OS AMERICANOS…

E os capixabas se superam, pois acabam de bater um novo recorde, o de derrota pela maior diferença de pontos, recorde este que pertencia a eles mesmos, desde os 54 pontos de diferença impostos ao Vitoria pelo Flamengo no NBB3, para uma esmagadora e constrangedora diferença de 62 pontos do mesmo Flamengo sobre o Vila Velha, contagem inadmissível dentro de uma competição deste nível.

Três foram os americanos contratados pela equipe do Espírito Santo, como uma solução pela péssima campanha no NBB3, igualmente encontrada pela equipe de Franca, mas que ao final dessa nona rodada as fazem ocupar as colocações inferiores da tabela, provando que americanos por si só não elevam equipes à ponta classificatória, e sim treinamento altamente qualificado que, pelo menos, os situem harmonicamente dentro de suas equipes, e não como o centro irradiador das mesmas, pois na maioria das vezes não têm qualificações para tanto, já que excedentes de pelo menos quinze ligas profissionais espalhadas pelo mundo.

O incrível sobre tais contratações, é que a maioria delas preenche o imaginário de muitos técnicos, ávidos em “comandar” americanos, como se tratasse de um salto qualitativo em suas carreiras, um invejável acréscimo em seus currículos profissionais (?).

Agora imaginemos um jogo entre duas equipes nacionais com três americanos em cada (caso de Franca e Vila Velha), que pelo investimento em dólares os fazem titulares, ocupando seis posições contra quatro de brasileiros, e com técnicos que balbuciam um ininteligível inglês, para avaliarmos o caos comunicativo que se instalará na quadra, ainda mais quando a pretensa superioridade de jogo dos estrangeiros inexiste na pratica. Imaginaram?

Pois caros leitores é exatamente o que vem ocorrendo no NBB4, com duas equipes perdendo cada vez mais jogos (inclusive com recordes negativos de contagem) de um lado, e seus técnicos incapacitados de fazer jogar americanos de DVD, que de português só devem conhecer a palavra salário, de outro.

Sem dúvida alguma alguém deve estar lucrando com tudo isso, quando menos, pela errônea publicidade de que um americano no time resolve problemas, quiçá três, num monumental equivoco lastreado por um sentimento, praticamente irremovível, de colonialismo endêmico que se apossou das lideranças de nosso basquetebol nas duas últimas décadas.

Quando observamos com satisfação a produtividade técnica de alguns jogadores latinos, onde até um paraguaio demonstra insuspeitadas qualidades, numa liga que ainda se situa no limiar de maiores investimentos, e os vemos serem liquefeitos em contratos com jogadores de quarta linha (com três ou quatro exceções), pagos em dólares, e completamente fora da nossa realidade econômica, e por que não, técnico tática, em detrimento de bons jogadores nacionais, basicamente os mais novos, trocados pela quimera da supremacia americana equivocadamente pronta para o consumo, por uma plêiade de técnicos que se nega, ou não tem conhecimento, para treiná-los nos fundamentos, corrigindo-os para que exequibilizem seus sistemas e táticas, temos de nos preocupar seriamente, pois dos mesmos depende o futuro do grande jogo entre nós, e somente deles, os verdadeiros técnicos e professores de basquetebol.

Creio que daí para frente, somente o resgate da meritocracia nos guiará pelo soerguimento sustentável do grande, grandíssimo jogo.

Amém.

QUEM DIRIA…

Num inicio de jogo contundente, Brasília coloca 13 x 0 abalando um Pinheiros pressionado e acuado, ainda mais quando seu armador argentino comete três faltas no primeiro quarto do jogo.

Nesse momento de intensa supremacia dos candangos, o narrador pergunta ao comentarista se “não estaria faltando um segundo armador para ajudar o Figueroa”, no que é respondido com um inusitado comentário- “Sem dúvida, hoje as equipes tendem a jogar com dois armadores, reforçando suas opções de ataque e maior firmeza defensiva”.

Ora, quem diria, pois há muito pouco tempo a dupla televisiva denominava um segundo armador como, finalizador, pontuador, ou arremessador, um 2 complementar ao 1 de oficio, mas que de repente se transforma num efetivo armador pela entre ajuda de ambos, numa guinada surpreendente para quem sempre incutiu na audiência os dogmáticos posicionamentos de 1 a 5.  Ótimo que isso tenha ocorrido, somente lembrando que dupla armação nunca foi por eles defendida, muito pelo contrário, e ponto para o Basquete Brasil em sua solitária e teimosa luta por um basquete contestador à mesmice endêmica que se instalou entre nós, inclusive com o incentivo daquela e de outras mídias, com poucas, porém honrosas exceções.

