EXPLIQUEM-ME, POR FAVOR…

O Flamengo venceu um Vasco (89 x 81) que mesmo convergindo violentamente (14/28 nas bolas de 2 pontos e 9/32 nas de 3), não se impôs ante um adversário que priorizou o jogo interno (28/47 nos 2 e 5/17 nos 3), provando a eficiência maior dos arremessos de curta e média distâncias, da permanente dupla armação, e da projeção interna de seus alas dialogando com o pivô, em velocidade com curtas e precisas conversões, mesmo permitindo a avalanche de fora, descalibrada e desconcertante de um adversário que demonstrava passividade defensiva incomum (talvez reflexo de três meses de atraso de salários, vide matéria a respeito no O Globo de 4/1/18), refém de seu confuso e inaudível estrategista, completamente fora do mais comezinho princípio de comunicação humana, necessitada de clareza, objetividade e coerência, e não embotada por um discurso irreal, errático e hermético…

Por outro lado, vimos duas convergências vencedoras, produtos de uma constrangedora ausência de fundamentos defensivos, individuais e coletivos, quando o Paulistano venceu Mogi por 84 x 80, arremessando 14/26 bolas de 2 e inacreditáveis 15/38 de 3 (Mogi arremessou 18/48 e 10/25 respectivamente), e Bauru venceu o Botafogo por 77 x 60, com a equipe paulista arremessando 17/33 de 2, e 12/38 de 3 (o Botafogo lançou 19/51 e 5/18), resultados que atestam com clareza o desastre defensivo do nosso maltratado basquetebol, originando um desastre maior com o sistema “chega e chuta”, sendo vítima praticamente indefesa de um “momento mágico” , como é definido pela esmagadora maioria das mídias especializadas, pagas ou não, para referendar uma falsa realidade técnico tática por que atravessa o grande jogo nacional, produto equivocado do que venha a ser basquetebol de alta qualidade, onde as estrelas mais divulgadas são seus estrategistas e suas pranchetas “que falam”, só que bobagens e irrelevâncias grafadas em garranchos ininteligíveis e altamente suspeitos…

Sim, suspeitos, pois não vemos em nenhuma situação de jogo qualquer resultado de suas explanações recheadas de palavrões e esgares midiáticos, a não ser a prova mais cabal do mais completo desprezo de suas mensagens por parte de jogadores mais comprometidos com seus particulares pontos de vista, do que o que lhes é lançado freneticamente a cada tempo pe(r)dido…

Recentemente, numa entrevista a Folha de São Paulo, o técnico Petrovic abordou com veemência esse aspecto dos lançamentos de 3 pontos, porém nada a mais do que edito neste humilde blog desde sempre, com uma diferença, é uma opinião de fora, logo…

Cabe então uma última, melhor, penúltima pergunta – Expliquem-me, por favor, o que vem a ser o video  que publico acima, o que?  

Agora mesmo o Balassiano publica uma matéria sobre o jogo das estrelas da NBA, mencionando em um dos parágrafos – (…) Como acontece há anos, no All-Star Games os titulares são eleitos pelo público (dois entre armadores e três entre alas e pivôs), com os reservas sendo selecionados pelos técnicos da liga…. (…), numa clara alusão ao modus operandi técnico que a grande liga vem desenvolvendo, onde a figura dos enormes pivôs perde terreno a cada temporada, assim como as estratificadas posições de 1 a 5 também, formulando um modelo proposto pelo coach K desde que assumiu as seleções nacionais americanas (hoje substituído por um outro veteraníssimo e ultra experiente técnico, como deve ser, o Gregg Popovich ), modelo que estudo e aplico a mais de 40 anos, vide o Saldanha no NBB2, evidência que não podem negar em hipótese alguma, mas tentam, pois humildade e reconhecimento passam a léguas de suas realidades comprometidas e alinhadas com o sólido corporativismo existente no bojo de um restrito mercado de trabalho, que se auto protege de avanços e novidades que possam colocá-lo em risco, gerando e mantendo a mesmice endêmica que grassa e reina absoluta para a desgraça de um grande jogo, apequenado e humilhado técnica, tática e estrategicamente…

Bem, creio que nada a mais deve ser dito, perguntado ou comentado…

Amém.

PORQUE HOJE É NATAL…

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Pois é minha gente, hoje é Natal, data do congraçamento, do perdão, da esperança, do amor fraterno, da fé no amanhã, do soerguimento…

Homem forjado no desporto, como praticante visando qualidade de vida, professor, técnico e hoje jornalista bissexto, blogueiro a 15 anos, ligado ao basquetebol desde sempre, teimoso e lutador, me sinto agradecido aos deuses por ainda me manter ativo aos 78 anos, absorto no estudo permanente do processo educativo, e dos meandros do grande jogo em particular…

E é exatamente sobre ele que gostaria de tecer alguns pontuais comentários, principalmente nos aspectos técnico táticos por que vem passando nos últimos anos, num momento em que a mente permanentemente aberta de um experiente profissional se debruça sobre a realidade da modalidade em nosso imenso, desigual e injusto país…

Ontem assisti pela TV o jogo Franca e Flamengo, no qual algumas novas ações encontraram eco ao analítico caudal de apelos e sugestões que venho estabelecendo regularmente através artigos aqui publicados desde 2010, logo após a curta temporada que participei na direção técnica do Saldanha da Gama no NBB2, onde introduzi algumas idéias de treinamento e sistemas de jogo, totalmente contraditórias ao sistema único utilizado por todas as franquias, como tentativa mais do que válida de provar a possibilidade prática de poder jogar o grande jogo de forma diferenciada, com resultados bastante positivos, abrindo um enorme portal para sistemas inovativos, ousados, onde a criatividade fosse desenvolvida e incentivada, desde a formação de base até as divisões adultas…

Propugnava  e aplicava na prática a dupla armação, garantidora da posse de bola sem os sobressaltos do pressionamento defensivo, da amplitude organizativa em torno de todo o perímetro externo, pela constante movimentação abrindo linhas seguras para passes internos, onde os três alas pivôs, rápidos, flexíveis e atléticos, também em constante, ininterrupto e aleatória  movimentação (talvez o aspecto mais impactante da proposta, pois partia da criatividade dos jogadores a consecução das jogadas, naquelas situações de jogo que estavam vivenciando, e não produtos de jogadas de antemão imaginadas e armadas em pranchetas, por parte dos estrategistas ao lado da quadra) , abrindo espaços para a recepção segura dos mesmos, sempre um passo à frente dos defensores, provocando espaços, que por menores que fossem, os tornavam factíveis ao drible, a finta e o arremesso, exatamente por estarem sempre um tempo adiante da defesa. Por outro lado, essa formação propiciava o estabelecimento da defesa linha da bola lateralizada, pela velocidade de seus componentes e a ausência de jogadores pesados e lentos, logo plenamente aptos ao jogo antecipativo e constante contestação…

