LÁ COMO CÁ…

Depois de uma luta intensa,estafante e até certo ponto insana,eis que conseguí acessar as transmissões do Marchmadness da NCAA no PC aqui de casa.Para quem quiser tentar, depois de se inscrever no modo VIP no site da NCAA(www.NCAA.com)regule na janela”opções” o modo cabo 340mps,e o buffer em 60 segundos.Não terá uma transmissão perfeita mas poderá acompanhar trechos das partidas um tanto fracionadas quanto à imagem,mas em tempo real quanto ao som.Deu,até agora,para acompanhar umas partidas interessantes,e inclusive conhecer o nosso J.Batista da Universidade Gonzaga,que já conquistou duas vitorias,e está classificada entre as dezesseis para as oitavas de final.Sistema de jogo comum a TODAS as universidades que vi atuar?Um premio a quem acertar!Isso batuta,o indefectível Passing Game, modelo NBA!Depois vêm reclamar que não vencem nada a nivel internacional.Mas está lá,como cá,para quem acredita ou não,a praga que se instalou na mente obtusa de todas aquelas comissões,desculpem,batalhões de técnicos enfatiotados em torno de grupos engessados de até bons jogadores,alguns realmente ótimos,mas prisioneiros de uma,vamos assim dizer,globalização de um sistema de jogo simplesmente absurdo,em sua proposta de controle extra-quadra dos já mencionados batalhões,e com 35 segundos de posse de bola.E assim como cá,um festival
de arremessos de três pontos(lá é mais perto),com um percentual de erros bem razoável
mas sempre efetuados por determinados jogadores,e nunca pelos pivôs,como cá.Ainda
respeitam os especialistas,nunca os aventureiros.A estes somente as penetrações,não
como cá.Amanhã tem mais,com melhores jogadores,mas na mesmice técnico-tática,todos
agindo como se emanassem de um ser supremo os caminhos a serem seguidos.O que salva
um pouco o espetáculo é a posse de bola de 35 segundos, que afasta os arremessos
desesperados pela premencia de tempo,o oposto de cá.Agora mesmo é iniciada a preparação de nossos juvenis para a Copa America,lá nos Estados Unidos,sob o comando
de um dos membros da comissão da seleção principal,aquela que pensa,raciocina e age
sob um lema comum,no qual todos tem as mesmas prerrogativas.Só que esse foi introduzido na turma por dominar tecnicas audiovisuais utilizadas nos treinamentos da seleção principal.Como premio pelas belas imagens, e por professar os mesmos principios técnicos dos demais,fica com a incumbência de engessar a turma juvenil para que se prepare para não só disputar a Copa,como conquistar o título.Mudanças,ou adaptações de acordo com as características dos convocados? Nem pensar,pois num quantitativo de 26 convocados somente 6 são armadores, alas são 12 e 8 pivôs,o que define o sistema a ser continuado.Se a convocação comportasse 8 armadores, já se poderia vislumbrsr alguma mudança no sistema,como por exemplo, atuar com dois armadores verdadeiros, mas com 6, salta aos olhos que somente 3 irão,e somente um atuará de cada vez,e 2 no desespero de finais de jogos.E pasmem,mais 3 tecnicos para a comissão,que somados aos 4 da principal já são 7,todos unidos pelo mesmo ideário do Passing Game.Aliás,alguns deles estão pelo país dando clinicas sobre o assunto,e o que me assusta é que em seus curriculos de apresentação se assinam-“Fulano de tal,
CREF nº/estado”.Ou seja,dá-se aos cref’s a chancela dos técnicos brasileiros,como se
entendessem algo de basquetebol.Fico imaginando o que poderão fazer se emplacarem as duas metas prioritárias que se propõem no país.Uma de elegerem o máximo de vereadores
e deputados,estaduais e federais,para formarem bancadas que protejam seus interesses.
Outra,que oficializem junto aos poderes publicos o exame de suficiência para os egressos das Licenciaturas e bacharelatos das Escolas de Educação Fisica,
fundamentados na larga experiência que têm em distribuirem às centenas titulos de suficiência a pseudo-professores e instrutores nesse imenso país,através cursos de alguns meses,e de baixissima qualidade,com a justificativa de autorizarem leigos para a função educativa.Mas essa é outra história,tão tenebrosa quanto a que domina o cenário técnico de nosso basquetebol.Enfim,enquanto lá e cá,cerebros luminares mergulham num mar de mediocridade jamais visto,em função dos interesses maiores da liga que se materializa mundo afora,europeus,asiáticos e alguns desgarrados,vide a Argentina,mergulham de cabeça em sistemas soltos e criativos,dando severas lições àqueles que se consideram superiores,assim como a seus seguidores,incluso nos mesmos.
Hoje mesmo,em um mundial que promoveram para vencer e demonstrar sua superioridade perante o mundo,o de basebol,cairam os americanos na fase classificatoria,e verão amanhã uma decisão entre uma equipe asiática e Cuba,dentro de seu quintal,sem dó nem piedade.São mitos que se apagam,mas que,como mitos,muito custarão a ser esquecidos,e
por muito tempo ainda influenciarão mentes prontas à colonização,e suscetíveis aos prazeres dolarificados,como muitos de nos.Educação é algo de muito sério,e o dia que formos convenientemente educados seremos tão ou mais sérios do que eles.Até lá…

