APARANDO ARESTAS…

Assisto ao jogo com meu filho basqueteiro, anoto jogadas, detalhes, e bato fotos, muitas fotos, que com sua crueza de imagens estáticas revelam muito mais do que sequências animadas, onde se perdem as entrelinhas dos sistemas, das ações individuais e coletivas, do comportamento atemporal dentro de uma competição de alto nível. Bem mais tarde, madrugada adentra, revejo o replay, com mais calma, e sob uma visão muito mais abrangente, depois de ter ido à minúcias na transmissão ao vivo, num exercício de captação e observação às avessas que muito tem me ajudado como técnico vida afora (a sempre bem vinda Engenharia Reversa).

Se foi um jogo levado a valer pelos contendores, muito esconderam, principalmente nosso astuto técnico, que somente se irritou de verdade quando no segundo quarto os americanos impuseram um 13 x 2 (vide foto) forçando uma marcação extremamente agressiva em cima da nossa armação, principalmente através o Raul, que aos 19 anos não possui maturidade e técnica desenvolvida para competições do quilate que querem que ele enfrente, e tem mais, se não corrigirem, melhor dizendo, ensinarem o menino como deve se comportar e agir tecnicamente na armação, nem em 2016 ele chega na condição de dono da posição como anunciam os marqueteiros de plantão.

E o básico que deve ser ensinado se resume a um detalhe, que se não corrigido agora, tolherá sua atuação pelo resto da vida, o de jogar no drible e na finta o mais próximo possível de seu marcador, jamais recuando para obter espaços, e sim avançando para criá-los onde não existem, fazendo com que seu marcador, ao tê-lo colado a seu corpo não aja em antecipações, e sim reaja a uma ação ou atitude ofensiva, mantendo-o sempre um tempo atrás em suas reações. Um bom armador agride, recua, e torna a agredir concomitante à troca de mãos, criando pequenos espaços por onde se infiltra, ou revertendo junto ao corpo do defensor, sempre em equilíbrio instável, provocando o desequilíbrio defensivo, tanto corporal, como espacial, e o mais importante, ambidestralmente.

Mas numa seleção como a nossa, onde até dirigente compõe o banco (com que função?), um detalhe destes de fundamentos deveria ser avaliado, pois contar somente com estrategistas de prancheta em punho jamais resolverá problemas e situações como esta, ou outros, como por exemplo, a equivocada empunhadura do Spliter nos arremessos livres, onde correções podem ser feitas por quem entende de fundamentos. De estrategistas bastam dois, como os temos argentinos, e dos bons.

Exatamente em cima dessa lamentável deficiência foi que os americanos retomaram as rédeas do jogo, pressionando, dobrando, e incentivando o jovem armador a recuar, recuar e lateralizar, para enfim, sucumbir. Maldade essa queimação de filme, mas não muito menor que o aperto que deram no Leandro e de passagem no Huertas, dois macacos velhos das quadras.

Acesos os faróis de alerta, vimos daí para diante um Huertas armando e conduzindo de verdade, a bola, os passes, as fintas os arremessos e as explendidas assistências, jogando como deve jogar um armador, “dentro do marcador” fungando ele mesmo, e não o oponente, no cangote do outro.

Mas algo de instigante ocorreu, e desde o começo do jogo, quando os americanos ao se espalharem aleatoriamente (?) pela quadra de ataque, provocaram situações aonde nossos pivôs vinham marcar fora do perímetro, e os armadores ou alas, dentro, criando impasses onde nossos rebotes defensivos se tornavam ineficientes, provocando trocas sucessivas, nem sempre nos beneficiando, mas sim a eles, que agindo dessa forma equilibravam sua carência de pivôs de oficio, bem aos moldes de sua campanha no último mundial.

Conseguimos, no entanto, equilibrar um pouco essa movimentação ofensiva dos americanos, obrigando-os aos longos arremessos, no que foram ineficientes por um largo período de tempo, quebrado no quarto final pelo LeBron, com seus arremessos da linha NBA.

Nosso ataque, propositalmente (desconfio que sim pela tranqüilidade do Magnano…) não aproximava os pivôs, mesmo jogando com eles, como que testando suas ações técnico individuais, e não o jogo entre eles mesmos, acrescido do apoio do ala, que deverá ser fundamental em Londres se quisermos ir mais além do quem a simples classificação, e nesse ponto fica uma preocupação, a forma do Marcos, pois dos alas convocados é aquele que reúne as melhores características para interagir com os pivôs, não só por sua elevada estatura, mas pela precisão de seus arremessos médios. O Guilherme e o Marcelo poderão compor no apoio em determinados jogos, não os de maior impacto e exigência física, assim como o Alex na marcação de um jogador mais atuante fora do perímetro.

