A TRISTE E LAMENTÁVEL FORÇA DE UM “VÃO SE F….!!”…

 

Nossos futuros jogadores a nível de seleção nacional estão em quadra, disputam em Belém a Copa América sub 16, classificatória ao Mundial sub 17, com quatro vagas disponíveis para as Américas, numa ótima oportunidade para participar daquele importante torneio, fundamental para a retomada do grande jogo em nosso país…

No entanto, algo preocupa bastante, a preparação da equipe para este salto qualitativo tão importante, teimosamente entregue a técnicos iniciantes, inseguros e despreparados, numa faixa etária que deveria ser liderada pelos profissionais mais bem preparados e experientes que temos, capazes de minimizar os possíveis erros, que se tornam irreparáveis quando nas mãos daqueles que mantêm distanciados os princípios  da diagnose e da retificação em seu trabalho técnico individual e coletivo, que quanto mais próximos, maiores serão os resultados positivos de um trabalho meticuloso e de alta e refinada técnica…

Antes de analisar a produtividade da equipe em plena disputa (já realizaram três jogos, contra Porto Rico, Canadá e Uruguai), fui buscar na internet informações mais detalhadas sobre o técnico nomeado pela CBB para a competição, encontrando duas entrevistas veiculadas pelo blog Área Restritiva, aqui e aqui destacadas, e que muito auxiliam nos comentários que exporei a seguir: – Lendo-as atentamente, sugerindo que o leitor o faça também, encontramos nitidamente as explicações sobre a forma de atuar da jovem seleção, referendadas pelo próprio entrevistado, com respostas que refletem com precisão o que está sendo visto e testemunhado em quadra, por todo aquele que se interesse minimamente pelo grande jogo, principalmente como são preparadas e treinadas as jovens equipes em nosso país, sendo, inclusive, comparadas pelo entrevistado com a de outros países, numa análise que o coloca de frente com suas próprias pretensões de se tornar o melhor técnico nacional, tendo a si próprio como o ente mais crítico, tornando-o imune às críticas além das suas previamente estabelecidas, num exercício unilateral nada recomendável num trabalho de interesse público no âmbito desportivo e educacional, do qual faz parte como professor e treinador…

Também intrigante a entrevista dada pelo técnico da seleção principal, Alexander Petrovich, no intervalo do primeiro jogo contra Porto Rico, dada ao comentarista televisivo da emissora paraense, quando mencionou as grandes diferenças que separam a preparação de base brasileira com a europeia e a argentina, enfatizando, entre outros fatores, o comportamento individualista de nossos jogadores em face ao coletivista dos europeus, colocando esse fator como o maior defeito da nossa formação de base, assim como a deficiência no ensino dos fundamentos básicos do jogo, resultando em jogadores inferiorizados frente aos americanos e europeus, coincidindo com o testemunho do atual técnico dessa seleção sub 16…

Que, no entanto, não tem apresentado explicações razoáveis sobre o comportamento técnico tático da equipe que dirige nessa importante Copa América, que vem apresentando a média de 19.3 erros de fundamentos por jogo, 42% (63/150) nos arremessos de 2 pontos; 16,6% (11/66) nos de 3 pontos, e 55,5% (35/63) nos lances livres, mostrando sérias deficiências nos diversos arremessos tentados e aproveitados, tendo imensas dificuldades contra defesas zonais, e grave ausência de um sistema ofensivo consistente, restando aos jogadores as sucessivas investidas de caráter individual, arrivistas e aventureiras, atitudes mais para um bando do que uma equipe treinada e ajustada, mesmo com uma preparação em tempo hábil, porém equivocada e inadequada para uma competição desse porte, numa prova inconteste da inadequação de uma comissão técnica inexperiente e despreparada para o comando. Com a derrota de hoje para o Uruguai (68 x 55), depois de perder para o Canadá (90 x 67), e vencer Porto Rico (72 x 58), a jovem equipe tem de vencer a República Dominicana na próxima sexta feira, se quiser a classificação ao Mundial sub 17 na Bulgária…