A REDENÇÃO…

Finalmente seremos resgatados!Nosso sempre presente prefeito(exceto no Natal e Carnaval,festas inexpressivas…),o grego melhor que um presente,e,pásmem,David Stern, se unem para,enfim,nos colocar no cenário mundial do basquetebol! Em 2008 seremos abonados com uma partida de exibição pré-temporada com duas equipes da NBA,para em 2010,o êxtase dos êxtases,poderemos apreciar uma partida oficial da grande liga.Até lá,contentemo-nos com nossos míseros campeonatos,com as noticias de nossos craques nos campeonatos lá de fora e com as apresentações do helênico-brasileiro Adonis,na expectativa transcedental de sabermos,ou adivinharmos qual o país, Grecia ou o nosso,contará com os serviços deste formidável adolescente,que pelo peso de seu marketing,deve beirar a genialidade.Até lá,aprimoraremos o passing game,pois não poderemos ficar abaixo do que apreciaremos embasbacados naquelas datas mágicas.Criticos,colunistas e marqueteiros,bem forrados com o patrocinio “enebeano”,ficarão desde já insones,pela conquista maior,pois os deuses jogarão aqui,com todo o amor que sentem por esse tôlo e infantil país.Até lá,constataremos que nada deverá ser implementado de novo em técnica,e em técnicos,pois a revolução que nos tirará do limbo só demorará miseros dois anos,que no raciocínio dessa gente não significa nada.Para quem,como nos,que sistematicamente
omitimos o passado,como que envergonhados do mesmo,soaria estranho recepcionarmos os
artistas inigualáveis que nos visitarão com a lembrança,humilde aliás,de que estarão
pisando o solo de um bi-campeão mundial e três vezes finalista olímpico,mas que só daquele momento em diante passaremos a contar no cenário internacional.Afinal,jogarão
em nossa ex-capital,Buenos Aires,tendo ao fundo um melodioso tango.O máximo será quando agradecermos tão magnânima presença com um profundo e sentido”gracias amigos”!
Hoje mesmo,durante um jogo da liga sul-americana,o nosso grego presidente,desfiou toda uma agenda de atividades das seleções pré-mundialistas e de jovens para esse ano
onde mencionou,literalmente,que poriamos mais uma estrela,a terceira,no escudo da CBB
no mundial do Japão,e que todos,repito,todos os jogadores que atuam na Europa e na NBA estariam certos em suas participações,com seguros vultosos garantidos pela estatal patrocinadora.Ou seja,jogou toda a responsabilidade de possiveis ausências nas costas dos jogadores,já que,segundo suas palavras,as condições técnicas e econômicas estavam garantidas desde já.Econômicas,tenho muitas dúvidas,mas técnicas?
Santos deuses,será que ele,que inclusive foi jogador,acredita sinceramente em tais afirmativas? Sinto muito medo pelo que nos espera,e torço para errar retumbantemente
em minhas desconfianças,pois uma entidade que aposta suas fichas na possibilidade de que, dois jogos para daqui a dois anos representarão uma conquista fundamental para o
nosso combalido basquete,gela minhas veias.Reunir técnicos,o máximo que pudessem,
fazê-los relatarem e verem divulgadas suas experiências regionais;destinarem verbas
para a implementação de polos técnicos visando os jovens,preparando-os nos fundamentos,e não em sistemas escravizantes e bitolados,cortando desde sempre as influências de cima para baixo que uma comissão técnica ousa em querer implantar no país como verdade absoluta;implantar um sistema estatístico que privilegiasse as produções individuais e coletivas pelos coeficientes de produção,e não pelo simplista e manipulável sistema percentual;desenvolver na medida dos possíveis as atividades
no âmbito escolar,protegendo e resguardando os jovens das ruas;incentivar o estudo.
São todo um corolário antítese do projeto NBA.Mais ai não aconteceria a nossa tão
esperada,ansiada e definitiva redenção.Que os deuses nos ajudem,e contritamente,amén.

NBA RIDES AGAIN…

Na última semana tivemos NBA de página inteira,NBA de meia página,últimas,trepidantes e profundas análises sobre a convocação da seleção americana para o mundial que se aproxima,e também previsões abalizadas sobre cada um dos convocados,suas habilidades,seus defeitos,e até uma previsão de qual seria o quinteto ideal para ser mandado à quadra com reais chances de sucesso.E tudo isso escrito e divulgado por(americanos?no,no,no…)brasileiros!Se fosse eu o técnico americano sugeriria à AAU o envio urgente do plantel para o Brasil,pediria uma vaga de 4º assistente,e agradeceria aos deuses por tamanha oportunidade de aprender,tal o detalhamento das análises,onde até o gato Lebron James(se ele tem 21 anos, Matusalém sequer nasceu…)seria barrado por um jogador que teria a responsabilidade pelo trabalho sujo na quadra,ou seja,aquele que aniquilaria o melhor jogador adversário,limpando a barra para as vitórias que se seguiriam. Ah!nome da fera humana?Bruce Bowen.Pois é,fiquei eu lá,por um longo tempo lendo as análises,que nem meus mais de 40 anos de experiência,puderam assimilar,ou mesmo entender,tanta presunção no quintal do vizinho.E ainda me via perplexo,pois nunca tinha testemunhado tanta precisão(?)de comentários quanto a equipes nacionais,quando,mais do que de repente,cai na real de
que o inteligente técnico americano poderia ter acertado na mosca com sua tão criticada e exaustivamente analisada convocação.A única ressalva seria exatamente o
cara do trabalho sujo,que trocado em miúdos,seria aquele jogador altamente especializado em defesa individual,do tipo carrapato,conforme descrição do analista
em questão.Esse, o técnico,se for coerente,deverá cortar,pois se aplicar suas habilidades em um torneio da FIBA,como o faz na NBA,não dura um quarto em número de
faltas,que são 5,e não 6 como na mesma.Esse sempre foi o fator restritivo aos grandes
e massudos pivôs americanos,que se penduravam rapidamente nos torneios FIBA.Pela
análise,somente um pivô de choque foi convocado,e mais uma vez,se coerente for,o técnico americano o afastará da seleção final.E sabe o preclaro colunista o porque de tal convocação,de apelo à juventude,e com o projeto de mantê-los juntos por pelo menos 3 anos? Isso!acertou também na mosca!Ou não?Raciocinemos juntos.Ou os americanos aprendem a jogar eficientemente dentro dos rigores das regras internacionais,ou não vencerão mais nada no futuro,pois nenhuma daquelas grandes e vitaminadas personalidades abdicarão de se manterem sempre”em forma”,para abiscoitarem os milhões de dólares em jogo,arriscando perdê-los em torneios patrióticos,com,imaginem o absurdo,rígidos controles de anti-dopagens e
remunerações ridículas.O nosso Nenê está nessa,opinião do articulista.Podemos então
concluir que o técnico americano acerta quando constitui uma seleção de longo prazo,
sem os vícios de marqueting e de preparação pré-temporadas das grandes estrelas,e com um prazo de 3 anos para encarar Pequim com grandes e oportunas chances.Não seria nenhuma surpresa se muitos,ou todos os doze finalistas,viessem a jogar na Europa,para enraizarem o espirito das regras e de um tipo de jogo que não praticam na NBA.O futuro dirá.Mas,e o grande Kobe Bryant,não é uma grande estrela? Não esqueçam que aprendeu a jogar na Alemanha,onde nasceu,e seu ídolo desde sempre foi o grande Oscar em sua fase européia,sendo,inclusive,como o Steve Nash,um grande admirador do soccer,e a maneira de ambos,que são armadores,jogar,tem tudo de perfeitamente alinhado às exigências das regras da FIBA,além de serem,junto com o Iverson,jogadores diferenciados dos maniqueísmos de seus pares na NBA.Se realmente forem essas as propostas americanas para as futuras competições internacionais,terão todos que realmente se preocuparem,pois,com a escola de fundamentos que possuem,aliadas a uma adaptabilidade às regras e aos sistemas das escolas internacionais,tudo têm a lucrar a médio e longo prazo.E em se tratando de planejamento,os caras são feras,sem jogar sujo.Finalmente,sugiro,não só ao colunista especializado em NBA,mas a todos os que entendem,ou pensam entender o jogo,que destinem,daqui por diante,algumas linhas de análise,ou de critica,ou mesmo de incentivo realista,às nossas seleções,que muito se beneficiariam se fossem levadas em consideração por todos.

