A classificatória para os mundiais sub 17 masculino e feminino finalizaram no México, e as equipes brasileiras ficaram de fora com a quinta colocação, sendo derrotadas de forma arrasadora por Canadá (92 x 53 no masculino e 82 x 56 no feminino), Argentina (98 x 52 no masculino) e vexaminosa por Porto Rico (74 x 67 no feminino), e República Dominicana.(74 x 66 no masculino), e finalmente 56 x 54 contra a Argentina no feminino. Os dois primeiros representantes de escolas bem definidas e evoluídas do grande jogo, os segundos, pequenos países, com população numericamente equivalente a um estado de São Paulo. Por sorte não cruzamos com os Estados Unidos, no que teria sido um massacre de proporções inenarráveis, tanto para os rapazes, como para as meninas, ambos indefesos no que concerne ao absurdo desconhecimento dos fundamentos básicos do jogo, individuais e coletivos do lado feminino, e sofrível pelo masculino, praticados de forma precária e equivocada no aspecto tático, onde a força física e destemperada velocidade, se antepunha a técnica e ao raciocínio, já que privados da matéria básica para exequibilizá-los, os fundamentos…
Derrotas por 46 e 39 pontos para argentinos e canadenses, e no decisivo jogo contra os dominicanos por 8 pontos no masculino, assim como os 26 pontos contra o Canadá, e 7 e 2 pontos contra Porto Rico e Argentina no feminino, determinaram a ausência das seleções chaves na renovação do basquetebol nacional dos Mundiais na Espanha e Hungria no próximo ano, determinando um desastroso atraso na evolução da modalidade no país, fruto, não mais maduro, e sim podre, de “ novas filosofias”, implantadas por sobre muitas outras, década após década de desmando, protecionismo, escolhas políticas e interesseiras, de gente mal preparada e pior formada, porém pródiga em currículos vencedores, a custa de muitas peneiras por sobre o trabalho braçal de muitos, propositalmente esquecidos, pincelando jovens equipes assim montadas com defesas zonais, centrando jogo em oportunos gigantes, mais adiante descartados, mas a tempo de proporcionarem títulos mirins, infantis e infantos, ou sub´s 12, 13 e 14 pelas atuais conotações, alçando “ grandes e vencedores técnicos” ao mercado estelar, com “ merecedoras” passagens por seleções estaduais e nacionais…
Meninos e meninas lá chegam, uns por merecimento, a maioria por indicação corporativista, mas todos carentes dos fundamentos mais básicos, porém corrompidos por sistemas e jogadas que ensaiam realizar e fracassam, por não saber concretizá-las pela ausência, e mesmo desconhecimento das mais simples técnicas no trato do drible, do passe, da finta, da marcação, do rebote, dos arremessos, mas bombardeados por desconexos e oportunistas rabiscos em midiáticas pranchetas, gritos e esgares vindo das laterais da quadra e nos pedidos de tempo, simulacros de comando, já que despidos de conhecimento real do grande jogo, equivocadamente confundido com parcos e para lá de medíocres “ filosofias, novas filosofias”, engodo, ousado e oportunista engodo de como se apropriar de um desporto cuja complexidade sempre filtrou seus líderes pelo estudo, pesquisa e trabalho paciente e confiável, onde o passar dos anos os tornavam competentes no trato com os mais jovens, errando muito pouco, acertando muitas vezes, vencendo ou perdendo, consciente e responsavelmente, e não se eximindo culpando antecessores, como os dirigentes o fazem comumente, esquecendo que quando de suas conquistas e posses federativas e confederativas, esses jovens eram mais jovens ainda…
Como num moto contínuo, continuaremos a enganação pela renovação dos comando técnicos a cargo dos protegidos, apaniguados e de Q.I. elevado, numa cornucópia de filosofias, avançados sistemas, científicas preparações, e o pior de todos os mundos, a idéia estratificada de formatação e padronização de conceitos absurdos e perdedores, porém repletos de escambo e trocas políticas, na defesa hercúlea de um nicho profissional (?), como capitanias hereditárias, inamovíveis, pétreas, nas quais uma ENTB oscilou ao sabor do interesse de uns poucos, do nicho, nascimento, efêmera existência e morte de um (in) alcansável sonho…
Ao perdurarem, jamais sairemos dessa mesmice endêmica, burra e abjeta, em que lançaram o grande, grandíssimo jogo, neste imenso injusto e desigual país…
Que os deuses se apiedem de nós…
Amém.
Foto – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.
Ao término do Campeonato Mundial Feminino Sub 19 na Hungria, a equipe brasileira ficou na décima sexta e última posição, sem uma vitória sequer, e ostentando a derrota com maior número de pontos na competição, com exatos 61 pontos para a equipe quinta colocada, a Espanha. Também sofreu uma tremenda derrota para a França por 32 pontos de diferença. Uma diagnose mais precisa foi aqui publicada no último artigoaqui publicado…
Por que volto a tão constrangedor assunto? Simplesmente por constatar algo que foge a uma simplificada análise de caso, o mais corriqueiro, aquele sobre a qual não deveria pairar quaisquer dúvidas, principalmente técnica. A equipe em questão teve uma preparação iniciada em dezembro do ano passado, sob a responsabilidade de uma comissão de técnicos escolhida pelo treinador principal, José Neto, que inclusive, instaurou no preparo das seleções de base femininas, o que denominou de uma “nova filosofia” de trabalho, a ser empregada em todas as divisões de base nacionais. Muito se falou, divulgou na mídia, como algo realmente inovador, sob o manto das mais altas e atuais tecnologias, tanto no preparo físico, como no técnico tático, despertando um enorme interesse dentro da comunidade basqueteira…
Porém, o que se viu na Hungria foi um imenso desastre, onde a equipe sub 19, constituída daquelas jogadoras a um passo de ingressar na divisão principal, não só da seleção do país, como nos clubes que disputam a LFB, atendendo a necessária e estratégica renovação de seus quadros, quando uma indagação logo se avoluma – renovação com jogadoras em sua maioria desprovidas de técnica individual e coletiva, com algumas delas muito acima do peso corporal, dispersivas e absolutamente incapazes de levarem a bom termo filosofias e sistemas equivocados de jogo?…
Pois muito bem, essa mesma comissão, liderada pelo mesmo técnico que falhou bisonhamente no preparo e na competição da sub 19. é o mesmo que embarcou ontem para o México na direção da sub 16, talvez a divisão ,mais importante para a renovação necessária e prometida pela “nova filosofia” instalada na CBB, visando o soerguimento do basquetebol feminino brasileiro, deixando no ar uma incrédula sensação de que algo de muito errado, equivocado e enganoso vem acontecendo no âmago do basquetebol feminino, algo como o desmonte definitivo do que venha a ser liderança lastreada e fundamentada no mérito, defenestrado pelo Q.I. político e carreirista, colocando em risco real e possivelmente incontornável uma renovação chave para o basquete feminino, pois não teríamos avançado um centímetro sequer na direção formativa de uma geração que continuaria altamente carente da mais basilar exigência do jogo, o domínio de seus fundamentos individuais e coletivos, fator que tende a ser repetido no México, a exemplo do lamentavelmente ocorrido na Hungria uma semana atrás…
Fica pairando no ar uma objetiva e premente interrogação – Por que as seleções de base brasileiras, em ambos os sexos, sofrem tantos desgastes por conta de “filosofias” que se sucedem ano após ano, sempre criadas e veiculadas na vasta e prolixa teoria, em contraste com suas perdas, algumas vexaminosas, práticas de campo, sempre patrocinadas e levadas a termo por um mesmo, repetitivo e monocórdio grupo, subsidiado por uma CBB omissa aos rogos daqueles que realmente entendem e estudam o grande jogo, ansiosos para, ao menos, serem ouvidos, analisados e julgados por pares coerentes as reais necessidades na formação de base de nossos jovens, espalhados e desassistidos neste imenso, desigual e injusto país, sujeitando aqueles poucos ungidos, aos ditames interesseiros e desqualificados de uma seleção de equivocados “entendidos” do grande jogo, minúsculo para a esmagadora maioria deles, noves fora as pranchetas que empunham arrogantes e vazios de conteúdo, por menor e coerente que seja…
Já não peço e rogo nada aos deuses, creio que cansados de tanta incúria e ignorância, e somente ainda mantenho uma nesguinha de esperança de que um milagre venha a ocorrer no caminhar trôpego destes jovens, os nada culpados pelas “filosofias” a que são obrigados a seguir…
A CBB trabalha desde o ano passado com a Seleção sub-19, somando três etapas de preparação para a Copa do Mundo. Em dezembro do ano passado, foi realizado um Camp de treinos com meninas com idade para a Copa do Mundo. Depois, o time se reuniu em Araraquara para os trabalhos visando a Copa América. Como o torneio foi cancelado e o Brasil se classificou para a Copa do Mundo pelo ranking, o período serviu de treinamento. E agora, em Barueri, finalizou mais duas semanas de treino, definindo as 12 atletas que viajaram para o torneio.
