DE MÉRITO E POLÍTICA (ARTIGO 1100)…

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Onde em qualquer lugar do mundo, um cargo dessa importância é destinado a uma personalidade forjada no desporto, por aqui, tão fundamental mérito é motivo de escambo político, exatamente como merecemos pela omissão e descaso, onde a indignação é de somenos importância.

            Em 2016 nos depararemos com essa realidade, com toda a crueza que merecemos…

            Amém.

Imagem – O Globo. Clique na mesma para ampliá-la.

IMAGENS QUE FALAM POR SI…

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Fotos – Reproduções da TV.

Amém.

A SELEÇÃO…

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Seleção Brasileira Adulta Masculina
NOME – POSIÇÃO – IDADE – ALTURA – CLUBE – NATURALIDADE

Alex Ribeiro Garcia – Ala – 33 anos – 1,91m – Uniceub/BRB/Brasília (DF) – SP
Arthur Luiz Belchor Silva – Ala – 30 anos – 2,00m – Uniceub/BRB/Brasília (DF) – DF
Caio Aparecido da Silveira Torres – Pivô – 26 anos – 2,11m – Flamengo (RJ) – SP
Cristiano Silva Felicio – Pivô – 21 anos – 2,10m – Sem clube – MG
Guilherme Giovannoni – Ala/Pivô – 33 anos – 2,04m – Uniceub/BRB/Brasília – SP
João Paulo Batista – Pivô – 32 anos – 2,05m – Le Mans (França) – PE
Larry James Taylor Jr – Armador – 32 anos – 1,85m – Itabom/Bauru (SP) – EUA
Marcelo Tieppo Huertas – Armador – 30 anos – 1,91m – Barcelona Regal (ESP) – SP
Raul Togni Neto – Armador – 21 anos – 1,85m – Lagun Aro (ESP) – MG
Rafael Freire Luz – Armador – 21 anos – 1,88m – Blusens Monbus (ESP) – SP
Rafael Hettsheimeir – Pivô – 27 anos – 2,08m – Real Madrid (ESP) – SP
Vitor Alves Benite – Ala-armador – 23 anos – 1,90m – Flamengo (RJ) – SP

Comissão Técnica

Diretor: Vanderlei Mazzuchini Jr
Administrador: Leonardo Ribeiro
Técnico: Ruben Magnano
Assistentes Técnicos: Fernando Duró e José Alves Neto
Preparadores Físicos: Diego Jeleilate, Diego Falcão e João Henrique Gomes
Médicos: Alexandre Bezerra Vergete e Gilberto da Cunha Filho
Fisioterapeutas: Adriano Tambosi e Daniel Kan
Fisiologista: Rodrigo Chaves
Nutricionista: Gislaine Bueno
Assistente de Fisioterapia: Lucas Gameiro de Senna
Roupeiro: Edson Donizete da Silva

 

Com a seleção definida para a Copa América, conforme relação publicada pela CBB, muitas considerações, análises, palpites e comentários preencheram a mídia, principalmente a blogueira, que sem duvida alguma é a mais atuante no setor.

Pesquisando e lendo suas matérias, pudemos constatar sutís divergências de opiniões de seus editores, e outras não tão sutis assim por parte dos leitores das mesmas em seus comentários, onde surpreendentemente já se ensaia um processo de fritura do técnico argentino, insatisfeitos que demonstram estar pelos critérios de escolha dos jogadores, e até mesmo pelos métodos autoritários no comando da equipe em seus treinamentos, e mais ainda pelo fato de não permitir áudio presente em seus pedidos de tempo e entrevistas dos jogadores durante o período dos jogos, num movimento que prevê sérias criticas por parte de todos se a Copa América não for o que esperam, não importando planos e projetos que priorizem o ciclo olímpico em que nos encontramos.

No entanto, se admitirmos que um processo evolutivo em técnica e tática somente se torna possível através profundas transformações, e que o hermano tem tentado promovê-las, mesmo cometendo alguns enganos pontuais, como por exemplo, se  cercar de pessoas muito aquém de suas qualificações profissionais, que o assessoram em equívocos bem conhecidos, como nos critérios de convocações, dissonantes de suas propostas de reais mudanças em sistemas de jogo, prejudicadas pelos vícios de longos anos de pratica voltada a uma forma antagônica de como vê e sente o grande jogo, é que temo ver esse insidioso inicio de fritura galgar patamares mais preocupantes em seu caminho em terras tupiniquins.

As propostas do Magnano, colidem de frente com a realidade de nossa formação de base, somada ao corporativismo implantado à modalidade por uma geração de técnicos compromissada com o sistema único, que somente admitiu, como exemplo bem simples, uma dupla armação como antídoto a uma carência (?) de alas mais técnicos, substituindo um deles por um armador mais qualificado, mantendo o sistema único intocado em suas jogadas, sinais e movimentação coreografada, melhorando, é claro, a qualidade dos passes, dos dribles e das fintas na consecução do mesmo, sem mudanças e “invencionices táticas”.

Mas o cara é tinhoso, e competente, teimando, e agora implantando a dupla armação para valer (são cinco os armadores que está levando, mas nem todos do mesmo nível), já que apesar dos enormes (e mais do que previstos…) desfalques no perímetro interno, ainda pode contar com bons alas pivôs a serem abastecidos naquela zona interna, onde são decididos os grandes jogos, apesar de alguns outros bem melhores terem ficado no esquecimento da “assessoria técnica”, que de tão confiável na hora do vamos ver, o faz manter ao seu lado, aquele que realmente decide e define caminhos táticos, e por que não, estratégicos também, o seu fiel escudeiro hermano como ele, e que aos poucos o vai tornando alvo do velado (mas sempre presente) tapetebol de tristes lembranças em nossas seleções nacionais.