PARA OS DESLUMBRADOS…

A turma que so tem olhos para a NBA deveria acessar uma página que baixou na rede pela editoria do New York Times no dia de hoje.Ai vai http://www.nytimes.com/2006/02/25/sports/ncaabasketball/25preps. html?th&emc=th E para maiores detalhes uma outra pagina em continuidade a anterior-http://www.nytimes.com/2006/02/24/sports/20060224_SCHOOLS _GRAPHIC.html É um prato cheio para compreendermos um pouco daquele ambiente”profissional”,que muitos gostariam que fosse implantado por estas bandas.Em entrevista aos jornais no ano passado,Leandrinho argumentava que o maior interesse de seus colegas de equipe nos Suns era ouvir música em seus receptores individuais,o uso de muitas jóias,e uma permanente disposição ao divertimento,e que esses motivos em muito afastavam maiores intimidades e até amizades.Essa tendência ao supérfluo e aos deslumbramentos propiciados pelo dinheiro em pencas,já vinha sendo rastreada pela imprensa esportiva e não esportiva americana,desde que,por força de interesses econômicos e de mercado forçaram um relaxamento na tradição que destinava os melhores atletas universitários de ultimo ano,ao draft de acesso à NBA.Aos poucos atletas oriundos diretamente das escolas secundárias,e muitos estrangeiros,foram colocando em segundo plano a grande tradição americana,onde já se tornou comum jogadores serem escolhidos estando nas primeiras séries universitárias.Em torno dessas facilidades se instalou uma verdadeira indústria ,não respeitando inclusive os principios educacionais que somente boas escolas e universidades propiciam e incutem em seus alunos.Hoje,já se identificam indicios de frouxidão em âmbito familiar,onde a presença de dolares imediatos se sobrepõe a um diploma universitário.E por conta disso muitas atitudes anti-sociais,e até de carater policial começaram a pulular no meio das estrelas,não muito afeitas a comportamentos acadêmicos.Nessas matérias acima relacionadas,poderemos entender um pouco daquele mundo dos dolares,no qual a perfeição olímpica se situa muito longe de padrôes que muitos daqui pensam existir.Vale a pena lê-los,pois alguns conceitos de perfeição desportiva poderão,ao menos,serem questionados.Também poderemos começar a entender do porque do fracasso das seleções americanas nos principais campeonatos internacionais,já que para eles o que realmente conta é o Basketball Worldchampionship,como é denominado o torneio da NBA,e que para vencê-lo vale qualquer sacrificio,inclusive detonando suas maiores e melhores tradições,onde o esporte sempre fez parte da formação educacional de seu povo.E as reações já começaram a se fazer presentes,e essas matérias provam isso,se somando às investigações do senado americano no combate às drogas dentro das maiores ligas profissionais desportivas do país.No nosso,onde o desporto dentro das escolas sempre foi negligenciado em nome de um controle empresarial que fatalmente nos levará
a situações tão ou mais caóticas que começam a se manifestar no âmago da sociedade de
nossos irmãos do norte,muito daquelas mazelas poderão,e podem ser evitadas se optarmos pelo caminho da educação,massiva,indiscriminada,democrática,e de muito boa qualidade,para afastarmos de nossa frágil realidade o perigo,presente e fatal,de que
não podemos aliar esporte e educação,performance e estudo,em busca de resultados junto a uma formação acadêmica que garantirá melhores oportunidades ao cidadão,como
prevê a constituição.Já se faz necessária a adoção do treinamento árduo e sacrificado
concomitante ao preparo acadêmico,pois dessa forma não veremos a multiplicação de vitrines ambulantes cheios de penduricalhos,tatuagens,desenhos capilares e uniformes
inadequados,assim como perdas de tempo em video games e atividades que poderiam ser dirigidas a uma formação profissional mais sólida e produtiva para o futuro.Claro,
acompanhados por técnicos e dirigentes realmente interessados no futuro dos atletas,e não temerosos do que poderiam reinvidicar por serem convenientemente educados.Por tudo isso vale a pena tentar acessar as paginas sugeridas,pelo menos como uma curiosidade alienígena.