Daí para diante, uma coincidência se fez presente e decisiva no resultado do jogo, pois nenhuma das duas equipes possuem armadores à altura dos titulares, Figueroa e Nezinho, nem para a armação simples, nem para a dupla, daí a vantagem que a equipe de Brasília auferiu com a maior presença em quadra do Nezinho, enquanto o Figueroa era guardado para o quarto final.

Então, para variar, passamos a assistir o espetáculo autofágico dos três pontos, principalmente pela equipe candanga, com um Alex “queimando” o que podia e não podia, culminando num arremesso final de três, frontal e de larguíssima distância, quando ainda faltavam 5seg, em um jogo em que sua equipe perdia de dois míseros pontos, o que recomendava uma tentativa de penetração ( e logo ele que é um especialista) para um empate, e quem sabe um arremesso extra por falta recebida. Mas não, a bolinha foi disparada, e deu no que deu…

Mas um pouco antes, com a volta do Figueroa e a saída pelo limite de faltas do Nezinho, pode a equipe paulista se aproximar no placar, e ultrapassar seu adversário, quando numa tosca perda de bola do armador brasiliense Bruno, se viu líder do jogo.

 

No entanto, ficou constatado que ambas as equipes carecem de armadores eficientes para formarem com seus titulares, duplas armações de qualidade, o que é algo constrangedor quando vemos não aproveitados nessa altamente especializada posição, jogadores do naipe de um Muñoz e um Rafinha, que em hipótese alguma poderiam ficar de fora numa liga que necessita de experiência e qualidade de jogo nas duplas armações.

Numa próxima etapa, que espero não seja muito longa, quem sabe poderemos ver implantado o jogo interior através de pivôs ágeis, atléticos e velozes, jogando de frente para a cesta, em estreita coordenação com duplas armações firmemente focadas em abastecê-los para arremessos curtos e de media distâncias, pois de 2 em 2 se vencem jogos com muito menos desperdícios do que as hemorragias despropositadas dos três. Assim espero, assim ainda o será.

Amém.

Foto-Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.

ASSOCIAÇÃO DE TÉCNICOS, QUANDO?…

PAULO MURILO,

Todo o conteúdo das decisões retiradas desta exitosa reunião de treinadores, realizada em Genebra “estão sendo colocadas em prática aqui no Brasil”.

(Até quando o Catilina abusarás de nossa paciência)

Pedro Rodrigues

Exitosa reunión de asociación mundial de entrenadores FIBA

jueves, 15 de diciembre 2011

Ginebra, Suiza – El 28 y 29 de noviembre se celebró en  Ginebra una reunión de la Asociación Mundial de Entrenadores FIBA donde se discutió el plan para mejorar las normas de los entrenadores a través del mundo en conjunto con las iniciativas y proyectos futuros.

El comité ejecutivo de la Asociación Mundial de Entrenadores de Baloncesto FIBA está presidido por el Sr. Patrick Hunt de Australia, el Sr. Claude Constantino, Coordinador de entrenadores de FIBA Africa, el Sr. Victor Ojeda, Director de la Academia de FIBA Américas, el Sr. Jaemin Lee, Secretario General de la Asociación Koreana de Baloncesto, el Sr. Khamis Al sheraim, Previo entrenador nacional de Qatar, el Sr. Juan Gavalda, Presidente de la Asociación de Entrenadores de Europa, el Sr. Michal Schwarz, Coordinador de Entrenadores de FIBA Europa y el Sr. Michael Haynes, Oficial de Entenadores de FIBA Europa.

La Asociación Mundial de Entrenadores de Baloncesto FIBA tiene tres objetivos a largo plazo:

• Desarrollar y conectar una fraternidad de entrenadores internacionales, a través de fuertes asociaciones de entrenadores en cada zona y en cada federación nacional.

• Mejorar la “norma” de entrenar en la fraternidad entera de entrenadores, reconociendo que ya existe un nivel alto de excelencia pero que el desarrollo en general del juego será, mejorado por mejores entrenadores que haya en todo los niveles del deporte.

