando-as a seu poderoso e revolucionário sistema fundamentado nos arremessos de três a qualquer custo, de qualquer distância, ao tempo que for, o mesmo que tenta incutir na seleção nacional, na qual, fica bem claro, não possuir as “peças” internacionais altamente especializadas que o grande clube carioca contrata para suprir os megalômanos devaneios de seu gênio paulistano, em sua patética busca de mudar e transformar o grande jogo numa competição descerebrara de tiro aos pombos, no qual os fundamentos e princípios centenários mantidos por excelentes jogadores (e não “peças”), magníficos técnicos e professores de verdade, o tornaram, assim como o futebol, nas modalidades mais difundidas e amadas por todo o mundo conhecido, não só por sua apaixonante dinâmica, como, e principalmente, por sua desafiante complexidade técnica, tática e estratégica, aspectos estes que não podem ser minimizados por uma concepção tacanha de um chega e chuta boçal e retrogrado (a NBA matriz já se dá conta desse engodo)…

Para quem ainda tem dúvidas sobre eficiência entre jogo exterior e interior, ai estão os números de São Paulo e Flamengo nas três partidas disputadas, quando culpar “peças” por derrocadas se torna contundente frente a responsabilidade genial e criativa de comissões técnicas revolucionárias e pretensiosas…

                          Flamengo.                                       São Paulo

                      (51,1%)  43/84.                2.            66/85. (77,6%)

                      (24,0%). 25/104.              3.            36/95. (37,8%)

                      (83,9%). 47/56.               LL.           38/54. (70,3%)

                           47 (15,6 pj).                 E.                35  (11,6 pj)

Em jogos dessa dimensão pequenos fatores os dimensionam, e na tabela acima vemos que a opção pelo jogo interno de qualidade deu ao São Paulo os pontos necessários para vencer a série, mesmo duelando nas longas tentativas fora dos perímetros, pois contestou com mais eficiência a artilharia rubro negra, assim como levou a melhor sobre a marcação interna carioca, em que ambos os contendores tiveram nas mãos de seus estrangeiros a verdadeira condução tática dos jogos, com a individualidade americana nas penetrações por parte da equipe paulista, e a liderança argentina severamente contestada pelos melhores fundamentos defensivos dos americanos, fatores que nenhuma prancheta de plantão nas três noitadas os qualificaram. E assim sendo, seguimos os tortuosos caminhos do chega chuta desenfreado, pretensioso e profundamente burro como arma prioritária numa equipe que se arvore em superior, tática, técnica e estrategicamente constituída. A seleção nacional que se cuide, pois já se constitui como realidade a devida e competente contenção das bolinhas de ocasião, ah, e o Flamengo também…

Amém.

Foto – Reprodução da TV. Clique duplamente na mesma para ampliá-la.

RETORNANDO (FROM CHICAGO)…

Visitando o Gil Guandron, grande colaborador deste blog.em Chicago.

Três meses se passaram sem algo por aqui postado, e que sem dúvida alguma não fez a menor diferença, face a mesmice endêmica que se instalou no basquetebol tupiniquim, seja na formação de base e na forma técnico tática de atuar das equipes na elite, padronizada e formatada, seja nas seleções nacionais, onde um sistema único de jogo asfixia de morte o que ainda pouco resta de criatividade e ousadia das últimas gerações, pobres e miseravelmente espoliadas em seu direito de atuar sob a égide de sistemas proprietários de jogo, e não esse pastiche mal ajambrado advindo de uma NBA voltada ao business mercadológico, individualizando o grande jogo, a  ponto de praticamente reduzi-lo a embates 1×1 por todo o campo de jogo, lançando por terra o coletivismo inerente aos princípios que o nortearam desde sua criação no final do século 19…

Dias atrás assisti pela ESPN via computador ao sexto e definitivo jogo entre Miami e New York pela NBA, vencido pelo,primeiro, fechando a série por 4×2, merecidamente aliás, claro, dentro da sistêmica maneira de atuar que todas as franquias vêm implantando no mundo, o embate 1×1 por todos os limites da quadra, e o chega e chuta desde o perímetro externo, em quaisquer situações em que se apresente o jogo, num frenesi de correrias e erros primários de fundamentos, que não eram cometidos a poucos anos atrás, conotando uma tendência que fatalmente retroagirá o desenvolvimento harmônico do grande jogo por lá, por aqui e pelos países que seguem cega e colonizadamente a tutela da grande liga americana…