Jogando em dupla armação, o técnico argentino mata dois não, três coelhos de uma só vez, primeiro reforçando em muito seu sistema defensivo com armadores situados na faixa dos 1,85m a 1,90m, alturas bem razoáveis numa formação nacional, em composições de “n” possibilidades em diversas situações de jogo exterior, segundo, torna-os cúmplices dos alas pivôs que se movimentam em velocidade interna para composições que visem superioridade numérica dentro das defesas adversárias, principalmente quando usarem defesas zonais, terceiro, pela leveza, agilidade e velocidade, poder utilizar contra ataques mais precisos e técnicos, que é uma capacidade tática preciosa, principalmente se mesclada e equilibrada com a movimentação cadenciada exigida nos momentos em que a leitura de jogo se torna crucial, e onde mais se fará presente a técnica mais apurada de dois armadores de boa qualidade na permanente ajuda entre si, e na função maestra de fazer jogar seus alas pivôs.

Torço para que o Magnano atinja seus objetivos, agora mais do que nunca, quando opta de verdade por uma forma de jogar que sempre defendi, estudei e apliquei na pratica, não como forma definitiva de jogar, mas como algo instigante e diferenciado de agir no âmago do grande, grandíssimo jogo, podendo não ser ainda o ideal, mas abrindo de vez um caminho que nos leve para bem longe da mesmice endêmica em que nos encontramos.

Finalmente, fico realmente abismado com a composição da comissão técnica da seleção com 16 integrantes (haja verba para tanta gente…) para 12 jogadores, e me pergunto para que três técnicos, três preparadores físicos, dois médicos, três fisioterapeutas, um fisiologista, nutricionista (será que levaremos um hospital de campanha e uma cozinha própria?) para uma competição de tiro curto como essa? Creio ser muito pagé para pouco índio, ou não?

Mas para um país rico com uma confederação mais rica ainda e livre de dividas como o nosso, tudo é possível, inclusive os desperdícios e os aspones…

Amém.

Foto – Reprodução da TV. Clique na mesma para ampliá-la.

PROBLEMAS E ABORDAGENS (ARTIGO 1100)…

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Terminada a série de jogos e torneios preparatórios, a seleção masculina permanece presa a muitos problemas técnicos e táticos, nem um pouco amenizados pela presença do Faverani no jogo de ontem para dar o seu “incentivo” como membro da família NBA, e já preparando o terreno para o Mundial, se classificada a equipe pela turma remanescente de apoio, quando um de seus membros cederá seu lutado e suado espaço para tão importante e fundamental personagem…

 

Mas voltando ao que realmente interessa, o Magnano, magnânimo como nunca, concedendo longa entrevista na quadra de jogo à repórter da TV, expôs sua mágoa e decepção com a saída do Marcos, seu cacife de manga como explicou didaticamente sobre sua importância no grupo e em suas opções táticas, demonstrando clara insatisfação pela surpreendente dispensa motivada por uma dor que a comissão medica julgava perfeitamente administrável, causando uma séria crise de qualidade justamente quando opta por uma dupla armação direcionada às ações em velocidade dentro do perímetro e evidente reforço defensivo, onde sua grande estatura e mobilidade propiciariam bons e precisos arremessos, inclusive os de fora, onde se concentra a notória artilharia cardinalícia e de outros ainda em processo de equalização com a mesma.

 

Porém um fato em si poderia equilibrar tal volúpia de três de uma equipe predisposta às bolinhas, sua real capacidade de penetração pelas alas, que conta somente com o Alex para acompanhá-lo de verdade, pois os demais entre chutar e ir lá para dentro não pensam duas vezes, estilingam mesmo (contidos ontem, pois afinal de contas ainda resta um corte…), exceto dois dos armadores, o Huertas e o Larry, que mesmo assim já ensaia uma temporada lá de fora.

 

Sem o cara, o que fazer então, senão priorizar o jogo interno para valer, encontrando nesse pormenor sua maior limitação originada pela ausência do Delfin, do Varejão, do Spliter, dos Lucas (um deles dispensado por ele), e sei mais lá quantos, todos incensados pela mídia especializada, mas que na hora da pedreira, ó…mas que lá estarão candidatos e lampeiros para o Mundial e a suprema vitrine, as Olimpíadas.

 

Pois é, os problemas ai estão, dentro e fora do perímetro, mais dentro, onde os pivôs oscilam entre a morosidade de uns e a fuga em busca dos longos arremessos de outros, e que somente encontra no Rafael a figura de impacto nas finalizações e nos rebotes defensivos com velocidade e decisão, mas que no conjunto não conseguem se posicionar com eficiência nos ofensivos (analisem as fotos), fundamentais para uma equipe que adora chutar de fora.