E foi o que vi um pouco em Franca no jogo de ontem, porém ainda um tanto atado ao sistema único, com seus chifres e punhos  castradores, que são jogadas que povoam o imaginário de jogadores utentes das mesmas desde a formação de base, com sinais pré existentes, posições estratificadas, e comportamentos mais voltados ao 1 x 1 do que ao coletivo tão ansiosamente desejado e buscado por todos, mas que infelizmente não o alcançam por não dominarem os fatores pedagógicos necessários às didáticas exigidas para sua aprendizagem efetiva e sustentável…

Foi um jogo com menos de 20 arremessos de três para cada equipe (8/19 e 7/19), e que no entanto alcançou a casa dos 100 pontos, demonstrando que de 2 em 2 e 1 em 1 podem as equipes pontuarem efetivamente, sem a trágica hemorragia dos insanos chutes de fora, e o mais instigante de tudo, sem contar com a presença de americanos individualistas, porém contando com talentosos jovens nacionais que merecem um sistema proprietário de jogo, e não serem encordoados como marionetes descerebrados de fora da quadra. Ensiná-los, treiná-los e orientá-los olho no olho, e não através midiáticas e cretinas pranchetas, é a chave para a reforma de que tanto necessitamos, para sairmos do terrível limbo em que nos encontramos. Seria um belo presente de natal se tudo o que ví se transformasse em realidade, após sete anos em que dei partida a essa até agora inglória luta para poder voltar a dirigir equipes da LNB, quando poderia  ter abreviado essa tão ansiada evolução em pelo menos cinco anos, após o que foi demonstrado no Saldanha no NBB2 (e nas equipes de base por mais de quarenta anos) ter sido tão revelador e importante, e que somente agora está sendo valorizado, não pelo Saldanha em si, e muito menos por mim (que santo de casa faz milagres?), mas pelo colonizador Warriors e já algumas equipes da NBA, aceitando o repto inovador do Coach K quando na direção das últimas e campeãs equipes americanas em olimpíadas e mundiais…

Em contraponto a tudo isto, aconteceu um jogo entre Vasco e Paulistano, vencido pelos paulistas por 77 x 71,quando foram perpetrados 20/63 arremessos de três e 31/59 de dois (15/29 de 2 e 10/32 de 3 para os paulistas e 16/30 e 10/31 respectivamente para os cariocas), com 24 erros de fundamentos (13/11), numa demonstração tácita de que convergências de tentativas de arremessos se firmam a cada dia entre as equipes,principalmente aquelas que são dirigidas por estrategistas que permitem, e até incentivam essa forma de jogar, e que são os verdadeiros responsáveis pela autofágica realidade em que vive o nosso indigitado grande jogo, pequeno, minúsculo para todos eles, precursores e mantenedores da tragédia que administram…

Torço para que o exemplo de Franca frutifique, que seu técnico evolua com firmeza, que sua tradição seja mantida, e que uma ou outra franquia siga seus passos, o que duvido bastante, a não ser que apareça uma que siga o exemplo do hoje extinto Saldanha, aquele do NBB2, brilhante, humilde e inovador…

Desejo a todos que me leem neste humilde blog, um Feliz Natal e um 2018 pleno de sucessos, muita saúde e amor ao grande, grandíssimo jogo…

Amém.

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UMA ESCATOLÓGICA DECISÃO PELA LANTERNA…

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Foi algo indescritível num momento decisivo do jogo, quando um atacante vascaíno irrompe poderoso pelo garrafão, absolutamente livre e, numa subida majestosa para a consagradora enterrada leva um toco de aro acachapante, originando um rebote de meio de quadra para o armador botafoguense, que investindo para o contra ataque serve seu pivô que em alta velocidade arremete para retribuir a enterrada anterior, e como aquela, também leva um toco de aro arrepiante e absolutamente lamentável, numa sucessão de indesculpáveis erros nessa divisão de elite (?), mas que de imediato recebem a aprovação do comentarista televisivo, que ainda complementa sua prestação defendendo o abaixamento do aro para os jogos femininos, a fim de que a “emoção máxima do jogo” (opinião dele…) estivesse ao alcance das jogadoras, que por serem mulheres saltam menos, em sua concepção. Engraçado que já se estuda na NCAA a elevação do aro, a fim de que as técnicas de arremesso voltem a ser desenvolvidas e aplicadas, pois enterrada é a antítese das mesmas, queiram ou não nossos colonizados especialistas tupiniquins…

Foi um jogo horrendo, centrado na atuação dos americanos encerando a quadra de uma lado ao outro, na procura de um brechinha para forçar suas individualidades, onde sistemas de jogo ofensivo passavam a léguas do que imaginaram seus estrategistas nos garranchos apostos nas indefectíveis pranchetas, sob o soslaio indiferente da turma lá de cima, que em nada por nada jamais se entregará aos caprichos sem tradução de seus comandantes (?). Era um enfrentamento algo equilibrado de americanos contra americanos, até o momento que o melhor do lado botafoguense se machucou, saindo da refrega, dando aos vascaínos a vantagem que faltava, mesmo sob a saraivada de bolinhas de três (8/30 com 13/31 de dois pontos), numa convergência que desmentia ser a equipe lanterna do campeonato a de melhor defesa da competição, que mesmo optando pelo jogo interno (foram 20/34 de dois e 5/21 de três), viram seu esforço ofensivo se perder com um 13/25 nos lances livres, contra 22/30 de seu adversário…

Uma equipe, que incoerentemente é reconhecida como a melhor defensora e segue na lanterna da competição, só pode ostentar uma única explicação, a ausência absoluta de um sistema organizado de jogo, assim como uma maior ainda ausência de fundamentação individual e coletiva, prato mais do que bem vindo a americanos bem mais versados, mesmo sendo de terceira ou quarta linha, que dominam as mesmas com razoável técnica e conhecimento, se comparados com a nossa incompetência nos fundamentos mais básicos do jogo…

Enfim, essa é a realidade que nos tem sido imposta, em que tudo que beneficie o espetáculo é permitido, a começar pela padronização e formatação do modelo técnico tático que aí está, onde a mesmice impera soberana, servindo de base facilitadora na formação de equipes, pelo relacionamento padrão entre técnicos e jogadores, com imediata assimilação de sistemas comuns a todas as franquias, variando somente quanto aos mais nominados jogadores, na maioria das vezes produtos de um bem realizado projeto mercadológico, bem acima do real posicionamento técnico dos mesmos, deixando de lado muitos bons jogadores desamparados pelo marketing vigente. Some-se a tudo isto toda uma publicidade voltada ao “público consumidor”, na forma de lazer e diversão copiada de uma NBA, que é produto de uma outra realidade sócio econômica desportiva, que não encontra quaisquer resquícios no âmago da nossa, a não ser o proposital esquecimento e alheamento na forma de ver e jogar o grande jogo, esquecida e aviltada através a canhestra e covarde cópia de uma matriz antítese da nossa, e cujo maior interesse é o econômico, e nada mais…