• Utilizar métodos de educación innovadores y modernos.

En la reunión se discutió una amplia gama de temas entre los que estuvo la formación de asociaciones de entrenadores efectivas en cada federación, una implementación de clínicas globales de entrenadores junto con un sistema global de reconocimiento de entrenadores. A esto se suma el interés en explorar modelos de educación de entrenadores y programas de desarrollo efectivos, además de asignar recursos indicados para fortalecer la comunicación entre los entrenadores del mundo.

Para esto, siempre se tiene en consciencia la importancia de fortalecer la base, en este caso las federaciones nacionales y su apoyo a la educación de entrenadores. En la reunión se recomendó señalar a un miembro en cada federación nacional para ser responsable de los entrenadores de su país.

Otro asunto de importancia fue la creación de un comité de consejos al comité ejecutivo para asistir en proveer información requerida en dilemas relevantes a los problemas que enfrenten los entrenadores.

Este comité aconsejador sería compuesto de los entrenadores, la Sra. Jan Sterling de Australia, el Sr. Geno Auriemma de Estados Unidos,  el Sr. Dick Bauermann de Alemania, el Sr. David Blar de Rusia, el Sr. Lindsay Gaze de Australia, el Sr. Sergio Hernandez de Argentina, el Sr Mike Krzyzewski de Estados Unidos, el Sr. Rubén Magnano de Brasil / Argentina, el Sr. Mario Palma de Portugal / Jordania / Angola, el Sr. Svetisla Pesic de Serbia / Alemania, el Sr. Aito García Reneses de España, el Sr. Sergio Scariolo de España.
FIBA Américas

Recebi essa matéria do Prof. Pedro Rodrigues de Souza, de Brasilia, apontando com muita propriedade o formidavel hiáto existente em nosso basquetebol, que praticamente coloca ao largo das grandes decisões técnicas, didáticas e administrativas, toda a comunidade de técnicos e professores brasileiros voltados ao grande jogo, numa lamentável e catastrófica realidade, que nos tem cobrado altos e pesados juros pela omissão da maioria que a compõe. Não equacionar e viabilizar esse hiáto, se constituirá no ato confesso de falência profissional.

Amém.

Fotos – Abertura do Congresso Mundial de Treinadores da Lingua Portuguêsa, Lisboa, junho de 2010, onde proferi a conferência inaugural. (Clique nas fotos para ampliá-las).

OCTAGON, UM PROGRAMA PARA TODA A FAMÍLIA 3…

Um foi “estrangulado” e saiu desacordado, com um corte profundo na testa causado por uma cotovelada. O outro teve o braço quebrado. Duas brigas feias em boate? Não, esporte.

( Zuenir Ventura no O Globo de 14/12/2011)

No mesmo jornal, em 12/12/2011, a foto acima assim é descrita – DESACORDADO, LYOTO é amparado pelo juiz após ser estrangulado.

E na outra foto – FRANK MIR aplica a chave que fraturou o braço de Rodrigo Minotauro.

Incluo outra para que o leitor grave bem a imagem de um atleta(?) de olhos vidrados, inerte, desacordado em seu local de disputa (trabalho?).

Dias atrás o locutor polivalente Galvão Bueno, em transmissão aberta, assim descreveu aos brados que o caracteriza, os momentos finais de uma luta – Outra esquerda, outra esquerda, esquerda, esquerda, acabou…Brasiiiil!-

Mas em momento algum deixou transparecer qualquer preocupação pelo fato de que, a cada pancada dada livre e sem defesa alguma na cabeça do prostrado lutador, seu cérebro se chocava violentamente nas paredes internas de sua caixa craniana, desacordando-o violenta e perigosamente, para gáudio de uma audiência mais insana do que a luta em si, agora elevada a atração maior no desporto pela emissora que se auto designa como a líder dos princípios educacionais da juventude brasileira.

E mais promoções estarão por vir, em arenas cada vez maiores, financiadas por falsos mecenas, envoltos soturna e indevidamente pelo manto do desporto, locupletando-se da ausência cultural que nos asfixia proposital e criminosamente com o discurso da redenção de nossos jovens através da pancada institucionalizada, fazendo coro a um Dana White em sua afirmação de que em pouco tempo veremos o MMA superar o Futebol no país, nesse infeliz e desorientado país, afirmação aquela que não ousou externar em seu país de origem, mas apoiado pelo campeão Anderson Silva que afirma ansiar ver o MMA incluído no currículo de nossas escolas. Lamentável.

