ALICERCES…

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O Basquete Brasil já se encontra no seu milésimo trigésimo sétimo artigo  nos doze anos de sua sacrificada existência, e assunto é que não falta, apesar de me sentir um tanto cansado de trombar com a mesmice endêmica que se instalou na modalidade de forma devastadora…

E pensar que logo em seu início já vislumbrava o que haveria de acontecer, fundamentado em argumentos publicados no artigo que hoje repriso, os mesmos que explicam um hoje absolutamente inaceitável, frente ao que sempre representou o grande jogo no cenário desportivo e educativo de uma pátria que cada vez mais se apequena à sombra de uma farsa educadora, pátria educadora, mentirosa e corrompida…

Segue o artigo.

O QUE NOS FALTA REALMENTE?

sábado, 13 de novembro de 2004 por Paulo MuriloSem comentários

Este é vigésimo primeiro artigo que publico,e depois de abordar diversos assuntos técnicos e situações politico administrativas creio que apresentei alguns,porém sólidos argumentos para, de uma forma objetiva apresentar conclusões e sugestões visando a melhoria técnica e administrativa de nosso combalido basquetebol.

Falta-nos,prioritariamente união. Quando técnicos aceitam influência,orientação,método, sistemas e técnicas de uma única matriz,tomando-a como verdade absoluta, e impondo-a, inclusive, na formação das divisões de base, estereotipando as ações dos futuros jogadores em modelos voltados à especialização (jogador 1,2,3…etc), limitando-os a papeis manipuláveis de fora da quadra, escravizando-os em coreografias que se tornaram padronizadas pelas equipes brasileiras,repito,quando os técnicos agem dessa forma, prevejo poucas chances de fugirmos a médio prazo da mediocridade em que nos encontramos. Torna-se urgente o desligamento da matriz NBA, do sonho subserviente de lá vencer como jogador, ou de lá se especializar como técnico ou dirigente,e mesmo se espelhar como torcedor de um esporte que somente eles praticam, e que inteligentemente importam estrangeiros para torná-los propagadores de suas ideias absolutistas em seus países de origem. Agora mesmo os brasileiros que lá jogam estão relegados à reserva de suas equipes, de onde dificilmente sairão. No entanto são festejados como aqueles craques que levarão a seleção brasileira ao patamar olímpico.     Da equipe argentina, campeã olímpica, somente um dos jogadores atuava na NBA,e como estrela absoluta, e os outros o faziam na Europa, principalmente na Itália, onde, pela força da dupla cidadania de seus jogadores aperfeiçoavam um método de jogar antagônico ao da NBA,  e totalmente condizente à realidade das regras internacionais negadas pelos norte americanos. Foram campeões por sua extraordinária inteligência ao perceberem que venceriam se explorassem a fragilidade dos americanos perante a crueza das regras internacionais.  Para nos restou a pseudo e estúpida aceitação do que chamam”basquete internacional”,numa prova cabal de quase total ausência de amor e respeito por nossas raízes culturais e passado brilhante na forma de jogar, forma esta que nos fez imbatíveis em nosso continente. Hoje nem em divisões de base vencemos os irmãos argentinos, que fugiram do exclusivismo perante o modelo NBA. Resta-nos a união pela discussão, pelo embate das ideias, pela fundação de associações estaduais de técnicos, que discutam a modalidade em função de suas regionalidades para, ai sim,em torno de uma associação nacional reencontrar o caminho perdido nos últimos 20 anos. Caberia a CBB encorajar esse caminho,e não se situar como principio, meio e fim na busca das soluções para os graves e terminais problemas que nos afligem.Houve uma época em que fundávamos uma ANATEBA, uma BRASTEBA, que nos reuníamos em pequenos, porém encontros técnicos para técnicos, onde discutíamos e discordávamos, mas sempre concluíamos algo de interesse do basquetebol. Divergíamos porque não utilizávamos em nosso trabalho uma única fonte inspiradora. Tinhamos até”escolas”como a paulista,a carioca,a mineira, como outras,que ao se enfrentarem nos campeonatos nacionais definiam os caminhos de evolução técnica a serem percorridos. Hoje o que apresentamos é uma única forma de atuar, calcada no modelo NBA, que nos chega de enxurrada pela TV,pelos jornais e revistas, em matérias regiamente pagas, em contraponto à nossa pobreza. Só sairemos dessa penúria no momento que nos reunirmos em encontros como os que aconteciam aos sábados na USP, onde mais de 100 técnicos assistiam palestras de colegas, e depois as discutiam, ou aqueles que aconteciam no Rio, no RGS e em Minas, dos que tenho conhecimento, e que eram levados a sério pela CBB, que hoje simplesmente omite qualquer manifestação que não compactue com suas orientações exclusivamente de cunho político continuístas, onde inexiste discussão aberta sobre as técnicas da modalidade que representam. Um exemplo? Em 1971,quando exerci a função de coordenador do Laboratório de Tecnologia do Ensino da EEFD/UFRJ  propus a realização de um filme de média metragem semi profissional em 16mm sobre o Campeonato Mundial Feminino realizado aqui no Brasil. Juntos,EEFD e CBB levantamos uma pequena verba para a compra e a revelação dos negativos, e realizei, filmando, roteirizando, editando e gravando o único filme técnico sobre basquetebol feito em nosso país. Cópias foram distribuídas até no exterior, como Austrália e Portugal,e outras que até recentemente faziam parte do acervo de duas escolas de Ed.Fisica quando se deterioraram pelo passar do tempo.Quatro anos atrás descobri os negativos de imagem e de som do mesmo e corri para um laboratório especializado de cinema para tentar salvá-lo.O orçamento foi de seis mil reais aproximadamente. Como não dispunha dessa quantia fui a CBB tentar que me ajudassem a salvar aquele único documento da extinção. Resultado? Até hoje o material mofa em um refrigerador da LABOFILMES,e nem sei se ainda existem.O único filme de basquetebol feito no Brasil e documento de um Mundial aqui realizado, patrocinado pela CBB não teve dela a menor ajuda em sua restauração.Uma entidade esportiva que não preserva sua história não está cumprindo sua função de guardiã das técnicas do passado, quiça as do futuro. O que resta? A reação daqueles que são os verdadeiros artífices do jogo, aqueles que em suas funções de professor e técnico mantêm viva a modalidade.Enfim,  aqueles que compõem o cerne e a alma do basquetebol, os Técnicos. Unamo-nos e levaremos o basquetebol de volta ao cenário mundial.