Metodologia implementada
Desde a sua chegada, em junho de 2019, José Neto implementou uma metodologia única para o basquete feminino. Assim, desde as Seleções de base, o Brasil joga com o mesmo conceito, e todos os treinadores da comissão técnica, Virgil Lopez, João Camargo, Dyego Maranini, Bruna Rodrigues e Claudio Lisboa trabalham sob os mesmos conceitos quando estão com as Seleções de base. O próprio José Neto, por exemplo, esteve por uma semana com a Seleção feminina sub-19 ao lado de Dyego, que comandou a equipe na Copa do Mundo que terminou na última semana com a impossibilidade da vinda de João Camargo, por conta da LBF.
– Quando iniciamos os trabalhos com o basquete feminino na CBB, iniciamos também a implementação de uma nova metodologia de trabalho com as seleções brasileiras, de todas as categorias. A ideia é criar uma maneira de jogar em que as atletas possam transitar em todas as categorias usando os mesmos conceitos de jogo, mas principalmente criar uma cultura de treinamento valorizando os aspectos físico-técnicos necessários para o jogo de nível internacional – diz José Neto.
O treinador da Seleção principal complementa.
– Foram várias ações que realizamos para compartilhar esta nova metodologia. Sempre liderada pela gerente técnica Adriana Santos, inicialmente, os treinadores das categorias de base das seleções foram aqueles que estavam ligados direta ou indiretamente aos trabalhos com a seleção adulta onde aplicamos esta metodologia de trabalho. Virgil e Camargo como assistentes da seleção adulta, assumiram os trabalhos nas categorias de base. Chamamos também outros treinadores de categorias de base do nosso basquete feminino para que pudessem compor as comissões técnicas e assim também, podermos formar novos treinadores e treinadoras como foi com Dyego Cavalcanti, Claudio Lisboa, Bruna Rodrigues e agora aumentando este leque com Alessandra Minati, Adrianinha e Luciana Thomazini – cita José Neto.
O treinador lembra que o aspecto físico não foi esquecido, e justamente por isso a presença de Diego Falcão, preparador físico da Seleção feminina adulta, em todas as situações.
– Como o aspecto físico é importante nesta metodologia, fizemos o mesmo processo com o preparação física sendo liderada pelo Diego Falcao e nas categorias de base com seus assistentes Rafael Bernadelli e agora Priscila de Souza. Esta maneira de trabalhar foi oferecida para o conhecimento de todos os treinadores do Brasil através dos Grupos de Estudos realizados durante todas as etapas de treinamento da seleção adulta feminina em preparação para o Pan de Lima, AmeriCup 2019, Pré-Olímpico das Américas e Pré-Olímpico Mundial. Infelizmente não pudemos oferecer esta condição durante os treinamentos da Americup 2021 por conta dos protocolos de Covid. Outra maneira de oferecer o conhecimento desta metodologia a todos os treinadores e profissionais do basquete feminino foi através do projeto Adelante. Enfim, temos uma proposta bem fundamentada tendo como referência o trabalho de vários países de êxito na modalidade e com a consciência de que como todo processo, necessita de tempo para que o resultado seja consolidado.(…)
Fonte: Assessoria CBB
Como vemos acima, uma “nova filosofia metodológica” de preparação das seleções femininas foi implantada pelo experimentadíssimo técnico do basquetebol feminino José Neto, principalmente no trabalho de base, onde sua atuação de muitos anos (?) na categoria, alcançou reconhecimento nacional e internacional. Tal concentração de esforço e dedicação culminou com o resultado alcançado pela seleção sub 19 (categoria na ante sala da divisão principal) ao final do Campeonato Mundial na Hungria, vindo sendo preparada desde dezembro passado, onde alcançou o meritório último lugar entre as 16 equipes participantes, com sete derrotas e nenhuma vitória, tendo, inclusive, conquistado o recorde de derrota pela maior margem de pontos, louváveis 61 pontos contra a Espanha, 83 x 22 ( sétima colocada na competição), alcançando os incríveis e constrangedores números finais, agora expostos para análise de todos aqueles que ainda e teimosamente mantêm altas expectativas com “novas filosofias” atiradas ao vento, como se não existisse neste imenso, desigual e injusto país, pessoas preparadas e sensatas na percepção de engôdos primários, arrivistas e aventureiros tentando ( e como tentam, já são três décadas de tentativas) fixar o nefasto “se colar, colou”, praga corrosiva, de Q.I. altíssimo, e que vem liquidando. não só a formação de base feminina, como a masculina também, através pseudas garantias técnicas, táticas, administrativas e cientificamente embasadas num corporativismo pétreo e hermético, de um grupelho que se apossou de uma verdade fundamentada na premissa de um basquetebol formatado e padronizado para todas as categorias, sob um comando central e único, numa escalada absurda e que raia a insanidade mental, pois afasta de saída, toda a possibilidade criativa e diversificada de uma modalidade de ampla complexidade, exigindo muita pesquisa, estudo e tempo, muito tempo de maturação, planejamento e trabalho constante, paciente e, acima de tudo, competente. Que é o que mais falta ao grande jogo, competência, criatividade, sensibilidade, que são as exigências necessárias aos grandes saltos, na descoberta de novos caminhos, de formas diferenciadas de jogar, e principalmente, de formar jogadores aptos para trilhá-lo, com conhecimentos bem fundamentados e extrema leitura comportamental, técnica e tática, perante uma atividade exigente, exclusiva e inclusiva ao mesmo tempo, única dentre os desportos coletivos, sendo por definição, o grande jogo…
Vamos aos números da “nova filosofia” alcançados na Hungria, após os sete jogos realizados:
-107/286 arremessos de 2 pontos – 37,4 %
-36/135 arremessos de 3 pontos – 26,6 %
-62/120 nos lances livres – 51,6%
-Erros de fundamentos – 179 (25,5 pj)
sendo 37 contra a França e 35 contra a Espanha.