E endossando essa barbárie, prefeituras e estados apóiam com louvor o já denominado programa para toda a família, que unida em suas gerações, presentes aos espetáculos, torcem e vibram pelo sangue derramado, pelas fraturas e estrangulamentos, até que um dia a arena seja real e ansiadamente denominada como o reino dos gladiadores do terceiro milênio, definição majestosa e insana de seu maior propagador.

Melhor impossível.

Ave Cesar.

Fotos-Clique nas mesmas para ampliá-las.

PS- [20:03:46] Jay Raw:

Charles Chaplin – O Ditador

[20:04:35] Paulo Murilo Alves Iracema: Oi João, vou olhar

[20:11:47] Paulo Murilo Alves Iracema: João meu filho, você pode não acreditar, mas no momento, no exato momento em que terminei o artigo de hoje seu MMS chegou com esse link, que incluirei no artigo, pois é um libelo contra a violência, um rasgo de esperança nesse mundo convulso e indefeso. Obrigado, o artigo agora foi completado.

Octagon, um programa para toda a familia…

Octagon,um programa para toda a familia 2…

A ENTB E SEU VERDADEIRO DESTINO…

Enfim um professor, um técnico, coordenando a ENTB. Paulo Bassul lá está, assim como outro profissional da área deveria ter estado desde sua fundação, pois afinal de contas tratava-se de uma escola de técnicos, de professores voltados ao basquetebol.

Mas algo de muito importante, de muito profundo, tem de ser obtido para que a escola defina seu futuro, sua verdadeira função formativa e desencadeadora de ações realmente criativas e progressistas, através bem formulados objetivos, bem elaborados conceitos, e principalmente, concepções orientadas ao livre pensar, ao livre arbítrio, na busca do novo, do inusitado, que ao se somarem originarão os verdadeiros caminhos a serem trilhados pelos futuros técnicos deste continental país, respeitando suas regionalidades e tradições, seus diferenciados gentios, na perene busca de uma identidade própria, longe, muito longe de coercitivas formatações e padronizações, que tanto nos tem atrasado e prejudicado no desenvolvimento do grande jogo.

E para tanto, a convocação dos grandes mestres e professores tem de ser priorizada, muito além de graduações e níveis a que possam e devam injusta e despropositadamente se submeterem, pois nivelamentos dessa ordem primam pela ignorante pretensão de conceituá-los ao nível dos que se iniciam, dos que ainda não trilharam o caminho das pedras, aquele que forma e forja os verdadeiros lideres desde sempre.

Que essa plêiade de profissionais, possuidora do longo e trabalhoso conhecimento dos segredos do basquetebol, que se encontra espalhada pelo país, seja disposta em torno da mesa do debate, do estudo, na busca das melhores técnicas de ensino, das referenciais didáticas, tendo como meta a ser arduamente alcançada, o soerguimento em bases sólidas do basquete brasileiro.

Ai sim, que se sucedam os níveis, as graduações, através cursos, clinicas e estágios regionalizados, lastreados por substanciais bibliografias, modernas mídias, e informação continua pela grande rede, originando um grande e portentoso banco de dados, que ao longo dos anos sedimentará o desenvolvimento da modalidade no país.

Penso que a escola, dirigida e orientada por técnicos e professores de basquetebol (pena que não egressa de uma associação nacional de técnicos, sua origem natural), qualificados e graduados legalmente através cursos autorizados e reconhecidos pelo Ministerio da Educação, tem todo um futuro pela frente, na medida em que respeite a hierarquia fundamentada no mérito e na ética profissional. Espero que tenha e alcance os verdadeiros objetivos a que se proporá daqui para diante.

Amém.

FUNDAMENTOS? ONDE ESTÃO?…

Assisto ao jogo, me concentro, mas não acredito no que vejo. Saio da sala, vou até a cozinha, pego um café, e volto. Continuo não acreditando, mas persisto teimoso que sempre fui, e se comecei a ver, penso ir até o fim. De repente acordo (foi um cochilo de uns 30-40 segundos), como se o corpo e a mente tivessem reagido ao que testemunhavam, se protegendo de algo inenarrável, e pelo mais absoluto respeito que ainda mantenho pelo grande jogo desligo a TV e volto à minha leitura interrompida, jurando me calar, e até esquecer tão absurdo espetáculo, principalmente por se tratar da partida inaugural de uma Liga adulta.