Em tempo – Consegui salvar o filme, relatado no artigo Enfim Salvo aqui publicado.

Amém.

 

VERGONHA NA CARA…

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Tenho visto jogos, alguns jogos pelo NBB, mais por teimosia, e uma vaga esperança de que algo de novo exploda de uma vez por todas essa mixórdia implantada pelo sistema único, com seus chifres, polegares, punhos, ombros, camisas, tudo misturado e unificado por jogadores destituídos de criatividade, algemados que estão pelas exigências táticas de pranchetas midiáticas, empunhadas por técnicos veteranos e novatos, como lanças medievais que os caracterizam, a ponto de vermos armadores superarem seus marcadores na armação inicial de jogadas, e absurdamente retornarem para viabilizarem os sonhos quiméricos dos estrategistas que os comandam (?), quando estabeleciam superioridade numérica de 5 contra 4, uma das bases fundamentais do grande jogo, claro, aquele bem pensado e jogado, e não esse que aí está, preso a uma mesmice endêmica de se lamentar desde sempre…

Como no jogo de ontem entre Flamengo e Bauru, classificado de exemplar pelo técnico vencedor, mas que contou com com uma enchente de 20/49 nos arremessos de três e nada menos que 25 erros de fundamentos, entre outros senões, como a mais completa inabilidade ofensiva da equipe paulista, que lastima ter sido forçada ao jogo 5 x 5 (como denominam os ataques coletivos de meia quadra), quando seu forte é o contra ataque e o jogo 1 x 1, omitindo entretanto sua maior falha, a ausência defensiva nos perímetros, o que liquidou suas pretensões…

E capitaneado pela sempre mencionada mesmice endêmica, vai nosso basquete se afundando cada vez mais, tática e tecnicamente (principalmente nos fundamentos individuais e coletivos), no momento em que deveria estar convincentemente lastreado e preparado, a fim de enfrentar as agruras de uma olimpíada caseira que se avizinha celeremente…

Foi então que relendo alguns artigos aqui publicados, sugiro um em especial, pois bem poderia ter sido escrito hoje, sem perder um parágrafo, uma simples vírgula, na confirmação do que passamos, continuamos a passar, e passaremos até um dia que reconheçamos que o que nos falta é vergonha na cara, até quando?…

Amém.

Foto – Divulgação LNB

 

O INÍCIO PROMISSOR (?)…

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Paulo, para variar, uma pergunta inédita – Como você projeta o nosso basquete para 2016, o ano olímpico aqui em nossa casa?

Olha cara, não o projeto, e sim prevejo densas nuvens de continuidade do que ai está, desde sempre…

Claro, com algumas novidades no pedaço, como a enxurrada de novos head coaches credenciados no nível III pela exigente e qualificada ENTB (aquela dos cursos de 4 dias…), no comando de equipes da elite do LNB, e que após observar a maioria deles em alguns jogos do NBB, posso, com alguma precisão, defini-los como reais continuadores da atual escola brasileira, a do sistema único formatado e padronizado em todas as faixas etárias do basquetebol em nosso país, onde:

– Os jogadores continuam a ser definidos em posicionamentos de 1 a 5, vício enraizado unilateralmente pelos “conhecedores” da modalidade, avalizada por uma mídia especializada que teima em rotular posições e habilitações técnico táticas sobre algo que definitivamente pouco entendem, nem poderiam, pois quase nada conhecem do verdadeiro grande jogo, atrasando, bloqueando até, o seu natural desenvolvimento, já que influentes na formação de opiniões “conceituais” junto aos que se iniciam na prática, ou mesmo na apreciação da modalidade;

– Jogadas padrão formam o arsenal de todos eles, onde chifres pluridirecionais, punhos idem, camisas, picks com ou sem rolls, infinitos passes lateralizados, polegares para cima e para baixo, bloqueios afastados do perímetro, defesas 2-3, 3-2, algo que definem como mistas, transições que não encontram qualquer embasamento técnico que as definam, ah, e as pranchetas midiáticas que tudo espoem a uma boquiaberta plateia de incautos jogadores e telespectadores a pretensiosa magia que julgam possuir através os equivocados e ininteligíveis garranchos nelas grafados,e tudo isso envolto pelo ridículo e comprometedor gestual ao lado da quadra, acompanhado pela sempre presente pressão aos árbitros, numa ode aos que os antecederam na nobre posição de líderes e comandantes que todos julgam ser e  merecer por mérito (?);