-Perderam com o placar médio de 78.1 x 55,4.
-Jogos:
-França 84 x 52 Brasil
-Espanha 83 x 22 Brasil
-Coreia 80 x 74 Brasil
-REP checa 74 x 64 \\\\brasil
-Itália 71 x 43 Brasil
-Taipé 86 x 70 Brasil
-Argentina 69 x 63 Brasil
Fico imaginando o que aconteceria se a equipe brasileira jogasse contra os Estados Unidos, Austrália e Hungria, aliás, prefiro nem imaginar…
Por mais uma vez o previsível fracasso (tantos e outros tantos já foram), quanto tempo e dinheiro desperdiçados, incúria, tapeação. alpinismo técnico profissional, lastreado por politicagem federativa e confederativa, que definitivamente terá de ter um fim…
Podemos, ante estes números afiançar com segurança que as jogadoras da faixa que antecede a elite da modalidade, simplesmente não sabem jogar, pois erram canhestra e brutalmente nos fundamentos mais básicos (passes, dribles, domínio de bola, fintas, marcação, rebotes, equilíbrio), nos arremessos, com percentagens muito abaixo do exigido nesta categoria, ainda mais sendo uma seleção nacional, com parâmetros de 70% para os arremessos de 2 pontos, 60% para os de 3 pontos, 80% para os lances livres, e no máximo 10 erros de fundamentos por jogo, além de algumas delas estarem nitidamente muito acima do peso corporal. Tais parâmetros comparados aos números acima postados são estarrecedores, comprometedores, e acima, muito acima de tudo, irresponsáveis por parte de quem as ensinam, orientam e dirigem, segundo a “nova filosofia” implantada desde 2019…
Basquetebol é coisa séria, muito séria, para ser desfigurado e reimplantado com filosofias vãs e aventureiras, em tudo similar ao “chega e chuta” implantado num NBB e na LFB de tristes e contundentes memórias, para todos aqueles que realmente amam, estudam, planejam, pesquisam. ensinam, preparam, e administram o grande jogo a luz do novo, ousado, diferenciado e proprietária forma de jogar um jogo que já dominamos tempos atrás, não muito tempo, quando formávamos jogadores (as) de qualidade comprovada nacional e internacionalmente reconhecidos (as), por professores e técnicos gabaritados e altamente competentes, onde a prancheta não reinava, sequer existia, a não ser como base para chamadas e listas de materiais e suporte de documentação federativa, hoje cúmplice de maus desenhistas e especialistas em hieróglifos herméticos, tanto quanto a seita a que pertencem, chancelados pela osmótica influência de uma NBA que não está nem aí para o progresso do grande jogo entre nós, a não ser por seu interêsse econômico e hegemônico, sutilmente politizado…
Urge uma mudança de rumo, radical, cirúrgica, estrutural, definitiva, pois não aguentaremos um novo ciclo olímpico professando mais um bestialógico transcendental, com “filosofias” de araque (será que conhecem o significado etimológico do termo?), interesseiras e irresponsáveis. Clamo, pela milésima vez, reúnam os verdadeiros técnicos e professores, encanecidos, experientes, em que cada fio de cabelo branco conta uma história de sobrevivência técnico desportiva, cujos calosos pés trilharam as pedregosas estradas de uma vida dedicada, vencedora, hoje humilhada por “galáticos heróis”, no jargão das ululantes e histéricas transmissões midiáticas, fabricantes de modais que se tatuam (técnicos inclusive…), xingam e se auto coreografam à margem das quadras, e dentro delas também, emulando grotescamente falsos líderes, falsos heróis, lá de fora, deixando de lado nossos verdadeiros líderes e heróis, esquecidos, tristemente esquecidos…
Agora mesmo um gênio da alta moda perpetrou um horrendo uniforme para as seleções nacionais, esquecendo e omitindo deliberadamente o ressurgimento do nosso listrado traje de luta, de vitórias, de campeonatos mundiais e olímpicos (perguntem aos argentinos porque não se desfazem do deles, listrados de azul e branco). Claro, afirmam serem os novos tempos, as “novas filosofias”, mas esquecem o básico, o fulcral, o berço, o abraço das tradições, princípio, meio e fim de todos aqueles que realmente, tem vergonha na cara, simplesmente, vergonha na cara, ao contrário dos muitos que aí estão…
Que os já desiludidos deuses nos ajudem.
Amém.
Fotos – Reproduções da Internet e TV, e divulgação Fiba.
Anos atrás dei um curso de atualização de basquetebol em Porto Alegre, para professores e técnicos de todo o estado, e que alcançou muito sucesso, gerando intensa troca de experiências, algumas bastante expressivas. Uma delas, foi quando fui perguntado sobre minha origem regional. Respondi que era de Vila Izabel, surpreendendo a todos que me consideravam carioca. Um dos presentes, curioso, perguntou onde ficava essa cidade, e em que estado do país. Minha resposta surpreendeu a todos, quando afirmei que, tendo nascido no antigo Distrito Federal, Rio de Janeiro, ter vivido na cidade estado da Guanabara, nascido com a ida do DF para Brasília, e que possivelmente terminaria meus dias no atual Rio de Janeiro, sem que nunca tenham perguntado, a mim e ao povo residente, se estavam de acordo, através um plebiscito previsto na Constituição, resolvi adotar o único local comum aos três estados, o bairro de Vila Izabel como origem do meu nascimento, logo, cidadão da Vila. Riram muito, mas concordaram com a minha escolha de origem. Menciono esse fato, porque daquele dia em diante, sempre que questionado sobre minha regionalidade afirmo ser de Vila Izabel, e para sempre carioca…
Também, venho defendendo teimosamente que se faça o tão desejado plebiscito (aliás, a população da Barra da Tijuca, majoritariamente na época, paulista e de outros estados, e com muitos estrangeiros, teve o direito a um quando propugnavam a separação da cidade do Rio de Janeiro, no que foram esmagados na pretensão). Então, porque negam, e sempre negaram esse direito a cariocas e fluminenses de opinarem democraticamente sobre a fusão imposta pelo regime militar? Leis e decretos da época foram caindo, e muitos ainda cairão, mas a fusão continua. Acredito seriamente que sendo desfeita, apesar dos enormes sacrifícios que os cariocas teriam de arcar, valeria a pena, e muito mais cedo do que muitos pensam, voltaríamos a ser o segundo estado mais rico e influente do país, mesmo sem o pré-sal, pois a atual e destruída cidade do Rio de Janeiro a época da fusão ostentava a riqueza de seu imenso turismo, os melhores hospitais, escolas, segurança e serviços, hoje pulverizados e empobrecido pela má política, roubalheira. favelização e dominado por milícias armadas e virtuais…
