UMA QUESTÃO DE ESTRUTURA E LIDERANÇA…

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A última foto da sequência acima por si mesma definiria esse artigo, se somente ela estivesse presente, o que pouparia tempo gasto em leitura técnica, e nada a mais que os blogs alta e profundamente especializados em sistemas e táticas de jogo venham a publicar, atualizando o pouco conhecimento que adquiri nos últimos 50 anos de convivência com o grande jogo.

 

Na realidade, a equipe grega venceu convincentemente o jogo por alguns fatores:

 

– Mesmo em pré temporada faz parte de uma realidade técnica do mais alto nível, onde treinamento e adequado preparo alcançam padrões de elevada qualidade.

 

– Como sua preparação ainda se encontra no começo, propôs a si mesma um jogo mais cadenciado nos longos deslocamentos, mas sem abdicar da velocidade nos passes e nas fintas próximas à cesta.

 

– Exerceu com firmeza a defesa do homem da bola, às vezes em dobra, dificultando bastante os passes iniciais e os arremessos de três, não os evitando, o que é o correto, e sim alterando suas trajetórias, facilitando inclusive seus rebotes quando falhos, e que foram muitos.

 

– Marcou internamente se utilizando da técnica do  slide (caramba, será que a turma jovem pesca isso?), ou seja, passando os atacantes de mão em mão, como na passagem de bastão num revezamento, não importando muito as diferenças de estatura nas trocas, pois se trata de uma equipe alta, veloz e ágil.

 

– Atacou sempre controlando os 24 seg. e escolhendo com precisão o momento de lançar, sempre após um corta luz, ou uma finta incidente.

 

– Contou com o apoio lúcido e tranquilo de um técnico arguto e econômico em suas manifestações, e que demonstrou nos dois jogos que realmente lidera seus jogadores com educação e respeito, e sua comissão também.

 

Quanto à equipe paulista, a visão da inicialmente mencionada última foto, expõe com detalhes e clareza os por quês das derrotas, na mais pura, definitiva e esclarecedora questão de débil estrutura técnica e de liderança, que são  fatores  determinantes para o pleno sucesso de uma equipe competitiva, seja em que nível a mesma se situar, da base à elite, simples assim…

 

Amém.

 

 

 

Fotos (legendadas) – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

QUANDO P.Q.P…E CAR…À GRANEL NÃO É O SUFICIENTE…

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Estava credenciado pela FIBA para reportar a competição, mas um mal estar já contornado me fez ausente em Barueri, mas bem presente na Fox Sports à cores e com generoso som stereo, o suficiente para testemunhar (talvez no ginásio não o faria…) um dos festivais de descompasso diretivo mais instigante que assisti em muitos anos de quadra, e que foi, para mim, o responsável pela débâcle pinheirense, ante um Olympiacos pouco treinado e ainda entrosando suas novas contratações para a temporada européia que se avizinha.

A equipe do Pinheiros, face aos bons valores que possui, falha cruelmente na proposta de um sistema de jogo incapaz de fazer frente a uma razoável defesa européia, que contesta arremessos externos, e se situa com relativa precisão na colocação dos rebotes (foram 40 contra 26 dos paulistas), teimando exatamente na artilharia de fora (10/33 de três e 15/38 de dois, com 19/12 nos lances livres) esquecendo de jogar com seus pivôs, exatamente ao contrário da equipe grega, que premiou seu vistoso e eficiente jogo interior com 27/38 arremessos de dois pontos, suficientes e não exagerados 7/18 nos três e 6/11 nos lances livres, somente falhando nos 22 erros cometidos (os paulistas erraram 11), principalmente nas seguidas tentativas de curtos passes entre seus pivôs ainda desentrosados, o que demonstra uma tendência técnica que ensaia fortemente se utilizar nas exigentes competições de seu continente, caracterizando a positiva proposta e influência de seu técnico nesse estilo eficiente de atuar.