– Nos jogos assistidos, nada, absolutamente nada de inovador nos sistemas táticos foi sequer esboçado, nos levando à constatação óbvia de que, por força do corporativismo vigente, nada mudará, nada evoluirá no nosso indigitado basquetebol, a não ser a colossal mesmice em que se debate;

Então, como nada mudou , tanto de fato, como de direito, continuamos na tentativa de implantar um autofágico reinado, o das bolinhas, uma tendencia exercida por muito poucos especialistas nas grandes equipes mundiais, inclusive na NBA, mas que em terras tupiniquins se tornou regra geral, em que todo jogador, desde a base (?), se auto define como expert no mais difícil e seletivo dos fundamentos, o longo arremesso, aquele que exige o mais alto, preciso e estrito grau de direcionamento, com tolerância próxima aos 0,2 graus de desvio, fator que define o especialista do arrivista…

Quanto aos técnicos atuantes, veteranos e novos, sugiro a releitura do artigo 1000 publicado nesse humilde blog, onde os desafiei, e continuo a desafiar (lastimavelmente não me é permitido competir com os mesmos…), a mudarem algo no grande jogo que teimam em manter, numa aterradora mesmice técnico tática, que, infelizmente se fará representar na competição olímpica desse ano, na qual nossos experientes representantes na  liga maior, a NBA, mais trajam elegantes ternos ao lado dos bancos do que atuam, e os mais jovens são remetidos à Liga D, todos com muito poucos minutos de quadra, exatamente quando necessitariam estar em forma para a competição olímpica caseira. O hermano vai ter uma trabalheira daquelas, fator que os agentes da turma estrelada se lixam, na medida que os dólares 4/1 encham seus bolsos…

No feminino, no qual atuei a muitos anos atrás, tendo sido técnico campeão nacional de seleções adultas e formação de jovens, optei pelo masculino por ter sido no mesmo toda minha formação básica, teórica e prática, o que não retirou de mim a capacidade analítica em ambas as categorias, tornando-me perfeitamente apto a tecer comentários sobre as mesmas. Então, posso dizer o seguinte sobre a crise que se abateu entre a CBB e a LFB –  Trata-se de uma antiga disputa de egos, onde uma comunidade especialíssima, a da formação de base feminina, trabalhando a décadas nas condições mais precárias, se vê,mais uma vez (lembrem-se da imposição técnica da CBB do Brito Cunha no Mundial 94 e sucedânea Olimpíada) submetida aos caprichos políticos e de escambos, justamente na vitrine olímpica caseira, onde resultados cedem espaço precioso a currículos de técnicos com fortíssimos QI, garantidores de bons empregos quando cessam os esgares pós olímpicos, pois mais adiante outros acontecerão, e se repetirão as injustiças, até um dia que se unam de verdade, todos os responsáveis pelo feminino, todos os responsáveis pelo masculino, a fim de botar para correr esse insidioso corporativismo que esmaga e humilha o grande jogo em nosso país, e para o qual, mérito é algo a ser combatido e posto de lado, desde sempre…

Amém.

 Fotos – Reprodução LNB e arquivo pessoal.

DOIS SUBLIMES MOMENTOS EM 2015…

P1120558-001Enquanto os Ministérios da Educação e Esporte encerram o programa “Atleta na Escola”, porque o governo não tem R$ 70 milhões anuais e frustram três milhões de estudantes, o ministro George Hilton (foto) lança hoje o Programa Luta pela Cidadania (PLC), “destinado a democratizar o acesso às práticas corporais de lutas e artes marciais, seguindo os princípios do esporte educacional”.

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Para isso, o Ministério fará convênios com órgãos públicos, prefeituras, por exemplo, e financiará a aquisição do material esportivo e pagará os instrutores. Num país de crise também na educação, as escolas têm instrutores capacitados para ensinar lutas e artes marciais a crianças e adolescentes?

 

Dois momentos sublimes para a educação e o esporte brasileiro neste absurdo 2015, começando com o trecho acima da matéria publicada pelo blog do José Cruz, quando o ME gloriosamente patrocinará o ensino de artes marciais aos jovens patrícios, creio que resolvendo de vez a problemática da violência nas escolas, com a adoção da porrada como instrumento de inclusão cidadã, onde o ensino dos desportos, das artes cênicas, da música cede espaço à cultura das cavernas, da pancada institucionalizada, através o ensino e o exemplo dos pedagogos da violência física, cultuados como heróis nacionais por uma criminosa minoria que deita as cartas na sociedade brasileira.

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O outro momento, inexcedível em sua grandiosidade, grava solenemente a grande impostação no púlpito das Nações Unidas, numa desfaçatez que amedronta pela frieza e absoluta certeza da impunidade, frente a uma colossal mentira em nome de “milhões de crianças”, torpemente afastadas do seu direito constitucional ao ensino de qualidade, à saúde e a segurança de suas famílias, em nome de uma aventura olímpica que nos envergonha pelo assalto a vultosos valores, desviados  das necessidades básicas de um povo propositalmente mal educado e inculto. Mas acredito que a justiça ainda se fará presente um dia, um dia…

Amém.