Finalmente, a grande interrogação que se delineia na possível estratégia do Magnano de vir a jogar com dois armadores, que nesse caso se restringiria ao Huertas e o Larry, com um possível, porém temerário Leandro na rotação, e nunca o Raul, principalmente contra europeus e americanos com sua sufocante pressão defensiva, já que uma armação solitária desgastaria o Huertas de forma cruel, o que nenhum adversário descartará, pois reduziria o potencial ofensivo brasileiro em praticamente 50%.

Se atuarmos em dupla armação, como em alguns ensaios feitos nos últimos jogos de ações de pivôs qualificados como os nossos, ai sim, apresentaremos algo de realmente novo neste cenário monocórdio do basquete internacional, somente quebrado pela atitude fragmentária no modo de jogar da equipe americana, não como muitos pensam pela falta de pivôs, e sim pela retomada das habilidades, da grande arte do domínio dos fundamentos, independendo de alturas, pesos, idades, e mesmo, posições.

Ficam alguns questionamentos, tais como:  – Se é real e comprovadamente verdade de que um armador somente atinge sua plenitude perto dos 30 anos, porque forçarmos a barra em cima de um de 19?

– Se aceitarmos a evidência palpável de que o jogo de pivôs nos beneficiará nas grandes competições, porque levar um que sequer atua num jogo preparatório?

– Porque ainda pecamos tanto na convocação de “nomes”, esquecendo aqueles que se destacaram no NBB?

Terminemos dando uma passagem pelas fotos apresentadas, comparando-as com o que aqui foi exposto, e também no que pudemos observar no transcurso do jogo, num exercício de conhecimento e descoberta das entrelinhas do grande jogo. Divirtam-se.

Amém.

 

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

INSIDE (?)…

Paulo,viu o time jogar como você gosta? Vi, mas não do jeito que gosto, mas como deveria jogar sempre, lá dentro, na cozinha deles, e sendo abastecido por dois bons armadores, por todo o tempo, cirurgicamente, e contando com um ala que deveria estar por perto dos pivôs, para de dois em dois otimizarem seus ataques, como quase fizeram desta vez. Note que foram 7/16 de bolinhas de três, 21 pontos num total de 91, ou seja, 70 pontos de 2 e 1 pontos! Imagine a quanto iria o placar se a metade das bolas de três perdidas fossem trocadas por tentativas de dois? Cem pontos…

Mas foram bem melhores do que vinham jogando, e nunca uma briga nos favoreceu tanto em termos de ajustes táticos do que a travada entre o Marcelo e o Gutierrez, os dois melhores arremessadores de três de suas equipes, que alijados do jogo propiciaram como nunca o jogo interior, ora e vez quebrado pelas teimosas tentativas de três dos dois remanescentes cardeais, principalmente o Guilherme, que sempre se postava fora do perímetro, quando deveria estar mais próximo de seus dois pivôs, em bloqueios, em cruzamentos, todos em movimento constante, sempre bem colocados para os rebotes ofensivos, para a bola curta e precisa, e provocando faltas de seus oponentes, e o mais importante, bem posicionados para retardar e mesmo contestar os contra ataques adversários, que sem dúvida alguma será a grande arma dos americanos na segunda feira, como foi contra os dominicanos.

Então Paulo, como você gostaria de ver um time jogar com três alas pivôs sob dupla armação?  No caso da seleção, que pode sempre escalar dois bons e ágeis pivôs, contando com um ala de boa estatura e bom arremesso, como o Marcos (2,07), o Guilherme (2,05), o Marcelo (2,00) e o Alex (1,93), e três eficientes armadores compondo duplas sempre em jogo, tal sistema funcionaria muito bem na medida em que todos os jogadores se movimentassem ininterruptamente, mantendo dessa forma seus marcadores próximos a eles, atenuando muito as flutuações defensivas, comprimindo-os dentro do garrafão, quando ai sim, liberariam generosos espaços para arremessos médios de dois e mesmo os de três pontos.

E estão muito próximos deste cenário, bastando percorrer com atenção as fotos acima postadas, que revelam o quanto ainda teriam de evoluir para preencherem os mais importantes requisitos para executarem o sistema com precisão, começando com os deslocamentos constantes, principalmente após efetuarem os passes; a colocação de frente para a cesta de todos os jogadores nos arremessos, inclusive os pivôs; a presença constante do ala próximo aos pivôs, interagindo com os mesmos por todo o tempo, abrindo espaços sempre que a leitura defensiva assim o permitisse, e finalmente, que os armadores jamais saíssem do foco das ações, na entre ajuda e no domínio do perímetro exterior, agindo como armadores e não se comportando um deles como um ala adaptado.

Foto 1 – Raul na armação inicial, com os dois pivôs bem colocados, e o Larry penetrando, quando deveria ser esta uma ação do Guilherme, que se mantêm fora do perímetro, num típico posicionamento para um arremesso externo…

Foto 2 – De novo o posicionamento errado do Larry, onde deveria se encontrar o Guilherme…

Foto 3 – Mais uma vez o Guilherme fora do perímetro interno…

Foto 4 – Ação correta dos armadores, mas…

Foto 5 – Boa ação dos dois pivôs, mas sem a ajuda próxima do ala…

Foto 6 – Outra ação dos pivôs, mas com um deles na ala, desfalcando em muito o posicionamento para o rebote.