Do lado paulista, muita vontade e luta, e nada mais, pois nota-se com clareza a ausência de uma sólida proposta técnico tática, onde a “filosofia do vamo que vamo” impera absoluta, na qual se esbaldam o Paulo e o Shamell, e quando não funciona, exatamente por ser óbvia e previsível, encontra nos pedidos de tempo o fator que leva a todos para baixo da auto estima coletiva, forçada pelos coercitivos argumentos dos p.q.p’s, car… e congêneres, numa constrangedora afronta aos jogadores e aos ouvintes telespectadores, num horário noturno, e fico imaginando o impacto junto aos jovens quando da segunda partida no domingo às 11hs da manhã…

Sem dúvida alguma estamos assistindo o apogeu do reinado das bolinhas, a pouca importância no correto ensino dos fundamentos, e a perda de uma geração de altos jogadores, entregues à faina exaustiva e insana de coletores de sobras dos pseudos especialistas daquele insidioso reinado, e para quem duvidar da continuidade do mesmo, basta dar uma olhada em alguns  números da LDB, onde encontramos equipes, como a de Limeira que nas duas últimas rodadas contabilizou 26/80 arremessos de três (num deles perpetrou um espantoso 16/45 de três contra  9/25 de dois, ou seja, arremessou 20 bolas a mais de três pontos do que de dois!!) e 21/48 de dois pontos, e sob o integral apoio de seu técnico, merecedor de uma reportagem no blog da LNB, fora outros resultados semelhantes de outras equipes da nova geração que alimentará a liga de elite daqui a um pouco.

Logo, o que temos testemunhado nas grandes competições, como essa Copa Intercontinental, nada mais representa do que e da forma como praticamos o grande jogo, sob a ótica distorcida de um sistema unificado e soberano, onde os fundamentos são propositalmente negligenciados em nome de uma condução extra quadra formatada e padronizada, na maioria das vezes de maneira coercitiva e até ofensiva, como o exemplo maior que tem sido oferecido com frequência ao país, de impropérios de baixo calão em rede nacional, “justificados” pelos narradores e comentaristas, como uma enérgica e necessária intervenção técnica, como se tal ação se justificasse por si mesma, o que é uma enorme e injustificável falácia, escorada e fundamentada que se encontra a uma realidade que tentamos de muito esconder, a de que estamos muito longe de ostentar a grandeza de outrora, onde tínhamos técnicos de verdade, sistemas de verdade, jogadores de verdade, resultados de verdade, e não essa mentira disfarçada, mal copiada e envolta nos véus do escracho e do desrespeito publico, publico este que deixou vazia a metade do belo ginásio de Barueri, e com entrada franqueada. Quem sabe domingo…

Amém.

Fotos – Reproduções legendadas da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

O ENCONTRO…

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Um velho mestre uma vez me disse – Paulo, educação imediatista é uma

fraude, pois somente num futuro além do nosso conhecimento os fundamentos de uma boa e consistente educação florescerão no âmago daqueles alunos que privaram e absorveram de seu conhecimento, quando perante situações de vida ela os ajudarão a transpor os inevitáveis obstáculos que lhes são confrontados.

Em outras palavras, a educação é um investimento a longo prazo, mas de resultados seguros se bem ministrada.

E foi o que testemunhei ontem num encontro de jogadores que dirigi 15 anos atrás no Barra da Tijuca Basquete Clube, que me convidaram junto ao Prof. Paulo Cezar Motta, também um jogador dirigido por mim nos anos sessenta e fundador comigo do clube em questão, e o Prof. Antonio Carlos Pulga, para recordarmos um tempo que ficou na lembrança de todos, como algo de muito importante para suas vidas cidadãs que hoje ostentam com orgulho.

Lá estavam quase todos no Clube Novo Leblon, felizes e sadios, vencedores em suas vidas profissionais e familiares, muitos casados e já pais, mas saudosos de um tempo pós adolescente cheio de incertezas e dúvidas, mas repleto de lembranças épicas e de amizades indeléveis., forjadas no duro treinamento e nas competições mais duras e exigentes ainda. Foram muito unidos e continuam a sê-lo, com orgulho e prazer, permitindo que eu e o Paulo façamos parte desse poderoso circulo de vida passada, presente, e que sem dúvida alguma se estenderá no futuro.