NA TRILHA…

Em pista seca ou molhada,um bólido de formula 1 tende a seguir determinadas trilhas no asfalto,tangenciando curvas e evitando setores sujos,que possam prejudicar a estabilidade e aderência do carro.E todos cumprem o mesmo trajeto,volta a volta,até o momento que um deles foge da trilha e exerce a ação de ultrapassagem,mesmo temerária,para conquistar a vitoria.E assim foi o jogo que decidiu a classificação final da chave de Brasilia no Sul-Americano de Clubes nesse domingo.Durante os tres quartos iniciais a equipe brasiliense levou de vencida a bem estruturada equipe argentina,que mesmo exercendo uma ofensiva cadenciada e de grandes deslocamentos,permitia que seu adversario usasse à exaustão o passing game e os arremessos de tres pontos,com uma liberdade espantosa.Dessa forma,a equipe nacional chegou a uma vantagem de 17 pontos,que se bem administrada fatalmente a levaria à vitoria.Mas,no quarto final,tomou uma atitude simples e óbvia,resolveu alterar a coreografia ofensiva do adversario se antepondo às linhas,também óbvias,de passes que percorriam trilhas imutáveis desde o inicio da partida,trilhas essas obssessivamente traçadas na prancheta de seu técnico.E com duas disposições defensivas,a flutuação lateralizada,e não longitudinal,às linhas dos passes,e a marcação frontal dos pivôs,criou uma situação massiva no âmago do garrafão,que em cinco e seguidas oportunidades retomou a posse da bola, saindo em contra-ataques que decidiram a partida. Foi a vitoria de quem ousou quebrar o monocórdico sistema ofensivo de um adversario incapaz de atuar fora do mesmo.Por outro lado,vimos uma equipe atacar com dois armadores altamente criativos,se deslocando no perimetro em perfeita sintonia,jogando e fazendo jogar seus homens altos,permanentemente cruzando de fora para dentro do garrafão,sempre recebendo os passes em movimento e grande velocidade.Foi um ultimo e decisivo quarto,onde pudemos atestar a superioridade tática da equipe argentina,naqueles momentos em que mais se fez necessaria a interrupção das trilhas utilizadas pelo seu adversario.E essa tendência é geral em nosso país,onde as equipes de qualquer categoria trilham os mesmos e previsiveis caminhos dentro da quadra, engessadas que estão por esse espúrio sistema do passing game.Mas é um sistema que conota aos técnicos uma importância acima do que realmente representam para uma equipe,onde as estrelas deveriam ser os jogadores,e não individuos que ficam ao lado,e muitas vezes dentro da quadra,gesticulando como bonecos de desenho animado,onde só faltam levantar vôo em seus devaneios e descabidas atuações.Ficam naquela grotesca e ridicula performance,orquestrando as trilhas que previamente traçaram para suas equipes,quando deveriam ali estar para permitirem que atitudes técnicas e criativas pudessem ser desenvolvidas pelos jogadores,que deveriam ter sido previa e exaustivamente treinados para tal.Em nenhum momento se vê,ou se ouve,um técnico mencionar uma falha individual de um defensor adversario,numa posição de pés,ou de tronco,ou numa cobertura,ou mesmo no acompanhamento de um seu armador que dribla,para instruir os seus jogadores na exploração de tais falhas,pois estas ocorrem no transcorrer de toda a partida.No entanto,pedem tempo para traçar na prancheta caminhos para uma jogada a seguir,como se a mesma valesse 10 pontos.E depois da mesma ocorrer,o que fazer a seguir?Ou a equipe terá que aguardar um novo tempo para saber como se comportar?Nessa situação,bastaria o tecnico adversario,que se bem treinou sua equipe,se omitisse de pedir seus dois tempos,para que pouca,ou quase nenhuma nova coreografia pudesse ser estabelecida,deixando os jogadores orfãos da mesma,e que nem o gestual desengonçado na lateral da quadra pudesse preencher tal óbice.Enfim,vivemos a era pastiche de tecnicos que utilizam seu precioso tempo num balé ridiculo e despropositado,todos atacados pela sindrome da luz vermelha,aquela que sinaliza que uma camera de TV está ligada, em suas performaticas figuras,como se tais atitudes conotasem atuações de decisiva participação técnica e tática.Isso tudo acompanhado,na maioria das vezes,por vocabulario chulo,inglês pifio,e pressões profundamente anti-éticas sobre árbitros e até dirigentes federativos.Se consideram,realmente,os donos do espetáculo,numa também,dolorosa e constrangedora trilha comportamental,seguida pela maioria,até que um dia,quem sabe,algum,ou alguém,saia da mesma,para a redenção de uma função fundamental em qualquer desporto,o técnico que treina,ensina e ajuda,e não se comporta como um comediante de ópera bufa. Temos de acreditar que dias melhores advirão,e que os deuses nos ajudarão.Amén.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