Enfim, a seleção se encontra num limiar auspicioso, na medida em que sua direção inove na maneira de jogar, já que impôs novos hábitos e atitudes, principalmente na disposição defensiva, pressionada, forte e atuante, mas que deveriam ser acrescidos de maior contundência ofensiva, mais ousada e diferenciada das demais equipes, fator que a qualificaria entre as mais instigantes da grande competição.

O técnico Magnano, com sua experiência e notória competência, sem dúvida alguma saberá percorrer o caminho árduo e pedregoso de uma competição que já venceu com méritos. Assim espero, assim torcerei.

Amém.

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HUM, SEI NÃO…

Paulo, 16/25 de 3, 64%!! Que artilharia, que precisão, principalmente do Marcelo. E agora, caiu a ficha de que estamos em rota de colisão com uma medalha olímpica? E olha que foi contra a Espanha, 101 x 68, é pouco cara?

Hum, sei não, uma Espanha que envia um time B para testar brasileiro, e não faz o que o A leva como ação básica, defesa forte e perímetro atuante, sendo ambos pertencentes à mesma e tradicional escola de formação?

Num ponto eles poderão ficar algo curiosos, quanto ao quem é quem na artilharia nacional, afinal Leandro, Marcelo, Guilherme, Raul, Huertas chutaram bolinhas a valer (vide fotos em sequência), as do Alex só consegui registrar a bola (última foto), e a do Larry nem isso…

Enquanto isso, num jogo com pivôs poderosos em ambos os lados, nos eximimos de treiná-los, pois preferiram alguns passes de dentro para fora, alimentando a turma do perímetro, além de pegarem rebotes para os muitos contra ataques da equipe, e adiando o fundamental jogo interno, mesmo cometendo erros,  no ponto que definirá muitos jogos em Londres.

Enfim, honestamente me preocupa uma equipe em que todos os seus armadores e alas se acham especialistas de três, quando deveriam ser arrasadores nos dois pontos, no jogo interior onde os percentuais são mais altos, e as possibilidades de provocarem faltas nos pivôs adversários se torna estrategicamente crucial, qualificando cada ataque, cada oportunidade de conclusão, pois se pensam que vão encontrar as facilidades de hoje na grande competição (inclusive contra a Espanha A…), estarão cometendo o maior dos erros, o de auto-estimarem suas reais possibilidades ante uma realidade antítese à de hoje.

No jogo de hoje com a Argentina, esses e outros fatores deverão ser minuciosamente mesurados, com realismo e bom senso, principalmente no jogo exterior, ainda muito circundante, numa busca óbvia para o tiro longo, quando a primeira opção deveria ser a do jogo interno, onde se decidem os jogos, os campeonatos, onde os americanos vão incidir como nunca, assim como algumas das grandes equipes européias, e a argentina também. Que prestemos muita, muita atenção nesse jogo, dada a sua importância a essa altura da preparação, pois os demais jogos antes de Londres espelharão toda uma tendência a ser desenvolvida na grande competição, onde incidirão os maiores esforços da equipe, se dentro ou fora do perímetro, se na velocidade explicita ou no jogo armado e cadenciado, se definido e decidido nas tabelas, ou na hemorragia nossa conhecida e estratificada até o jogo de ontem, a bolinha com seus mágicos 64% (16/25), claro, se deixarem, pois em caso contrário, hum, sei não…

Amém.

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O CORROSIVO ÁLIBI…

(…)Mas em absoluto foram os motivos reais, e sim os progressivos traumas provocados pela sequência cumulativa de erros de arbitragens, jogo a jogo, temporada a temporada, por muitos juízes que se sentem no direito de julgarem aprioristicamente, de interferirem nas zonas de atuação uns dos outros, e que mesmo se seu número aumentasse para 4 ou 5, continuariam nas intromissões indevidas e pouco éticas, causando apreensões e medos indevidos em jogadores e alguns técnicos, num confronto absurdo que sempre me neguei a participar, arbitro que fui na federação do RJ, e professor de técnica de basquete nos cursos de formação de árbitros, onde tais comportamentos eram discutidos e dirimidos, evitando a criação de  áreas de atrito permanentes e antipáticas, levando muitos jogadores a se colocarem em antagonismo com os mesmos logo que a bola subia para o jogo.

Mesmo ante tais evidências, esse também não foi o motivo real da derrota, e sim a incapacidade de alguns jogadores em abstrair tais influências, longamente plantadas em suas mentes, tornando-as indesejáveis companheiras de suas realidades desportivas, e não inconscientes álibis para constantes derrotas.