 

E se não bastasse, os armadores ainda não se conscientizaram de que têm de se ajudar, não atuarem como compartimentos estanques, e que devem oferecer aos pivôs uma permanente continuidade de movimentos e penetrações ofensivas, na entrada e saída dos passes, não os deixando pendurados na brocha, sem perspectivas e opções (vide fotos), que creio e acredito ser do desejo do bom argentino, que ainda crê na qualidade criativa e corajosa de dois de seus condutores, o Raul e o Luz, muito distantes ainda da qualidade exigida para a especialíssima função de liderar um time na acepção do termo, principalmente uma seleção nacional, esquecendo outros armadores bem melhores e experientes do que eles, mas marketing é isso ai, ainda mais sob o peso de uma NBA…

 

Enfim, tem em mãos o campeão olímpico, uma bananosa daquelas, mas que acredito poder ser razoavelmente descascada por ele, claro, se determinar enfaticamente, como ontem, maior rigor defensivo, mais jogo interior, menos aventuras, menos chutação desvairada, mais coordenação ofensiva, menos erros de fundamentos, mais comprometimento, o de verdade, e não aquele movido pelo temor do corte…

 

Aliás, seria de enorme ajuda deixar o último para depois do torneio em Porto Rico, dando chance ao time de se entrosar como deve, e não por força de uma instabilidade posicional, afinal de contas, se vícios não desvanecem pela conversa, quem sabe pela dúvida?

 

Poderemos ir razoavelmente bem na Copa América, mas na medida em que sejam superados alguns obstáculos, sendo o maior deles a notória falta de humildade e de obediência a um bem comum por parte de alguns, manjados aliás…

 

Amém.

 

 

Fotos – Reproduções da TV, e que estão legendadas. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

DIRIMINDO DÚVIDAS…

 

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Em breve a seleção brasileira masculina estará competindo na Copa America em busca de uma classificação ao Mundial, e não será uma tarefa nada fácil, frente ao elevado numero de dispensas de alguns de seus mais representativos nomes, culminando com a saída hoje do Marcos com problemas em sua perna, deixando o técnico Magnano sem muitas opções táticas em sua equipe quanto ao jogo exterior, onde juntamente com o Guilherme e o Artur liderava a artilharia dos três, somados ainda ao ímpeto do Benite nas bolinhas tidas como salvadoras pelos entusiasmados adeptos das mesmas, tendo ainda o Alex como convicto adepto dessa forma de jogar fora do perímetro.

Entretanto, dentro do perímetro, um outro grande problema ficou exposto nos jogos preparatórios contra os uruguaios, mexicanos e argentinos, a sorrateira tendência de alguns dos pivôs convocados de aderirem ao grupo dos estilingues acima descritos, como o Mineiro e o Lucas, que ao serem preteridos pelos armadores pendem para esse tipo de ação, e que no caso do Lucas, acredito ter sido cortado exatamente pela exagerada insistência nesse especialíssimo arremesso, que se foi bem aproveitado contra os mexicanos, foi contestado firmemente pelo Scola no jogo decisivo do quadrangular. O técnico argentino deu mais um tempo para o jovem pivô pensar no assunto…

E tem mais, pois o Huertas, o Raul e o Larry também não pensam duas vezes para estilingar o aro sempre que possível, deixando a seleção frente a um tremendo impasse, já que nove de seus prováveis escolhidas para a lista final adoram as bolinhas, o que torna o jogo interno optativo, e não prioritário para eles, sejam armadores ou alas, destinando a turma interna para a função de reboteiros e finalizadores de ocasião, justamente como pregam alguns e notórios “entendidos” no grande jogo, mas que, sem dúvida alguma, coloca o Magnano entre duas escolhas diametralmente opostas ao seu senso tático e até estratégico, o de como atacar com uma turma desse calibre, toda ela “confiando em seu taco”, numa condição única no mundo do basquetebol, na qual as equipes mais fortes e determinadas no concerto internacional possuem em suas fileiras no máximo três ou quatro eficientes arremessadores de longa distância, e não pretensamente nove como pensamos ter, ou confiar integralmente em seu sistema defensivo, para equilibrar sua ainda inconsistente forma de atacar as  equipes adversárias, torcendo lá do fundo de seu espírito platino para que as ditas cujas caiam, porque senão…

Mas como seu conterrâneo Papa Francisco reconheceu ser Deus brasileiro, quem sabe não baixe em nossos “gunners” o espírito da inteligência tática, promovendo a redenção do Rafael, do Caio, do Mineiro e do João Batista, em suas odisséias de puladores profissionais (apesar do Caio não saltar uma gilete deitada), atitude essa que definirá os grandes jogos da grande competição, sendo a arma básica de argentinos, canadenses, uruguaios e talvez dominicanos, já que porto-riquenhos terão em nosotros um belo oponente na artilharia externa.

E resta a grande pergunta final, se era para institucionalizar pela força de uma realidade, que o bom técnico argentino tenta ainda restringir, de que a enxurrada de três permanecerá intocada por essa geração de “grandes (e pretensos) especialistas”, dotando as bolinhas como prioridade ofensiva, quando por força dos princípios de precisão, estudos dos lançamentos provam exatamente o oposto, contrariando o conceito universal de que tão perseguida precisão se materializa nos arremessos de media e curta distâncias, principalmente através o jogo interior, destinando os de três àquelas situações de volta interiores, e mesmo assim para serem lançados por quem realmente entende do riscado, por que não convocar logo aqueles grandes pivôs que se destacaram no NBB e adeptos das bolinhas, como o Gruber, o Murilo e o Cipolini, bem superiores também no jogo interno em velocidade aos atuais convocados, para ai sim, mostrar ao mundo uma equipe onde o reinado das bolinhas imperaria absoluto e quem sabe, imbatível (?)…

Ilustro esse artigo com algumas fotos da seleção, onde claramente podemos observar a escolha pelo jogo externo por parte de nossos armadores, e até pivôs que para aquela zona se deslocam, a fim de dispararem seus torpedos nada inteligentes, até o ponto em que um veterano e qualificado Scola vai até lá fora contestar um iniciante Lucas, para a seguir ir lá para frente converter singelos e fatais arremessos de dois, construindo uma vitoria cristalina e acima de tudo lúcida.