Saí do encontro renovado de emoções e uma certeza inabalável de que o investimento foi válido, muito válido, e que preço algum no mundo pagaria o orgulho que ambos, eu e o Paulo, ostentávamos ao final do encontro, pelo qual agradeço de coração.

Pena as ausências do Prof. José Geraldo, assistente técnico daquela equipe, do Valerio, André, William, Leonardo, Fábio, Fred, Jobson, que por motivos vários não puderam lá estar.

Caros amigos, foi um privilégio tê-los como alunos, jogadores, hoje cidadãos e homens de bem. Obrigado.

Amém.

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O SISTEMA ÚNICO COM E SEM A BASE DOS FUNDAMENTOS…

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Daqui a um pouco a equipe feminina brasileira decidirá sua classificação ao Mundial com a equipe de Porto Rico, que já venceu por larga diferença na fase classificatória, não sendo razoavelmente possível que venha a perder ante um adversário muito frágil e carente de experiência.

Muito bem, poderá ocorrer alguma surpresa Paulo?

Se jogar como jogou ontem com Cuba nos dois quartos iniciais, sim, corre o risco de complicar um jogo decisivo, onde o equilíbrio emocional poderá equalizar de forma aceitável as grandes deficiências que essa hibrida seleção vem ostentando no transcurso da competição.

Uma equipe que erra fundamentos em demasia, arremessa de forma pouco seletiva, principalmente na longa distância, e que nem de longe consegue estabelecer comunicação e coordenação entre ações dentro e fora do perímetro, declinado a utilização freqüente e ostensiva de suas altas pivôs, preferindo o jogo de contorno estéril e voltado aos longos arremessos, pouco defendendo seu próprio perímetro externo e, principalmente, falhando sistematicamente nos rebotes, principalmente os defensivos, sem dúvida alguma sempre encontrará grandes dificuldades perante adversários que saibam explorar com sabedoria tais deficiências, como fizeram as cubanas nesse jogo.

Mesmo que se recuperasse bem no quarto final, onde a jogadora Adriana tomou para si as rédeas da reação, o ônus da grande diferença de pontos, custou muito à equipe no aspecto físico, e mais ainda no emocional, quando aquela boa armadora viu-se vitima de uma armadilha provocada por ela mesma, quando, com o jogo empatado, e não dando seguimento às instruções de seu técnico que desenhou uma jogada para os três pontos, investiu pela linha final, indo de encontro ao enorme bloqueio das pivôs cubanas, sendo travado em seu curto arremesso, e propiciando o contra ataque que definiu a partida para as caribenhas, numa ação que nem o técnico e ela mesma deveriam desencadear daquela forma combinada, e sim tentar jogar com as pivôs o mais profundamente situadas com relação a cesta, onde as possibilidades dos dois tão necessários pontos seria mais factível.

Foi um jogo eivado de erros de ambas as partes, que se utilizavam de um mesmo sistema de jogo, porém com melhor domínio nos fundamentos da seleção cubana, e que demonstrou estar a seleção brasileira ainda muito longe de um nível aceitável para fazer frente às grandes competições internacionais. Urge uma nova concepção de treinamento e de opções técnicas e táticas, mas isso é outra conversa.

Amém.

 

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

Em tempo – Terminou a pouco o jogo contra Porto Rico, que foi vencido por exíguos 10 pontos (66×56), dando a classificação para o Mundial a uma seleção, que mal ou bem, a conseguiu na quadra de jogo, e não pleiteando um constrangedor convite da FIBA, tendo ainda de desembolsar 500 mil euros para exequibilizá-lo, que é uma vultosa quantia de dinheiro público, que seria mais bem empregue em projetos voltados a formação de base, e não vertidos no ralo de interesses políticos de uma administração caótica e falida. PM.

GERAÇÕES…

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Para uma equipe que de véspera arremessou a bagatela de 20/51 nas bolas de três, chutar 6/15 foi um sensível progresso, e melhor, tentar jogar com a sua melhor arma, as pivôs, mesmo de forma atabalhoada e desconectada da armação, surtiu uma melhora ofensiva, que só não foi mais determinante exatamente pela forma confusa e equivocada como se comportou pela inexistência de um consistente plano de jogo, e o mais importante, sua carência nos fundamentos, errando 20 só nesse jogo contra a deficiente, porém lutadora, equipe argentina.