Perdemos pela ausência dessa abstração, que será de agora em diante um objetivo a ser estudado, discutido e erradicado de seus comportamentos, para quando amanhã se defrontarem com a verdade das quadras mantenham o equilíbrio e a devida distância de uma variável imutável, mesmo que sob o domínio do erro crasso, da vontade e da decisão irrecorrível, correta ou errada do trilar do apito de um juiz.(…)    ( trecho do artigo O décimo nono dia, publicado em 27/2/2010).

Os parágrafos acima foram escritos após a derrota da equipe do Saldanha para o Pinheiros no returno do NBB2, quando constatei aquele que seria o maior dos problemas que enfrentaríamos dali para diante, a busca inconsciente de álibis que justificassem derrotas, cuja manifestação primeira era a de culpar as arbitragens pelas mesmas, numa omissão inconsciente de seus próprios erros, pouco ou nunca admitidos. Foi um trabalho penoso a que submeti toda a equipe em seus treinamentos, principalmente nas prolongadas e cansativas praticas em meia quadra, onde ataques e defesas duelavam intensamente, e onde privilegiava as ações defensivas dentro ou mesmo fora das regras, principalmente quanto às faltas pessoais que não eram assinaladas propositalmente.

De inicio todos estranharam, e mesmo reagiam surpresos, mas insisti ao máximo que cargas nos armadores e pivôs fossem elevadas ao máximo, que os bloqueios fugissem das regras regulares, e que em nenhum momento o homem da bola respirasse com liberdade, e que nenhum arremesso fosse executado sem anteposições, faltosas ou não, enfim, eram dadas à defesa todas as facilidades possíveis, e o máximo de dificuldades às ações ofensivas, a ponto de um dia um dos jogadores me interpelar dizendo que não entendia o por que do meu pedido constante de não querer ver o sistema que treinávamos dar certo ante defesa tão enérgica e até desleal, dando-me a oportunidade ansiada para responder que, se ante tantas dificuldades, o sistema pudesse se desenvolver, obrigando todos a uma leitura ampla e fundamentada no improviso consciente, ai sim, estaríamos preparados para vencer, ou mesmo perder, sem nos preocuparmos em buscar desculpas e álibis, culpando arbitragens, e desculpando nossos erros.

Porque trago esse exemplo prático de direção de equipe ao presente artigo? Porque é o que vejo se avolumar no âmbito de nossas equipes, e o pior, em nossa seleção. –“Fomos roubados na Argentina”- “Não fosse a arbitragem teríamos vencido…”- “Impossível fazermos 33 faltas e eles só 17”- E muitas e muitas outras manifestações nos blogs, nos comentários televisivos, contestando o resultado, culpando a arbitragem pela derrota.

Preocupa-me a síndrome do álibi inconsciente, embasando desculpas a erros que não deveriam ser omitidos, a erros que se corrigidos, arbitragem nenhuma influenciaria no resultado de partidas. A seleção precisa com urgência se desvincular das arbitragens, e se concentrar na aprendizagem e sedimentação de seus sistemas de jogo, sejam eles quais forem, a começar pela direção da equipe, cuja permanente tranqüilidade transmitiria a equipe o enfoque absoluto e necessário para superar os obstáculos, inclusive arbitragens.

Precisa a seleção optar pelo jogo seguro, pela escolha correta e inteligente do melhor arremesso, do jogo interior, da colocação estratégica nos rebotes, com o maior número possível de participantes, com a execução de passes incisivos e não circundantes, numa perda de tempo inconcebível, com um posicionamento correto e efetivo na defesa, na anteposição aos arremessos e passes de nossos adversários, sem tréguas, sem omissões.

Olhem as fotos e vejam como atacamos no interior, com pouca movimentação e deslocamentos de todos os jogadores, e não somente dos pivôs intervenientes, assim como a trágica opção das bolinhas (6/23), principalmente através os cardeais e um Leandro impreciso quando mais necessária a sua habilidade penetradora ao fim da partida, além da falência defensiva individual, quando alguns de nossos luminares jogadores simplesmente não sabem marcar.

Tudo isso pode ser atenuado, corrigido em médio prazo, mas encontrará um sério obstáculo que anularia os esforços da equipe, o fator arbitragem, o álibi que precisam expurgar ao enfrentar e reconhecer suas falhas e carências.

Amém.

Fotos – Reprodução da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

O (POSSÍVEL) REFERENCIAL…

Chego em casa vindo de um banco, onde fui acertar uma renegociação numa divida, seguindo as baixas de juros, no que consegui em parte, após horas de espera e discussões. Do jardim escuto o telefone fixo tocar, e imaginei poder ser o Pedro, afinal, por conta da saída não pude assistir ao jogo da Nigéria com a Grécia, e como sempre faz, liga para comentarmos os jogos. Atendo, e não deu outra, era o Pedro…

Paulo, você perdeu o melhor jogo do pré olímpico até agora, com dois armadores endiabrados da Nigéria, e seus alas e pivô extremamente ágeis e rápidos, dando uma canseira nos gregos e vencê-los. Você gostaria de ter visto algo que sempre defendeu…

Pronto, explodo, não por perder o jogo, mas por ser lembrado que tenho alguma razão defendendo o sistema de jogo que propugno a longo tempo, mas que só defendo, impedido que sou de tornar levá-lo às quadras, pelo simples fato de não comungar com a mesmice endêmica que nos impuseram desde sempre, da qual ao me insurgir veemente e decididamente, tornou-me inelegível a qualquer equipe neste injusto e cartorializado país.