Magnano tem um problema em mãos, dos mais sérios, já que apesar de seus esforços e dedicação ainda não conseguiu dirimir erros de muitos e muitos anos de deficiente preparação e formação de base, inclusive defensivos, e o mais restrito de todos eles, nossa auto-suficiência midiática e irresponsável na artilharia de fora, onde a afirmação do Papa Francisco é levada a serio por muito mais gente do que se imagina.

Então minha gente, vamo que vamo…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

1 – Um técnico com grandes problemas.

2 – Zona 2-3 atacada em 2-3, um erro…

3 – Armação isolada, típica do sistema único.

4 – Ataque de 3 sem apoio interno, mais um erro…

5 – Pivô ataca de 3 com forte contestação do Scola.

6 – Idem sobre o mesmo pivô.

7 – Scola define nos 2 em correto jogo interior.

8 – Um correto jogo interior contra o Uruguai.

 

Em tempo – Só marcaremos eficientemente o Scola no dia que o fizermos pela frente, até lá…

ENCRUZILHADA E OPÇÕES…

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Tenho me divertido muito nos últimos dias com a leitura de alguns blogs sobre o futuro técnico e tático do nosso basquetebol, muito mesmo.

Como que num estertor terminal de um conceito que todos professam, profundamente lastreado no sistema único de jogo com suas posições estratificadas de 1 a 5, cujas nomenclaturas bailam de armador puro a finalizador, escoltas de varias matizes, alas de força ou de finalização, pivôs light ou heavy, toda uma setorização que beira ao ridículo, mas que se sustenta através o pragmatismo funcional de uma forma de jogar com domicílio no hemisfério norte e canhestramente copiado por estas colonizadas plagas, vide a quase absoluta migração da mídia especializada para os lados dolarizados da NBA, cujos tentáculos se voltam para o nosso país em busca de um mercado deslumbrado e ávido em consumir tecnologias de ocasião, seja lá as que forem…

Nunca li tanto conhecimento, vasto e aprofundado (?), sobre o grande jogo, mas o de lá, não o daqui, divulgado em todas as mídias, muito bem patrocinadas e financiadas, numa ascendente influência e dominação que deveria preocupar seriamente nossas lideranças desportivas, e mesmo as educacionais.

Então, a tendência analítica do que aqui se pratica técnica e taticamente, presa que está aos cânones mais do que solidificados do tal e absurdo sistema único (e tem gente que jura com os dedos em chifre, que está mudando, evoluindo…), é de simplesmente avaliar e comentar o que vêem sob a ótica do que sabem, ou pensam saber sobre o mesmo, unicamente o mesmo.

Temos então, no caso da seleção masculina adulta, opiniões que se concentram, não na condição do conhecimento e domínio técnico dos jogadores selecionados sobre os fundamentos, os diversos sistemas, a leitura de jogo, e sim do que são capazes de produzir em suas posições de 1 a 5 (acho que bem mais do que 5…), como peças estanques de uma engrenagem a serviço de um esquema formatado e padronizado (ai está a ENTB para confirmar…), e não um corolário de conhecimentos que os tornariam aptos a novos experimentos táticos, e por que não, estratégicos.

Neste ponto sugiro a releitura do artigo aqui publicado e muito bem comentado Papeando com o Walter 2…(Artigo 600), no qual muito do que deveríamos saber e dominar sobre a dupla armação se torna básico pela tendência, mais do que evidente, de que seja essa uma das opções do técnico Magnano em seu profícuo trabalho na seleção, assim como, forçado pela desistência dos grandes pivôs de choque convocados, e que optaram pela NBA, volta seus olhos para aquele outro tipo de pivô, da nossa sempre lembrada e vitoriosa tradição, os de velocidade, flexibilidade, e acima de tudo, multifacetados.

Sem dúvida alguma teremos de ir de encontro a esse novo (?) tipo de pivô, melhor, ala pivô, e para meu gosto, pivô móvel, rápido dentro do perímetro, ágil na recepção dos passes, flexível no drible, nas fintas e nos arremessos de curta e media distancia, assim como na defesa antecipativa, veloz e inteligente, e que ao se deslocar permanentemente ganha em impulso extra para os rebotes, que muito além do impacto físico, prioriza a colocação rápida e espacial nos mesmos, vencendo em muito a lentidão e peso dos tão amados “cincões”, e o mais importante de tudo, jogando de frente para a cesta.

No amalgamento dos armadores com esses novos arrietes, se destina a nossa retomada, o soerguimento de uma tradição vencedora que muitos teimam em omitir, pois pagariam o preço de tornarem a conhecer a nossa história, e não a dos outros, com a finalidade de nos impingi-la goela abaixo, como a verdade a ser seguida, digerida, sacramentada.

Sugiro também a releitura do artigo O que todo pivô deveria saber, que muito elucidaria a correta forma de atuar e jogar de um jogador de tal importância inserido num correto sistema de jogo, aberto e democrático.

Mas Paulo, e as bolinhas de três, nossa “grande arma”, como é que ficam?