Escrevi e publiquei muitos artigos sobre este “interesse” nesse humilde blog,  que parecem inócuos até os dias de hoje, mas que continuarei publicando, como um solitário e indignado alerta sobre o absurdo que representa tanto interesse assim, mas claro, sendo mantido o status quo técnico e tático que apoiam, opostos aos que deveríamos estabelecer na busca de nossa identidade perdida, mas tão do agrado e aceitação do corporativismo mafioso beneficiário que nos esmaga e humilha…

Começam a tardar as reformas prometidas pela nova administração da CBB no que concerne aos novos rumos técnicos que deveríamos trilhar, principal e estrategicamente na formação dos novos técnicos e reformulação dos existentes, ações estas que se proteladas nos manterão neste inescrutável limbo, muito bem exemplificado pelo jogo que comentei nesse artigo, e de muitos outros que se sucederão daqui para um futuro que prevejo nada positivo, a começar pela formação de base, que emula sofregamente o que assiste na elite, cujos exemplos são aterradores…

Que os deuses, em sua infinita paciência e sabedoria inspire algo de novo e arejado em nosso tão maltratado basquetebol.

Amém.

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QUE JOGO É ESSE?…

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16/25 de 2 pontos e 16/37 de 3 para Bauru, com 14/33 e 10/29 respectivamente para o Pinheiros, totalizando o emblemático resultado de 30/58 nos 2 pontos e 26/66 nos 3, com placar final de 93 x 77 para Bauru, numeros estes que ao chegar em casa atestei incrédulo pela internet, confirmando os lances que assisti pelo facebook (com excelentes imagens, e claro, com o som diligentemente desligado…), pois me encontrava numa assembléia importante de condomínio, a qual não poderia me ausentar, e mesmo que lá não estivesse desligaria do mesmo jeito, pois já bastariam as inenarráveis cenas de “chutação explícita” para ainda tolerar aplausos e ufanismos descabidos por parte de comentários a favor do que denominam como o “futuro do moderno basquetebol”, cujos preâmbulos foram pretensamente lançados por nós (?) nos idos de 1987 em Indianápolis, numa apropriação para lá de indébita de um óbice histórico por que passa qualquer atividade de desporto coletivo em sua trajetória evolutiva, ou não, na busca de como praticá-lo com mais eficiência, ou não…

Fico somente imaginando que espetáculo técnico e tático aquele público presente no acanhado ginásio dos Jardins assistiu, senão um desenfreado e irracional espetáculo de 26/66 bolinhas, provocadas intencionalmente, ou não, por defesas omissas, permissivas e irresponsáveis, deflagrando um descabido duelo de tiro aos pombos, vencendo aquele que acertasse o último, para ai apagar as luzes e voltar para casa, exultante, e que nem mesmo os 30/58 nas tentativas de 2 pontos pode mascarar a fraude de uma convergência, que a continuar se espalhando e avolumando afundará de vez o já nosso capenga e deficitário grande jogo, minúsculo para essa gente que se arvora como especialistas do mesmo, e que não passam de coveiros de um cadáver insepulto, fedendo a já um bom tempo…

Calma Paulo, pois desta feita só cometeram 23 (13/10) erros de fundamentos, bem abaixo da média que você sempre reclama de 27 por jogo, logo… Logo o que cara, erraram pouco porque não sofreram as consequências de defesas enérgicas e presentes, desencadeadoras por suas omissões, do festival autofágico que nos está destruindo, para gáudio de estrategistas que deveriam estar, deveriam estar, sei lá cara, sei lá…

Numa partida em que um armador imberbe comete 5/11 nos arremessos de 3, e ainda assim é considerado como um magnífico jogador, alguma coisa está acontecendo de muito grave no nosso indigitado basquetebol, muito grave mesmo, e que a continuar, muito em breve assistiremos todos da posição, capitalizando para si o espírito deificado de um Curry vindo do hemisfério norte, inclusive na mastigação do protetor dental, liberando o pretenso domínio de uma complicada, especial e sofisticada técnica de arremesso, que somente ele e uns muito poucos jogadores possuem no mundo, e que tem tudo a ver com rígidos princípios de balística, se é que utentes, comentaristas, narradores e estrategistas um dia se interessaram a entender, ou mesmo aprender, o que tento a um bom tempo divulgar, ou mesmo, desculpem, ensinar

A CBB divulga hoje os bons resultados que vem alcançando na organização e realização de campeonatos de base pelo país, o que é uma boa notícia, referencial na busca de um soerguimento progressivo da modalidade no país, com somente uma falha, que pode e deve ser corrigida no princípio desta retomada, a formação dos novos técnicos e professores através uma ENTB reestruturada e seriamente administrada, a fim de embasar todo o esforço que está e será dispendido daqui para frente, no qual tendências e princípios técnico táticos equivocados se mantenham atuantes, num modelo que provou fracassado, e ainda se mantém ativo, lamentavelmente ativo…

Que o jogo aqui relatado e analisado, seja definitivamente contestado, seria e responsavelmente, para, quem sabe, podermos dar os primeiros passos ao encontro do verdadeiro e esquecido grande jogo de nossas vidas…

Amém

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OS CONTRAPESOS…

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Quem já não comprou um bom filé num açougue, sem ter que enfrentar um ilegal contra peso de músculo, que só pode ser incluído com a autorização do comprador, e que mesmo assim, sofre pressão do açougueiro para aceitar a pelanca?  Pois é, cada vez mais vemos contra pesos nacionais complementando trincas de americanos compondo os quintetos básicos de algumas equipes deste NBB10, como imponentes e carnudos filés tendo de suportar dois contra pesos tupiniquins, que de uma forma bem realista, quebram o protagonismo dos mesmos, originando duas equipes dentro de uma, pois os dito cujos atuam dentro de seus conhecidos padrões, onde prancheta nenhuma os fazem mudar de comportamento tático, ainda mais frente a sua inquestionável superioridade de técnica individual sobre a minoria nacional em quadra…

E tome individualidades em pencas, nas penetrações e nas conclusões de fora, sempre prestigiando o conterrâneo, amigo de fé camarada. Pois é o que temos visto rodada após rodada, de um NBB de mãos dadas com uma NBA rindo de orelha a orelha ante tanto servilismo da patota estrategista que se arvora em dona da casa, mídia inclusa, assim como seus vivíssimos agentes…