E nesse ponto, lembrei que nada postei sobre o rachão de ontem, enquanto, no mesmo torneio a Argentina jogou para valer, numa situação que pouco entendi, mas que deve fazer parte do nosso treinamento, que aliás foi aberto a todos, pois jogo garanto que não foi.

Mesmo assim, vi o argentino torcer as feições com algumas bolinhas disparadas a esmo (6/17), principalmente em contra ataques, numa contestação aberta a seus rogos, principalmente por parte dos cardeais. Mas como só foi um “treino”, quem sabe entrarão em sintonia mais à frente? Minha opinião sincera? Duvido que entrem, nos restando somente brandir aos deuses para que tais bolinhas caiam, senão…

Hoje jogamos com os hermanos, num momento importante para ambos, pois se de um lado uma seleção experiente, forte, porém encanecida, parte para um gran finale numa competição olímpica que já venceu, por outro, um grupamento estruturalmente heterogêneo, desde sua formação de base, que ao se encontrar com um técnico coletivista e adepto de uma defesa forte, tem a oportunidade de rever alguns cansados comportamentos conceituais de jogo, para evoluir para algo mais consistente, confiável e menos aventureiro, abrindo portas para algo mais, muito mais importante para o nosso basquete, um referencial que possa vir a direcionar nossa formação de base, sinalizando novos caminhos, novas e instigantes formas de jogar o grande jogo.

Amém.

Foto – Colin Foster/Divulgação. Clique na mesma para ampliá-la.

O FRONTAL DESAFIO…

-“Se ele está livre tem de chutar, ele é muito consistente no jogo de três…” (comentarista do Sportv no jogo de ontem contra a Grécia).

E ele chutou, e muito, mesmo após ser repreendido por fazê-lo, repetindo a mesma cena do jogo de véspera. Mas…as bolinhas caíram, e aí meus deuses, o que fará o hermano?

Creio ser este o grande problema que enfrentará o argentino daqui para diante, a não ser que se imponha lastreado em razões, por assim dizer, estratégicas.

E que razões seriam estas, senão aquelas que o tornaram um campeão olímpico, na direção de um outro modo de jogar o grande jogo, e não esse em que se defronta com a dura realidade do vamo que vamo…

Perdeu a seleção ontem, estrategicamente falando, uma grande oportunidade de fazer nossos grandes pivôs jogarem contra outros grandes pivôs, dos melhores da Europa, que será a constante que encontraremos em Londres, e que deveria ter sido o mote do jogo, de um jogo de preparação para um campeonato maior, e não um torneio que distribuiu medalhas e troféus inexpressivos, e lampejos geniais de bolinhas mediáticas de três, lançadas como num desafio sutil e perigoso, pois escancarou uma insatisfação aberta e pública de um técnico laureado por um lado, e um jogador em final de carreira que quer por que quer impor uma forma de jogo, que se de um lado o levou ao estrelato, por outro, põe em risco a ansiada tentativa de uma seleção se fazer inovadora, depois de um longo purgatório marcado por uma mesmice endêmica, embalada exatamente pela forma de atuar de jogadores e técnicos descompromissados com a defesa, originando, pela ausência da mesma, a orgia desvairada dos longos arremessos de três.

Marcelo e Marcos são maus marcadores, mas pensam compensar tal inabilidade com arremessos de três, numa contrafação direta aos planos do técnico, focado num jogo interior poderoso, não só pelos jogadores à sua disposição, mas pela reafirmação desse mesmo modo de jogar empregado em Mar del Plata, onde não contava com dois deles. Num cenário de tal dimensão, arremessos arrivistas inabilitam em muito o jogo interior, possibilitado pela forte defesa implantada e desenvolvida por ele energicamente.

Quer dizer Paulo, que você se coloca frontalmente contra as bolinhas? Nunca me coloquei contra qualquer tipo de arremesso, na proporção direta de sua aplicabilidade efetiva, equilibrada e no momento adequado. Arremessos longos devem ser executados com o máximo equilíbrio, firmeza e tempo adequado à sua concretização, exatamente pela exigência implícita nos mesmos da máxima precisão de execução, condições estas somente alcançáveis através passes vindos de dentro para fora do perímetro, e somente neste caso.

Por conceituação lógica, um poderoso jogo interior propiciaria tais condições, onde a recíproca jamais seria verdadeira se o sentido das jogadas percorrerem o caminho inverso. E é neste ponto que o modo arrivista e aventureiro de jogar se choca com todo um principio técnico tático desejado pelo Magnano, onde sua ainda contida revolta pode estar sendo interpretada como uma “politica aceitação” de algo difícil de ser contornado, ou mesmo, corrigido.