Numa equipe jogando da forma acima citada, bolas de três suplementarão o sistema, e não o tornarão escravo das mesmas, numa inversão de prioridades, e sim na busca da precisão, que é o objetivo maior a ser alcançado, além de eliminar de vez aquele tipo de jogador pseudamente “especializado” que é facilmente encontrado em determinadas e repetidas zonas da quadra, parado e acenando em busca de um passe que o torne imprescindível… Importante é saber para quem…

Enfim, acredito estarmos no limiar de uma grande escolha, ou a manutenção da mesmice endêmica que nos tornou escravos de um sistema absurdo e anacrônico, até mesmo para seus inventores lá de cima, ou a busca e encontro de algo não tão novo assim, mas que nos tornariam proprietários de um modo de jogar o grande jogo absolutamente único, e quem sabe, vencedor…

E não perdendo o bonde da história, me pergunto curioso e instigante onde andarão o Cipolini, o Gruber e o Murilo nessa convocação, já que os mais ágeis, rápidos e flexíveis pivôs móveis que possuímos e à disposição? Onde?

Amém.

Foto – Reprodução da TV. Clique na mesma para ampliá-la.

TRÊS MOMENTOS…

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Num primeiro momento anexo os números das três primeiras rodadas da etapa da LDB em São José dos Campos com os das duas etapas iniciais do torneio, e o que temos?

 

– Arremessos de 2 pontos – 1152/2506 (45.9%)

 

– Arremessos de 3 pontos –    362/1269 (28.5%)

 

– Lances Livres                 –    762/1204 (63.2%)

 

– Rebotes                           –  2376 (79.2 pj)

 

– Erros de Fundamentos    –    785 (26.1 pj)

 

 

 

Ou seja, mantêm a turma dos 17 aos 22 anos índices de arremessos muito abaixo do desejável nessa altura de suas carreiras, assim como insistem na enxurrada de bolinhas, ocasionando uma media brutal de rebotes pelo acumulo de desperdício nas mesmas, e com equipes apresentando convergências inacreditáveis, como no jogo São José (13/28 nos 2 pontos e 12/28 nos 3), contra o Grêmio União (12/32 e 10/31 respectivamente), numa partida que me despertou a curiosidade de tê-la assistido, exatamente para acreditar no que veria, assim como constatar in loco ser verídica a inacreditável marca de 26 erros de fundamentos em media, numa prova cabal de que a persistir tão gritante falha, não iremos a lugar algum no universo do grande jogo. Mas na etapa aqui do Rio pretendo assistir pelo menos uma rodada, para me cientificar se tais distorções realmente existem, ao vivo e à cores, ou se não passam de falhas estatísticas…

 

Claro que boas equipes disputam o torneio, mas infelizmente serem aquelas que contam com jogadores que disputam o NBB, numa clara menção de que o título e a vitrine midiática superam em muito o discurso de que essa competição visa dar cancha aos mais novos em sua ascendente transição, esquecendo de que tal experiência deveria ser ofertada para todos aqueles jogadores que pretendem e sonham ingressar na liga maior, e não para aqueles que lá já se encontram, treinando e jogando com os melhores e mais experientes, garantindo títulos midiáticos e indevidos numa liga de desenvolvimento.

 

Por outro lado, lamentamos a presença de equipes completamente despreparadas, mal formadas e treinadas, num flagrante desperdício de verbas públicas que alimentam suas participações, e que deveriam ser direcionadas ao desenvolvimento regional, de onde sairiam aquelas vencedoras, para ai sim, num encontro nacional medirem forças por um acréscimo qualitativo, objetivando seu desenvolvimento real, e não feérico como está ocorrendo.

 

Num segundo momento, consigo sintonizar a transmissão de um jogo via internet da seleção brasileira no sul americano adulto feminino, jogando contra a equipe venezuelana, onde consegue a façanha de perder o primeiro tempo de um jogo assustador pela fragilidade nos fundamentos, todos eles, frente a uma equipe de uma fraqueza absurda, o que me fez desistir do restante da partida, pois em se tratando de uma seleção principal, renovada e com vistas para 2016, deixou-me assustado e absolutamente convicto de que muito poucas chances teremos naquela magna competição, em nossa casa, pela precária e inadmissível situação técnico tática em que se encontra, noves fora os ausentes fundamentos do jogo. Realmente lamentável.

 

O terceiro momento me foi dado pela estréia da seleção masculina no torneio quadrangular em Salta na Argentina, onde uma equipe bem renovada expôs o quanto de penoso caminho ainda terá de trilhar para alcançar um patamar qualificativo a maiores vôos, principalmente na urgente substituição de alguns super veteranos, que simplesmente não mais alcançam as exigentes valências necessárias ao embate internacional, tanto física como tecnicamente.

 

No entanto, novos e promissores valores ascendem a equipe, que claramente vai incorporando a dupla armação, às vezes tripla, pelos bons e jovens valores que se apresentam nesses novos tempos, e que se bem orientados, principalmente na interação com os também jovens e promissores alas pivôs, de uma geração que fatalmente sepultará uma tendência aos “cincões”, gerada por uma plêiade de técnicos, analistas, agentes e dirigentes, estreitamente comprometida com o sistema único, ou por desconhecimento real com o conceito NBA, que nos levaram ladeira abaixo no contexto internacional, poderemos evoluir de encontro a novas formas de jogar o grande jogo, com ritmo e cadencia pensante na armação de situações táticas, e muita velocidade na conclusão das mesmas, atitude somente possível através jogadores ágeis, flexíveis, rápidos e argutos leitores de jogo, que é uma qualidade adquirida pelo intenso e duro trabalho, capacitando a todos, de que posição forem, inclusive, na real possibilidade de enfrentamento a equipes pesadas, atlética e artificialmente super dimensionadas.