No entanto, se porventura esse comentário for taxado de injusto, parcial, ou outra conotação menos nobre, incluo um pequeno vídeo realizado num dos pedidos de tempo no terceiro quarto desse jogo com o Uruguai, como prova indiscutível da precariedade emocional e técnica de um treinador e professor (?), que se dirige a um grupo de jovens da forma mais abjeta e indesculpável possível, e que em hipótese alguma pode ser admitida perante o importante cargo que ocupa, como o líder educacional e desportivo de uma equipe representativa do futuro da modalidade nesse imenso, injusto e desigual país, que precisa ser resgatada através um trabalho bem planejado, executado com competência e conhecimentos comprovados, e não por ações e atitudes de tal monta, como a que recordaremos a seguir, lamentavelmente…https://www.youtube.com/watch?v=RMjxwBBSNYI

Agora temos uma robusta e irretocável resposta…

Amém.

Vídeo – Reprodução da transmissão da TV Cultura do Pará. Clique no link para acessa-lo.

 



5 comentários

  1. Léo 06.06.2019

    Bom dia, professor!
    Meu nome é Léo, crio conteúdo sobre basquete de base, e fui eu quem fez a entrevista com o Filet.
    Fiquei muito feliz em ter meus textos lidos pelo senhor. Conheci seu trabalho lá na época do Saldanha da Gama no NBB e virei fã desde então.

    abs!
    Léo

  2. Basquete Brasil 06.06.2019

    Obrigado prezado Léo, sem dúvida alguma suas entrevistas foram importantes para o conhecimento pessoal e técnico do técnico enfocado no meu artigo.Parabéns pelo seu trabalho. Um abraço. Paulo Murilo.

  3. Basquete Futuro 06.06.2019

    Se ele tivesse uma reação mais tranquila neste momento tenso do jogo, valendo uma classificação para um MUNDIAL!! O Sr não estaria hoje aqui julgando que ele foi muito manso para o momento? (n estou julgando o palavrão em si, mas o contexto de quem está fora do momento, fica muito tranquilo julgar, facin facin…)

  4. Basquete Brasil 06.06.2019

    Desculpe prezado editor (penso ser o caso, apesar do anonimato pontual que tanto combato, mas faço uma exceção pelo que penso ser uma página da web) do Basquete Futuro, creio que estamos falando de jovens de 15 anos, não de adultos que ele mesmo comentou na entrevista terem o poder de derrubar técnicos, o que não ocorre entre os jovens que pensam somente em ganhar os jogos, logo, incapazes de reagirem a uma agressão verbal e gestual daquela ordem. O treinador agiu conscientemente, não por tensões, pois achava que levaria a classificação normalmente, sendo surpreendido por uma seleção de um país de 1,5 milhões de habitantes muito bem treinada e esquematizada, ao contrário da sua, destreinada, confusa e mal direcionada, essa foi a situação que não soube enfrentar, descarregando nos meninos sua frustração, culpando-os da eminente derrota. Afirmar ser fácil para mim comentar estando fora do contexto (?), soa falso, pois situações como aquela enfrentei muitas nos 50 anos como professor e técnico, sem jamais perder a calma e o controle comportamental, servindo de balizador para os jogadores dentro da quadra, que era a minha função capital. Vamos ver como ele reage enfrentando outro minúsculo país, a República Dominicana, decidindo a vaga para o Mundial amanhã, quando terá a derradeira oportunidade de provar seus critérios convocatórios, suas convicções técnico táticas, e seu controle emocional, espraiando para o contexto do jogo a segurança vital que lhe faltou contra o Uruguai. Aguardemos…
    Paulo Murilo (viu? assinado)

  5. […] A triste e lamentável força de um “vão se f…!“, publicado em 6/6/19 […]

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