Quanto aos nossos patrícios, buscar rebotes e ter uma ou outra chance de arremesso, é o que pinga aqui e acolá, numa desproporção assustadora, na medida da quantidade de americanos em quadra, que cada vez mais vai se tornando desejo de muitos ter em suas equipes a trinca salvadora, ou mesmo redentora de seus sonhos de prancheteiros incorrigíveis, para os quais sugiro aos que os assistem pela TV (ao vivo é impossível, mas quem sabe já já  incluam seus brados e estertores no serviço de som das arenas, para a glória de alguns…) tentarem “entender”, ou mesmo acompanhar com um mínimo de compreensão o que expõem freneticamente naqueles pedaços de nada, certamente nada mesmo, informações que os gringos, mesmo arranhando o português, esnobam claramente…

Por tudo que vem ocorrendo num galope de dar medo, é que me impressionou de forma razoavelmente positiva assistir a equipe de Franca no jogo de ontem contra o Mogi das Cruzes, ou melhor, o Cross Mogi, quando perdeu por um ponto de um placar de 72 x 71, num jogo altamente defensivo e bastante contestador na maioria dos longos arremessos, mas que mesmo assim atingiu os absurdos números de 10/30 tentativas para Mogi e 6/26 para Franca nos três pontos, mas que foi decidido mesmo nos curtos arremessos, de 2 em 2, se antepondo a desvairada enxurrada de fora (16/56), demonstração inequívoca do que impera entre nós, na lastimável e ignorante certeza de que somos os “reis e introdutores”  dessa cretina forma de atuar, que já começa a ser atenuada na matriz, digo, filial nesse pormenor, como afirmam patrícios luminares que deram inicio a essa forma de jogar individualmente um jogo eminentemente coletivo, fator determinante na queda e desprestígio de nossas equipes e seleções, em contrapartida de suas premiadas conquistas individuais,,, 

Franca teria feito a partida ideal se tivesse trocado ( de novo as continhas) a metade das bolas perdidas de três pela tentativa de dois, pois seu jogo interno era poderoso, rápido, incisivo e competente, coletivo mesmo, mais do que suficiente para vencer  por boa margem, fator que o Mogi não enfrentaria, pois a trinca jamais aceitaria abrir mão de seu auto determinismo em quadra, até mesmo o fato de somente atuarem para valer no quarto final, como o fazem a maioria das equipes da NBA (é quando suas arenas realmente ficam lotadas)…

Duas contratações estrearão em janeiro por lá, ambas nacionais, em uma equipe que demonstra enorme bom senso quando aposta em jogadores, bons jogadores nacionais, e não em estrangeiros, que exceto uns poucos, nada agregam ao nosso basquetebol, a não ser na explosão salarial que, já vimos acontecer, e que fizeram desaparecer franquias que não aguentaram tais gastos, quando poderiam ter aplicado suas apertadas verbas em valores, mesmo jovens, nacionais, e em técnicos comprometidos com o progresso dos mesmos, e não fantasiados de estrategistas e precursores de uma tendência fadada ao esquecimento, logo que se fizerem impor as contrapartidas defensivas em natural desenvolvimento, até mesmo na matriz…

Franca pode dar partida a essa independência internacional, pois já conta com bons armadores, homens altos, rápidos e de boa técnica, e um técnico que poderá passar a realmente promissor no momento em que se desfizer do biombo que o separa dos jogadores, como no seu último pedido de tempo, quando se perdeu num emaranhado de rabiscos ininteligíveis naquele momento de decisão, enfrentada muitas vezes quando jogador, perante jogadores cansados e ávidos de algo simples e objetivo para os dois pontos, ou mesmo um ponto, colocando a bola na mão daquele que agredindo a cesta provocasse a obtenção dos mesmos, que foi exatamente o que repetiu o Shamell do outro lado, vencendo o jogo…

Precisamos urgentemente repensar o grande jogo, da formação a elite, na busca de uma identidade perdida, de técnicos e professores compromissados e comprometidos com essa tarefa, e não atrelados a midiáticas pranchetas como o que vem parecendo ser, herméticas pranchas de náufragos, e nada mais…

Amém.

Foto – Reprodução da TV. Clique duplamente na mesma para ampliá-la.

A SUTIL OBVIEDADE…

 

SuzanovsBrasilia_IMG_2336-640x426Publiquei há alguns anos o artigo Engenharia Reversa, que seria interessante ser revisto, para que esse de hoje fosse entendido em toda sua extensão, pois se trata de um assunto básico para o desenvolvimento técnico tático do nosso basquetebol, que necessita com a máxima urgência se livrar dos grilhões do sistema único de jogo, utilizado às raias da exaustão em nosso país…

Comentaristas e narradores televisivos e da mídia, tem divulgado com imensa satisfação o grande equilíbrio nas rodadas iniciais deste NBB10, como prova inconteste da enorme evolução técnica das equipes em confronto, apresentando, inclusive, resultados surpreendentes por parte de franquias com ranqueamento inferior às que sempre lideraram as temporadas, face a investimentos muito superiores em jogadores e técnicos nomeados como os melhores entre nós, além de contratações cada vez mais amplas de muitos americanos, e alguns latinos, infestando cada vez mais equipes que, em alguns casos entram em quadra com três deles e dois nativos, não sendo novidade nenhuma estarem seis deles atuando ao mesmo tempo, desvirtuando, em muito, a decantada premissa acerca de nossa evolução…

Mas, bem para lá dessa triste realidade, um fator de sutil obviedade não é sequer relacionado para análises dos jogos até aqui realizados, o por que de algumas equipes consideradas “top de linha”, estarem sendo derrotadas, algumas fragorosamente, ante outras tidas e havidas como inferiores, preferindo os tonitroantes arautos da técnica nacional, mencionarem o salto qualitativo do grande jogo, de seus técnicos e jogadores, fugindo, ou ignorando os reais motivos de tanta e pujante “evolução”…

Se tiveram a paciência, ou curiosidade de ler o artigo sugerido acima, poderão entender a sutil obviedade que ele exemplifica analogamente, e que tentarei explicar. Desde muito aprendi, estudei, apliquei e sempre divulguei o princípio de que sucedendo a toda evolução técnica ofensiva, através sistemas bem planejados de jogo, emerge uma contrapartida defensiva da mesma intensidade, gerando ajustes compensatórios, que são os fatores básicos ao desenvolvimento do grande jogo, e de todo desporto coletivo. Um sistema novo ofensivo, gera outro defensivo para enfrentá-lo, ou mesmo anulá-lo, gerando uma troca de influências, fundamentais ao progresso técnico da modalidade…