Temos, de uma vez por todas, compreender que quanto mais veloz atuar uma equipe, mais domínio ela terá de demonstrar na execução dos fundamentos, principalmente o drible, a finta, o passe e o deslocamento sem a bola, nos quais o fator velocidade determina e limita o sucesso de suas execuções. De nada adianta uma experiente Adriana acelerar seus ataques, se as menos experientes que debutam na seleção não acompanham suas investidas, por não dominarem os fundamentos naquele padrão de velocidade, assim como a veterana Karla jamais se referenciará às calouras arremessando duas vezes de três pontos num mesmo ataque, e errando, jamais. E mesmo a Chuca, servirá de padrão pela sua notória deficiência em alguns fundamentos básicos.

Então, o que restaria de realmente importante para qualificar essa nova e alta geração de talentosas jogadoras, seria investir pesadamente no domínio dos fundamentos, e adotar um sistema realmente inovador e proprietário de jogo, principalmente que fosse ambivalente a defesas individuais e zonais, criando algo de novo, ousado, insinuante e ao largo da mesmice vigente.

Com todas participando por igual num planejamento enxuto e altamente técnico, orientadas por pessoal qualificado de verdade e com longo caminho percorrido na difícil arte de ensinar o grande jogo, onde a velocidade evoluiria junto à aquisição e fixação dos fundamentos individuais e os coletivos (sim senhores, fundamentos coletivos existem, e como…), naturalmente, e como consequência, os sistemas de jogo, ofensivos e defensivos se amalgamariam aos mesmos, já que solidamente adquiridos, sem os quais seriam inócuos e inúteis.

2016 estão logo ali, com um Mundial no meio, sabidamente um curtíssimo espaço de tempo para grandes e profundas mudanças de rumo, mas que ainda pode oferecer uma razoável oportunidade de evolução, bastando para tanto uma grande dose de coragem, conhecimento, técnica e precisão, que sinceramente não observo no atual cenário, escravo e dependente da mesmice endêmica em que se encontra.

Podemos melhorar e avançar? Sem dúvida, mas…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

QUESTIONANDO (PRA VARIAR)…

 

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– Questionamento 1 – Num jogo em que a seleção feminina venceu por mais de 100 pontos a inexpressiva equipe dominicana, que acuada em seu perímetro defensivo interno, deixava o externo às moscas, propiciando o espantoso número de 51 arremessos de 3 pontos (foram 39/61 de 2), com acerto de 20, porquê não explorar ao máximo o jogo interior, aproveitando aquela forçada concentração defensiva, para treinar as pivôs em situações reais de jogo, visando os futuros embates que terão de enfrentar, em vez de desperdiçar tempo com ataques personalistas e até certo ponto exibicionistas? Estratégica é a projeção de um futuro vencedor fundamentado em ações objetivas do presente, e não a utilização de uma ineficaz e midiática artilharia, que ao ser contestada contra equipes mais categorizadas desnudará a imperícia de um jogo interno carente de confrontos reais, ou não?

 

– Questionamento 2 – A quinze dias dos jogos da Taça Intercontinental contra a equipe do Olympiacos da Grécia, a equipe do Pinheiros estabeleceu o inacreditável número de 7/44 arremessos de 3 pontos contra a equipe do Jacareí, que somados aos 6/27 da mesma perfizeram 13/71 bolinhas em um jogo do  campeonato paulista, e ainda somados aos 42 erros de fundamentos, onde nem o simples fato de ser a equipe lanterna da competição justificaria tal descalabro, a não ser que a equipe da capital tenha estabelecido ser esta uma das armas para tentar vencer a forte equipe grega, principalmente em seu perímetro interno defensivo, onde a exemplo das equipes que disputaram o Eurobasket, apresentaram defesas muito fortes e eficientes, não só dentro, como no entorno do perímetro, fator que será largamente utilizado contra a tradicional enxurrada de arremessos de fora, perpetrada por uma equipe frágil no jogo próximo a tabela. Então, como se comportará a equipe paulista nessa competição, jogando preferencialmente dentro ou fora do perímetro? Prevalecerá o reinado das bolinhas? E se não caírem por contestadas, como estrategicamente se comportará?