Abro hoje os sites de basquete, e leio o artigo do Fabio Balassiano no Bala na Cesta, que publica tudo aquilo que me revoltou, e até certo ponto me envergonhou, travando a vontade imensa de extravasar um sentimento de tristeza ante tanta pobreza técnica e de fundamentos, principalmente estes. Mas o Fabio foi lapidar e cirúrgico em sua critica, a qual não aporia uma virgula sequer, pois refletiu em toda sua dimensão “a quantas andam o nosso outrora brilhante basquete feminino”.

É inadmissível que jogadoras adultas confundam desenfreadas corridas com basquete, tropeçando na bola, ultrapassando-a em varias ocasiões, que não dominem o drible, mesmo usando somente a mão natural, que não saibam arremessar, de longe, muito menos de perto, que não saibam se deslocar defensivamente, e o pior de tudo, que não dominem, nem de longe, a arte de passar a bola. E perante tanta falta de habilidades individuais, como ousam os técnicos exigir jogadas e sistemas sem que as jogadoras sequer saibam dominar uma bola?

O que falta para ensinar fundamentos a todas elas, igual, democrática e tecnicamente confrontadas, nivelando-as perante a necessidade grupal de que sem os mesmos nada conseguirão ou atingirão de realmente prático nos sistemas e jogadas que são instadas a praticar? Será que seus técnicos só conhecem sistemas, jogadas e chaves, se auto conotando como “estrategistas”, deixando de lado o verdadeiro objetivo do jogo, o domínio de seus fundamentos? Como exigir continuidade e fluidez tática se as jogadoras sequer sabem executar um drible, uma finta e um passe com um mínimo de precisão? Como?

Assim como o jovem articulista, também me sinto preocupado no mais alto nível, aquele que me trouxe à sétima década de vida, cinco delas dedicadas à educação e ao basquetebol, respeitando por todo esse longo tempo o grande principio que o tornou universal, o histórico conceito que o desenvolveu e sedimentou, o de ser exequibilizado e jogado através o pleno domínio de seus fundamentos.

Espero que todos aqueles envolvidos no preparo e treinamento de jogadores, sejam de que divisões, sexo, faixas etárias, estaturas e pesos forem, se conscientizem disso, como plataforma segura para o soerguimento do grande jogo.

Amém.

Foto – Divulgação LBF. Clique para ampliá-la.

I’M NOT DOG NO…

Fico muito preocupado com a corrida de equipes do NBB atrás de americanos, em alguns casos três de uma só vez ,  para numa escalação primária, somente dois brasileiros compondo uma equipe básica, e isso tudo em território brasileiro.

E lá vamos de encontro a um desfile de equívocos, até certo ponto hilariantes, com técnicos empostando a voz, para num inglês lamentável e ininteligível passar informações no idioma digno de um I’m not dog no, de um Falcão muito mais coerente.

E a qualidade dos craques, medidas e avaliadas quase sempre através de vídeos veiculados por espertos agentes, colocando jogadores de qualidade duvidosa (as raras exceções não contam…) num mercado que veda a muitos bons jogadores patrícios uma chance de trabalho, muito dos quais vindos da Sub 21.

Sugiro então uma pequena reflexão, ao analisarmos uma listagem de países com ligas organizadas, com salários mais atraentes e maior visibilidade promocional: Espanha, Itália, França, Rússia, China, Austrália, Lituânia, Turquia, Grécia, Bélgica, Alemanha, Portugal, México, Porto Rico, Panamá, Venezuela, Argentina, Uruguai, talvez mais uns dois ou três, para ai sim, nos depararmos com a opção (?) Brasil. Pergunta-se então, qual a qualidade de um jogador de décima oitava opção?

Mas eles ai estão, e continuarão a chegar à medida em que teimarmos em nos manter atrelados a um pungente estado de colonizados, esquecendo que em vez da teimosia em nos apegarmos a produtos acabados(?), deveríamos treinar, preparar e potencializar nossos jovens valores, que para a infelicidade de alguns, se exprimem em português, e necessitam serem ensinados e polidos, configurando uma situação de fato antagônica a muitos auto denominados “estrategistas”.