Defesa forte, rebotes precisos, contra ataques concluídos de curta distância, e não em bolas de três, jogo ofensivo prioritariamente interior, e adequada e precisa seleção de arremessos, preenchem toda uma estratégia de jogo do bom argentino, que acredito não se deixará levar por desafios imaturos e personalistas, ainda mais quando pode contar com jogadores de grande qualidade embaixo das taboas, ausentes em seleções anteriores, e que necessitam de permanente apoio, pois seria inconcebível que se transformassem em apanhadores de rebotes e sobras de arremessos despropositados.

Mas tal apoio exigiria pleno domínio de armação por todo o perímetro externo, fator somente concebível em dupla armação, rápida, precisa e acima de tudo inteligente, sendo este sim, o bom problema a ser equacionado por ele, e não o anterior, que numa penada poderá ser resolvido se não houver entendimento e compreensão por parte daqueles que ainda insistem e teimam em recriar o que de muito, já deveria ter sido superado. Maturidade estratégica?  Falta em alguns, mas nada que não possa ser devidamente corrigido…

Amém.

Fotos – Divulgação CBB. Clique nas mesmas para ampliá-las.

O HÁBITO…

O Pedro me liga e dispara – Parece que poderemos esperar coisa boa em Londres. Estou animado, e já reservei hotel e ingressos para assistir…

Que bom que o velho amigo vai a uma Olimpíada, e mais ainda, esperançoso de uma boa participação brasileira. Mas me reservo o direito de ponderar sobre tão otimista previsão, pois ainda muito teremos de melhorar, ou mesmo mudar a forma de jogar, principalmente quanto ao coletivismo pretendido pelo Magnano, dirigindo jogadores que, em alguns casos bem marcantes divergem inconscientemente desse saudável posicionamento do argentino.

Arremessar de três somente na bola que volta do perímetro interno, e mesmo assim se as condições de equilíbrio e espaço forem a favor, é a exigência do técnico, que tenta priorizar o jogo interior, a fim de explorar ao máximo o potencial de seus pivôs no jogo seguro das bolas de curta e média distância, além, é claro, forçar as faltas dos pivôs adversários.

Mas algo destoa dessa tendência, o hábito arraigado desde sempre por parte dos cardeais, agora acrescido do Marcos, todos fissurados nas bolinhas em qualquer situação de espaço mínimo, inclusive em contra ataques. E foi num desses que o Magnano advertiu o Marcelo, mesmo com a conversão do arremesso.

Num jogo desse nível, em que o adversário se mostrou deficiente em todas as suas linhas, tal facilidade de espaços eram argumentos atraentes para a turma da bolinha, esquecendo que a prioridade nesta fase do treinamento deveria ser centrada no tipo de jogo que não professam em seus clubes e em suas participações estelares. E o incansável técnico lembrava isso a todo o momento, energicamente em algumas situações, e nesse ponto, lembro como altamente positiva a proibição de microfones nos pedidos de tempo e nas entrevistas televisivas, principalmente numa fase de estruturação técnica e tática visando à grande competição de julho, e que deixou órfãos os “comentaristas de comparação”, ou seja, que projetam nas falas e interferências dos técnicos suas posições e preferências pessoais, na contra mão do que agora são forçados, pela proibição, a analisar o que vêem, e não o que escutam.

Outro fator ainda tem de ser considerado, a de que o hábito de chutar a qualquer pretexto, adquirido frente à fragilidade de nossas defesas, é o mesmo que tornam nossos jogadores negligentes defensivamente, e aí, prezado Pedro, é que o problema se avulta, pois é de difícil correção, que podemos constatar facilmente na progressão dos quartos do jogo. Iniciamos com toda a energia, mas não mantemos o foco defensivo, exatamente pela ausência de praticá-lo desde as divisões de base, pois o mesmo exige continua e persistente insistência, até se tornar um hábito dos mais positivos.

Hoje, teremos pela frente uma seleção de verdade, muito técnica e aguerrida, quando, ai sim, poderemos avaliar com alguma precisão a quantas andam as influências vindas do sul, da terra onde desde muito cedo, já que na formação de base, jogadores dão ao hábito de defender o mesmo valor do de atacar, ano após ano de sua trajetória rumo a boas e equilibradas seleções, ao contrário dos nossos jogadores, pobremente formados e informados, quando, por força de seu talento, optam por técnicas midiáticas como maravilhosas enterradas (pivô que se preza, ali embaixo, tem de enterrar- recado da maioria dos comentaristas), e arremessos de três de outro mundo…

Com o Delfin pacificado e em boa forma, e os cardeais ainda reticentes quanto às suas facilidades restringidas nas bolinhas, veremos como nos comportaremos coletivamente daqui para diante, torcendo para que algo que restringe todo um projeto modificador do Magnano possa ser atenuado a níveis que comportem sua tentativa mais do que válida, de tornar essa equipe competitiva ao máximo, o hábito, que situa nossos jogadores atuantes no perímetro externo quando atacam, e ausente do mesmo, quando defendem.