No O Globo de hoje, o colunista Merval Pereira aborda o assunto, mencionando um estudo, sugerindo a cidade do Rio de Janeiro como um segundo Distrito Federal, a imagem do que é estabelecido em muitos países, num artigo lapidar, abaixo transcrito. Me senti muito bem ao lê-lo, pois adoraria voltar a ostentar de bom grado minha regionalidade de cidadão nascido em Vila Izabel, bairro da maravilhosa cidade estado do Rio de Janeiro (vá lá Distrito Federal), ou mesmo Guanabara. Saberiamos nos organizar com a criatividade, a jovialidade, e a competência inconteste de um povo trabalhador e que ama a vida de verdade…
De São Paulo o Fábio me abastece de artigos e estudos sobre o grande jogo, e numa enorme surpresa, o Gil se comunica dos Estados Unidos, descontando um grande lapso de tempo que nos afastou dos excelentes papos técnicos e vivenciais, tão importantes nestes obscuros tempos pandêmicos. De certa forma sentem meu afastamento gradual das sempre presentes linhas neste humilde blog, tão ou mais cansado da crescente falência do basquetebol entre nós, apesar dos ufanismos que o tem cercado de uns tempos para cá, em nada condizentes com a crua realidade em que se encontra, sem sequer se classificar em nenhuma modalidade nos recentes Jogos Olímpicos de Tóquio…
Falando sério, não fez falta nenhuma, pelo alto grau de demérito com que tem se comportado no cenário internacional, reflexo direto e indiscutível de sua nula importância num outro cenário, o tupiniquim, da base à elite. Triste, muito triste,apesar do não reconhecimento dessa realidade pelos poderes que o regem administrativa, técnica, tática, e pedagogicamente, num carrossel de equívocos e crassos erros, que de tanto se repetirem geraram uma mesmice endêmica que se tornou quase irreversível, pois não se preocupam seriamente nas correções de planejamento e rumos, novos e urgentes rumos a serem tomados, e que a cada temporada e ciclo olímpico, mais e mais se afastam do fulcral tempo de retorno, numa frenética busca de um avanço fadado ao fracasso, pois se fundamenta na negação dos pilares básicos do grande, grandíssimo jogo…
Quando repetidamente falo do tempo de retorno, o faço como testemunha participativa de um tempo em que formávamos grandes jogadores em grande quantidade, advindos de uma juventude ávida de saberes, exemplificada por verdadeiros ídolos da modalidade, alguns dos quais pertencem às galerias da fama internacional, reconhecidos e aplaudidos desde sempre, ensinados por professores e técnicos de verdade, e não pelos que se auto promovem surfando as ondas midiáticas e políticas de um valor nada condizente com a realidade digital que nos aproxima sem fronteiras de suas prestações em tempo real, sejam jogadores ou técnicos, noves fora aqueles responsáveis por suas falseadas projeções, os dirigentes, agentes, patrocinadores e a grande parte de uma mídia que, decisivamente, se convenceu da existência do grande jogo a partir de suas vindas ao mundo, num proposital e absurdo esquecimento de sua existência centenária, repleta de testemunhos gráficos, cinematográficos e vastíssima literatura, a mais extensa dos desportos coletivos, regiamente desprezada em nome de uma facciosa falácia criada, patrocinada e divulgada por quem, absolutamente nada entende de um jogo magistral, reduzido a “bolinhas de três”, enterradas “ ridículas”, e tocos “monstruosos”, transformando-o no pastiche criminoso que aí está, escancarado e vilipendiado, aí sim, em tempo real…
Enaltecem uma LDB, disputada por jogadores já pertencentes ao NBB, tomando espaço aos mais jovens, justamente aqueles que deveriam disputá-la integralmente, como campo prático de aprendizagem, mesmo com os absurdos e comprometedores índices de 32,5 erros de fundamentos por jogo ( se duvidam façam as contas), fruto direto de uma formação de base em que crianças de 9/10 anos se esforçam anatomicamente para arremessar da linha dos três pontos, muito antes de aprenderem e apreenderem a mecânica correta dos lançamentos de curta e média distâncias, como uma coordenada bandeja, que continuam a errar mais tarde quando assediados por uma defesa mais próxima. Quando nada aprendem da arte decisiva de defender sua cesta, repetindo erros crassos quando adultos, e o pior, sem correções em nenhuma das fases evolutivas, ou mesmo tropeçando e atropelando a bola em penetrações ofensivas destituídas das técnicas de controle corporal e manuseio correto e consciente de uma esfera, cujos comportamentos são totalmente desconhecidos pela esmagadora maioria deles. São exemplos de nossa falha estrutural , onde jogadas miraculosas e até mágicas se impõe ao pleno conhecimento da arte de ensinar gestual e tecnicamente um jovem a jogar e amar um jogo, e não toureia-lo na acepção do termo, onde a velocidade .descerebrada se antepõe ao raciocínio e a correta leitura do jogo, cerne e alma do bem jogar…
Por tudo isso não fomos aos Jogos, em nenhuma categoria, e continuaremos a não ir se nos mantivermos inertes ante tanta picaretagem, estupidez e Q.I.´s políticos e covardes. Temos de redescobrir os verdadeiros professores e técnicos do grande jogo entre nós (que existem marginalizados), reuní-los em torno de uma grande mesa, para que formulem alguns e poderosos princípios de ensino e aprendizagem a serem divulgados nacionalmente, e não continuarem a ser propriedade vitalícia de um grupo que em hipótese alguma admite “largar o osso” de sua mediocridade, o nicho garantidor de seus salários, que já dura quase trinta anos de insucessos, desculpas e “pequenos detalhes”, quando eles mesmos são os nefastos “detalhes”. Em qualquer atividade educacional humana, a passagem do bastão se torna imperativa, mesmo que seja forçada a retroceder aos mais antigos e experientes mestres, como num ajuste de objetivos, quando os mais jovens aprenderão e apreenderão saberes e vivências adquiridas por todos aqueles que conheceram as íngremes e cortantes pedras de um caminho árduo e sacrificado da arte de ensinar, pensar, pesquisar, planejar e instruir todas, ou quase todas, as sutis nuances de uma atividade complexa como o basquetebol, que decididamente, não é para qualquer candidato a estrategista, muito menos quando sobraçando uma prancheta que, segundo muitos analistas, “falam”…só não sei o que…