 

– Questionamento 3 – Terminada a grande competição européia, o que dizer sobre a escolha da seleção com dois armadores e três homens altos que jogaram enfiados no perímetro interno com velocidade e habilidades incomuns, e somente se utilizando dos longos arremessos através seus especialistas, e mesmo assim servidos com passes oriundos de dentro para fora do perímetro? E de que forma razoável poderemos aceitar e entender que o “chega e chuta” já se tornou um anacronismo absurdo e indesculpável através a insistência de jogadores pseudo especialistas, e técnicos indesculpavelmente permissivos com os mesmos?

 

– Questionamento 4 – (…) “- O Zanon precisa estar bem fisicamente, com o sono em dia e energia para contagiar e comandar o time ao lado da quadra, enquanto eu sou a pessoa que dá todas as informações para ele, sou o banco de dados. Passo as características de cada jogadora adversária, se são boas de infiltração ou arremesso, se defendem ou marcam bem. O basquete é um esporte que te consome muito. O treinador precisa estar envolvido no jogo e ter uma pessoa do seu lado que vê o jogo sem aquela emoção. Eu o ajudo nos treinos, faço planejamentos, com relatórios, filmagens e edições dos jogos do Brasil e dos nossos adversários. Além disso, também faço um trabalho individualizado com as atletas. Se alguma jogadora está com uma deficiência nos treinos, a gente faz uma filmagem, um trabalho na quadra de correção e de visualização. Tentamos corrigir o problema dos arremessos, por exemplo.(…)

(Trecho da matéria publicada no Globo Esporte por Carol Fontes em 23/9/13)

 

Bem, como vemos, cabe ao técnico dormir bem para poder comandar a equipe ao lado da quadra (prerrogativa de estrategista…), e o restante do trabalho é feito pelo diligente assistente desprovido de emoções, responsável pelos planejamentos, e pelo trabalho individualizado com as jogadoras. Pena que, ao contrario do que afirma, ainda não conseguiu corrigir nem arremessos, e muito menos os fundamentos das mesmas, quem sabe, pelo fato de editar filmes, ou de dormir pouco…

Que tal ter um assistente assim?

Palavra, comigo não dava nem para a saída, pois comando não se divide, quando muito se delega com parcimônia, dependendo do que realmente sabe e domina, e não o que propagandeia…Mas, o que faz o outro assistente?

Amém?

Fotos – Reproduções da TV e Divulgação FIBA.  Clique nas mesmas para ampliá-las.

A MESMICE EUROPEIZADA…

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Puxa vida Paulo, o Eurobasket pegando fogo e você… nada?

Tem razão amigo, mas…escrever o quê? Reafirmar que a mesmice endêmica tão bem estabelecida entre nós, agora se europeizou, e de uma forma absolutamente generalizada?  Acompanhem a serie de fotos acima, e constatem a cada simples imagem todo um imutável cenário de jogo a jogo, monocordicamente, e que espelha uma realidade globalizada e doentiamente aceita por todos os participantes da grande competição, levando-nos a confirmar a dolorosa verdade que emerge acima do aceitável em termos de evolução do grande jogo.

E a grande e imutável verdade é aquela que estabelece a superioridade posicional como o fator que decide, que vem decidindo a maioria dos jogos, onde aquelas equipes que possuem mais jogadores das posições de 1 a 5 superiores tecnicamente a outras, vencem jogos por força do maior domínio dos fundamentos de alguns de seus jogadores, mas que podem também ser vencidas ante um outro e seletivo fator, o defensivo, não o tradicional que tão bem se encaixou ao sistema único, convivendo e colaborando com o mesmo, numa simbiose conveniente a todos, onde vitorias e derrotas se dividem irmã e sazonalmente, mas que entravam e até paralisam a evolução do grande jogo. Falo daquele tipo de defesa fundamentada num principio de engenharia reversa, que bem explico num artigo de 2007 aqui publicado, e que ilustro na penúltima foto, onde a equipe lituana se impõe a italiana ao se utilizar desse tipo de comportamento defensivo, deixando para última a imagem incrédula do técnico sérvio perante uma derrota de 30 pontos para uma Espanha que se antecipava a todas as ações ofensivas de sua equipe, como que adivinhando seus passos, mas que na realidade desconstruía um sistema que ela mesma se utiliza, e que sabia e tecnicamente os antecipava pelo pleno conhecimento e domínio de todos os seus segmentos e ações, assim como os lituanos.