Já não posto um blog a duas semanas,o que tem me deixado preocupado.Falta de assunto?
Creio que não,mas talvez um sentimento de repetição explícita,pois nunca,nesses mais de 40 anos que milito no basquetebol o vi tão travado,tão aviltado,tão rasteiro,tão covardemente ferido.Nunca tantas absolutas nulidades se mantêm no seu comando(?), nunca o vi em tal abandono,ao ponto que equipes da nóvel NLB já são afastadas exatamente por esse motivo.No entanto,a NBA envia um seu representante para divulgar o mais novo produto voltado ao povão,povão?Ledo engano,voltado à internet de banda larga,território sagrado das elites,em qualquer país de terceiro mundo,afastando para cada vez mais longe o acesso da massa infanto-juvenil às informações sobre o jogo.Basquetebol em rede aberta então,nem pensar,mas as obras do Pan,os arrojos arquitetônicos de estadios megalomaníacos,estes sim,merecem laudas nas midias jornalísticas. Praparação de jovens em contrapartida às verbas alocadas aos monumentais canteiros de obras,nem pensar!Pagar bons técnicos e professores,ajudar atletas carentes,orientá-los,educá-los,alimentá-los,o que é isso?O que sobraria para as pobres empreiteiras?Para os politicos de ocasião?Para os empavonados e vaidosos dirigentes esportivos?Por tudo isso,faltou-me um pouco da disposição que nunca deixei
de ter,salvo em alguns momentos de falência física.Mas eis que recebo um email,no qual é mencionado um jogo do campeonato nacional,a que assisti consternado,pela total
ausência de qualidade do mesmo.Tomo a liberdade de transcrevê-lo:

Responder para: H. L. Gonçalves Data: Tue, 07 Feb 2006 13:06:48 -0200
Status: Normal
Cópia:
Caro Professor Paulo,
Tudo bom ?
Sempre quando posso,tenho lido seu blog novamente!
Com as voltas das aulas na Universidade Federal de Viçosa,
não estou vendo mais o Brasileiro de Basquete -CBB- ( por nao ter
tv a cabo aqui)e nao sei se fico feliz ou triste.
Estava em Belo Horizonte e fui assistir o jogo
entre Minas Tenis e Rio Claro.
O jogo foi muito ruim.Infelizmente acho que o basquete nacional
carece de renovação.
Eu e um amigo assistimos dois quartos da partida
à muito contra gosto.No intervalo do segundo para o terceiro periodo,
fomos embora.
Acho que nunca vi um jogo tão ruim de basquete.
Um dia desses,sabado ou domingo agora,leio que o Minas lidera
uma das chaves do Brasileiro.
Que tristeza.
E queria saber quais as chances que temos no Mundial
que se aproxima?!
Acredita em uma colocação melhor do que a do ultimo mundial ?
Ou vamos continuar estagnados ?
Abraço e bom trabalho professor!

Que tal?É ou não é o retrato fiel do mortal furacão que paira por sobre uma modalidade que já foi orgulho nacional? Como escrever sobre um jogo onde a existência de alguns fundamentos básicos é desconhecida pela maioria dos jogadores em quadra?
Armadores que não driblam e não passam,que em contra-ataques,sozinhos,param na linha de tres pontos para um arremesso irresponsável,que tropeçam na bola ao fintar,alas que além de tudo isso,desconhecem corta-luzes e técnicas de rebote,pivôs que colocaram(ou foram incentivados…)na cabeça que são especialistas nos tres pontos,
que desconhecem as técnicas mais primárias das fintas,dos rebotes,dos arremessos?Mas
todos eles engessados em um sistema de jogo,cujas seleções nacionais divulgam e impôem como verdade absoluta para todo território nacional,inclusive através cursos
e clínicas de carater eleitoreiro.E o pior,tendo na direção alguns dos técnicos da comissão da CBB! Vamos continuar estagnados? Dessa forma,caro H.L.Gonçalves,por muito tempo ainda.Chances no mundial? Das duas uma,ou o atual quarteto que comanda através
um entendimento uníssono e de pontos de vistas integrados(o que duvído veementemente)
segundo próprias declarações públicas,muda radicalmente o sistema atual,ou que haja
uma mudança,também radical,em conceitos de comando e liderança,de responsabilidade
assumida,de coragem em inovar e modificar comportamentos,creio que não iremos bem no
mundial,pois ficarão faltando alguns elementos primordiais para uma conquista dessa magnitude,conhecimento,competência e coragem,para além do interior de S.Paulo e da realidade NBA.Na última grande competição,Argentina,Italia,Lituânia,Espanha mostraram que existe basquetebol além daquele mundinho,e que Russia,o que restou da Iuguslávia
aida têm muito a mostrar.Mas num país,em que o máximo para um técnico é estagiar nos Estados Unidos(não importa onde…)e dirigir americanos ruminando um inglês tosco e ininteligível,torna-se a conquista maior,dá medo até de pensar onde iremos parar.Agora,justiça seja feita,mesmo errando por falta de orientação e treinamento,
temos jovens promissores e talentosos,que se bem atendidos dariam excelentes jogadores.Mas isso,caro Gonçalves,é outra história.

VITORIA DE PIRRO.