Fotos – Reproduções da internet. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

 

QUEM?…

Canada vs Brazil at the FIBA Americas Women 2015E ai Paulo, como está essa saúde septuagenária, em forma? E o imbróglio no feminino, como você que lidou com o mesmo no alto nível, como vê nossas chances em 2016, como?…

É cara, não está nada fácil, principalmente com o embate de egos voltados às glórias olímpicas, com suas vultosas benesses em grana e prestígio, não importando os resultados, que prevejo catastróficos se continuarem nesse caminho sem volta. Quanto aos 76 anos, de encontro aos gloriosos 80…

O novo técnico, que sempre foi ligado ao feminino, sem dúvida alguma se pautará pelo que sempre propugnou e fez acontecer, com muita correria e arremessos mais velozes ainda, e, claro, dando a defesa o que sempre aplicou, velocidade horizontal e zonas pontuais, já, que segundo opinião dos que “entendem”do grande jogo no país, resta pouco tempo para a preparação, que deve priorizar jogos com equipes mais graduadas, a fim de que “ganhem” experiência internacional para o grande embate…

E é aí, caro amigo, que a porquinha torce singelamente seu rabo, pois se trata de um engano, de um equívoco monumental, já que nesse tipo de “preparo” nada mudará na forma delas todas atuarem, nada mudará na forma delas arremessarem, nada mudará na forma de como se comportarão tática e tecnicamente, nada aprenderão e apreenderão como se defender individual e coletivamente, como executar um bloqueio convincente e suficiente contra defesas de verdade, e não o que praticam nos rachões de praxe, e nos jogos preparatórios, internacionais de preferência, pois nada atrai mais nossos estrategistas fixos ou de plantão, do que apor carimbos variados em seus passaportes, nada, absolutamente nada…

Tudo bem Paulo, você está sendo enfático demais, então, o que deveria ser feito nesses seis meses decisivos antes da grande competição aqui em casa, o que?…

O que? Mudar tudo, absolutamente tudo, do preparo, aos sistemas, aposentando essa turma de preparadores físicos metidos a pesquisadores, que as fazem correr mais do que a bola, mais do que o raciocínio técnico, mais do que as dimensões da quadra, que se fosse nas medidas do Handebol, ainda assim sobrariam em velocidade e falta de tirocínio tático. Também aposentaria psicólogos que através os últimos anos pouco ou nada somaram para a real evolução das jogadoras, assim como pontes de ligação entre as mesmas e a direção, técnica, inclusive. Falta comando, falta decisão, falta criatividade, e acima de tudo, coragem em caminhar num outro sentido, por caminhos que desse a elas sistemas proprietários, somente praticado por elas, e não a mesmice institucionalizada, formatada e padronizada por todos aqueles que por colecionarem alguma jogadas, acham que dominam o grande jogo, mas que na realidade, face ao tatibitate em que vivem e agem, nada acrescentam de novo ao nosso indigitado basquetebol, o feminino em particular…

Exatamente por faltarem seis messes, é que se impõe uma radical mudança, pois em caso contrário, atuando em conformidade com seus adversários de qualidade sistemática, sucumbirão, como tem acontecido nas últimas competições mais graduadas. Todas são jogadoras tarimbadas na mesmice universal, dos chifres, punhos e não sei mais quantas denominações ridículas e amorfas, frente ao represado caudal de energia e boa vontade em progredir por outros caminhos, e não nessa mixórdia em que sempre foram exigidas sem a fundamentação mínima adequada, daí sua fragilidade nem um pouco pontual…

Nesses seis meses têm de mudar comportamentos individuais, seria e energicamente, nivelando a todas num mínimo de domínio técnico que for possível, para aí sim, enveredarem nos fundamentos coletivos, nos princípios clássicos de defesa, na capacitação ampliada de leitura de jogo, alcançada e dominada pelo embate diário tendo os fundamentos como instrumental a ser conquistado. Arremessos? Meus deuses, arremessos são ações técnico mecânicas que necessitam de auto conhecimento, não só “pratica voluntária”, e sim pleno conhecimento do que fazem, e como fazem os mesmos acontecerem, numa conquista paulatina e eficiente sob seu total controle…

Jogos internacionais? Poucos, o suficiente para se testarem no que aprenderam, no que apreenderam de pratico, de eficiente, enfim,, para se sentirem donas de algo seu, e não copia canhestra e dolorosa do que fazem seus adversários, lastreados em fundamentos sólidos e conscientes…

Puxa Paulo, é muita coisa para pouco tempo, não acha? Para quem pouco sabe concordo, mas para um técnico, um professor de qualidade, absolutamente não, só que para este, frente a um intransponível barreira corporativista, jamais permitiriam um passo dessa dimensão, que é um passo para muito poucos, com a coragem e o conhecimento necessário para fazê-lo acontecer, daí, nos preparemos para o que resultará do planejamento CBB para o feminino (será que para o masculino também?…) na Arena da cidade olímpica…

Agora, me diga se você conhece alguém aqui no país com cultura esportiva para trombar com essa realidade?  Sim, conheço um…

Amém.

Foto – Divulgação FIBA.