Claro, que num breve futuro outras equipes agirão da mesma forma, a começar pela jovem equipe croata, e quem sabe, propiciando uma evolução ofensiva de peso e necessária presença, no combate, o bom combate à imposição do sistema único.

Mas nada que um Coach K não possa subverter a continuar em sua cruzada contra a mesmice institucionalizada, globalizada, e que por força de sua ousadia, quem sabe, instaurará uma nova ordem, um novo e alternativo caminho para o grande jogo.

Por aqui, nessa enorme e injusta nação, continuaremos na mesma por um longo período, apesar de raríssimos momentos de lucidez de uns poucos, e perante o Desafio de uma mente marginal…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

DOIS ARMADORES E TRÊS PIVÔS, MAS COMO?…

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Acabo de ver na TV um entrecortado jogo França e Letônia pelo Eurobasket, já que não resisti ao sono em pelo menos dois dos quartos, mesmo com um insinuante e técnico Tony Parker em quadra. O porquê do sono em plena tarde? Tenho trabalhado muito madrugadas adentro, ultimando o já bem tardio livro, tão reclamado pelo meu filho André, além de que a mesmice técnico tática das equipes participantes daquele magno certame comparece em grande, numa enervante utilização do sistema único, porém razoavelmente  temperado por uma eficiente dupla armação, e uma trinca de homens altos, mais para pivôs do que alas, jogando enfiados, lá, bem dentro da cozinha de adversários que encontram sérias dificuldades para contê-los, além, e ai está o paradoxo, da presença de uma artilharia de três nem sempre bem azeitada, utilizada principalmente pela turma do ex leste europeu, quando poderiam maximizar seus enormes e rápidos pivôs na luta próxima e mais segura da cesta, aspecto esse que levará às finais aquelas equipes que melhor souberem distribuir sua eficiência nos arremessos, curtos e longos, além de manterem estáveis as performances nos lances livres.

É engraçado ouvir durante o jogo, um narrador comentar sobre a escolha do quinteto ideal da Copa America (foto), num pontual intervalo, subentendendo que as posições de 1 a 5 não são muito levadas em conta na escolha dos melhores para fins de premiação, assim como encontra dificuldades em rotular as funções de dois armadores em quadra, oscilando entre armador principal, secundário, finalizador, escolta, ala armador,etc. quando na realidade são dois armadores, simples assim, nas funções de alimentarem os três homens altos que compõem a equipe, numa bem vinda mudança de atitudes ofensivas, cada vez mais utilizadas no mundo, menos por aqui, ainda presos que somos aos cincões  e alas de arremesso.

Voltando um pouco, muito pouco, no tempo, quando a dupla armação sofria forte contestação por aqui, exemplos americanos e europeus, balizaram novos tempos, que mesmo antecipados por mim no NBB2, foram esnobados e varridos para debaixo do tapete da história, mas que ainda encontravam algum reconhecimento pela própria LNB, quando em algumas ocasiões escalava suas seleções das rodadas na formação de dois armadores e três alas pivôs, que foi uma tentativa do técnico Magnano para a Copa America, adaptando-a ao sistema único, mas de triste memória pela formação equivocada da equipe numa convocação para lá de discutível.

Então, ao testemunharmos a escolha das seleções de melhores do Eurobasket e da recém terminada Copa America, o que lá vemos senão a formação de dois armadores de ofício e três homens altos, velozes, atléticos e muito ágeis dentro do perímetro, numa constrangedora confrontação ao que ainda utilizamos, por exemplo, no campeonato paulista, jogando um basquete estratificado, colonizado e preso a dogmas que são reflexos do corporativismo existente, dolorosamente existente, como resultante de equipes formadas por agentes e dirigentes que se consideram experts no grande jogo, mas que o apequenam sob a capa protetora de uma classe profissional que deveria exercer tal função, mas que se contenta com o que recebe à sombra do status técnico e tático existente.

