COMEÇANDO COM UMA ANAMNESE…
Foi dada a partida para os trabalhos da seleção feminina que irá disputar os Jogos Pan Americanos em Lima, que conforme a matéria abaixo publicada no site da CBB, contará com o mais avançado conceito de preparo de uma seleção que podemos desenvolver, iniciando com a marca registrada dos responsáveis pelas seleções nacionais nos últimos 20 anos, e para tal atentem no último parágrafo da matéria:

Preparação física é um dos trunfos da Seleção Feminina para os Jogos Pan-Americanos
Iniciando um novo ciclo, a Seleção Brasileira Adulta Feminina disputará a 18ª edição dos Jogos Pan-Americanos, de 26 de julho a 11 de agosto, em Lima, no Peru. E para chegar 100% nesta competição, o preparador físico, Diego Falcão, elaborou um planejamento detalhado para uniformizar a condição física das atletas.
“Iniciamos com a anamnese, que é um questionário que fazemos para entender a história de vida esportiva de cada jogadora. Em seguida, passamos pela avaliação corporal, para saber como anda o percentual de gordura e o peso. Até o fim da semana, a gente termina com esse período de testes funcionais, que trabalha bastante a parte muscular e a funcionalidade do corpo, chamado de teste FMS (Triagem Funcional do Movimento), que tem a função de avaliar os movimentos. Porém, agora é focar no treinamento específico e ver como elas se comportam em quadra”, explicou Falcão.
“Com essas avaliações conseguimos ter uma orientação do que devemos otimizar de trabalho para essas jogadoras, direcionando esse aperfeiçoamento físico para buscar o estágio ideal de treinamento”, acrescentou o preparador físico.
Segundo Falcão, os dois primeiros dias de preparação foram extremamente importantes.
“Conseguimos de uma forma individual elaborar o treinamento das atletas, potencializar suas deficiências e aprimorar o que a gente necessita para uma competição como os Jogos Pan-Americanos”, complementou.
De acordo com o técnico José Neto, as atletas chegarão melhores fisicamente, pois a maioria estava jogando a LBF recentemente com seus clubes, o que será fundamental para o melhor desenvolvimento da parte técnica.
“Nesse primeiro momento nós enfatizaremos a implementação da metodologia. É importante elas entenderem o processo de trabalho e como iremos jogar. Então priorizamos os conceitos do jogo ofensivo e defensivo, adicionando a parte física nesse conteúdo. Isso é um início de um processo. Além do Pan-Americano temos ainda este ano a AmeriCup e o Pré-Olímpico das Américas, explicou o treinador”.
Trocando em miúdos (e põe miúdos nisso…), “conceitos do jogo ofensivo e defensivo, adicionando a parte física nesse conteúdo”, será o início de um processo, ou seja, pela enésima vez os sistemas de jogo, ofensivo e defensivo, acrescidos de uma “científica preparação física”, onde as jogadoras irão correr, saltar e trombar com mais potência do que seu usual comportamento, agregarão a seleção o componente que julgam ser o mais importante para o soerguimento do basquetebol feminino, esquecendo, ou omitindo, porém, que a fragilidade brutal das jogadoras se refere a inabilidade e conhecimento dos fundamentos mais básicos do jogo, no drible, passes, fintas, rebotes, arremessos, posicionamento e aplicação defensiva, entre outros, que as tornam incapazes de desenvolver, com um mínimo de eficiência, os propalados conceitos sistêmicos de jogo, com que serão bombardeadas sem terem condições técnicas de executá-los, ainda mais quando exigidas através de uma midiática prancheta, como se a mesma fosse capaz de suprir suas fundamentais deficiências…
Que tal, neste momento de retomada, largar de mão tais ciênticifismos com perda preciosa de tempo, trocando-os por uma imersão vigorosa e exaustiva no treinamento e preparo nos fundamentos individuais e coletivos, que por si só, se razoavelmente aprendidos, ou melhor, apreendidos, dotaria as jogadoras de um instrumental técnico que as fariam razoavelmente competentes ao enfrentamento de seleções mais bem supridas dos mesmos, no que se constitui no sistema primal do grande jogo…
Claro, as conceituações das mais altas e complexas táticas ofensivas e defensivas, que fazem parte do inseparável arsenal dos galardoados “grandes técnicos” do basquetebol nacional, seriam inicial e estrategicamente substituídas pelo básico conhecimento e aplicação dos sempre minimizados fundamentos, sem os quais nada de realmente tático possa ser praticado. Mas para tanto, uma dose de humildade, aliada a um substancial e poderoso conhecimento e pleno domínio da arte do treinamento básico (básico – o começo, o alicerce de tudo…), sempre será o caminho a ser percorrido, não esquecendo nunca que, fundamentos bem treinados e exigidos a fundo, são, incomensuravelmente mais efetivos e vantajosos do que testes científicos, metodologias e puxação de ferro, modismos que ajudaram a lançar para trás o grande jogo, retirando de nossos jovens a criatividade advinda do conhecimento e amor pelo jogo e seus fundamentos, e inibindo sua capacidade de pensá-lo como deveria desde sempre, jogando-o com absoluto conhecimento de suas qualidades e limitações a serem dirimidas com muito trabalho, suor e dedicação, para mais adiante pensarem em sistemas e táticas mirabolantes, predicados jamais substituídos por uma prosaica e ridícula prancheta..
Amém.
Foto e matéria- Divulgação CBB.