 

DE FAMIGLIAS E CAMALEÕES…

P1120456-001P1120546-002P1110654-001Tirei (ou fui tirado…) um tempinho para tentar concluir as obras aqui de casa, inclusive já planejando o redimensionamento da sala de dança da minha filha (70m2, com um pé direito de 4m), para incrementar as aulas práticas nas futuras oficinas de basquete, que pretendo restabelecer à partir de março vindouro…

Mesmo assim, não me desvinculei totalmente do grande jogo, assistindo alguns pela TV e Internet, e me informando diariamente através os blogs e a mídia especializada, dos quais retirei alguns tópicos que discuto a seguir:

– Tudo comentei a respeito da LDB, concluindo ser a mesma totalmente falha na sua proposta de promover uma jovem geração de jogadores em um torneio patrocinado integralmente com verba do ME, quando a mesma poderia ser orientada aos fundamentos do jogo, e a novas propostas técnico táticas, que visassem promover uma substancial e estratégica mexida na mesmice institucionalizada no basquete tupiniquim, formatado e padronizado no sistema único e na inestancada hemorragia das bolas de três, além do caudal de erros nos fundamentos, que atingiram neste e nos demais torneios que o antecederam, marcas vergonhosas e constrangedoras para um basquete que tenta se soerguer da vala em que teimosamente ainda se encontra, Mas num artigo do Fábio Balassiano no Bala na Cesta de dois dias atrás, o competente jornalista reitera absolutamente tudo que venho publicando a respeito da LDB, num artigo conciso e bem escrito, como numa síntese do que venho discutindo desde a primeira versão do torneio, que rapidamente vem se transformando num campeonato entre equipes de jogadores que já pertencem à LNB, retirando espaço daqueles que realmente necessitam jogar para evoluír, e não correrem atrás de títulos enriquecedores de currículos de técnicos, clubes e dirigentes, claro, com verba pública facilitadora de tudo (exceto a aridez de público nos ginásios)…

– Também tenho acompanhado alguns jogos do NBB, inclusive testemunhando a grande “evolução” do camaleônico técnico do Paulistano (definição dada pelo Fábio…), a qual defino tão somente com uma observação que venho fazendo a tempos, em três detalhes, utilização de armação dupla competente, jogo interno de alas pivôs, liderado por um repaginado Caio, afinado física e tecnicamente, e pedidos de tempo olho no olho, intimista, incisivo e confiante, relegando a inefável prancheta a uma pontual participação, e que quando definitivamente abandonada, poderá afirmar de si para consigo mesmo, agora sou um verdadeiro coach. Até lá…

– Ainda deu tempo para acompanhar a refrega CBB/LFB, quando a mentora em hipótese alguma deixaria de mão a preciosa arma política que representa uma seleção nacional, mesmo correndo o perigo de uma efetiva (se fosse corajosamente tomada) reação por parte da LFB, lutando pelos direitos técnicos da mesma, mesmo sabendo que o aspecto formativo, de responsabilidade da CBB, pouco ou nada seria incrementado, como vem ocorrendo nos últimos quinze anos, e que de uma forma definitiva, é o epicentro de toda a decadência da modalidade no país. Formação de base é como instalação de fundamentais redes de água e esgoto nas cidades, que por correrem embaixo do solo, não atrai o interesse politico, sempre voltado ao megalópico, ao midiático. Escolher um técnico ligado a casa, faz parte do processo mantenedor do corporativismo, tão bem estabelecido pela LNB em suas equipes, o que de certa forma mantém o equilíbrio entre as famiglias que lideram o grande jogo no país, onde cada uma domina e comanda seus feudos, suas capitanias hereditárias, onde o novo se torna perigoso, detestável, e que precisa ser afastado coercivamente, sem maiores explicações, dando graças ao velho jargão, “manda quem pode, obedece quem tem juízo”…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e Internet. Clique nas mesmas para ampliá-las.

SINUNDER…

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– Um jogador americano atuando aqui na terra tupiniquim, postou em seu facebook o texto abaixo, claro, logo desmentido pelo técnico que supostamente o agrediu, o que não duvido nada, pois seu histórico no trato com jogadores o torna bem capaz de ações deste tipo, numa lamentável rotina de maus tratos e desrespeito aos mesmos. Mas é um técnico da LNB, logo, imputável…

 

Taaj Ridley em Ginasio Sorocaba Lsb.

21 de novembro às 11:00 · Sorocaba · Editado ·

Good Morning,

To the many individuals who have been asking me what is the reason for my departure from LSB; there are many reasons but I will sum it up to keep things short. It started 3 months ago during the Mogi game in Sorocaba when the coach hit me in the face with a computer speaker because I told him I did not understand what he was saying in Portuguese. After this incident I did not react, I calmly removed my uniform and walked to my house. My time here playing for LSB has been up and down due to the coach but my teammates have always helped me remain positive and helped me keep my head high. Another incident occurred when the coach was upset that I wore a bandana to practice, which I wear on a daily basis, and threatened to shoot me and have a person invade my home at night while I was sleep. The final incident occurred yesterday during the game versus Macae; the coach was upset about me slapping his hand hard after team announcements so he proceeded to slap me in my chest, which I took like a man, then when he noticed it did not phase me, he slapped me in my face in front of my team and fans of LSB. All of this on top of not being paid for the past 2 months. I have been disrespected many and many times by this man but I have always kept a good spirit and remained positive. I have always remained a great teammate. It brings me to tears every time I think of my 3 year old brother watching the game yesterday, waving at the computer screen, and me not playing one minute when I know I worked hard and deserved to play.

Once again I would like to thank the city of Sorocaba and the fans of LSB, you are all tremendous people. I would like to thank my teammates, my brothers, you guys deserve the best and I wish you the best throughout the rest of the season.

When you come to another country to give your heart and effort for a game you love, you should not be harmed physically by an individual who is suppose to protect you.