Então, o que estamos assistindo, com um substancial atraso de dez anos, é o fato de que algumas equipes começam a se utilizar de alguns princípios de engenharia reversa, pela antecipação defensiva às jogadas marcadas do sistema único, que como tal, sendo praticado por todas as equipes em confronto, são similares entre si, principalmente pela utilização das mesmas jogadas e movimentações coletivas, gerando uma uniformidade e previsibilidade tática generalizada, sendo passíveis de interceptações em suas linhas de passes, responsáveis pelas coreografias de passo marcado desenvolvidas e exigidas pelos estrategistas, através, inclusive, de explanações gráficas em suas midiáticas pranchetas, que entra ano e sai ano em nada mudam, quiçá inovam, a não ser a agregação de um palavreado cada vez mais chulo e vulgar, fato aceito por narradores e comentaristas como “naturais” face às pressões inerentes a competição, numa reprovável e lastimável cumplicidade com os mesmos…

No entanto, esta evolução defensiva que deveria vir acontecendo desde sempre, encontrou na sua permissividade o campo ideal para o surgimento da festança autofágica das bolinhas de três, lançando o nosso indigitado basquetebol ao estágio em que se encontra, no famigerado “chega e chuta” desenfreado e altamente irresponsável, até que num tênue lampejo de inteligência, uns muito poucos começam a desconstruir o próprio sistema de jogo utilizado, percebendo o quanto de eficiência defensiva pode ser agregada pela antecipação à movimentação tática de seus adversários, gerando eficiência defensiva e resultados mais eficientes ainda, principalmente contra equipes mais bem ranqueadas…

Eureka ! Faz-se a luz, e muitos poderosos começam a ruir, pelo simples fato de trilharem os mesmos caminhos a cada ataque realizado, tentando emular as trilhas rabiscadas nas pranchetas manjadas de seus estrategistas, não muito diferentes das que enfrentam, pois é tudo igual, a não ser pela sutil obviedade que está sendo descoberta, o porque não desconstruir as estratificadas trilhas, repetitivas, gestualmente mais do que previsíveis, e por isso facilmente de serem fragmentadas, por que não interceptá-las ?…

É isso aí, prezados estrategistas, já se torna tardio o momento de fugir da mesmice endêmica que implantaram impunemente até os dias de hoje, pois como sempre afirmei, e agora repito – Que sucedendo a toda evolução técnica ofensiva, através sistemas bem planejados de jogo, emerge uma contrapartida defensiva da mesma intensidade, gerando ajustes compensatórios, que são os fatores básicos ao desenvolvimento do grande jogo – Então mãos à obra, estudem o sistema que utilizam, desconstrua-o passo a passo, e treine seus jogadores a o negarem, mesmo que teimosamente continuem a usá-lo, para enfim obter o antídoto para o mesmo, e quem sabe encontrarão algo de novo, intuitivo, ousado, e acima de tudo, evoluindo acima da mesmice endêmica em que dormitam desde sempre…

Esta era uma das minhas metas a ser alcançada no comando do Saldanha no NBB 2, e que me foi negada, não só esta, como as demais, que muito ajudariam na fuga de tudo o que aí está formatado e padronizado por um comportamento medíocre e corporativo, típico de todos aqueles que negam o pensar, o novo, a inquestionável e sutil obviedade…

Amém.

Foto – Reprodução da TV. Clique duplamente na mesma para ampliá-la.

 

NOVIDADES SEM FUNDAMENTOS? NÃO VALE…

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Oi Paulo, que tal as novidades que se acumulam a cada ano do NBB, tornando-o hoje um produto, como afirmam, de primeira? Com este chamado do amigo sócio benemérito deste humilde blog, sou forçado a tecer alguns comentários sobre tais novidades, mas não antes de reforçar minha opinião de que ainda continuaremos afastados da matriz por um bom par de décadas, sem perspectivas de evolução antes deste prazo, e talvez nunca, pois são realidades tão diferentes, que inviabiliza a compreensão colonizada da turma fascinada por algo poderoso que a manipula a seu bel prazer e interesses, de uma forma metódica e estratégica…

Metódica, porque sedimenta a cada temporada, os princípios técnico táticos do que definem como “basquete internacional”, realidade sistêmica padronizada e formatada pelo corporativismo vigente, imune a novas interpretações do grande jogo, num clube fechado composto por técnicos, jogadores, diretores, agentes, empresários e mídias, que a mantém intocada…

Estratégica, pelo fato direto de ser nosso país um mercado futuro promissor aos declarados interesses da matriz, não fosse nossa liga atrelada de maneira única no mundo basqueteiro à mesma, e que ensaia atrevidamente, inclusive, incidir no desporto escolar, numa ação que não lhe diz respeito a nível constitucional…

Visto e colocado isto, quais novidades são estas que apregoam estar fazendo evoluir o grande jogo entre nós? Segundo a mídia dita especializada, a introdução de espetáculos de entretenimento para o público (?), até circenses, líderes de torcida, mascotes, premiações, estão gerando maior interesse pelos espetáculos, trazendo para as quadras assistentes que os valorizam até mais que o jogo em si, atraindo cada vez mais os diferenciados torcedores de futebol, com sua cultura violenta e passional, desvirtuando a tradição desportiva do basquetebol, onde a imagem de um alambrado soa como uma injúria, assim como as agressões verbais e físicas comuns aos mesmos, mas que mesmo assim mantém os ginásios e arenas semi vazios. Basqueteiros de verdade são adeptos do quinto tempo, quando discutem técnica e taticamente suas equipes, com respeito e acima de tudo, educação. Foi sempre assim, e deveria continuar sendo assim, mas no entanto se ausentam pelo péssimo nível das partidas, pois emoções dissociadas da técnica, não vale…

Mais novidades? Vejamos, a cópia canhestra e fora de nossa cultura na apresentação de nossas equipes, em tudo e por tudo emulando as americanas, com suas rodinhas tribais, túneis e cumprimentos movidos a tapas e peitadas, e claro, as reuniões midiáticas de técnicos e jogadores em quadra antes da bola subir, ações estas que deveriam ter ocorrido nos vestiários, assim como a última novidade, as reuniões de técnicos e assistentes nos pedidos de tempo, deixando os jogadores com um mínimo de segundos que sobram de tão “importantes e básicos” encontros, demonstrando a cada temporada que passa a perda de comando consciente e determinante de um técnico de fato. Mas que diferença pode fazer se todos eles pensam e agem dentro da formatada padronização de onde se originaram como jogadores?…

Então caro amigo, que novidades foram estas, senão um baita atraso, retrocesso mesmo, diante do que éramos como verdadeiros conhecedores do grande jogo, ou não?…