Falar e tentar algo de novo, instigante e proprietário por essas bandas só  leva a um desfecho, o exílio puro, duro, definitivo e covarde.

Quem sabe um dia, uma associação de técnicos séria e competente, faça reverter tão humilhante realidade, frente a países que as possuem à décadas?

Anseio que sim, precisamos visceralmente de uma…

Amém.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.

OSCAR…

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O grande Amauri Pasos o definiu magistralmente como o único jogador  no mundo que conseguiu transformar um jogo coletivo em individual, e por conta dessa notável e única façanha, se tornou merecedor de pertencer aos dois Hall of  Fame, o da FIBA e o de Springfield, numa categoria que dificilmente encontrará sucessores, apesar dos esforços de um Kobe Briant, seu admirador e seguidor desde a infância na Itália.

Como jogador de equipe jamais se equiparou tecnicamente aos grandes que o antecederam, e ainda irão constar da formidável galeria daquelas duas emblemáticas instituições, mas como pontuador envolto pelas equipes que atuaram para si, foi imbatível, atingindo os píncaros da fama e a gloria agora tornada realidade.

Foi único e continuará sendo através da história em sua passagem à condição de mito, individual, jamais coletivo, do grande jogo.

Amém.

Foto (Gabriel Fricke) Clique na mesma para ampliá-la.

INVERTENDO OS PAPÉIS…

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(…) O preparador físico da Seleção Brasileira Sub-19 Masculina, João Henrique Gomes, foi o destaque do terceiro dia do curso Nível II da Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol (ENTB), que está sendo realizado no Ginásio José Correa, em Barueri, São Paulo. Nesta sexta-feira (06 de setembro), o preparador compartilhou com os 83 participantes sua experiência adquirida na seleção brasileira e ensinou na teoria e na prática sobre o tema ‘Estrutura e Organização do Treinamento’.

“ Os nossos atletas precisam estar preparados fisicamente para as competições. E entender os conceitos sobre preparação física é fundamental, além de fortalecer ainda mais o dia-a-dia do técnico. Acho que o somatório dos dois trabalhos [do técnico e do preparador] precisam andar juntos e integrados. Essa é uma das filosofias das seleções brasileiras. A preparação física é responsável pela planificação e o controle de carga dos conteúdos a serem trabalhados tecnicamente”, explicou o João.

Em quadra, João Henrique demonstrou na prática a parte de velocidade, trabalho preventivo e a resistência especial. “A preparação do atleta para a seção de treinos devem simular alguns gestos que acontecem durante os jogos, a fim de prepará-los melhor para o treino. Durante a aula prática utilizei em quadra exemplos sobre trabalhos preventivos e de regeneração”, disse o preparador. (…)

(Trecho da matéria publicada no Blog Databasket em 6/9/2013)

 

            Enfim a esclarecedora explicação de um dos motivos para os seguidos fracassos de nossas seleções de base nos diversos campeonatos internacionais de que participaram nos últimos anos, quando lemos ser o absurdo acima descrito como “uma das filosofias das seleções brasileiras”.

E o mais grave quando o palestrante do tema “Estrutura e Organização do Treino” (que é uma das básicas e estritas funções do técnico de uma equipe de alta competição) afirma que “A preparação física é responsável pela planificação e o controle de carga dos conteúdos a serem trabalhados tecnicamente”, ou seja, trabalhados pelo técnico da equipe, de uma seleção nacional, numa inadmissível e absurda intromissão numa área em que jamais poderia influenciar, exatamente pelo pouco conhecimento dos conteúdos da mesma, e indo mais além ao afirmar que “A preparação do atleta para a seção de treinos devem simular alguns gestos que acontecem durante os jogos, a fim de prepará-los melhor para o treino”, o que caracteriza a mais ousada e absurda apropriação funcional de que tive conhecimento até a leitura dessa matéria, e que definitivamente jamais ocorreria em uma equipe por mim dirigida, jamais, pois em hipótese alguma delegaria tal poder de planificação de trabalho técnico a um preparador físico (agora entendo o porquê de serem três os preparadores na seleção e mais um fisiologista…), ainda mais quanto aos conteúdos inerentes às ações de técnicas individuais e coletivas a serem trabalhadas, no que constitui os fundamentos do jogo.