Thank you friends and family. I love you all

 

– Crise na CBB (mais uma?), com matérias midiáticas sobre os gastos do seu presidente e esposa pela Europa, mas nada, absolutamente nada do que me cansei de publicar quando de sua eleição avalizada pelos responsáveis por tudo o que vem a baila agora, aqueles presidentes de federações que o elegeram, todos, absolutamente todos que, ávidos também pelas boquinhas inerentes a seus “cargos de sacrifício”. num moto contínuo, que continuará a sê-lo até o momento que tenhamos vergonha na cara para exigirmos as mudanças legais para evitar tanto descalabro e roubalheira, onde a incompetência técnica soa menor perante os acintes políticos econômicos que vigoram desde sempre,,,

 

– NBA se associa (?) ao portal do Sportv para divulgar sua marca com mais sofreguidão do que vinha se comportando até agora. Claro que a turma da casa se sente no Éden com a subida de padrão, pois aqueles jogos madorrentos e medíocres do NBB (só transmitiram unzinho até agora…), sendo substituídos pelos da matriz, sem dúvida nenhuma, para essa turma, se torna algo sedutor, afinal de contas, lidar com milhões é outra coisa. Pena que não transmitam em inglês, para ser completo o serviço…

Não seria a hora da LNB dar um chute na bunda dessa empresa a serviço de um jogo que nada tem a ver conosco, e que nem as regras da FIBA aceitam? Por que não tentar um canal aberto, por menor que seja, a fim de tentar um soerguimento sólido e nacional do grande jogo entre nós, por que não Ou os dólares falam mais alto?…

 

– Finalmente a refrega da LFB contra a CBB, o que custou tempo em demasia para ser deflagrada, reivindicando o controle técnico das seleções nacionais, o que concordo plenamente, com uma ressalva, a de que invistam em preparo fundamental das jogadoras, todas elas, da base às seleções, sendo entregues a técnicos e professores que realmente conheçam e dominem o grande jogo, e não “estrategistas” de ocasião com suas pranchetas de araque e a arrogância que os caracterizam desde sempre. Para 2016, uma seleção fortemente embasada nos fundamentos do jogo, em tudo, e por tudo, superariam “estratégias fajutas” de quem somente pensa e age em função de currículo, aquele que aufere vultosos contratos, principalmente na CBB…

 

– Paulo, e a LDB, nada?  Nada, já que servindo de escada para jogadores que já pertencem as equipes do NBB, que claro, auferem um longo campeonato financiado totalmente por dinheiro público, que deveria ser revertido no preparo daqueles jogadores que labutam para subir de patamar, mais que patinam à sombra das “estrelas”, além de se submeterem, agora em escalada semi final à carreira, às mesmices de sempre, onde chifres, punhos, picks e as demais jogadas do sistema único, os lançam no lugar comum formatado e padronizado que os caracterizam, ontem, hoje, e num infindável amanhã. Tenho muita pena de todos eles, que atingem a média de 25 erros de fundamentos a cada partida de suas equipes que disputam o torneio. Mas tudo bem, a grana governamental patrocina o de sempre, infelizmente…

– Mas o título do artigo Paulo, Sinunder? É que a mesmice técnico tática é tão presente e exasperante, que até nos tempos pedidos (e me torço de rir com eles…), os estrategistas empurram tanta sapiência e gráficos ininteligíveis sempre com uma, ou várias ressalvas entre uma e outra “tática”, na figura do sinunder, faz a outra, e sinunder voltem a anterior, e sinunder, sinund, sinu, sin…benza meus deuses…

Amém.

 

76…

P1030972-003Ontem foi meu aniversário, que incrivelmente ainda comemoro, claro, com muito menos empenho social, porém o suficiente para um singelo e recôndito almoço com minha filha, sem a presença física de seus dois irmãos, ambos no exterior, mas bem próximos através a tecnologia do skype, para minha, também singela, felicidade…

Lá se vão setenta e seis anos, seis, compulsoriamente afastado da quadra, mas sempre presente fora dela, me mantendo atualizado, até um pouco demais, no dia a dia desse humilde blog, que me obriga prazeirosamente ao estudo, na busca incessante dos sistemas ideais, mesmo que impossibilitado de os verem na prática…

Porém os tenho visto, aos poucos, homeopaticamente, em algumas equipes da elite (?), na dupla armação, na substituição dos cincões por jogadores mais ágeis, rápidos, flexíveis, atuando dentro e fora do perímetro, melhorando seus fundamentos, com melhor leitura de jogo, mesmo que ainda bastante travados taticamente por técnicos travestidos de estrategistas, encordoando a todos a manoplas como marionetes descerebrados…

E por conta desse comportamento, temos assistido algumas pérolas de como não dirigir e liderar equipes, numa avidez de demonstrar sapiências de que não são absolutamente possuidores, pois imberbes, apesar de arrogantes, nas minúcias e entranhas do grande jogo, alguns recentemente promovidos e já deitando cátedra, de uma forma que aqueles conhecedores de verdade jamais o fizeram, jamais…

Nas duas últimas semanas assisti alguns jogos do NBB, da LSB e um da NBA, que me fez dormir, tendo desligado a TV na manhã seguinte ao acordar. Estranhamente nenhum deles teve méritos de me remeter ao teclado para alguns, mesmo poucos comentários, a não ser um do São José, que perdeu para o Caxias embaixo de uma enxurrada de piruadas de jogadores lesionados, dentro e fora do banco, dirigido por um assistente de um dos técnicos estreantes, ausente no jogo. Desde a muito descrevo esse tipo de jogador que agindo dessa forma, se prepara para daqui a um pouco empunhar uma prancheta, afinal, sua enorme experiência jogando, parece o qualificar para a direção, tática de preferência, quando alguns outros valores de menor monta, ou mesmo insignificantes, como conhecimento amplo teórico da modalidade, seus fundamentos estudados ao máximo, sua estrutura organizacional, grupal, mental e comportamental, fosse de somenos importância perante sua transcendental vivência como jogador, mais ainda se galardoado e apoiado pela mídia especializada, que o qualifica como mito, ícone, logo, pronto para dar seguimento a seus conhecimentos, pronto para o comando…