Lembro um artigo que escrevi no inicio desse blog, Vícios do nosso cotidiano, exprimindo com razoável precisão esse instigante assunto, que no entanto continua a ser esquecido por uns poucos, em detrimento de muitos, o que é profundamente triste e lamentável.

Mas como diria o lúcido Falcão –  Days better virão…

Amém.

SERÁ SÓ IMPRESSÃO?…

Acho que algo terá de ruir, e fragorosamente, pois não é mais possível que ainda se escute – “Faz o X para baixo, ou a punho, ou… qualquer coisa que fizerem tá bom”. Isso depois de rabiscar, apagar, tornar a rabiscar a prancheta ante olhares atônitos de jogadores que simplesmente não sabiam o que fazer, e ainda escutarem o… qualquer coisa que fizerem tá bom!

Um técnico novo, estudioso e dirigindo uma das equipes mais importantes do basquete brasileiro, não pode e nem deve cometer erros de comunicação como o acima mencionado, e transmitido pela TV, numa prova de pouca experiência em comando, principalmente numa jovem e promissora equipe.

Tudo que tenha de ser dito e comentado num pedido de tempo, tem de ser o reflexo do treinamento realizado, exaustivamente analisado e discutido nos mínimos detalhes, onde as leituras de ações técnico táticas têm de alcançar padrões de alta precisão, através insistentes repetições de situações de jogo, onde as maiores intervenções devem ser dirigidas aos defensores, instigando-os e orientando-os à anulação dos sistemas ofensivos em treinamento, mesmo que sejam os da própria equipe, pois sendo esta a ação que será buscada pelos adversários no jogo real, todos terão de estar prontos para o inevitável confronto, onde as diagnoses e conseqüentes retificações têm de estar, obrigatoriamente previstas e treinadas, e não corrigidas em pranchetas ironicamente pegas de surpresa.

No entanto, como a maioria das equipes adotam o sistema único, com as mesmas jogadas e até mesmo as sinalizações, configurou-se uma mesmice comportamental nos jogadores desde as divisões de base, desaguando na divisão adulta como verdade única e absoluta, daí a padronização das intervenções dos técnicos em seus pedidos de tempo, onde alguns incluem o palavreado pesado, cobranças indevidas, ou simplesmente um – “qualquer coisa que fizerem tá bom…”-  Muito poucos instruem de verdade, baseados em uma estrutura solida de treinamento técnico tático, e absolutamente nenhum na correção de fundamentos de jogo que poderiam ser otimizados em momentos pontuais ou cruciais de uma partida, raros realmente tentam inovar, mas em sua maioria propugnam pela manutenção do que ai está, padronizado e formatado a mais de duas décadas de mesmice endêmica.

Daí a necessidade premente de que sejam buscados outros e diversificados caminhos no ensino e divulgação do grande jogo, através os jovens técnicos do país responsáveis pela formação, assim como os mais experientes na direção das equipes de elite, da qual faz parte o técnico interveniente no jogo em questão, entre Uberlândia e Minas, que também é jovem e talentoso, mas precisa quebrar as amarras que o prendem à mesmice que esmaga e tolhe o futuro do nosso basquetebol, basta querer.

Afinal, será que é só impressão, ou algo de novo ainda está muito longe de acontecer? Torço veementemente para que não.

Amém.

Foto – Divulgação LNB.

SUTÍS MUDANÇAS…

“Tripla armação funciona e Tijuca/Rio de Janeiro derrota a Liga Sorocabana” (Blog Basketeria em 1/12/2011), assim como tem merecido destaque nos blogs as duplas armações que aos poucos vão se impondo em algumas equipes participantes do NBB.

Mas nada comparável ao decréscimo nos arremessos de três pontos, exatamente pela inclusão da dupla armação, responsável por uma distribuição mais equitativa nos passes interiores de alta qualidade e, por conseguinte alimentando os pivôs em suas investidas de frente para a cesta, com velocidade e maior precisão.

Outra tendência em conseqüência da dupla armação é o retorno do DPJ (foto) nas finalizações, pois o sistemático apoio entre os armadores propicia espaços para esses arremessos de media distância, com um grau de precisão bem mais elevado do que os de três pontos, além de situar os pivôs dentro do perímetro, incrementando substancialmente as reais possibilidades nos rebotes ofensivos, mantendo todos os atacantes no foco das ações.