 

E nesse ponto cabe um esclarecimento, sério e preocupado, dirigido àqueles responsáveis pelo aprimoramento físico, técnico e tático desses futurosos jovens, basicamente aqueles que se destacam na firmeza e precisão nos arremessos médios e longos, focando no aspecto da sintonia fina na execução dos fundamentos, dos arremessos em particular, que será prejudicada, e muitas vezes anulada, quando frente a um preparo físico inadequado e dirigido a aquisição de massa muscular, na maioria das vezes de fundo puramente estético e antinatural. É um crime confundir força com inchaço puro e simples, ocasionando travamentos e perda de sensibilidade dos finos e apurados gestuais técnicos, assim como comprometendo articulações e tendões despropositada e irresponsavelmente.

 

Fato é que o técnico Magnano se encontra à frente de uma concepção de jogo que nunca foi de sua predileção, mas frente à realidade que se apresenta tende a uma mudança conceitual, que poderá desencadear uma verdadeira revolução em nossa maneira de ver, sentir e jogar o grande jogo, ao ultrapassar a fronteira da dupla armação e os alas pivôs, interagindo entre si dentro do perímetro interno, zona conflagrada das grandes defesas de grandes equipes, que vêem naquele setor o solo sagrado a ser defendido ao preço que for, e que poderão ser derrotadas se falharem e caírem ali mesmo, na ante sala de suas cestas.

 

Mas para tanto, precisamos aprender e dominar a arte de jogar “lá dentro”, arte esta somente possível priorizando a velocidade, a flexibilidade, a ousadia de fazê-lo, assim como canalizando essa novel energia exercendo uma outra arte, a de defender, com as mesmas valências, velocidade, flexibilidade, ousadia, acrescentando mais uma e fundamental, a percepção antecipativa.

 

Enfim, acredito firmemente que ousaremos mais, evoluindo a partir daí para um novo tempo, uma nova concepção de jogar.

 

Assim espero, e humildemente sugiro ao competente Magnano que ouse sempre, pois esses jovens merecem serem proprietários de uma nova forma de jogar o grande jogo, e que poderá inspirar outros jovens como eles, e por que não, os técnicos também…

Amém

Fotos – Divulgações FIBA, LNB e reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

REBUILDING…

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Em maio de 2011 publiquei um artigo (aqui) sobre esse bom prospecto de jogador, que recomendaria que lessem antes de prosseguirem adiante, e mais, atentando para os preciosos comentários no mesmo, quando um posicionamento contrario ao futuro desse jovem é enfocado e discutido como muita propriedade.

E por que volto ao assunto, quando interesses ligados à NBA pouco me sensibilizam, por se tratar de um outro jogo, de uma outra realidade, onde o fator econômico em muito supera e submete o fator desportivo, substituído pela destinação política auferida ao mesmo pela grande nação do norte, por sua poderosa influência junto aos jovens do mundo?

Volto pelo inconformismo por tal influência, que de tão poderosa, evita em seu âmago as mesmas sindicâncias antidopagens  realizadas pela senadoria do congresso americano, que vem intervindo forte e drasticamente nas mais diversas ligas desportivas, cassando medalhas olímpicas e títulos mundiais de muitos de seus atletas de ponta, e que regateia sua intervenção junto a NBA, por ser aquele desporto que mais promove e divulga a marca USA junto aos jovens de praticamente todo o mundo, cuja influência poderia sofrer um enorme baque e desastroso desgaste político econômico se tal investigação comprovasse o que muitos já sabem.

Mas, e o Bebê, o que tem a ver com tudo isso? Bem, lendo a entrevista do jogador ao jornalista Fabio Balassiano no blog Bala na Cesta, um fragmento da mesma elucida o atual posicionamento do jogador, principalmente se comparada com a outra reportagem mencionada acima, quando comenta, em oposição ao seu desejo de ser um ala pivô desde sempre – (…) embora Lucas mesmo reconheça que neste primeiro momento o fundamental para ele seja ganhar massa muscular pra enfrentar gigantes como Dwight Howard, Joakim Noah, Andrew Bynum etc.(…)

Então, o que veremos daqui para diante será uma metamorfose acintosa deste jovem ai retratado (compare essa foto com qualquer outra dele daqui a alguns meses), quando uma grande massa muscular lhe será implantada (não esquecer que seus tendões e articulações continuarão os mesmos, mas circundados pela tal da massa pretendida…), o que fatalmente acarretará num breve espaço de tempo os possíveis rompimentos de praxe, como os que ocorrem na maioria dos “inchados de plantão”, mas nada que não seja compensado pelos milhões amealhados e sofregadamente divididos pelos seus mentores, administradores e dependentes, numa bem azeitada indústria do faturamento às custas da incultura e inexperiência de muitos jovens, como ele…

Triste assistir a um ala pivô,  por desejo e sonhos próprios, talentoso, rápido e atlético, cedendo espaço a mais um fabricado brutamontes, a fim de distribuir tocos, enterradas e muitas cotoveladas (fico imaginando como seria um atleta dessa altura e envergadura, bem treinado e orientado, atuando de fora para dentro do perímetro, inclusive na NBA, pleno de habilidades no drible, nas fintas, nos passes, nas conclusões em velocidade…), para gáudio de uma minoria que bem lá no fundo odeia o grande jogo bem jogado, e que em hipótese alguma abre mão de vultosos lucros, ao preço que for.