Porém, muitos assuntos vieram à baila nestes três meses de ausência de artigos neste vetusto é teimoso blog, sequer comentados e discutidos, quando à sombra do famigerado, endeusado e mercantilizado “basquete internacional” transmitido aos hecatombicos berros de narradores que, sentem ser este o estilo que levará de volta as quadras o verdadeiro público do grande jogo, em nada ajudados por comentaristas de ocasião, alguns deles mergulhados até o pescoço nas maliciosas malhas de empresas de apostas em jogos desportivos que, muito mais cedo do possamos imaginar, detonarão a imagem do jogo correto e ético do cenário desportivo, lançando a todos num torvelinho de manipulações que, dificilmente poderá vir a ser revertido num prazo aceitável, condenando nosso infeliz basquetebol a descer mais fundo ainda no imenso poço em que se encontra a quase três décadas de descrédito e desastrosa gestão…

E se não bastasse tanto descaso, principalmente no aspecto formativo e técnico tático de todas as equipes filiadas `a LNB, vemos agora desenrolar um processo célere de domínio progressivo de programas de preparo e formação de técnicos, de jovens jogadores, e até, pasmem, de dirigentes e gestores, inclusive com estágios internacionais, com patrocínio geral da NBA, numa apropriação indébita de uma atividade socioesportiva, que em qualquer nação independente, responsável e com a devida vergonha na cara, seria obrigação de seus poderes municipais, estaduais e federal, como parte integrante e indivisível do processo educacional de seus jovens, reserva estratégica que são do país…

The First Brick

Aqui de fora do país, acompanhando in loco o que é planejado e feito por países que levam muito a sério a educação de sua juventude, e ter exercido o magistério em em todas suas etapas, complementando-as com o preciso trabalho na técnica desportiva, vislumbro com maior clareza ainda do que a usual, o quanto de subjugação nos encontramos frente a interesses que, de forma alguma, poderiam alcançar objetivos tão flagrantemente contrários à condução de nossos jovens em sua sacrificado e penosa jornada neste imenso, desigual e injusto país…

Temos alguma saída para tão doloroso impasse? Certamente que sim, e algumas ideias e análises foram intensamente publicadas e discutidas neste humilde blog, ao longo de seus dezoito anos de existência, cujas matérias continuam disponíveis nesta trincheira desde sempre…

A grande e letal armadilha

O que dizer então do inconteste fato de termos todos os clubes futebolísticos, assim como muitas franquias da LNB, patrocinadas por empresas de apostas, abrindo o perigoso e mais do que provável caminho das manipulações em resultados de jogos e competições, que aliás  já vem ocorrendo, cuja tendência  é a de se espalhar rápida e seriamente? Dizer o quê, a não ser lamentarmos tão previsíveis possibilidades? Lamentável destino provocado por cabeças pensantes(?) que não estão nem um pouco preocupadas com a educação de um povo tão carente da mesma, oprimido a séculos de seu direito constitucional a uma educação plena e de qualidade cognitiva, emotiva e psicomotora, três dos mais importantes objetivos necessários e alcançáveis por qualquer governo que represente plenamente os anseios de seu povo…

Estamos no limiar das decisões na NBA , e em sua pobre e carente filial, o NBB, onde as enormes e profundas crateras expõe suas diferenças técnicas, táticas, formativas, estratégicas, e principalmente econômicas, sociais e educacionais, que só serão sanadas, diminuídas, se reaprendermos a administrar nossa pobreza funcional e histórica, e nos prepararmos com afinco, plena e paciente dedicação ao objetivo maior, a educação desse sofrido povo, desse imenso, desigual e injusto país.

Amém.

Fotos e reproduções pessoais e da internet. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.

DESCULPEM, ME DEI UM TEMPO…

Me dando um salutar tempo…

Me dei um tempo, aliás, um tempão, pois já não estava aguentando tanta mesmice endêmica que assaltou de forma definitiva o grande jogo entre nós. Do último artigo aqui publicado, até hoje, absolutamente nada foi agregado de positivo a esse indigente basquetinho que ora praticamos, a não ser aquele outro simultâneo apresentado de forma coercitiva pelo enxame de estrangeiros aqui aportados, que impõem aos nossos osmóticos estrategistas a primaria lei do fazer o que bem entendem dentro da quadra, onde ate as prestigiadas pranchetas são esnobadas de forma acintosa, pois absolutamente nada do que elas emanam os interessa, ainda mais quando tem carta branca para os cinco abertos e o chega e chuta absurdo, porém faustosamente aceito e agregado por todos eles…