Pirro,rei do Ponto,uma nação ao norte da península itálica,venceu uma célebre batalha contra os romanos,onde pela primeira vez foram usados elefantes no ocidente como arma de ataque.No entanto,foram tantas as perdas infligidas pelos romanos ao exercito de Pirro,que este bradou a seus comandantes:”Mais uma vitória como essa e perco o meu exercito!”Ficou para a história como a Vitoria de Pirro,aquela que prenunciava a derrota final.Tal como a recente vitoria da NLB no âmbito judical contra a CBB,
forçando-a na aceitação e imediata integração das equipes daquela no Campeonato Nacional que organiza.E porque de Pirro?Pelo fato de algumas das equipes integradas já darem sinais de que não participarão da competição.Então porque entraram na justiça?Teriam sido mais coerentes se mantivessem suas posições na NLB,mesmo com as dificuldades que enfrentam aqueles que desejam honestamente mudar as coisas,e não lutarem e perderem suas expectativas ante a realidade de terem de optar por uma das competições,não só sob o aspecto moral,como técnico.”Aqueles que roerem a corda agora são uns bundões,BUNDÕES!”exclamava o presidente da NLB quando do lançamento intempestivo da nóvel liga,ante o início da debandada de alguns que com ele iniciaram a caminhada entre juras de fidelidade e apoio irrestrito.A começar pelos mais representativos,que escolheram o porto seguro técnico-financeiro da CBB,deixando para trás os aliados, numa luta que nunca pretenderam apoiar.Falou mais alto o cacife poderoso e bem estabelecido da CBB,ante os percalços que teriam de enfrentar por suas rebeldias.Agora,perante uma realidade jurídica, alguns se vêem pressionados a optarem,e outro,o mais interessado pela competição da CBB,que estando a fim de participar da Liga Sul-Americana,se vê pressionado pela inefável opção,o ás de manga da CBB,magistral como sempre, na arte de subjugar quem a ela tenta enfrentar.Paira então no ar a indagação:”Quem é o bundão?” Então o peso dos patrocinadores se torna mais decisivo do que os ideais de mudanças em nosso basquetebol? Como estabelecer tais mudanças com tantas veleidades esvoaçando ao sabor dos ventos?Fica faltando que todos os participantes dessa ópera bufa empunhem pás e lancem os últimos tufos de terra na cova que escavaram para o nosso infeliz esporte,envolto em suas vaidades,egos feridos e exaltados,para a tristeza infinita de um povo perante tanta estupidez e pusilânimidade,condenando à morte aquela que foi a segunda paixão desportiva de todo brasileiro.Vitoria de Pirro é isso aí.Deuses meus,a que ponto
conseguimos chegar,infelizmente.Talvez,como uma Fênix,ressurgindo das cinzas,possa
nosso basquetebol ser resgatado de mãos tão incompetentes, e mesmo criminosas,para
um futuro menos incerto e doloroso,quem sabe… That’s all!

A HORA DA VERDADE

Foram quatro partidas,sendo que as três primeiras com placares dilatados,numa demonstração de defesas ineficientes,ganhando ao final aquele que fizesse a “última”. E foi o que aconteceu.Na quarta partida,nervosa e com um número elevado de erros individuais,algo de não muito novo,porém unusual,aconteceu.Após três quartos iguais nos erros e acertos,pois jogavam rigorosamente iguais,até no jogo abusivo dos três pontos,eis que uma das equipes retira seus pivôs de choque,pois já havia perdido um deles,contundido na partida anterior,e com dois armadores e três alas caracteristicos imprime um rítmo avassalador,para derrotar o adversario por boa margem de pontos.E o conseguiu mesmo mantendo as jogadas caracteristicas do passing game,pois em todos os tempos pedidos era esse o enfoque principal dos dois técnicos,”rodar a bola”,”rodar a jogada(?)”,ou seja,desenvolver o jogo de passes sistematicamente.Muitas foram as perdas de bola por tempo acima dos 24 segundos,assim como muitos foram os arremessos desequilibrados e desesperados pela premência de tempo.Mas,sempre temos um “mas” nesse magnífico jogo,e que seria mais do que magnífico entre nos,se não fosse esse cabresto absurdo do sistema que usam,que todos usam.Tinham perdido seu pivô efetivo no jogo anterior,e no último quarto retira o reserva e não lança o terceiro disponivel.Joga dai para diante com dois armadores no perímetro e três alas se revesando no interior,e o que temos?Primeiro, uma defesa mais hábil e rápida,que conseguiu jogar em antecipação,o que foi fatal para o oponente,obrigando seu excelente pivô e reboteiro eficaz a sair do garrafão e tentar vários arremessos de três pontos.Segundo,implantando uma ofensiva muito veloz e inteligente,abrindo a defesa de par em par para as penetrações que decidiram a partida.Naquele derradeiro quarto,foi demolida a idéia irremovível de que sem um,ou dois homens de choque não se alcançam vitórias decisivas.Pois ai está,com leveza,velocidade e,acima de tudo, coragem em inovar,venceram um penta campeonato merecidamente.Agora,na hora da verdade de nossa seleção nacional para o mundial que se avizinha,esperamos que a lição demonstrada no quarto final dessa partida faça escola,e que seu técnico,se repetir a corajosa decisão de optar por um time mais leve,mais rápido,e menos disposto a embates entre colossos “under basket”,que decididamente não condiz com nossas tradições,e até mesmo com a constituição física de nossos jovens(exceto os vitaminados de plantão…),possa o mesmo estabelecer novos parâmetros técnicos, que sem dúvida nenhuma,será nossa única chance de classificação olímpica. Jogar “globalizadamente”,como uma grande maioria de burrice descomunal defende,em hipótese alguma nos favorece,pois retira de cena aquela que é a nossa maior qualidade,a criatividade desenvolvida e aplicada em alta velocidade,que na premência dos 24 segundos deve ser incentivada e treinada.Um pouco antes da partida começar um reporter entrevistou o jogador americano da equipe campeã perguntando ao mesmo o que mais o atraia na forma de jogar em nosso país.A resposta rápida e suscinta foi:”gosto do jogo veloz que aqui se pratica”. Não fosse a maioria teimosa e imitativa, pessimamente imitativa,de nossos técnicos,de a muito tempo estariamos afastados desse obscuro limbo que nos impuseram,ao travarem e alterarem nossas mais gratas características,em nome de uma globalização que só tem uma finalidade,perpetuar a supremacia daqueles mais ricos e pretensamente poderosos. Qualquer vietnamita subnutrido,sabe que isto não é bem a verdade.Sejamos um pouco vietnamitas também,pois inteligência e perspicácia,nas doses certas, não fazem mal a ninguém.