Num ledo e constrangedor erro conceitual, estrutural, profissional dos grandes, porém dissimulado pela mesmice imperativa que os cercam e protegem, cerceando o desenvolvimento do grande jogo, ávido e carente de criatividade, ousadia e, acima de tudo, conhecimento básico e necessário para inovar, para romper a mediocridade institucional que ai está, correndo célere para o desastre iminente, que está logo ali em uma das esquinas de 2016…

Mas como, mesmo na presença iminente de grandes desastres, algo tênue e fugaz às vezes aparece, se consultarmos as estatísticas do NBB 8, vemos um decréscimo bastante evidente na “chutação de três”, com jogos cada vez mais decididos “lá dentro”, de 2 em 2, de 1 em 1, como deve ser ante a precisão maior na curta e media distâncias, otimizando as extenuantes e difíceis movimentações de ataque, reservando às bolinhas de três seu verdadeiro significado, como um arremesso recursal, executado por especialista, nas condições de passes de dentro para fora do perímetro, e não se constituindo o sistema básico de uma equipe, seja de que nível for, da base a elite…

Pretendo daqui para diante me fixar em análises de alguma partida que revele algo mais do que a mesmice institucionalizada que nos oprime e envergonha, assim como me planejo para retornar em grande aos artigos técnicos, dos fundamentos individuais e coletivos, até os sistemas ofensivos e defensivos, que afinal de contas sempre foi a função maior e estratégica deste humilde blog, um dos responsáveis (talvez o maior…) pelo meu afastamento das quadras, ao me negar a abjurá-lo em função das enormes resistências ao mesmo, por sua independência e democrática luta, e me indispondo indignadamente a participar do corporativismo vigente, originando covardes contra partidas,  que insulta e humilha o grande, grandíssimo jogo entre nós, tão premente a novas ideias, mesmo partindo de veteranos técnicos e professores, aos quais muito me honra pertencer em suas companhias desde sempre.

Amém.

Foto – Eu e minha filha Andrea.

 

SEIS POR MEIA DÚZIA…

 

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Que tal as inovações Paulo, te agradaram, são realmente promissoras?

Você só pode estar de brincadeira, ou não? Quando o técnico estreante declara que sua equipe foi excepcional com somente 10 dias de treinos para adquirir sua “filosofia” de jogo, e a mesma apresenta ao final uma convergência assustadora, arremessando 10/31 de três pontos e 16/28 de dois, em tudo e por tudo dando continuidade a “filosofia” de seu antecessor, pode-se conceituar de tudo, menos que algo tenha mudado de verdade, a ponto do comentarista da TV afirmar que se fosse o técnico de Bauru não tiraria essa característica dos jogadores da equipe, e focaria na defesa, para vencer os jogos…

Legal tal testemunho, não? Somente esquece que alguém neste vasto deserto de ideias e concepções de jogo, pode ter a iniciativa de fazer sua equipe defender de verdade, dentro e fora do perímetro, como os americanos o fizeram nas duas partidas de sua pré temporada contra os paulistas. Logo, incidir na premissa de que esse é o caminho do grande jogo entre nós, cheira, e muito mal, a uma tentativa mal ajambrada de tornar o reinado das bolinhas a nossa nova “filosofia” de jogo com vistas a 2016, o que seria realmente trágico, indesculpável, imperdoável…

Mas caro Paulo, está ai o Steph Curry fazendo história com sua forma de jogar, pontuando e pulverizando recordes “com um sorriso nos lábios”, derretendo suas pitonisas midiáticas tupiniquins, ao ponto de preconizarem uma nova era do basquetebol, que nunca mais será o mesmo depois dele. Meus deuses, falaram o mesmo quando do aparecimento do George Mikan, do Wilt Chamberlain, do grande Jordan, e o basquete continua sua saga solidamente escudado nos fundamentos do jogo, onde o arremesso é a cereja do bolo dos mesmos, que de quando em vez faz nascer um talento em seu quase pleno domínio, como o Oscar, o Riva, o Bird, e agora o franzino Curry , que mais cedo ou mais tarde deverá ser marcado, e que mais adiante será substituído por um mais talentoso, pois no final das contas, a evolução do grande jogo depende exatamente disso, o revezamento dos talentos através as décadas de sua gloriosa existência…

Steph Curry, domina com quase perfeição um dos aspectos mais sensíveis do arremesso, principalmente os de longa distância, que inclusive foi o ponto crucial de minha tese de doutorado defendida em 1992 (Estudo sobre um Efetivo Controle da  Direção do Lançamento com uma das Mãos no Basquetebol, na FMH/UTL), onde fica bem claro os rígidos limites nos desvios dos mesmos, somente dominados por uma ínfima parcela daqueles jogadores (as) que o praticam, e cuja precisão vai muito além do “treinamento voluntário”, como define Marcel de Souza, pois determinados parâmetros de pegas e empunhaduras definem os verdadeiros padrões de excelência direcional necessária ao sucesso das tentativas, e que mais apuradas se tornam sob assédio defensivo e variações de corridas, partidas e paradas exercidas pelo jogador em uma dura partida…