Dentro dessa dolorosa realidade todos eles, principalmente a horda de armadores americanos, argentinos, e um ou outro latino, executam seu rosário de grande conhecimento prático dos fundamentos básicos, principalmente no 1 x 1, regiamente oferecido pelo princípio dos cinco abertos, cumulando com um outro fundamento bem aprendido em suas escolas natais, o dá e segue, e mesmo o bloqueio duplo, ou pinquerol, endeusado por toda a claque circundante de um grande jogo, ora pequeno, exatamente por conta dela. a claque, ignara e analfabeta da alma do basquetebol, que por conta disso está sendo submetido a um pastiche oportunista por essa bem paga horda, que aqui pratica livremente algo que jamais praticariam em seus países de origem, ou mesmo aqueles mais sérios do que o nosso, por onde rodaram em seu périplo de andarilhos profissionais, com uma ressalva porém, os muitos e ótimos armadores argentinos que aqui estão somente pelo peso de reais em muito mais valorizados que seus inflacionados pesos, e que infelizmente para nós retornarao as suas seleções, com ótimas histórias para contar sobre jogo aberto, chutação desenfreada de três, e estrategistas boquirrotos sobre uma arte que simplesmente desconhecem, a não ser aquela inventada em midiáticas e ridículas pranchetas que falam, bem, dizem e afirmam que falam, o que? Bem sabemos, nada, a não ser refletindo o ego descomunal da grande maioria deles, onde as exceções não ultrapassam os dedos de uma das maos…

Franca 76 x 65 Flamengo

(51%) 20/39 2 15/29 (52%)

(45%) 10/22 3 11/38 (29%)

(86%) 6/7 LL 2/5 (40%)

39 R 34

9 E 10

Dentre tantos desastres somente um aspecto realmente me preocupa, e os números acima, da decisão do Super Oito não deixam margem para quaisquer dúvidas, em se tratando de seleção brasileira para o Mundial deste ano, os quais demonstram tacitamente o caminho escolhido pelos atuais gênios que a comandam, do alto de seus vastos e infinitos saberes, onde a convergência entre os arremessos de dois e os de três pontos em muito já foi alcançada, e o sistema de jogo dos cinco abertos já está disseminado até nas categorias formativas, privilegiando o 1 x 1, somente possível ante a catástrofe defensiva de nossos jogadores, assim como a ausência de contestações aos longos arremessos, onde os tocos são festejados por narradores e muitos dos comentaristas embevecidos com tal arte, quando o grande segredo é a alteração de trajetórias e nao o bloqueio, quase sempre faltoso, dos três pontos, que exige técnica aprimorada na transformação da velocidade horizontal em vertical por parte do defensor envolvido na ação, claro, matéria para quem entende, e nao para clientes assíduos do QI corporativo institucionalizado…

Cinco abertos, chute de três, ausencia de rebote, enfim, a tempestade perfeita…

Os dois estrategistas nacionais nao terao na selecao a pleiade de bons argentinos.americanos e um mexicano, que independem de seus conceitos de basquetebol moderno para dotá-los de troféus e premiaçoes que os fazem hegemônicos em Pindorama, driblando com maestria e inteligência, passando com discernimento, arremessando com precisao de dois e três pontos, defendendo com firmeza e reboteando com eficiência, e tudo isso tirando partido de um sistema único caduco e inodoro, em que teimamos autofagicamente praticar, pois é o único em que podem tentar transmutar em rabiscos em suas pranchetas, aquelas que falam…

Idem do lado de lá, com um adendo, jogando um pouco mais dentro do perímetro, e por isso venceu o jogo…

Teremos seríssimos problemas nas próximas janelas ao Mundial, e se passarmos, lá mesmo os teremos em profusão, a começar com a perfeita leitura dos números que apresentamos em nossas principais competições. Quem viver verá, e torço enfaticamente que alguma luzinha, por mais tênue que seja, se acenda lá no finzinho deste imenso túnel, ou buraco em que meteram o grande, grandíssimo jogo entre nós,,,

Amém.

Em tempo – Desejo a Ana Moser, recém empossada Ministra dos Esportes, que se mantenha lúcida como sempre esteve como atleta e jogadora da seleção brasileira, e feroz lutadora pelo desporto nacional de formação em clubes e escolas deste imenso, injusto e desigual país, não dando tréguas ao verdadeiro exército de oportunistas, travestidos de educadores e técnicos, que buscam verbas e meios para implantar verdadeiras armadilhas em nome da educação de nossos jovens, como lutas violentas e sanguinolentas de submissão, jogos eletrônicos cujo princípio básico é a aniquilação a tiros de inimigos, hoje virtuais, amanhã, sabemos quais, numa tentativa absurda de insuflar princípios que em nada somam a educação plena e democrática de nossos jovens, reserva e futuro do país. PM. 

Sangue, muito sangue, submissao como exemplo educacional…

E o mais impactante, temos agora apostas pagas no NBB, inclusive sendo co-patrocinado por uma das empresas envolvidas. Não dou nem muito tempo para termos resultados de jogos manipulados pela jogatina, afinal temos precioso norrau em matéria de apostas. Educação atraves o desporto é isso aí, ou não?