No jogo entre o Tijuca e a Liga Sorocabana, os pivôs Casé (foto) e Coloneze contabilizaram juntos 34 pontos dos 78 conseguidos por sua equipe, que atuando com três armadores (André, Arnaldo e Gegê) os municiaram permanentemente, apesar de falharem 16 arremessos de três dos 21 tentados. Se a metade dos mesmos fosse orientada aos de dois pontos, a diferença no placar final teria sido mais ampla. A equipe do Flamengo em seu jogo com Bauru, invicta até esse jogo, arremessou um inédito 1/7 nos três pontos (14%), contrastando com os 35/52 de dois pontos (67%) alcançados ao final da partida, numa inconteste prova que de dois em dois pontos pode uma equipe de qualidade atingir contagens acima dos oitenta pontos, em vez da desvairada sangria dos arremessos de três.

Orientei-me nas analises acima pelo comentário de outros blogs e pela estatística oficial da LNB, numa unusual ação (da qual me desculpo), incomum e pontual, para expor uma tendência que vem se fazendo presente, na medida em que um maior conhecimento e domínio da dupla armação e decorrente utilização dos pivôs aos poucos se estabelecem em algumas das equipes do NBB, numa evolução técnico tática significativa para o grande jogo no país.

Somente consegui assistir ao segundo tempo do jogo Paulistano e Limeira, do qual me eximo de maiores comentários pela franciscana pobreza do que foi apresentado, num jogo absolutamente falho e inexpressivo.

Porém, outro aspecto sobre o que de inédito vem ocorrendo, é o fato de que a utilização de dois ou mais armadores, e dois ou mais pivôs no âmago do perímetro, em continuidade ao sistema único, determina somente uma adaptação, uma substituição de alas por armadores, com sua conseqüente melhoria técnica nos dribles, passes e fintas, e não uma mudança nos sistemas de jogo, que deveriam estar orientados a essa nova postura, como forma de otimizá-los, em continuidade às suas melhores formações através treinamento especifico, desde as divisões de base, numa retomada segura e progressiva ao encontro de sistemas diferenciados da mesmice endêmica que ai está, sacramentada e cristalizada de duas décadas para cá.

Temos a obrigação de pesquisar, estudar, planejar e aplicar novas metodologias de treino, com as conseqüentes didáticas de como exequibilizá-las e divulgá-las através da informação, pulverizando-a aos mais recônditos lugares desse continental país ao encontro dos jovens técnicos, como os mais experientes também,  no esforço maior de soerguimento do grande jogo entre nós, pois merecemos alcançar tão ansiado objetivo, através o trabalho e esforço de todos que o amam, em confronto direto àqueles que o subjugam pela mediocridade e retrógada  mesmice.

Amém.

Fotos – Colin Foster e Divulgação LNB

INSENSATEZ…

AE – Agência Estado (26/11/20110

A umidade relativa do ar chegou a 10% às 14 horas de hoje em Brasília. Queda igual havia sido registrada em 7 de agosto de 2002 e em 4 de setembro de 2004. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet, o fenômeno se deve a uma massa de ar quente e seco que está sobre o Centro-Oeste. Em Brasília não chove há 66 dias, o que agrava a secura.

A Defesa Civil aconselha evitar atividades ao ar livre e exposição ao sol entre as 10h e 17h, umidificar o ar por meio de vaporizadores, toalhas molhadas e vasilhas com água, ficar em locais protegidos do sol, consumir muita água e líquidos, fazer refeições leves, ligar o aparelho de ar condicionado o mínimo possível, evitar banhos prolongados com água quente e usar roupas leves. A baixa umidade pode causar dor de cabeça e tontura.

 

Condições Atuais
Rio de Janeiro, Brasil
Conforme relatório de Rio de Janeiro, Brasil.  Sábado, 26 de Novembro de 2011 14:00 Local Time (Sábado, 22:00 GMT)

 

 

24°C
Nublado
Sensação de 26°C
Vento: de Leste a Sudeste a 8 km/h
Ponto de orvalho: 22°C
Umidade: 89%
Visibilidade: 10 quilu00F4metro
Barômetro: 1010,8 milibares
Índice UV
0
Mínimo

 

Como bem podemos atestar, se o jogo tivesse sido realizado em Brasília (que era o mandante desse jogo), em vez do Rio, com uma umidade mais baixa que a do Saara, sérios problemas de saúde poderiam ter ocorrido com os jogadores, e umidificadores deveriam ser instalados no recinto de jogo.