Curry é um desses talentos, dentro de uma modalidade que renasce e se recria por todo o tempo, em torno de suas bases e estruturas, em torno dos fundamentos do grande jogo, o que é algo monumental…

Desculpem, voltando ao jogo, o que saltou aos olhos foi a manutenção da mesmice técnico tática que permanece intacta e pétrea, com armadores nominados e muito bem pagos errando passes bisonhos, desarmando em vez de armando, confusos e perdidos num jogo com 15/49 arremessos de três, numa partida recheada de bons pivôs, esquecidos pelos paulistas e mal servidos pelos cariocas, ambos perpetrando 26 erros de fundamentos, quando bastou uma das equipes marcar um pouquinho melhor, para vencer um jogo insosso e repetitivo…

Sistemas novos, nem pensar, mas sim novos jogadores 1, 2, 3, 4 e 5 substituindo os 1, 2, 3, 4 e 5 que saíram, como se as simples trocas auferissem novos conceitos de jogo, numa ciranda de pseudo especializações que se repetem a cada ano, e já estamos no oitavo, véspera de uma olimpíada caseira, que nos ameaça com uma extrema vergonha, se não apresentarmos uma nova concepção de jogo, mas em hipótese alguma sequer parecida com a que ai está, soberana e autofágica, ainda mais quando nossos jovens sedimentam no exemplo do Curry a sua forma de ver e sentir o jogo, o que exigirá uma competente orientação dos professores e técnicos na direção correta e sensata dos fundamentos individuais e coletivos, sem os quais sistemas de jogo se tornam inócuos…

Enfim, toda a minha ansiedade exposta no artigo anterior se perdeu ante a realidade do que assisti, um verdadeiro seis por meia duzia do NBB anterior, e que temo ter continuidade, alimentado pelo corporativismo que se apossou do grande jogo em nosso país, solene, absurdo, injusto, e acima de tudo, cruel…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

INCONTROLÁVEL ANSIEDADE…

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Faltam poucas horas para o início do NBB8, e estou ansioso pelas novidades, aquelas que nos meus 76 anos de vida (daqui a poucos dias…) não tive chances de testemunhar, pelo menos nesses tempos de “basquete moderno”, tão enunciado e divulgado pela mídia altamente especializada, como a nossa tupiniquim…

Sentar-me-ei daqui a pouco, com pipocas, ou não, na frente de minha velha 29 pol, já que a modernosa 40 LED jaz inerme pelas obras aqui em casa, para, deslumbradamente assistir a nossa retomada ao cume do grande jogo…

Claro, sei que assistirei, não só neste jogo inaugural, com as equipes mais ranqueadas da liga, como nas demais que se sucederão, o verdadeiro Novo Basquete Brasil, recheado de inovações técnico táticas, com os atletas tinindo nos fundamentos do jogo, apresentando sistemas ofensivos e defensivos de ponta por seus renomados estrategistas, na época mais do que certa, quando nos umbrais do ano olímpico que se aproxima célere de todos nós, que enlevados testemunharemos em estéreo, HD e deslumbrantes cores, ao fim do sistema único, responsável por duas importantes situações, a de nos ter lançado no esgoto cruel e criminoso da mesmice institucionalizada, liderada por um corporativismo mafioso, e a agora radiante realidade dos novos tempos, onde a prancheta retornará ao que foi destinada desde sempre, a taboa de anotações, e não musa inspiradora de garranchos e rabiscos ininteligíveis de coisíssima alguma, cedendo sua majestosa presença a verdadeiros e prestimosos diálogos entre técnicos e jogadores, olhos nos olhos, com precisão, justiça, educação e, acima de tudo, consideração de parte a parte…

E mais, muito mais, quando assistiremos técnicos contidos e focados em suas equipes, nas equipes adversárias, procurando encontrar detalhes que poderão, ou não, ajudar a turma que se esvai na quadra, na busca de bons resultados coletivos, e não bailando grotesca e ameaçadoramente ao lado das quadras, numa exibição pífia e ridícula para sua figura de líder (?), somada à beligerância proposital e planejada contra árbitros e demais componentes técnicos dos jogos, e mesmo com seus próprios comandados…

Mas, acima de qualquer julgamento, testemunharemos o renascer de um basquetebol pré agônico, insultado pelo mesquinho Q.I., pois afinal de contas novos e arejados técnicos terão vez, e para os quais chifres, punhos, camisas, hi low’s, picks, nada representarão quando utentes da dupla armação, do jogo intenso, criativo, corajoso,interior e de frente para a cesta dos bons homens altos que possuímos, todos prestimosa, coerente e competentemente preparados nos fundamentos individuais e coletivos, e não nos rachões de praxe, como de antanho…

E para coroar tanta novidade, teremos a honra de assistir árbitros não microfonados, discretos, porém atentos e cônscios de sua maior contribuição para o grande jogo, a aplicação justa e precisa das regras do jogo, simples assim…

Enfim, como nem tudo possa parecer perfeito, ainda teremos análises e comentários despropositados e voltados a uma pretensa publicidade positiva da modalidade, onde a maior conquista, a “monstra conquista” seria o relato jornalístico e direto do que realmente se passa na quadra, e não na sua concepção do que seria uma verdadeira, limpa, justa e brilhante partida do grande jogo, o grandíssimo jogo…

Amém.

Foto – Reprodução da TV. Clique na mesma para ampliá-la.