Quanto à seleção, seu coração “doerá” a cada recusa em servi-la, como prescreve o bom e já bem conhecido discurso da maioria  daqueles que lá chegaram…

Que os deuses o ajudem e preservem, se puderem.

Amém.

Foto – Bala na Cesta. Clique na mesma para ampliá-la.

AH, OS FUNDAMENTOS…

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Se um jogador corre em alta velocidade driblando uma bola, olhando para ela (e não a vendo em visão angular), sem alternar ritmos e pequenas negaças, ou mesmo mudando de direção com troca de mãos, sem a cabeça erguida e olhos visionados perifericamente quando em estreita presença adversária, semi pressionado, perdendo ou mesmo tropeçando na mesma, poderemos dizer com propriedade, que ele não domina o drible, o mesmo ocorrendo quando executa passes paralelos à linha final, ou o faz sem uma finta antecedente, que não conhece bem as técnicas do passe, ou quando troca de mãos num corte sob pressão, sem concomitantemente executar um passo atrás,  estabelecendo a distância mínima necessária para ultrapassar a marcação, sua inabilidade nas fintas, ou que, num rebote, ofensivo ou defensivo, visa prioritariamente a bola, em vez do posicionamento antagônico, e mais, quando em posicionamento e deslocamento defensivo frente a um habilidoso atacante, permite situar seu centro de gravidade na borda, ou fora da área ocupada e delimitada por seus pés na quadra, concluiremos enfaticamente que, de fundamentos ele pouco sabe, ou mesmo entende, pois pouco ou nunca foi ensinado a dominá-los com alguma propriedade.

Podemos ir um pouco mais longe quanto aos arremessos, onde empunhaduras, controles direcionais, domínio do eixo diametral, e pleno conhecimento dos ângulos de incidência e reflexão em impactos nas tabelas, cedem o mais absoluto espaço à estética, à beleza gestual, ao “estilo”, às majestosas enterradas, ou à volúpia descabida dos longos, temerosos e altamente imprecisos arremessos de três, quando, na contramão de toda essa maquiagem, desequilíbrios e variações limites do centro de gravidade podem ser altamente compensados pelo pleno conhecimento da arte de arremessar uma bola à cesta, bastando para tal o mais pleno ainda conhecimento das técnicas inerentes ao mesmo, e as maneiras mais efetivas e eficientes de ensiná-los, tanto quanto os demais fundamentos do grande jogo.

Somemos a todo este conhecimento dos fundamentos individuais, às variáveis inerentes aos fundamentos coletivos, onde a verdadeira base de uma equipe é forjada por igual, quanto ao domínio técnico do ferramental de todos os seus componentes, os fundamentos, é que poderemos aquilatar o potencial da mesma para desenvolver e dominar sistemas de jogo, ofensivos e defensivos, que sem aqueles não funcionarão, sequer no mais rasteiro nível primário, quanto mais nas megalomaníacas “estratégias de prancheta”, foco inatingível e fantasioso de técnicos que teimam aprender a dominar os caminhos do grande jogo por osmose.

Então, frente à realidade dos números estatísticos que têm sido apresentados nos recentes embates na LDB, e nos campeonatos internacionais sub’s 17, 18, 19, e não sei mais quantos outros, masculinos e femininos, poderemos concluir, e mesmo projetar uma realidade nada encorajadora para um futuro logo ali na esquina, 2016, onde deveriam ser alcançados os resultados de um bem planejado e desenvolvido projeto de soerguimento do basquetebol nacional, em vez da reafirmação de uma política de favorecimentos e corporativismo voltados ao interesse de uns poucos, rudemente dissociados dos muitos que poderiam estar inseridos no grande e ansiado projeto da formação de base, sem a qual iremos, inexoravelmente, de encontro ao fiasco e ao fracasso, com a mais absoluta certeza.

Complementando, dois exemplos práticos, começando com nossa, e ainda na luta classificatória, seleção feminina sub 19, que amanhã cedo joga suas esperanças contra a forte equipe francesa, num jogo que, mesmo de longe e sem qualquer registro visual, tem apresentado uma razoável proposta ofensiva, minimizando os arremessos de fora do perímetro, e priorizando o jogo interno, conseguindo bons resultados, mas que conta contra si uma media absurda de mais de 20 erros de fundamentos por jogo, prostrando ao solo seus esforços de tentar ir mais além, num equivocado carrossel de repetidos erros e óbices na preparação de nossos equipe de base, mas que poderá,  no caso de uma difícil, mas não impossível correção de técnicas individuais ( muito difícil de acontecer por se tratar de hábitos pouco efetivados, e somente enraizados através um longo aprendizado), assim como uma drástica mudança na forma de jogar “dentro” da defesa francesa, sem dúvida alguma, o grande obstáculo.