CONDIÇÕES BÁSICAS

Fazendo uma boa faxina no escritório, encontro uma pasta com antigas transparências que utilizava em cursos de basquetebol pelo Brasil afora.Folheando-as,encontro uma em particular, que era a base de qualquer dos cursos que ministrei.Com dez ítens,servia
de roteiro para longas e proveitosas interações com os técnicos com quem dialogava.
Relí-a,e nunca me senti tão inserido no presente como através suas já quase apagadas linhas,que faço questão de transcrever,emitindo alguns comentários entre as mesmas,que definiam um roteiro sobre as condições básicas para o exercicio de uma arte,ser técnico de basquetebol.Eis as condições: 1-CONHECIMENTOS SÓLIDOS E DOMÍNIO COMPROVADO NO ENSINO DOS FUNDAMENTOS.-Trata-se de um conceito básico,pois põe por terra a falsa idéia de que existem aqueles que preparam jogadores,ensinando-os pelos caminhos sacrificados e demorados dos fundamentos,com aqueles que se dizem estrategistas,e somente orientam os jogadores através de táticas e sistemas de jogo pré-estabelecidos,dando pouca atenção aos fundamentos.São os que se dizem responsáveis pela utilização máxima dos talentos e conhecimentos que os mesmos pensam ter sobre o jogo.Mas a verdade é que somente aqueles que dominam a arte de ensinar correta e dinâmicamente os fundamentos podem traçar comportamentos táticos e estratégicos pelo conhecimento que têm de seus jogadores,conhecimento este que se manifesta no dia a dia da aprendizagem individual,em seus detalhes,ínfimos detalhes,mas que se transformam na mais eficiente das armas,o conhecimento integral da proposta técnica,ao saber executá-la pelo domínio dos fundamentos.2-AMPLOS CONHECIMENTOS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DAS ATIVIDADES- Planejar é preciso,e quanto mais detalhadas forem as etapas a serem percorridas,maior será a integração técnico-jogadores na busca de um objetivo comum,a melhora de todos nos fundamentos,sem distinção nas posições que ocupem,concorrendo dessa forma para a constituição do espirito de equipe que é a maior meta a ser atingida.Planejamento linear,enxuto,mas abundante em criatividade e esforço comum,é a chave para o estabelecimento de sistemas de jogo também enxutos e providos de opções e soluções perfeitamente ao alcance de todos que participarem de seu desenvolvimento prático.3-DOMÍNIO CONSCIENTE SOBRE TÁTICAS E PRINCÍPIOS ESTRATÉGICOS- Se treinadas por jogadores preparados para exequibilizá-las, nas mais variadas,dificeis e imprevistas situações,pois se tratam de enfrentamentos quase corpo a corpo com os adversários,a plena consciência das ações e atitudes a serem tomadas,só serão possíveis pelo total dominio das mesmas,conseguido pelo treinamento,também consciente,dos fundamentos.As estratégias são estabelecidas fundamentadas nesses conhecimentos,tanto do técnico,como dos jogadores.É a antítese das pranchetas,que vêm sendo usadas amiúde,na substituição absurda dos principios acima enumerados.-4-MENTE SENSÍVEL AO ESTUDO E A PESQUISA-Estudar sempre,principal e decisivamente o que já foi produzido até os dias atuais,fator que embasará o presente e projetará o futuro,em qualquer das manifestações do homem.É a base da pesquisa,qualquer pesquisa,seja de campo,de laboratório,experimental ou não.Conhecer a riqueza do homem,pelo que já produziu e criou é a chave do conhecimento na busca de soluções atuais e para o amanhã.Pesquisa desportiva,apesar de pouco difundida entre nós,é fundamental para o preparo de melhores técnicos.-5-BONS CONHECIMENTOS DE PREPARAÇÃO FÍSICA- Mesmo sem ser um expert,o técnico com bons e sólidos conhecimentos nessa área poderá orientar os preparadores físicos para os objetivos que deseja alcançar,não permitindo,por exemplo,que jogadores sejam submetidos a preparações que fujam de determinados padrões,fator que poderá comprometer decisivamente os mesmos.- 6-ESTUDOS BEM FUNDAMENTADOS SOBRE ASPECTOS PSICOLÓGICOS,SOCIOLÓGICOS E ECONÔMICOS DOS DIVERSOS SEGMENTOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA-Cultura abrangente é um valioso fator para
o técnico de basquetebol,pois o insere no âmago de questões que de uma forma,ou de outra,influenciarão decisivamente o seu trabalho social,técnico e professoral,em qualquer região do país em que se encontre-7-ATITUDE ÉTICA E LISURA COMPORTAMENTAL-
São dois princípios indivisíveis na postura de qualquer técnico desportivo.Sem os mesmos se torna inexequivel a função de lider e de exemplo a ser seguido e respeitado
-8-SER HUMILDE E RECEPTIVO-ouvir sempre e muito,falar pouco e agir com presteza e conhecimento pleno da ação a ser tomada.Reconhecer o erro e corrigí-lo sem receios.Goethe ensinava:”Não tenho medo de me desdizer,porque não me envergonho de raciocinar”.-9-POSSUIR UM FORTE CONCEITO DE PATRIOTISMO- Precisamos aprender a administrar nossa pobreza e nossas carências.É uma atitude de salutar patriotismo reconhecer tais limitações,e tentar,das melhores formas possíveis reverter tais realidades em algo de que possamos nos orgulhar.A criatividade humana não tem limites
quando sabemos o que queremos e nos preparamos com lucidez e bom senso para conquistá-las.Isso é patriotismo.-10-TER VOCAÇÃO E TALENTO-.