 

P1010302-1Então, sem fundamentos e presos a um sistema único de jogo, quais as novidades que tanto apregoam, quais? Transformar um segundo armador em ala, mantendo a integralidade dos chifres, punhos e camisas? Não vale. Arriscar timidamente atuar com dois pivôs, dissociados pelas distâncias, mantendo-os na linha dos três pontos? Não vale. Abrir os cinco para ter mais espaços, a fim de chifrar desordenadamente em penetrações onde as técnicas no controle de bola e do corpo inexistem? Não vale. Deixar um pivozão sozinho e de costas enquanto o restante da equipe aplaude? Não vale…

Porém, o que deveria valer, de verdade, seria o reestímulo ao treinamento severo dos fundamentos para todos, adultos e jovens, orientados por quem realmente conhece fundamentos, para que conhecessem e dominassem as ferramentas básicas do jogo, o corpo e a bola, nessa ordem, para que bem mais tarde se colocassem a serviço consciente de sistemas de jogo criados para destacar suas competências, e não os acorrentarem a um sistema no qual qualquer deslocamento ou ação parte dos devaneios infantis e descerebrados de estrategistas e suas midiáticas pranchetas, num espetáculo chinfrim de desconhecimento quase total do que venha a ser o grande jogo, aquele em que a criatividade e o improviso se sobrepõe ao passo marcado, pois só improvisa que sabe, quem domina a arte de jogar basquetebol ensinada e aprendida através do esforço e dedicação de uma vida, cujos exemplos em quadra e fora dela sempre foram os assuntos discutidos nos quintos tempos, pelos verdadeiros torcedores, hoje ausentes em jogos previsíveis pela mesmice endêmica que se apoderou inexoravelmente dele, até um dia em que…

Meus deuses, até quando, até quando?

‘Amém.

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TUBO DE ENSAIO…

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Recebi um convite vip da CBB, através seu diretor administrativo Carlos Fontenelle, e lá fui para a arena da Barra assistir o segundo jogo da seleção nesta qualificação ao mundial contra a Venezuela. Naquela vastidão olímpica foi difícil encontrar o estacionamento, ainda mais embaixo de chuva, mas encontrei. Acessei a arena e me vi no recinto vip, coalhado de figuras conhecidas de longa data, e outros bem mais jovens que não poderia reconhecer, e daí para diante foi um festival de  boas e esplêndidas reminiscências, e umas tristes daqueles que já se foram, além de muitas histórias e causos sempre presentes em ocasiões como esta, que eram frequentes no passado, e tão raras no presente…

Dialoguei com algumas gerações que vi jogar, que treinei, e que admirei ali estarem com o eterno sorriso de felicidade de pertencerem a uma confraria respeitosa e saudosa de tempos que marcaram sua educação desportiva e cidadã, e da amizade sincera mesmo pertencendo a equipes rivais. Foi uma excelente decisão da CBB reunir a todos, e somente espero que a repitam daqui para diante, pois o soerguimento do grande jogo dependerá, em muito, da união de todas as gerações que povoaram as quadras do país com sua técnica, alegria e comprometimento com a sua grande causa…

Então, fomos para a quadra, com um bom público para uma segunda feira chuvosa nos confins da Barra, para um jogo, que de antemão se apresentava bastante fraco, face aos sérios desfalques da seleção venezuelana, por motivos noticiados pela imprensa, de caráter político, fruto da enorme crise por que passam. De nossa parte, também desfalcada dos jogadores da NBA e Euroliga, mais o pedido de dispensa do Marcos, deixando as equipes num mesmo patamar de equilíbrio de forças, mas não de técnica, prenunciando uma oportunidade de testagem dos mais novos e pouco experientes jogadores convocados pelo novo técnico. E foi exatamente o que ocorreu…

Como já tinha tentado na primeira partida com o Chile, manteve o croata a formação inicial em dupla armação, com o Yago e o Benite (desculpem os analistas, mas o Benite foi, é, e sempre será um armador, jamais um ala, e inclusive não tem estatura para sê-lo), escalando o Varejão, o Lucas Dias e o Alex como o trio do perímetro interno, numa configuração que envolveu os venezuelanos, anulando-os, inclusive, com uma defesa muito forte e antecipativa, e que evoluiu decisivamente com a entrada do Fulvio, e depois do Fisher, numa combinação variada de armadores que propiciaram aos homens altos, Varejão em particular, ações incisivas e determinantes próximas a cesta, como deve se comportar uma equipe que deseja valorizar cada ataque em pontos, sejam de 2 ou 1 de cada vez, e não desperdiçar energias em ataques equivocados, com arremessos despropositados de 3 (foram 8/22), que é um vício nosso a ser extirpado e colocado em seu devido lugar, ou seja, como uma arma a ser utilizada naqueles momentos em que o perfeito equilíbrio e liberdade do especialista sejam alcançados, e não ser estabelecido como padrão de jogo, como foi utilizado pela Venezuela, com péssimo e esperado resultado…

E é nesse ponto em particular, que soa constrangedor o fato do Hettsheimeir toda vez que entra numa partida vindo do banco, execute em sua primeira ação um arremesso de três, errando sucessivamente, quando o técnico estreante, porém largamente experiente, lança-o em conjunto com o outro pivô, Lucas Mariano, para serem servidos pela dupla armação, numa tentativa corajosa para aumentar a velocidade e o tráfego dos gigantes próximos a cesta, numa antevisão do que pretende desenvolver na seleção pela busca do coletivismo tão ansiado por todos, e que encontrou no Varejão, no Alex e no Lucas Dias a resposta inicial ao seu repto. No transcorrer da partida realizou o croata muitas trocas e combinações, utilizando até uma tripla armação, mas foi num momento do terceiro quarto quando reavivou a armação única, com o Yago e a dupla pesadona Lucas Mariano e Hettsheimeir, que por poucos minutos a seleção se viu praticando o sistema de jogo que em hipótese alguma podemos mais permitir que aconteça, e que foi ironicamente o momento em que o jovem armador arremessou suas duas bolas efetivas de três, como única opção frente a ausência de mobilidade de seus companheiros no âmago da defesa venezuelana…