Aqui no Rio de Janeiro, com os 89% implacáveis, somado ao vapor emanado por uma multidão que abarrotava o pequeno ginásio, gerando uma névoa que fatalmente se depositaria naqueles trechos laterais mais próximos do publico, ainda mais num horário impróprio, 15hs (por que tal horário? TV?), quando os demais jogos da rodada se iniciariam a partir das 18hs.  Quem bem conhece as grandes variações de temperatura nesse continental país, pode entender essas brutais diferenças.

Todo técnico experiente e vivido sabe de ouvido quando uma quadra oferece estabilidade a seus jogadores, pelo cantar dos tênis ao atritar o solo. Numa quadra molhada ou empoeirada esse cantar não é ouvido, e em muitos lugares e ginásios nesse país, a toalha molhada nos bancos de reservas são utilizadas exatamente para aumentar a estabilidade, como num pneu de chuva onde os sulcos umedecidos evitam as aquaplanagens, ou os escorregões dos jogadores.

No aquecimento das equipes o cantar era ouvido com clareza, e mesmo no primeiro quarto se quedas houve foram pontuais, e naqueles trechos laterais.  Na foto acima vemos todos os titulares da equipe candanga sentados no banco, tendo à frente aquele que é considerado um dos maiores juízes do mundo, e que natural de uma cidade, que além de úmida sofre com uma forte poluição, e que não suspendeu o jogo em nenhum momento, decisão que foi acompanhada e aceita pela equipe do Flamengo em sua totalidade, inclusive seu maior investimento, o Leandro, que sozinho é muito maior que a somatória de todos os titulares de Brasila, retirados do jogo, como proteção dos mesmos, por seu técnico acionista da equipe, e que pelo resultado avassalador daqueles quartos iniciais, onde defesas inexistiam, principalmente fora dos perímetros, calhando que as bolinhas de três da equipe carioca caiam, e as dos candangos não (18/30 para o Flamengo, 10/25 para Brasilia, totalizando 55 bolinhas de três…), viu nas “poças” de água depositadas na quadra a grande oportunidade de se precaver de uma catástrofe anunciada, promovendo a proteção da integridade física de seus jogadores chaves.

`           Mas peralá, e os demais “seus jogadores”, não estariam beneficiados de sua paternal proteção, alguns deles muito jovens e que foram, por sua decisão e escolha, jogados às feras e à possibilidade de um escorregão de graves conseqüências? Que diabo de critério esse que privilegia e protege estrelas regiamente remuneradas, e expõem os barnabés da equipe ao cadafalso? Não teria sido mais sensato, mais professoral, mais doutoral, ter retirado a todos, todos membros de uma mesma, fraternal e unida equipe?

Ah, mas o que aconteceria com tal e heróica decisão? Punições administrativas? Revolta do público? Multas e processos?

Sim, muitas situações poderiam ter sido desencadeadas e nada desejáveis, mas nenhuma que se comparasse ao sentimento de vergonha por uma meia medida, onde um grupo de reservas tradicionais e jovens promessas, foram expostos a um massacre técnico tático, com ou sem escorregões, enquanto os cardeais sorriam no banco, protegidos em suas “integridades físicas” por um equivocado técnico, na presença de um adversário que aceitou o jogo, que já tinha sido aprovado pela internacional arbitragem.

Que desse meia volta, com a sua unida, coesa e protegida equipe, retornando à sua querida capital federal e seus 10% de umidade do ar. Teria sido mais coerente e sensato, mas…

Na outra foto vemos um armador muito jovem, inexperiente, com falhas gritantes no drible, nos passes, na defesa, mas que não merecia o expurgo a que foi exposto. Podia-se atestar sua respiração ofegante, suas jovens feições tensas e crispadas, não de cansaço, mas de emoção e impotência, frente a jogadores de alto nível que não o pouparam, e não poderia ser de outra forma, em momento algum, numa queima de filme que assisti muito poucas vezes em meus 50 anos de quadra. Raphael, seu nome, padeceu de uma síndrome que ainda permanece atual e perversa em nossa sociedade, a do inocente pagador, que deveria encontrar no esporte sua redenção, Infelizmente não foi dessa vez.

Amém.

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