Investindo nas apostas, e nao na formacao de base…

O ORGÁSTICO PRANA…

O que importa rebote posicionado, sistema organizado, se sou um especialista…

Num determinado momento do último quarto do jogo, técnico e assistente se entreolharam sorrindo, com o júbilo transparente nos olhares, pois enfim, atingiam o orgástico prana de suas convicções sobre e para o grande jogo, que dali para diante, não seria mais o mesmo neste imenso, desigual, e injusto país, pois acabavam de provar sua exequibilidade tática e estratégica, sobre uma forte seleção (porém ausente) em sua própria casa…

Os números finais não podem deixar ou originar dúvidas, ei-los –

Brasil  102  x   56   Mexico

                                (83,3)  15/18   2    15/43  (34.8)

                                (50.0)  20/40   3     5/25   (20.0)

                                (75.0)  12/16   LL  11/15  (73.3)

                                             44       R      30

                                             13       E        8

Na somatória das duas equipes obtiveram-

                                 Nos dois pontos  –  30/61

                                 Nos tres pontos   –  25/65

                                 Nos lances livres –  23/31

                                 Nos erros              – 21

Chutar, chutar e chutar, o novo dogma…

É a provada redenção de um princípio, creem agora dogmático seus executores, que tentam a final escalada desde a era Oscar, na busca do easy basketball, aquele em que dribles, fintas com e sem a bola, passes críticos, bloqueios e cortam luzes, técnicas defensivas cedem seus perdulários espaços ao chega e chuta minimalista, aquele, que segundo essa inculta malta, analfabeta funcional, mudará o jogo, pelo menos entre nós. Ledo engano, pois nos anos sessenta uma outra equipe já o praticava entre nós, o Praia de Uberlândia, que arremessava ao transpor o meio da quadra, e numa época em que a linha de três pontos sequer era cogitada…

Os americanos mergulharam de cabeça seguindo o momento Curry, os europeus nem tanto, porém os asiáticos e pacíficos aderiram de primeira, todos motivados pela indefinição lógica, marcar prioritariamente fora ou dentro do perímetro, com ou sem coberturas, zona ou individual, todas opções que deixam rastros, vazios, indecisões. Porém, perfeitamente contornáveis, mas extremamente trabalhosas nos treinos, nas contendas, nas pequenas, medias e grandes competições, daí o caminho mais factível, o chega e chuta…

Olhem e analisem bem estes dois gráficos, e tentem, com um mínimo de bom senso, aceitar que uma seleção nacional vença a uma outra arremessando 15/18 nos dois pontos e 20/40 nos três. contra 15/43 e 5/25 respectivamente numa partida inteira. Que seleção mexicana é essa que cede os espaços externos, contestatórios, deixando-os absurdamente livres, originando a mais absoluta certeza brasileira de que se todos os seus jogadores arremessassem de fora as bolas caíriam, que foi o que aconteceu com onze deles, que seriam doze, pois o Lucas Dias (logo ele…) não atuou…

Os mexicanos bem que tentaram acompanhar a festança, num 15/43 de dois pontos e 5/25 de três, rigorosamente contestados, porém estendendo o tapete vermelho no contorno externo, exequibilizando o butim, e o mais preocupante, firmando a certeza de que nossa seleção tenha encontrado o velocino de ouro supremo, por contar com doze aspirantes a Curry, ou Oscar, não importando o quem é quem nessa equação difícil de digerir, aquela que desconsidera a arte defensiva do adversário, porém minimamente acreditando em sua própria, mais por vontade, não por técnica fundamental…

São pequenas realidades que não serão encontradas num mundial, numa olimpíada, possuindo ou não doze chutadores de fora, pois bastariam dois ou três especialistas numa equipe com altos índices defensivos e contestatórios para nos vencer, e elas existem, e logo logo as encontraremos…

Da próxima vez que sorrirem ante o milagre (?) dos doze que chegam e chutam, tentem cair na realidade de que do lado de lá possa acontecer um outro milagre, o dos doze que sabem e dominam os caminhos individuais e coletivos da defesa, a arte primal do grande, grandíssimo jogo que dispensam solenemente giocondos sorrisos, daqueles que ouviram o galo cantar e se encontram de bússola na mão tentando encontrá-lo…

Muitos e muitos acreditam neles e seus sorrisos, infelizmente, por força da dura labuta, dos estudos sem fim, e da pedregosa estrada ainda a ser percorrida, sincera e honestamente não acredito. Direito auto concedido aos 83 anos (14/11/1939), e aqui autenticado no Basquete Brasil desde 4/9/2004…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e arquivo próprio. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.