Então, o que escrever sobre o basquetebol em Tóquio, senão atestar nada surpreso, comentaristas luminares deste imenso, injusto e desigual país, apontar da necessidade da equipe francesa jogar num 5 x 5 pausado e pensado, procurando o jogo interno e seguro, exatamente contrário às suas exigências nas equipes a que pertencem ou pertenceram, seguidores fiéis do chega e chuta institucionalizado em praticamente a maioria das equipes do NBB. pretensamente a forma de atuar dos americanos, o que é totalmente errôneo, pois os mesmos emergem e executam os fundamentos básicos com tanta maestria, que independem, num torneio de tiro curto, de sistemas “profundos e pranchetáveis”, para vencer a competição com sobras, mesmo perante o tropeço inicial contra o mesmo rival, a França, na partida final. Equipes como a Eslovénia e a Austrália compuseram a tabela das finais, onde a presença maciça dos que atuam na NBA fizeram a diferença, pelo domínio e conhecimento dos fundamentos básicos, fator primordial para toda equipe que anseia e pretende competir em alto nível. Com a formação capciosa que temos nas bases, masculina e feminina, exemplificada regiamente pela equipe americana na final com as japonesas, quando venceram fazendo jogar suas duas gigantes embaixo da cesta, ante a improvável defesa das pequenas orientais, lembrando muito a Semenova da antiga União Soviética, vencendo a todas as adversárias de forma absolutamente idêntica. Foi exatamente aquele soviético modêlo que forjou uma enorme plêiade de técnicos das divisões de base brasileiras, promovendo peneiras visando o aproveitamento do trabalho abnegado e duro dos que realmente iniciavam e formavam os jovens jogadores, defendendo zona, pressão contra as equipes fracas e lançando bolas e mais bolas para pivôs embaixo da cesta, a maioria dos quais priorizados pela estatura a outros mais baixos, porém mais talentosos, acumulando e “abrilhantando” currículos, visando única e exclusivamente as divisões adultas, resultando no que viemos acumulando desde sempre, na sucumbência do grande, pequeno para todos eles, jogo em nosso país, com alguns bons talentos naturais, porém frágeis naquele ponto mais nevrálgico, aquele em que apostam as grandes escolas internacionais, o pleno, consciente e efetivo domínio dos fundamentos do jogo…
Virei madrugadas sem conta apreciando a grande competição, da vela ao boxe, do atletismo ao vôlei, e por que não, do remo ao ciclismo, prestigiando os grandes atletas, vibrando e torcendo por todos, na ginástica no surf e no skating, e muitos outros, somente triste em atestar a justiça de nossa não presença no grande jogo, onde se fossemos, estaríamos nesse momento confirmando da forma mais contundente e trágica que o momento do chega e chuta, da autofagia das bolinhas, do advento das “peças” intercambiáveis, da ciranda monocórdia de estrategistas e suas mimetizadas pranchetas, de transmissões midiáticas apopléticas e ufanistas, de comentários dúbios e desprovidos de confiabilidade, de projeções prospectivas de jovens despreparados rumo a liga maior, provocadas por interesses de agentes que não estão nem aí para o basquete brasileiro (analisem nossos prospectos nos últimos dez anos), e sim para os lucros possíveis a serem alcançados, não importando a que preço for, sim absolutamente sim, estaríamos agora diluindo mágoas e vertendo lágrimas de jacaré (quem sabe o da vacina terraplanista…), que sim, tem de acabar, de uma vez por todas, TEM DE ACABAR, como?…
Sugiro alguns pontos, a saber:
– Que de alguma forma preparemos os jovens professores e técnicos através um currículomais extenso nas escolas de educação física, com o retorno dos seis semestres dos desportos mais ligados às escolas (futebol, basquetebol, voleibol, handebol, atletismo, natação, ginástica, judô), grade esta que foi minimizada por disciplinas da área biomédica, quando da bem planejada, articulada e veiculada passagem dos cursos dos centros de ciências humanas (onde são formados e licenciados os professores, e não provisionados por Cref´s), para a biomédica, numa tacada magistral visando a indústria do culto ao corpo, originando. com a desculpa do benefício salutar, o mega negócio que se transformou na imensidão de academias. verdadeiras holdings, que para as quais, a educação física e desportiva escolar tornou-se obstáculo para o mais rentável grupamento a ser conquistado, os jovens adolescentes.
– Que adotássemos algumas regras nos períodos da formação de base, a exemplo de alguns países, adequando a conquista das habilidades básicas inerentes ao jogo, a fim de priorizarmos o ensino dos fundamentos da forma mais ampla possível, e exemplifico com dois aspectos objetivos:
1- Defesa – proibição de defesas zonais até os 16 anos da formação.
– aumentos nos tempos de posse de bola de 35 seg para os
jovens até os 13 anos, e 30 seg até os 15 anos.
– encerramento de qualquer partida que excedesse os 30
pontos até a idade de 13 anos.
2- Ataque -Proibição dos arremessos de três pontos até a idade de 15
anos, liberando-os dai ´para diante, assim como a posse
dos 24 seg.
– Que na idade até os 13 anos, fosse adotada as regras do
mini basquete, principalmente a regra que somente
permite que cada jogador participe no máximo de dois
quartos sucessivos, e que pelo menos todo jogador
participe de um quarto obrigatoriamente, usando bolas
e cesta adaptadas a sua biotipologia.
São pequenas e factíveis adaptações que de saída obrigariam os professores e técnicos a ensinar o jogo de forma harmônica, respeitando os ciclos físicos e emocionais de cada jovem, que são naturalmente variáveis, e onde a maior conquista seria a evolução técnica de cada um em seu próprio ritmo, e não a vitória a qualquer custo, que somente beneficia currículos profissionais. A capacitação de cada técnico evoluiria pelo número de jovens que acendessem as divisões superiores, e a qualificação dos mesmos em seleções municipais, estaduais e federais, sendo avaliados anualmente dentro deste parâmetro, a ser regulamentado, ou seja, seria avaliado e promovido pela qualificação dos jovens orientados, e não pura e simplesmente por títulos conquistados. Sem dúvida evoluiriamos de forma consistente no adequado preparo de nossos jovens, democrática e tecnicamente.
Com uma competente EBTN, promovendo um ensino/aprendizagem de qualidade superior na base da modalidade (o que nunca conseguiram), alcançariamos em duas gerações uma evolução plausível ao formarmos e termos uma base razoavelmente sólida nos fundamentos individuais e coletivos, sem formatações e padronizações técnico táticas, tão usuais no presente, passado que tem sido equivocado e frustrante, vislumbrando um futuro ainda pior, pois o reflexo do que aí está já não engana ninguém, e somente beneficia aqueles que no fundo odeiam o grande jogo, por não compreendê-lo, e por conseguinte, aviltando-o na negação de sua imensa grandeza…
Um ciclo se inicia, mudaremos? Torço para que sim, mesmo que lá no fundo dos meus ativos e lúcidos 81 anos, duvido dos que aí estão ditando regras, se já não bastasse essa criminosa e virulenta pandemia, que em breve passará. Quanto a eles, sei não…
Amém.
