ATUALIZANDO…
Defasado estou com os artigos, bem sei e me desculpo, mas urge que terminem as obras aqui em casa, pois conviver com poeira e entulho, dia e noite, não faz bem a ninguém alérgico como eu, não mesmo…
Mas, está ficando bonita a minha casa, trinta e oito anos depois de construída sem uma reforma sequer, salva que foi de um leilão espúrio seis anos atrás. Mesmo com o pouco tempo disponível para o blog, não posso ignorar o que vai acontecendo no dia a dia do nosso basquetebol, mais ainda em vésperas de uma olimpíada em terra tupiniquim, a qual assistirei pela TV, e alguns jogos classificatórios que consegui comprar entradas, pois uma credencial solicitada (pelo Basquete Brasil, e sendo jornalista formado, professor e técnico especializado que sou) sequer teve resposta, mas nada que me impeça de comentar a competição, a não ser que “cortem” meu sinal de HDTV…
Então, falemos do grande jogo, que aliás, tem ficado um tanto pequeno entre nós, infelizmente, a começar com o “torpor coletivo” de que, enfim, descobrimos o glorioso caminho direcionado ao éden do basquetebol mundial, onde aguns jovens jogadores, reservas em suas equipes do NBB, são contratados por franquias da NBA, onde são mandados para equipes de desenvolvimento, numa evidente contradição dos princípios técnicos que regem a grande liga, pois o critério biotipológico tão incensado por aqui, carece de lógica se comparado com o padrão atlético dos enormes jogadores advindos das universidades, e de países que levam a serio o desporto oriundo da escola, desde a adolescência, logo, algo mais ligado à parceria NBA/LNB tenha a ver com tanto interesse por jovens carentes do mais elementar requisito para o acesso ao basquete americano, o pleno domínio dos fundamentos do jogo, interessante, e instigante, não?…
Lá fora, no torneio em Porto Rico, a seleção parece ter voltado aos bons tempos da metralha de três, foram 12/57 nos três jogos disputados, quando venceu um, contra a Argentina e embarcaram na mesmice nos outros dois, contra Porto Rico (que haviam vencido de lavada no Pan, quando ensaiavam “um novo tempo”…), e o Canada, de forma a não deixar dúvidas quanto a oscilação comportamental e tática por que passa a equipe…
Oscilação essa causada pela dependência inconsciente pelo sistema único, por parte de jogadores que se iniciaram no grande jogo praticando-o desde sempre, da formação a elite, e que de repente se vêem perante “algo” que simplesmente não conseguem determinar, quanto mais se situar ante uma realidade a que são apresentados, jamais ensinada à partir da desconstrução do que conhecem e praticam, como numa engenharia reversa, que deveria ser aplicada através técnicas pedagógicas e didáticas específicas, claro, por quem conhece, ao menos, sobre o que tudo isso significa, começando pela base, e tendo continuidade na elite, sim senhores, na elite, como exemplo e incentivo verdadeiro às gerações que se sucederão, pois o ato de aprender jamais cessa na idade adulta, muito pelo contrário, se aguça e se permite claros e ambiciosos objetivos a serem alcançado, principalmente em se tratando de fundamentos individuais e coletivos…
Mas para tanto, novas formas de ver e jogar o grande jogo tem de ser implementadas, e não continuarmos a surfar o hibridismo do sistema único como base do proposto novo, corajoso, criativo e ousado sistema proprietário, único e aceito por todos, com certeza a única formula de enfrentarmos as grandes equipes, pelo inusitado, inesperado e realmente inovador, equilibrando a enorme supremacia ostentada pelas mesmas, lastreadas em formações solidas de base, onde os fundamentos ditam as regras gerais do jogo, fator que temos de assumir seriamente daqui para frente, mais ainda se adotarmos uma posição contraria ao sistema único, para começar…
No entanto, não se trata de um projeto para 2016, tarde demais para sequer ser levado em seria consideração, e sim para os próximos dois ciclos olímpicos, ação lógica e honesta às nações culturais e educacionalmente desenvolvidas, únicas e derradeiras opções de desenvolvimento para esse enorme, injusto e cruel país, junto à sua reserva estratégica, seus jovens…
Mas nada que supere o mal caratismo de muitos que posam e discursam em nome de metas de supremacia olímpica baseadas em medalhas, medalhas em esportes oportunistas, mantidos a preços estratosféricos, numa cornucópia inesgotável de preciosos fundos federais, que tem enriquecido a muitos, e proposital e criminosamente omitindo a formação advinda das escolas, universo natural da iniciação, massificação das modalidades clássicas, aquelas que promovem a sociabilização e o processo educacional e cultural, que são tradicionais no país, como o atletismo, a natação, o basquete, o andebol, o futebol, o vôlei, o judo, todas a serem obrigatoriamente reintroduzidas nas escolas, como componentes das aulas de educação física, atividade hoje quase banida dos currículos do primeiro e segundo grau escolar, e desde sempre no ensino superior…
Lembro alguns artigos que postei cinco, seis anos atrás, aos quais sugiro uma leitura introspectiva, como fechamento desse longo artigo, pedindo, mais uma vez, desculpas pela falha na periodicidade do blog, que prometo reverter daqui para diante. São estes os artigos: Conceitos x Fundamentos ; Conceitos x Fundamentos II; De 2006 a 2014, o que mudou?
Boa leitura, obrigado a todos pela paciência.
Amém.
Fotos – Reproduções da TV e divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.