Ficou bem claro que um armador de 18 anos, muito baixo, porém veloz e temerário, que ainda se perde em firulas desnecessárias, ainda terá que evoluir e praticar muita  leitura de jogo, até o momento em que estará apto para liderar uma seleção nacional, pois em caso contrário poderá ser bastante prejudicado pela precoce antecipação a certas e obrigatórias etapas que terá de percorrer e jamais saltar, para adquirir e sedimentar as técnicas e o raciocínio lógico necessários a função, assim como os alas incensados por uma mídia carente e ansiosa por estrelas, o Meindl e o Lucas Dias, necessitarão de um vasto preparo nos fundamentos do drible ambidestro, nas fintas com e sem bola, passes e arremessos velozes, curtos e médios, para se situarem como efetivos e indispensáveis valores a serviço do grande jogo, e não restritos a esporádicas penetrações unilaterais, e arremessos de fora imprecisos e muitas vezes desnecessários. Fundamentos e mais fundamentos, é a receita que o técnico croata deveria implantar seriamente, ainda mais sendo ele advindo de um país líder no desenvolvimento e ensino dos mesmos, para aí sim, com a turma afiada em seus instrumentos básicos de trabalho, o corpo e a bola, partir para sistemas ousados e corajosos de jogo, como tem ensaiado, com a dupla armação e a turma gigante, ágil, rápida e flexível, trafegando no perímetro interno, e disposta pelo preparo e vontade combativa, desenvolver o básico e inicial sistema, o defensivo, que é o responsável direto pelo sucesso do outro, o ofensivo…

Enfim, é o que desejaria que fosse desenvolvido pelo croata, pois é o que faria se lá estivesse, com a mais absoluta certeza, pois é o que precisamos implantar, para servir de exemplo aos jovens que se iniciam, numa formação de base estratégica a espera de uma radical mudança para melhor. Creio que é chegada a hora…

Amém.

Foto – Divulgação CBB. Clique duplamente na mesma para ampliá-la. 

BRAND, BRAND NEW!!!…

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Foi um jogo com resultado mais do que previsível, dada a fraqueza do basquetebol chileno, principalmente quanto a estatura, desproporcional a da equipe brasileira, que se saída dominaria os rebotes, o que realmente aconteceu. Com uma defesa permanentemente na linha da bola, por sobre um sistema de jogo correlato ao que praticamos, formatado e padronizado desde sempre, bastou anteciparem-se às manjadas jogadas para forçarem os andinos aos arremessos de três, em que são para lá de medíocres, originando uma torrente de contra ataques de extrema facilidade. No entanto, quando os chilenos conseguiam chegar mais próximos à cesta, pudemos atestar que ainda nos falta muito de técnica e posicionamento defensivo, principalmente nas coberturas, demonstrando o enorme trabalho que o técnico croata terá pela frente para afinar sua defesa no âmago do perímetro interno, e mais trabalho ainda para forçar o grupo às contestações no externo, pois ficou bem claro que as inúmeras oportunidades de arremessos longos dos chilenos protagonizariam um outro desfecho fosse o adversário uma equipe com bons especialistas da longa distância, dos muitos que encontraremos daqui para diante…

Daqui a pouco, na arena da Barra, duelamos com os venezuelanos, equipe bem mais capacitada que a chilena, quando poderemos atestar a quantas estamos defensivamente, pois lá na frente insistiremos no sistema único, até que o novo técnico encontre tempo hábil para um treinamento mais específico dentro de suas convicções técnico táticas, vagamente esboçadas com a utilização positiva da dupla armação (Yago, Fisher e Benite se revezaram nas funções), e que hoje a noite poderá contar com mais tempo em quadra do Fulvio, formando duplas permanentemente ativas na armação da trinca de alas pivôs, poderosos dentro do perímetro, pois a partir do momento em que o Lucas e Hettsheimeir perderem uns quilinhos a mais, e o Varejão recobrar um pouco mais de sua mobilidade, atuando em constante movimentação com os alas Alex, Lucas Dias e Mendl, estará a seleção muito próxima do que melhor se faz em algumas seleções mundiais, a americana e a espanhola, como exemplos, até o dia em que entenderemos que a dependência pelos jogadores da NBA e da Euroliga, em muito poderá ser minorada com a adoção de um sistema de jogo realmente fluido e veloz, com o mencionado equilíbrio entre jogo externo e interno que o novo técnico expôs em suas recentes entrevistas, e pela aferição que externou sobre a fraqueza defensiva de nossos jogadores, frutos da enorme permissividade na arte de defender seu território, marca registrada do basquetebol de onde é originário…

Como vemos, o nosso bilíngue croata é fã de carteirinha da dupla armação e de uma trinca de homens altos, ágeis e vigorosos trafegando sôfregos e ariscos pela cozinha de seus adversários, levando lá para dentro um problemão para resolverem, e não esse pastiche de jogo de passes periféricos e chutação desenfreada que praticamos sob a égide e bênçãos de estrategistas que agora, no umbral de um possível sucesso croata, rapidamente adotarão o sistema brand new, pois novidades como essa nunca aparecem, ou são reconhecidas por aqui…

Mas pera lá! Como não são conhecidas por aqui, como? Por acaso não o introduzi em nosso país no NBB2 dirigindo o Saldanha da Gama por 11 jogos no returno daquela competição, vencendo equipes poderosas, mesmo estando em último lugar na tabela? Já contei essa história em dezenas de artigos aqui nesse humilde blog, não esquecendo o fato inconteste de que vinha desenvolvendo e aplicando essa sistema a mais de 40 anos, por todas as equipes que dirigí, seleções estaduais inclusive, sempre divulgando e discutindo uma forma diferenciada de jogar o grande jogo, desde que o Basquete Brasil iniciou sua jornada em setembro de 2004. Porém, o que ninguém explica o porque de não mais ter tido oportunidade em qualquer equipe brasileira, mesmo tendo sido apontado como o melhor técnico daquela competição pela maioria dos blogs de basquetebol, numa marginalização injusta e indesculpável, criminosa até…

A mídia explode agora veiculando a grande novidade, e inclusive O Globo abre o espaço que divulga a NBA (honestamente, o que ela representa para o nosso basquetebol, o que?) para matérias como esta que reproduzo, onde “descobrem” encantados algo que fizemos e dominamos a décadas, porém sem o apoio, a divulgação e o reconhecimento da irmandade corporativa que se apossou do grande jogo no país, tornando-o cada vez menor, até quase o extinguir, mas que agora, graças a um inteligente e astuto croata, nos redimirá com seu sistema de dupla armação e três homens altos, velozes, ágeis e ariscos, praticando o basquetebol total, sem especialistas em posições e sim especialistas no jogo, exigindo para tal uma completa revolução na arte, por nós esquecida, do competente e exigente ensino dos fundamentos, detalhes abominados por estrategistas mais preocupados em jogadas de passo marcado, e não fruto das técnicas individuais e coletivas, da criatividade e da sublime arte da improvisação…

Ele não usa a prancheta, e segundo um embevecido comentarista, se relaciona olho no olho (alguém já discutiu isso até a exaustão…), mostrando falhas e brechas a serem exploradas, incentivando e apoiando seus jogadores, não dando chiliques ao lado da quadra, nem pressionando teatral e  agressivamente a arbitragem, ele simplesmente cuida de seus jogadores, dentro e fora da quadra, e por isso tudo prevejo que poderá fazer um bom trabalho por aqui, pois traz algo de Brand New a esse pago tupiniquim, algo que não conhecemos, ou…

Será que não conhecemos, mesmo? Meus deuses, como são hipócritas e omissos, propositalmente omissos todos os componentes desse corporativismo mafioso que odeia o grande jogo, pois incapazes de reconhecerem minimamente sua grandeza, sua complexidade de grande, grandíssimo jogo, e que não é para qualquer um, pranchetado, ou não…

Amém.