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Final de jogo, segundos finais, três tentativas de três num único ataque após dois furiosos rebotes ofensivos americanos, e a bola não caiu, mesmo arremessada inicialmente por um Durant livre de marcação, num jogo em que a França converteu 21/35 nos 2 pontos (60%), os americanos 15/37 (40,5%), e nos 3 pontos 8/27 (29,6%) e 10/32 (31.2%) respectivamente, e não foram os lances livres, 17/24 para os franceses e 16/21 para os americanos, responsáveis pela derrota, e sim a superioridade francesa no jogo interno, pois os 6 pontos a mais nos três dos americanos, não superaram os 12 de 2 vencedores dos franceses, num jogo com 26 erros de fundamentos (14/12), e duas constatações decisivas em todo o transcorrer da partida, a enorme dificuldade americana em se adaptar ao “modo FIBA” de interpretar as regras do grande jogo, contrapondo a liberalidade de uma NBA na conceituação do que seja defender fisicamente, e não à toa o Durant rapidamente se pendurou em faltas pessoais, ficando de fora nos momentos mais importantes da partida…
Aos poucos o mundo basquetebolista vai se inteirando do correto entendimento da dicotomia existente entre esses dois diferentes mundos, afastados por regras diferenciadas, e visões do que venha a ser um “jogo coletivo”, de outro radicalmente voltado ao 1 x1, individualizado ao máximo, e sempre em busca da notoriedade econômica e midiática, e o próprio comentarista e ex jogador Marcelo, hoje comentarista televisivo, já admite essa vital diferença, ele mesmo advindo da era asfixiante e convergente das bolas de três pontos sobre as de dois pontos, fator que tanto nos prejudicou nos últimos vinte anos, alimentado por uma percepção defensiva bastante relevada e omissa entre nós, e responsável direta pela facilitação da “era das bolinhas”, que se superada, nos encherá de esperanças em dias melhores para o grande jogo no país…
Os americanos, e seu magnífico condutor Popovich, aos poucos se inteiram do aviso do Coach K sobre a real existência do bom basquetebol extramuro do colosso nortista, que já consegue vencê-lo nas grandes competições, confirmado com extremo brilho pela turma francesa nesta olimpíada. Podem, por que não, vencer a competição, mas as grandes diferenças e espaços se estreitam a cada ano, onde a tendência ao jogo realmente coletivo insiste em manter o verdadeiro espírito do jogo, em contrafação ao deliberado e comercial individualismo preconizado por uma NBA globalizada, antítese de uma FIBA defensora (ainda…) do basquetebol original e clássico…
Temos pela frente dois caminhos, se quisermos manter o grande jogo factível entre nós, ou não, modificarmos profundamente nossa claudicante forma de encarar a formação de base, com profundas mudanças no como e para que ensinar com conhecimentos, estudos e pesquisas, em vez de carreirismos e preenchimentos de currículos às custas de jovens jogadores que ao chegarem no torneio maior do país, a LDB, que numa análise dos primeiros 15 jogos da competição alcançaram os seguintes e perturbadores números: -Arremessos de 2 pontos – 543/1174 (46,2%)
– Arremessos de 3 pontos – 184/752 (24,4%)
– Lances Livres – 303/536 (56,5%)
Ou seja, a grande maioria de nossos jovens da LDB, lá chegam sem saber arremessar com índices razoáveis, muito menos nos arremessos de 3, suas mais notórias preferências ( muito abaixo dos 50% tidos como referência ideal), sem mencionar os lances livres, que exigem 90% na eficiência…
Porém, o mais impactante são os erros de fundamentos, 584, média de 38,9 por jogo, número significativamente maior à média de 28,6 erros do último LDB. São números impressionantes, onde tivemos 5 jogos com mais de 40 erros (dois deles com 49 e mais dois com 47), 8 entre 30 e 40 erros, e 2 com menos de 30, e nenhum, absolutamente nenhum com menos de 20 erros, numa divisão em que 14 ou menos, seriam números aceitáveis…
Mas Paulo, no jogo analisado acima, franceses e americanos cometeram 26 (14/12) erros, como explicar? Bem, foi um jogo de defesas fortíssimas, impactantes, antecipativas, muito, muito ao contrário do que ocorre sistematicamente no âmbito do nosso basquetebol, onde a defesa passou a ser um elemento retórico, e de tal forma que, nos doze NBB’S disputados, um veterano jogador foi considerado o defensor do ano por 8 vezes, o Alex…
Somemos a essa realidade, o fato de ser permitida a participação na LDB de jogadores já pertencentes às equipes do NBB, numa comprovação inconteste e indiscutível da falência repetida e perpetuada da nossa formação de base, equivocada, mal direcionada, pessimamente orientada e ensinada, e o pior e mais angustiante, contínua e perpetuada por um corporativismo insano, injusto e cruel, neste imenso, desigual e mais injusto ainda país, e que a cada ciclo olímpico não arrefece sua insidiosa influência. Rezo contritamente aos deuses que se apiedem dos nossos jovens, que merecem um destino melhor do que serem errônea e inreresseiramente draftados a uma NBA que não está nem aí para eles, e sim para um mercado de 200 milhões de habitantes para seus patrocinados produtos, it’s funny, very, very funny…
Amém.
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Passamos por tempos sombrios no basquetebol nacional, sem participação em qualquer categoria numa Olimpíada que se inicia na próxima semana. Muitas razões e motivos, para lá de sérios nos levaram a esta situação vexatória, haja vista a tradição do grande jogo no país, com grandes conquistas em mundiais e olimpíadas, mas que nas últimas três décadas caiu num absurdo e indesculpável limbo, levado que foi a uma descaracterização motivada por um retrocesso técnico, tático e estrutural, profunda e terrivelmente provocada por um corporativismo insano e até certo ponto, criminoso…
Desde sempre, no campo profissional, técnico e didático pedagógico, e mais recentemente na área do jornalismo desportivo, através este humilde blog, venho pesquisando, estudando e divulgando alguns poucos, porém sérios e responsáveis artigos (já somam 1650 nos últimos 16 anos de ininterrupta publicação) sobre tão sensíveis temas, que se encontram praticamente abandonados na esfera federal, para a qual, educação física, desporto, cultura, e por que não, a educação de forma geral, pouco ou nada representam para seu projeto absurdo e cruel de governo, objetivado pela proposital ignorância de um povo carente (logo manobravel), neste imenso, desigual e injusto país…
Proferi algumas palestras em Congressos, sempre enfocando tão importantes e esquecidos assuntos, uma das quais, quando a convite da UFSC, em 2014, participei do 2o Congresso de Direito Desportivo da UFSC, cuja gravação coloco ao conhecimento daqueles que, realmente, se interessam pelo futuro da educação em nosso país…
O amigo Pedro me envia essa imagem, com o técnico Petrovic falando sobre a seleção brasileira, recentemente perdedora da vaga olímpica para Tóquio, apresentando uma justificativa para o mau resultado alcançado, e lamentavelmente, se eximindo do mesmo, pela ausência de alguns jogadores em posições que julgou imprescindíveis e insubstituíveis, frente ao fracasso dos que os substituíram na magna competição…
Deuses meus, custo a acreditar no que leio, ainda mais quando, desde sempre, preconizei o desastre técnico tático se repetidos fossem os erros e vícios apresentados pelos jogadores selecionados, apesar dos razoáveis avanços e conquistas, na concepção e formulação de uma nova forma de atuar da equipe, partindo da dupla armação, do emprego de alas pivôs ativos e de boa movimentação dentro do perímetro, e de um sistema defensivo mais intenso e preocupado com as contestações fora do perímetro, assim como no aumento do poder de rebotes em ambas as tabelas…