O outro exemplo fica bem claro nos números apresentados na segunda fase da LDB, se comparados com os da primeira fase, aqui descritos:

 

– Arremessos de 2 pontos – 1519/3257 (46.6%)

– Arremessos de 3 pontos –   497/1685  (29.4%)

– Lances Livres                 –  1053/1631 (64.5%)

– Erros de Fundamentos    –  1031 (23.9 por jogo)

Nota – Números de 88 jogos, pois dois deles não foram publicados pela liga (Goiânia x Limeira e Ginástico x Vitoria-ES)

 

Se somarmos e tabularmos com os jogos da primeira fase, teremos:

 

– Arremessos de 2 pontos – 3136/6986 (44.8%)

– Arremessos de 3 pontos –    968/3388 (28.5%)

– Lances Livres                 –   2220/3352(66.2%)

– Erros de Fundamentos    – 2327 (26.4 por jogo)

 

Logo, o retrato não é nada animador, ainda mais se tratando de uma divisão sub 22, mas que aceita jovens desde a sub 17, e que inclusive tem como participante uma equipe, Limeira, que apresenta os seguintes números em 8 jogos, numa convergência espantosa:

 

-Arremessos de 2 pontos – 67/157 (42.6%)

– Arremessos de 3 pontos – 50/187 (26.7%)

– Erros de Fundamentos   –  78 (15.6 pj)

 

E também uma equipe que não venceu um único jogo, Vitoria-ES, perdendo-os com placares muitas vezes acima dos 30 pontos. Por conta de tão eloquentes exemplos, fico pensando quão equivocada foi a determinação da LDB obrigando a permanência por duas temporadas dos jogadores nas equipes participantes, num critério punitivo para muitos deles, pela mais do que deficiente fraqueza de algumas franquias em seus projetos técnicos na preparação dos mesmos.

Enfim, todo o panorama acima descrito e enumerado, tem como denominador comum um único fator, a ausência quase geral de um domínio aceitável dos fundamentos do jogo, sem os quais estaremos sendo levados para cada vez mais fundo na mesmice endêmica que nos tem esmagado, neles e nos sistemas, aliás, pelo único sistema que professamos contrita e colonizadamente falando. Não à toa a NBA acaba de selecionar um bom numero de nossos mais talentosos prospectos para moldá-los à sua imagem e semelhança num formidável Camp em São Paulo, e já providencia a “musculação” de um ingênuo Bebê, para trilhar o caminho dos lesionados Nenê, Varejão, e outros mais que arriscam sua integridade em troca de alguns milhões de dólares, que devem valer o sacrifício para os mesmos, e principalmente para os que os empresariam, sem ter de levantar uma única grama de ferro, noves fora os eternos enamorados da liga americana, bailando e embalados em seus sonhos de fictícias e infantis quimeras projetadas na carreira dos mesmos, bem, muito bem ao largo do que aqui existe de real e factível, além da flagrante constatação de que para a grande maioria daqueles jogadores pertencentes à liga matriz, a seleção nacional jamais será uma prioridade, talvez uma midiática concessão…

Temo que cada vez mais nos afastemos do que deveria estar sendo desenvolvido junto aos nossos jovens, a verdadeira e transcendental estratégia visando o soerguimento do grande jogo em nosso país, mas quem sabe para, 2020…

Até lá, que os bondosos e ainda pacientes deuses nos ajudem.

Amém.

Foto – Divulgação FIBA. Clique na mesma para ampliá-la.

DE 2 EM 2 = 96 PONTOS…

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Constatar que num campeonato mundial, uma seleção brasileira, ainda mais feminina, arremesse numa partida inteira, e contra uma seleção tradicional como a Coreia, somente duas bolas de três pontos (0/2), e mesmo assim atinge, de 2 em 2 e de 1 em 1 os 96 pontos (o resultado foi de 96×81), é uma alvissareira notícia, empolgante mesmo, pois confirma o que venho defendendo a anos aqui nesse humilde blog, e provei na quadra de jogo no NBB2, que a hierarquia dos arremessos se inicia do mais perto, para o mais distante, não só pelo fator precisão, muito mais pela participação coletiva de toda uma equipe, que para exequibilizar uma cesta de curta distância necessita do trabalho dedicado de todos, e não da exibição extemporânea de “falsos especialistas” da mais complexa arte do basquete, os arremessos de longa distância, campo restrito a muito poucos “realmente” especialistas.

E mais, que a estratégica necessidade de se valorizar cada sacrificado e trabalhoso ataque com pontos mais precisos e de frequência elevada, ao contrário da quase sempre baixa produtividade dos longos arremessos, deveria obrigatoriamente priorizá-los, numa escalada mais profícua e eficiente, e acima de tudo lastreada pelo bom senso tático, e por que não técnico também.

Mas apesar da manutenção de um elevado e incrível número de erros de fundamentos (23 para cada equipe), propiciando inclusive inacreditáveis 27 roubadas de bola (15/12), o simples e objetivo fato da conquista de tão elevado placar sem a conversão de uma única bolinha (as coreanas tentaram e conseguiram um 2/17), por si só demonstra uma clara evolução na perfeita leitura de uma inquestionável verdade, a de que deve toda qualificada e bem treinada equipe procurar sempre a otimização de cada ataque realizado, façanha esta somente atingida através conclusões as mais precisas possíveis, campo irrestrito dos arremessos de médias e curtas distâncias, reservando-se os de longa distância àqueles poucos versados jogadores nos mesmos, e mesmo assim em situações construídas para que sejam realizados nas mais perfeitas situações de liberdade e equilíbrio, sendo dessa forma corretamente definidos como ações complementares, talvez suplementares, jamais prioritárias para quaisquer equipes, de divisões que forem, principalmente em seleções.

Torço para que tão ansiada e esperada conquista não se torne um fator simplesmente pontual, e que se transforme realmente num patamar construído, pensado e praticado em direção ao domínio da eficiência e da elevação na arte de jogar o grande jogo, como deve ser jogado.

Amém.

Foto – Divulgação FIBA. Clique na mesma para ampliá-la.