Conseguirá mudar esse panorama o bom técnico argentino? Difícil, Pedro, não impossível, na medida em que todos realmente se comprometam, e se envolvam com a retórica de quem já venceu a grande competição, numa outra realidade, num outro comprometimento, o de base, o de formação.

Torço para que consiga, mesmo, sem ressalvas, mas com cautela e esperança.

Amém.

Foto – Divulgação CBB, Clique na mesma para ampliá-la.

UM BOM CAMINHO…

 

A equipe ainda está incompleta, treinou em segredo, falou muito pouco, e mesmo assim através uns poucos jogadores mais midiáticos, e veio para um jogo contra um adversário muito fraco e previsível.

Reapresentou sua disposição defensiva vista em Mar del Plata, mais robustecida com uma táboa mais consistente e forte pela presença do Nenê, que em conjunto com o Varejão e o Spliter, sem dúvida alguma formarão um dos núcleos defensivos mais fortes da competição olímpica.

Ofensivamente, pelo que foi apresentado, algumas pequenas tendências puderam ser apontadas e observadas, sem, no entanto apresentarem algo de realmente inovador. Nas fotos 1 e 2, temos algumas pistas pela observação do posicionamento defensivo dos maoris à vontade e majoritários na primeira foto, e sob pressão de três brasileiros no âmago do perímetro na segunda, quando toda uma gama de possibilidades se descortinam pela intensa movimentação interior de nossos jogadores, e o posicionamento da armação exterior, pronta  para dar seguimento às possíveis e várias opções de jogadas, mas com um fator restritivo, quando o segundo armador na ocasião, o Alex, ocupa uma posição que deveria estar sendo exercida pelo Guilherme, não só por sua maior estatura, mas pela habilidade que demonstra quando em ação dentro do garrafão, principalmente nos arremessos curtos e com reversão, assim como seria mantido um forte equilíbrio defensivo pela presença do Alex junto ao Nezinho.

Na foto 3, mais uma vez vemos um ala pivô de grande estatura e velocidade, o Marcos, se situando muito fora do perímetro, claramente se posicionando para o tiro longo, quando poderia estar colocando toda a sua habilidade pontuadora a serviço de arremessos mais precisos e eficientes se dentro do perímetro.

No entanto, algo de muito positivo pudemos observar no transcurso da partida, como a intensa movimentação de todos os jogadores, e não duplas ou aventuras solitárias, como podemos atestar na foto 4, onde bloqueios simultâneos dentro e fora do perímetro mantêm a defesa adversária colada nos atacantes, originando daí bons espaços para ações ofensivas mais perto da cesta, otimizando os ataques, para de dois em dois avançarem no placar.

Na foto 5 temos uma situação perto da ideal, com praticamente todos os homens mais altos da equipe dentro da zona de rebotes, permitindo dessa forma que segundas situações de ataque aconteçam com mais frequência. Rebotes ofensivos é uma garantia bastante segura de sucesso, ao acrescentar ataques extras em jogos mais difíceis e decisivos.

O que não pode ocorrer é permitir que uma superioridade posicional defensiva supere as possibilidades acima mencionadas, com podemos observar na última foto, que é uma constante em nossos campeonatos regionais e nacionais, fator que poderíamos releva desde a base, pela ação coletiva constante de todos os jogadores, principalmente junto à cesta.

Enfim, pontos positivos estão sendo implementados, e razoavelmente utilizados pelos jogadores, ainda muito presos a vícios de longa data, inclusive os mais jovens da seleção. Acredito que a continuidade desse trabalho proposto pelo Magnano, sirva de parâmetro aos demais técnicos, no intuito de tentarmos mudar nossa endêmica forma de jogar, aspecto este somente possível pela reformulação didático pedagógica no ensinar o grande jogo entre nós, através a criação de metodologias de longo prazo, informatizadas e divulgadas ao longo de um bem elaborado projeto de alcance nacional, bem ao contrário das reuniões de fim de semana até agora patrocinadas por uma ENTB equivocada e errática.

Acredito que possamos melhorar bastante no decorrer da preparação, e que, se optarmos por uma dupla armação e um jogo interior intenso por parte de nossos potentes alas pivôs, muito de oportunidades poderemos auferir nas grandes competições que participaremos até 2016.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

FÁBIO, UM LUTADOR…

Olá Professor Paulo,

Escrevo lhe para contar que neste final de semana encerramos nossa participação nas finais do INTERCEUS 2012 sub-17 masculino de basquete conquistando a medalha de prata da competição!

Estamos muito felizes porque essa medalha veio como resultado e recompensa a muita dedicação, união e trabalho duro,  e quero que o senhor saiba que muito se deve a filosofia de jogo que tenho adotado ( a qual o senhor é uma das grandes referências).