Para tanto contou (de livre escolha dele e da comissão que o assessorou…) com os bons armadores Huertas, Luz, Benite, George e Yago, todos capazes de jogar 1 x 1, na medida em que cada duo em quadra se auxiliasse e cobrisse mutualmente, com bloqueios e corta luzes frontais ou laterais a cesta, sempre atentos a movimentação dos homens altos de fora para dentro do perímetro, sabedores e treinados (se não, deveriam ter sido…) da enorme barreira que enfrentariam, e enfrentaram, por parte dos enormes alemães, que nem um agora bem mais malhado Raul levaria vantagens solitárias, que é uma atitude padrão dos armadores americanos, e de um ou outro estrangeiro atuante na NBA, protegidos por regras bem diferentes da FIBA em suas projeções a cesta. O fator ausente na equipe, foi exatamente a forma como atacar essa poderosa defesa, atuando em dupla bem próxima, no permanente foco da ação, coordenada com os alas pivôs, que com seus permanentes deslocamentos criariam os espaços necessários para curtos e médios arremessos dentro da área interna, e eventual, e equilibradamente, arremessos longos com passes de dentro para fora originados pela contração defensiva, forçada e criada pela movimentação contínua e incisiva, fatores estes que não falharam por sequer terem sidos continuamente tentados, por não treinados com afinco e precisão, gerando imobilismos pontuais, repetidos e com grau de criatividade zero, numa resultante mais do que óbvia…
Um outro chutador para atuar com o Benite, soa falso e comprometedor, por não valer a lembrança do Didi, que simplesmente se negou a participar da seleção, porém com uma ressalva, senão positiva, pelo menos mais honesta, a de não fazer da seleção uma vitrine de projeção internacional, como muitos o fizeram num passado não tão distante assim, mas que o deslustra ao negar defender a seleção de seu país, assim como o Raul e o jovem e já muito bem “orientado” Gui Santos…
Chutadores de fora, ou pseudos, não faltaram nessa seleção, Hettsheimeir, Lucas, George, Yago, Alex, Caboclo, e mesmo os que não perdem a oportunidade para uma bolinha, como o Luz, o Huertas, e até o Varejão (seus dois bicos de aro foram terríveis, em contraponto à sua eficiência nas curtas conclusões, infelizmente descontinuada), todos presentes na chutação, pela clara, claríssima ausência de um sistema dinâmico, veloz e incisivo, que os colocassem em distâncias mais seguras e efetivas para arremessar com mais precisão e óbvia produtividade, que é um objetivo que muito poucos técnicos de verdade conseguem criar, treinar e fazer acontecer, com eficiência e responsabilidade…
Ah, faltou um ala para reforçar o sistema defensivo, afirmação que beira a piada, pois sequer um dos “quatro técnicos” lembrou que ao escalar dois dos três pivôs convocados (Varejão, Hettsheimeir, Mariano) juntos a um outro homem alto (Meindl, Caboclo, Alex, Lucas), e com um armador também alto como o George (sequer saiu do banco – o que terá havido com um MVP do NBB?), junto a um arremessador especialista (por que não o Benite?) se bem servido de fora para dentro do perímetro, e não um cavador para si próprio, como tentou várias vezes, teríamos uma equipe tão, ou mais alta que os germânicos. Mas que fique bem claro, com todos em quadra, e aqueles que lá ingressariam no transcorrer da partida, se movimentando permanentemente, mantendo seus defensores também em movimento, e por conseguinte, “abrindo espaços, mesmo em pequenos espaços”, provocando faltas em seus defensores, originando o absurdo de não termos ido à linha de lance livre uma vez sequer nos dois primeiros quartos, e só termos batido 5/9 ao final de um jogo final e decisivo, vencido por uma equipe que empatou em cestas de campo conosco, através e ironicamente, os onze pontos a mais convertidos em lances livres, que foi a diferença no placar final, jogando da forma que nos negamos a jogar, lá dentro da cozinha deles…
O que fica bem claro para o próximo e curto ciclo olímpico, é que o muito bem pago croata corre sério perigo de perder o comando (se já não o perdeu), sendo substituído por um outro estrangeiro (a turma que comanda o basquete adora essa possibilidade, pois corta na raiz disputas políticas de bastidores tupiniquins), ou, termos um nacional imbuído da sistemática que se projeta do NBB, com sua chutação insana, porém interessadamente midiática das bolinhas inebriantes e aventureiras, das enterradas monstros (aliás, quantas foram neste pré olímpico?) dos tocos monstros, e do acordo generalizado (as ínfimas exceções nada pesam) de que defender só atrapalha o show, que na linguagem e entendimento de narradores e comentaristas em sua maioria, dirigentes, agentes, empresários, e o sólido e indestrutível corporativismo técnico, definem como “o espetáculo que você nunca viu”, e com a mais absoluta razão, pois em tempo algum do fantástico e vencedor passado do grande, grandíssimo jogo entre nós, jamais testemunhamos algo tão nefasto e despudorado do que aí está escancarado e bem pareado com a realidade sócio política e esportiva por que passamos, mas que um dia, quem sabe, advirá o bom senso, o mérito e a justiça neste imenso, dolorido, desigual e injusto país…
Amém.
Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.
Gosto de estudar o jogo, com calma e minúcias, sutil e cirurgicamente, e mesmo assim cometo algum erro, pois análises nem sempre são precisas, mas os números o são, vejamos alguns- O jogo foi vencido pela Alemanha por 11 pontos, convertendo 30 pontos nos arremessos de 2, 27 nos de 3, e 18 nos lances livres. O Brasil perdeu convertendo 36 pontos nos arremessos de 2, 21 nos de 3, e 7 pontos nos lances livres, ou seja, nos arremessos de campo empataram em 57 pontos, porém nos lances livres os alemães fizeram 11 pontos a mais, exatamente a diferença do jogo. O que esses frios números explicam técnica e taticamente, noves fora o elemento emocional, peso significante na equipe brasileira, exatamente por não encontrar respostas à proposta defensivamente vigorosa alemã em todo o transcurso da partida, ao contrário da nossa equipe, que muito oscilou neste importante fundamento coletivo? Explicam com alguma precisão os seguintes pontos:
– Ofensivamente, não soubemos coordenar a dupla armação com a movimentação dos alas pivôs dentro do perímetro, já que lentos e com mobilidade comprometida pela intensidade defensiva alemã, principalmente na anteposição frontal aos nossos pivôs, técnica jamais usada por nossos defensores, que ao marcarem os homens altos dentro do perímetro se encheram de faltas pessoais, daí os 18/24 lances livres cobrados pelos alemães. A seleção brasileira não cobrou um lance livre sequer nos primeiros dois quartos, e somente indo a linha num 7/9 nos dois quarto finais, demonstrando o quanto pouco investiu no jogo interno, mantendo, inclusive, um forte jogador neste importante fator no banco pela partida inteira, o Mariano, que bem poderia compor uma poderosa dupla junto ao Varejão, ou o Hettsheimeir, e quem sabe (claro, se tivesse sido treinada esta possibilidade) uma trinca suficiente para o enfrentamento com os gigantes alemães, e aí sim, bem assessorados e municiados pelos dois armadores de forma incisiva e vertical, quando um George poderia obter resultados bastante úteis a equipe, por sua altura e técnica. Nem ele, nem o Mariano jogaram um mínimo de tempo nesta partida decisiva, optando claramente a equipe pela chutação de praxe (7/25), e até mesmo os alemães fizeram o mesmo (9/31), convergindo bem mais que os brasileiros, vencendo-os pela lógica negacionada por uma equipe forte física e atleticamente, porém equivocada em sua forma de jogar uma final pré olímpica, a de não apostar, ou mesmo arriscar impor um ação interior decisiva, optando pelo escancarado vício que expus no artigo anterior, na crua abordagem da formação básica de jogadores que são os menos culpados de tanta insânia, produto do corporativismo endêmico que se apropriou do grande jogo desde sempre em nosso país…
A equipe alemã se classificou aos jogos de Tóquio nos vencendo nos lances livres, pois investiram pesado no jogo interior e complementar no exterior, exatamente o contrário do que fizemos, com o fervoroso ardor dos perdedores, e que continuaremos a sê-lo, se não invertermos a ampulheta de uma história forjada na mediocridade, na mesmice sistêmica que nos envolve em sombras, na tentativa de negar um passado não tão distante assim, em que éramos vencedores, e por que não, olímpicos…