O OVO DA SERPENTE

Hoje tive o desprazer de ler uma entrevista dada pelo presidente do CREF da 1ªregião,em sua própria revista intitulada “Profissional ou Professor de Educação Física?”.Longa e ardilosa,propõe uma linha de conduta cuja culminância atinge dois pontos, que para ele deverão ser as metas prioritárias a serem atingidas.Primeiro,a conquista legislativa:”Para conseguirmos espaços no mercado e evitar que nossa profissão seja constantemente questionada,precisamos ser fortes no legislativo,e temos que eleger nossos políticos com votos da categoria”.Ou seja,propõe uma bancada que garanta seus interesses hegemônicos,através de leis protecionistas,numa cópia de bancadas estabelecidas nos ramos do transporte público,dos evangélicos,dos ruralistas,etc,etc…Realmente uma ação do mais puro ideal educacional e patriótico. Segundo,uma jóia de apropriação indébita:”…precisamos que o CONFEF adote o exame de suficiência para exercer a profissão”.No inicio da”entrevista” o presidente discorreu sobre o panorama da Educação Física no Brasil pós-Cref,afirmando “…que esse crescimento está desordenado,principalmente na formação acadêmica,com o crescimento de oferta do mercado e a retirada dos leigos(oportunistas) que sempre fizeram da EF um bico.Além dos despreparos técnico,ciêntífico e pedagógico,houve um aumento da demanda em todos os níveis das academias,clubes,escolas,escolinhas desportivas,da formação até a especialização”.Mas não declarou as dezenas de cursos,com centenas daqueles mesmos leigos que mencionou,organizados pelo Confef pelo país afora,para
qualificá-los na profissão e estabelecer a massa crítica inicial a seus objetivos,cursos estes de baixissima qualidade e duração insignificante quando relacionados à formação acadêmica.Depois de enumerar o inchaço de ofertas de cursos
de formação universitária,que levará a uma saturação no mercado de trabalho a começar em 2006,afirma na maior candura:”Em termos de formação,as piores possiveis,pois não temos docentes qualificados para formar profissionais com o minimo de qualidade”.Mas afirmo que os temos para formar docentes,professores,pedagogos,didátas,mas não profissionais de EF.Mas o pior veio mais adiante,quando aborda problemas no poder executivo.”A nivel nacional,são as constantes investidas do Colégio Brasileiro de Ciências no Esporte que,a todo custo,tenta fazer com que o CNE delibere para que a EF
retorne a ser uma profissão da educação e saia da área da saúde,uma posição que tem o único objetivo de enfraquecer nossa categoria junto à sociedade e,pior ainda,é um retrocesso a conceitos antigos e autoritários,dignos da mais perversas ditaduras fascistas,que separam saúde de educação(…)Na verdade,e isso é sempre bom dizer,que é um pequeno grupo de privilegiados colegas que sustentam o CBCE com verbas oriundas do orçamento da União,que desejam manter seus privilégios e dominio da EF,submetendo a categoria,unica e exclusivamente,ao trabalho em escolas”.Mas engraçado,pois não me consta que o CBCE tenha sedes luxuosas como o CONFEF e o CREF,alvo inclusive da cobiça de assaltantes em ação recente.Um engano monumental é cometido pelo entrevistador-entrevistado,ao mencionar o caráter fascista de ditaduras que separam saúde de educação.Elas,todas elas,primavam exatamente pelo eugenismo,como ação mantenedora de seus propósitos(EUGENIA,s,f.Ciência social,que se ocupa do aperfeiçoamento das qualidades físicas e mentais do homem.),no qual Saúde e Educação
eram tratadas equanimimente,mas dentro de suas áreas de atuação específica.A queda das mesmas, em muito foram influenciadas pelo desequilibrio ocorrido entre as duas
correntes e suas consequentes manipulações politicas.O que não se pode conceber ao lermos tal “entrevista” é o fato inconteste da escalada de um grupo por sobre um mercado milionário,de conotações empresariais e absolutistas,querer sacramentar
o total dominio da formação acadêmica,ao retirar da mesma a aprovação final de seus
formandos,submetendo-os a exames de suficiência,cujo único objetivo é o de desqualificar permanentemente a função maior de preparar jovens na arte de ensinar.
No último Plano Diretor da UFRJ já se propugnava o retôrno da EF para a área das Ciências Humanas,a partir do momento que a área da saúde nada mais tinha para retirar do curriculo original da EEFD,tanto em graduação,como em pós-graduação,pois não podemos esquecer que dos dois cursos de mestrado com avaliação”E” do CCS,o de EF e o de Ginecologia,foi salvo este último,deixando o de EF ser extinto sem dó nem piedade.Seria a hora desse retorno,para o lugar de onde nunca deveria ter saído,para o lar de formação dos mestres e professores,e não como os infelizes paramédicos que estagiam em suntuosas academias para enriquecimento de alguns,sob o manto protetor dos Crefs nesse imenso país.Educação Fisica e Desportos é um dos fundamentos básicos para a educação integral do cidadão,dentro das escolas, em todos os níveis de escolaridade,e que com boa vontade e disposição política,poderia chegar ao grosso da população,beneficiando-a eficientemente.Um CREF qualquer não tem escopo técnico e pedagógico para sabatinar egressos de faculdades direcionadas para o ensino e a educação,nos quais o livre pensamento e democratica atitude professoral não pode ser direcionada a interesses eleitoreiros,pragmaticos e eminentemente comerciais.Que fiquem no comando e controle daqueles leigos oportunistas que qualificaram às carradas no país,e que não ousem penetrar na formação acadêmica de licenciados em EF,pois não têm competência e preparo para tal.A volta da EF para as Ciências Humanas é o único caminho possível ao restabelecimento de um êrro histórico.Professor não é profissional de EF.Professor é função básica e indivisível para qualquer nação que se preze.É ciência,é pesquisa,é ensino. Cuidem dos altos negócios, que de educação cuidamos nós.