Foto – Reprodução do O Globo de 26/11/17. Clique duplamente na mesma para ampliá-la.

O ÚNICO CAMINHO…

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Tem sido um novembro de muito trabalho em casa, na tentativa de colocá-la em ordem até o natal, depois dos muitos contratempos por que passei após o incêndio de março, mas aos poucos estou conseguindo dar conta da tarefa, além das demais que teimo desenvolver, como esse humilde blog, um tanto defasado, não só pelo curto espaço de tempo que disponho, mas, e principalmente, pela aversão que tenho desenvolvido pela mesmice endêmica que vem estrangulando inexoravelmente o grande jogo, pelo menos aquele que conheci, pratiquei, estudei, pesquisei e venho ensinando por cinco décadas…

Sem dúvida alguma paramos no tempo, em sua principal e determinante face, a da técnica de jogo, hoje mascarada por “avanços” midiáticos “like NBA”, com números circenses, bailarinas, pegadinhas, e outras mais tupiniquins, como narradores tonitruantes, ufanistas, festivos, futebolísticos, assessorados por comentaristas e entrevistadores que pouco informam sobre as técnicas do jogo, igualmente festivos, que se esmeram em recados de fans e números de ouvintes, e estrategistas sobraçando pranchetas solidamente compromissados com o sistema único de jogo, certamente o único que conhecem, num nicho onde os muito poucos que entendem do riscado se apagam frente a uma realidade marqueteira, mil anos luz afastados da essência do grande jogo, basicamente aquela que tanta falta nos faz neste decisivo momento, o de seu soerguimento, depois da formidável queda que o lançou num limbo atroz nos cenários caseiro e internacional…

Então, como perder precioso tempo assistindo o mesmo do mesmo ano após ano, onde a média de erros de fundamentos se mantêm no absurdo número de 27,2 por jogo na liga maior, e já nem mais falo da hemorragia crônica dos três pontos, com todas as franquias jogando da mesma forma, e que somente agora, dez anos depois de fundada, suas defesas começam a se antecipar às manjadas jogadas, principalmente por parte de alguns americanos mais escolados, propiciando algumas vitórias pontuais, porém muito aquém do desejável impacto modificador do padronizado e formatado modelo que aí está, medíocre, primário, escancarado a todos…

Ainda mais, analisando as estatísticas da LDB, com a média de 35 erros por jogo, com algumas partidas atingindo os inacreditáveis mais de 50 erros de fundamentos, absurdo dos absurdos. E querem soerguer o basquetebol dessa forma? Vão lá nas estatísticas e aufiram tais números, estarrecedores e comprometedores…

Treinam-se (?) táticas, sistemas, padrões e comportamentos, a jogadores que acima dos 17 anos simplesmente não sabem jogar basquetebol com pleno conhecimento e domínio de seus fundamentos básicos, todos se considerando especialistas nas bolinhas de três, e vem tais estrategistas posarem de doutores e conhecedores do grande jogo? Simancol B12 é pouco para essa turma graduada em cursos de 4 dias pela falida ENTB, e osmoticamente grudados em um ou outro luminar da modalidade, como se fosse possível incorporar seus incontáveis anos de conhecimento e trabalho duro em 2 ou 3 anos, e que desfila imponente como se a salvaguarda do grande jogo lhe pertencesse, todos calados e subservientes à sombra de um croata salvador…

Logo mais destinarei um tempinho para acompanhar a seleção em sua estréia nas qualificatórias ao Mundial de 2019 na China, jogando contra o Chile em terras andinas, sabendo de antemão como jogará, claro, dentro do sistema único, mais seguro quando tiveram somente uma semana de treinos, com talvez uma disposição defensiva mais enérgica, fator natural a todo namoro inicial entre comandante e comandados no primeiro encontro de uma competição desse nível, porém menos impactante graças a fragilidade conhecida do basquetebol masculino chileno. Talvez na segunda feira, quando enfrentaremos a Venezuela aqui no Rio, tenhamos um verdadeiro retrato do que nos espera daqui para diante, quando o técnico croata terá a oportunidade de aferir a nossa realidade, e do quanto terá de trabalhar para minorar nossas deficiências mais urgentes, sabedor que é da nossa deficiente formação de base, antítese da formação desenvolvida historicamente em seu país, que nos tinha num passado não tão distante assim, como rivais diretos, fruto da bela formação que ostentávamos e perdemos criminosamente nos últimos 30 anos…

Infelizmente temos de reconhecer que não será com penduricalhos midiáticos, ufanismos desenfreados, endeusamentos precoces, cópia deslavada e colonizada de uma matriz que somente nos quer como consumidores de seu bilionário produto, econômico, cultural e mercadologicamente interesseiro, que emergiremos do atoleiro em que nos encontramos, e sim, atuando fortemente na base colegial e clubística, nas pequenas e grandes ligas municipais, estaduais e nacionais, na criação e desenvolvimento de associações estaduais de técnicos, formando melhores professores e técnicos através substanciais incrementos e correções curriculares nas escolas de educação física, hoje mais voltadas a área da saúde, balizando e sedimentando o culto ao corpo, numa indústria bilionária capitaneada por holdings de academias para onde são direcionados seus formandos, vigiados e controlados por cref´s abusivos e equivocados, para os quais uma política nacional de educação física e desportos centrada nas escolas se torna altamente indesejada, por interferir no mercado milionário de jovens que jamais migrariam para suas hostes se pudessem usufruir de seu direito constitucional a uma educação de qualidade nas escolas e nos hoje quase dizimados clubes de bairros e comunidades…

Se o grande jogo quiser honesta e sinceramente sair de tão humilhante posição, precisa investir seriamente em qualidade, qualidade mesmo, e não escambo político, protecionismo interesseiro, para investir no conhecimento, no estudo e pesquisa de alto nível, no mérito enfim, abandonando de vez o imediatismo e as “ações entre amigos”, cujos resultados mancharam o brilhante histórico do nosso basquetebol. É o único caminho a ser percorrido…

Amém.

Foto – Reprodução da TV. Clique duplamente na mesma para ampliá-la.