Se chegamos tão longe, muito deve-se à superação de limites individuais e coletivos, esta foi minha primeira experiência com o sistema de dupla armação, tenho certeza que só deixamos equipes tecnicamente superiores para trás (inclusive o campeão do ano passado) por conta de nossa forma de jogar diferenciada. Na final perdemos para uma equipe com muitos meninos de clubes, inclusive atletas federados, então a disparidade técnica e física era brutal, ainda assim dificultamos o máximo que pudemos.

No fim nos coube à medalha de prata, o que num primeiro momento deixou os meninos chateados, pela sensação de “perda do ouro”. Conversamos bastante e logo enxergaram de outra forma, valorizando a nossa conquista. Sei que o senhor já passou por situações dessas, gostaria de pedir uma palavra sua sobre essa questão de medalhas de ouro, prata e bronze para que eu repasse aos meninos.

Um grande abraço, obrigado pela resposta no blog também, logo comentarei mais, tenho acompanhado tudo,

Fábio

obs: segue anexa uma foto nossa com o troféu de prata e as medalhas.

Recebi esse email de um jovem técnico de São Paulo, reafirmando minha convicção de que podemos vencer etapas tidas como incontornáveis no atual panorama do basquete no país. Recentemente o Fábio foi ao meu encontro em Mogi das Cruzes, quando lá estive para acompanhar a final do NBB4,  e onde  tive o enorme prazer em conversar com ele por mais de 6 horas, que passaram rapidamente, ofuscadas pelo seu ardor e empenho em discutir sua grande paixão, o grande jogo.

E que mais poderia acrescentar àquela conversa tão rica e produtiva que tivemos, senão pedir que continue o belo trabalho que promove junto a juventude que lidera, lembrando a todos seus jogadores que dêem o máximo de valor à sacrificada conquista, lembrando sempre que um outro fator se sobrepõe às medalhas e troféus na fase da vida em que se encontram, o de adquirirem o máximo de técnicas individuais e coletivas possiveis, pela incessante prática dos fundamentos, que é a ferramenta mestra do jogo, e que deverá ser praticado em todas as etapas de suas vidas,  enquanto jogadores.

Parabenizo a todos, e ao Fábio em particular, por sua seriedade e profunda honestidade como professor e técnico, sempre pronto a aprender, assim como a ensinar e transmitir incondicionalmente o grande jogo.

Amém.

Foto – Equipe sub 17 do C.E.U. Jaçanã, vice campeã do INTERCEUS 2012 – São Paulo. Clique na mesma para ampliá-la.

OCTAGON, UM PROGRAMA PARA TODA A FAMILIA 4 …

‘Spider’ perde a paciência, xinga Sonnen e garante: ‘Ele vai apanhar como nunca’

Rio –  A paciência de Anderson Silva parece ter acabado. Depois de ouvir muitas provocações do rival Chael Sonnen, o campeão dos médios perdeu a compostura e criticou fortemente o americano. Os dois disputam o cinturão no UFC 148, no dia 7 de julho.

Demonstrando estar cansado das provocações, ‘Spider’ decretou: “A falação acabou, a brincadeira acabou. Esse cara nunca mais falar m… de um lutador“.
O brasileiro continuou e xingou o rival de “marginal” e “imbecil”.

“Esse cara é um marginal, é uma escória do esporte. Esse cara não merece estar no UFC. É um cara que teve problema com doping, com a Justiça. Esse cara é um imbecil, e no dia 7 eu vou acabar com ele”, gritou durante conferência por telefone.

Sonnen escutava os insultos e surpreendentemente não reagiu. Sobre a luta do próximo dia 7, ‘Spider’ prometeu a vitória e garantiu que “vai quebrar o Sonnen por inteiro”.

“Eu vou bater nele de novo. Não tem muito o que ficar falando. Acabou a brincadeira. Ele vai apanhar como nunca apanhou. Tudo o que ele não apanhou da mamãe e do papai, ele vai apanhar de mim para aprender a respeitar o país dos outros. Por baixo, por cima, de lado, de pé, ele vai apanhar de novo. Ele vai engolir todos os dentes da boca dele. Muita gente vai ficar assustada com o que vai acontecer. Estou dedicado, preparado e designado a fazer algo que ninguém nunca fez no UFC: quebrar o Sonnen inteiro. Ele vai ficar com os braços quebrados, as pernas quebradas. Não vai conseguir sair sozinho do octógono”, atacou. (O DIA, em 25/6/2012).

Com um portfólio desse nível, todos ligados na TV, pois melhor programa para a família, impossível, ainda mais quando o nosso ícone campeão sugere a inclusão da disciplina MMA nas escolas, e como aula prática de como quebrar um adversário por inteiro, testemunharemos o enorme alcance deste exemplo na educação de nossos jovens, num espetáculo edificante e exemplar.

No fundo, no fundo, creio que merecemos tudo isso

Amém.

Foto – EFE. Clique na mesma para ampliá-la.