É absolutamente incrível que tenhamos chegado a esse estágio de total inadequação no preparo de jogadores de basquetebol, que em sua iniciação são submetidos a “testes de aptidão”, onde os ditos preparadores testam os jovens visando alocá-los em posições de jogo, nos rebotes e até definindo quais aqueles que melhor contra atacarão no futuro, numa antevisão do que pensam serem as qualificações dos jovens jogadores, esquecendo o principio básico que conota ritmos e evoluções variadas e diferentes entre jovens de uma mesma faixa etária, onde progressos mais lentos em hipótese alguma definem o que poderão realizar mais adiante na continuidade do treinamento, que por essas razões devem ser orientados ao gesto desportivo em todas as suas nuances, independendo da velocidade ou força para executá-los, a fim de que as finas técnicas do mesmo sejam equilibradamente desenvolvidas. Publiquei anteriormente artigos comentando e criticando tais testes, mas nunca, em tempo algum, avaliei que tal influência de preparadores físicos atingisse o estágio ora repassado em cursos das ENTB, onde simplesmente se situam como os planejadores e planificadores das cargas dos conteúdos a serem trabalhados pela direção técnica da equipe, numa inversão de valores e conhecimentos inaceitáveis e absurdos. Não é de espantar os resultados negativos nas competições, quando vemos “atletas superdimensionados”, porém cometendo erros lamentáveis de fundamentos, frente a tanta ingerência desqualificada, a tanta intromissão constrangedora para os técnicos que a aceitam e promovem, no afã de pertencerem a uma comissão (?) técnica de seleção nacional, abrindo mão de suas prerrogativas de líder, orientador e pleno responsável pela mesma, se é que possuidores destas básicas qualificações.

Trocando em miúdos, perde-se um tempo precioso com testes, aferições eletrônicas, musculação precoce e inadequada, travando musculaturas e articulações, utilização de traquitanas eletrônicas medindo provocados estados de exaustão, em vez de serem utilizados os próprios fundamentos, como fonte de preparação propiciada pelas compatíveis exigências físicas para a sua correta execução, onde todos os participantes, independendo de suas capacidades ainda em evolução e crescimento, terão a oportunidade de adquirir competências técnicas para no futuro serem capazes de se situarem nos diversos sistemas de jogo, e compatibilizar todas as técnicas adquiridas com o preparo físico, orgânico e mental para colimar todo o processo de ensino e aprendizagem do grande jogo.

Infelizmente, o entendimento do que venha a ser treinamento desportivo em todas as suas valências técnicas e táticas, da formação até a elite, que transitam pelo pleno conhecimento das bases didáticas e pedagógicas necessárias para sua implantação e desenvolvimento, sofre com a escolha equivocada daqueles que liderarão todo o processo, permitindo ingerências nefastas e muitas vezes políticas, num campo estritamente técnico e de indiscutível e competente liderança, que um professor e técnico jamais deveria deixar de exercer em pleno.

Por essas e por outras é que estamos merecidamente, colhendo o que viemos plantando nas duas últimas décadas, jogadores bem malhados e saltitantes como nunca, porém deixando pelo caminho, certamente muitos e muitos outros, menos malhados e saltitantes, porém  capazes de dominar a técnica e a tática como ninguém, nos seus personalíssimos ritmos de paciente amadurecimento e no devido tempo, mas fora dos parâmetros “científicos” de certa e manjada turma de preparadores apressados em demonstrar seus “vastos conhecimentos” de basquetebol, e por que não, de estrategistas também…

Mas uma pergunta se impõe nesse momento – Por onde andam os malhados jogadores no Eurobasket? Onde?

Amém.

Foto – O amanhã do Basquetebol, os jovens…

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