Temos grandes possibilidades técnicas e táticas, se cuidarmos de nossa formação de base, nas escolas e nos clubes, na formação de melhores professores e técnicos, principalmente nos cursos universitários (onde créditos das disciplinas desportivas foram muito reduzidos em favor das disciplinas da área biomédica), no aproveitamento dos professores e técnicos mais graduados e experientes nestas formações, que ainda continuam na luta inglória pelo devido e justo reconhecimento, e não entregues a um pétreo corporativismo que não admite contestações e livre pensar e agir ao contrário de seus objetivos mais pétreos ainda, se constituindo no obstáculo maior ao soerguimento do grande jogo neste imenso, desigual e injusto país. Se não mudarmos, continuaremos a não classificar nenhuma modalidade existente de basquetebol a cada ciclo olímpico, ao contrário do voleibol, que classifica todas as suas modalidades, pois investiu pesado no segmento que ensina, treina e forma jogadores, os técnicos, já que seus dirigentes não diferem tanto de seus semelhantes da bola laranja. Técnicos que, inclusive, criaram uma escola específica, hoje copiada pelo mundo, enquanto o basquete…
Creio que nada mais deveria ser dito, lastimável e constrangedoramente…
A seleção está na final do pré olímpico, na casa da equipe tida como favorita, a Croácia, ontem eliminada pela Alemanha, que decidirá logo mais o título com a equipe que aplainou seu caminho, pulverizando a anfitriã, que de forma alguma digeriu a derrota por larga margem para uma seleção em processo de formação e profundas mudanças na forma de atuar, mas que ainda oscila bastante entre a mesmice técnico tática estabelecida nos últimos trinta anos, por um corporativismo daninho e retrógrado, e uma proposta radical de um croata, que num misto de teimosia e paciência, parece estar conseguindo avanços, tidos como improváveis pela grande maioria dos “encardidos entendidos” que teimam em se manter absolutos (?) no cenário tupiniquim do grande jogo…
Estabelecer uma permanente e corajosa dupla armação, mantida em rotação entre quatro armadores convocados, talentosos e criativos, sem dúvida alguma é uma baita evolução, pois acelera, não o ritmo de jogo, e sim, a quantidade e qualidade de opções ofensivas de fora para dentro do perímetro, atacando-o longitudinalmente, e não lateralizando passes e mais passes, que somados a posicionamentos estratificados de “corner players” destinados aos longos arremessos, de saída destinava aos pivôs, quando de posse da bola, o papel constrangedor de combater toda uma defesa sem qualquer auxílio ou apoio, ou catadores de rebotes resultantes da enxurrada de bolas de três, que pouco a pouco, porém de forma contínua, inaugurou a era da convergência entre as tentativas de dois e de três pontos, num frenesi descerebrado dos “grandes especialistas”, na forma mais insana de jogar o grande jogo, apoiada, deificada e defendida pela esmagadora maioria da mídia dita como “especializada”, e grande parte dos técnicos de uma elite auto transformados em estrategistas, ferrenhos defensores do sistema único emanado de uma NBA bilionária e globalizada, cuja realidade se situa mil anos distante da nossa, deficitária e carente, que abandonou tradições e história, entregando-se a uma quimera inalcançável…
Sim, evoluímos um pouco, a dupla armação é a prova disso, porém, esbarramos no imobilismo dentro do perímetro interno, ainda muito limitado por anos e anos de equívocos na forma de atuar e pensar por parte de nossos pivôs, advindos de peneiras onde a altura e a massa muscular ditavam as preferências nas escolhas orientadas às categorias de base, que somadas as preferências pelas defesas zonais, auferiam sucesso instantâneo ao currículo de muitos técnicos, preocupados e focados nas divisões superiores, onde o ganho monetário os atraiam, transformando o trabalho na base como um momento transitório a ser percorrido o mais rápido possível, numa quebra de aprendizagem com sérias cobranças mais adiante. Na fase mais importante da formação de um jogador, onde o ensino, compreensão e prática sistemática dos fundamentos básicos do jogo são desenvolvidos, grande parte dos técnicos os omitiam, substituindo-os pelos sistemas de jogo, teoricamente eficientes em suas pranchetas, porém ineficientes na prática ao passar dos anos, pela ausência e quase desconhecimento das técnicas necessárias ao domínio dos fundamentos pela maioria dos jogadores, cada vez mais expostos na ascensão às divisões superiores…
Quando chegam às seleções, o grande problema se avulta, e muitos deles, por suas qualidades físicas e atléticas se voltam para outros países, onde, de certa forma, adquirem mais preparo técnico, mas bem distante dos longos anos em que deixaram de praticar contumazmente sua ferramenta de trabalho, os fundamentos, substituindo-os pelos hoje superestimados arremessos de três pontos, bastando observar os exercícios de aquecimento das equipes nacionais, de qualquer divisão ou sexo, onde os arremessos de longa distância são os majoritáriamente preferidos. O resultado de todo esse despreparo se reflete na ausência de conhecimento integral do jogo, defensiva e ofensivamente falho, e principalmente, confiável…
Então, ante os pequenos, porém bem vindos avanços, bem mais ofensivos do que defensivos na seleção se tornarem referência, poderemos dizer que, se tal trabalho influenciar positivamente as divisões de base, aos técnicos e professores das mesmas, um bom caminho já será bem trilhado, faltando somente um bem planejado e gerenciado programa de massificação voltado às escolas e aqueles clubes que ainda não fecharam suas atividades, para aí sim, vislumbrarmos dias melhores para o grande jogo nesse imenso, desigual e injusto país…
Voltemos então para a seleção que está em Split tentando a classificação olímpica, com seus altos e baixos, idas e vindas pelos hábitos adquiridos no amadurecimento bastante precário e segmentado de seus jogadores, destacando-se o da frenética e viciada compulsão aos arremessos de três pontos, fruto das péssimas marcações e contestações que enfrentaram em sua escalada de muitos anos, assim como pela tentadora exposição midiática, patrocinada por uma mídia, que em sua maioria não está nem um pouco interessada e informada na maturação técnica, prolongada e sacrificada dos jogadores, mas sim do que os mesmos possam alavancar sua busca cada vez mais dramática, pelas audiências e promoções individuais, infelizmente simples assim…
A seleção, que na vitória contra os donos da casa, soube equilibrar priorizar arremessos curtos e médios, mais precisos e confiáveis, em vez dos longos, com seus 40% de aproveitamento tidos como padrão de eficiência, na partida contra o México, equipe tremendamente falha na defesa, mas perigosa nos arremessos de três atraves seus especialistas Cruz e Stoll, somados ao eficiente e pontuador pivô Ayon, voltou ao duelo nas bolinhas (18/34 contra 8/32 dos mexicanos, com ainda 17/32 contra 21/35 nos 2 pontos) numa demonstração tácita de como fácil e habitualmente se comporta ante defesas frágeis, numa atitude que em muitos e bem conhecidas ocasiões, nos deixaram em maus lençois em partidas importantes e decisivas. Em síntese, as duas equipe apresentaram números que fazem pensar seriamente no que, e para onde desejamos nos encaminhar no cenário internacional, quando as duas seleções arremessaram 28/67 bolas de 2 pontos e 26/66 de 3, numa convergência quase absoluta, que no caso das bolinhas, totalizando 40 erros, não ser preciso voltar a lembrar as continhas aritméticas de sempre, para atestar a colossal perda de energia dispendida nos erros, que poderia ser canalizada a acertos óbvios e de mais impacto jogando de 2 em 2 e 1 em 1, por que não?…
No jogo decisivo de hoje, contra uma Alemanha forte na defesa, contestadora e boa de perímetro interno, sem contar, é claro, com dois bons arremessadores de fora, deveríamos focar preferencialmente na defesa antecipativa, fortíssima nos rebotes, e principal e decisivamente na ofensiva interna, pois a reposição de jogadores altos alemães é inferior em qualidade aos da nossa seleção, para de 2 em 2, com pontuais arremessos de 3, não os tornando prioritários, numa atuação semelhante com a realizada com a Croácia, para vencermos com uma boa diferença de pontos, abrindo passagem para Tóquio, resultado importante ao ressurgimento e soerguimento do grande jogo entre nós. Assim torço e espero…