(L)INSANIDADE…
Assino dois jornais, O Globo e a Folha, prerrogativa de aposentado com um pouquinho mais de tempo para vastas leituras. Mas penso seriamente em desfazê-las, pois muito pouco de esportes elas contem (futebol não conta…). Política e Mundo podem ser acessados pela Internet, e Arte também. O duro é você bem cedo abrir o jornal na sessão de esportes e dar de cara com a sensação do momento em ¾ de página, o Lin de New York.
Paulo, é noticia de basquete! Mas que basquete é esse, que para ver um jogo ao vivo, como gosto e sempre gostei, tenho de dar um pulinho até a Big Apple, fora as roupas de lã, hotel, botas forradas e…dólares no bolso. Isso, dólares, que é a moeda que os Lebrons e Dwaines da vida ganham aos montões, mas eu, como professor os tenho muito poucos, e mesmo assim, se tiver de gastá-los o farei para visitar o filho caçula que não vejo a mais de ano, em Dublin.
E a TV, não vale?
Subliminar, ou mesmo atingido diretamente no queixo, sinto que estamos sendo “preparados e amaciados” para a entronização pesada da NBA no país, onde até suas camisas, largamente encontradas nas lojas, vendem a grande ilusão aos nossos jovens prospectos de jogadores, em vez das nossas do NBB, raras, ou mesmo inexistentes no grande varejo, e a bola da vez econômica nos concedendo o status de mercado promissor para a grande liga.
¾ de página para o Lin, que até pouco nem os americanos conheciam é dose, e já vejo correspondentes nossos sendo enviados para entrevistá-lo, pois afinal, as colônias orientais abundam no país, além da nossa herança de colonizado contumaz.
Enquanto isso, nossos Silvas e Paixões lutam por verbas minguadas e miseráveis, pois afinal de contas têm de estar preparados para 2016, ou não?
Na contrapartida de doses tão fartas de publicidade (paga?…), mínguam até as notinhas de rodapé, para quando muito somente publicar os resultados da rodada, e nada mais. Colunas especializadas? Nem pensar, a não ser para “esportes” educativos e de pratica popular e acessível, como MMA, e F1,
É extremamente grave que o grande jogo seja “incentivado” dessa forma exógena e invasiva no seio de nossa juventude, enquanto solidificam um vôlei, cujos lideres de forma alguma desejam o soerguimento do basquetebol. Lutas de controle estrangeiro, assim como a F1 também são contemplados regiamente pela mídia, e até pelo governo, e por que não o basquetebol? Afinal, como país do momento, nada melhor do que investir no seu amanhã olímpico, onde, de preferência, um “Dream Team” se consagrará.
Sinto enorme receio pelo futuro do grande jogo entre nós, frente a tanto descalabro e omissão, ante tanta falta de amor às nossas tradições, e falta de patriotismo.
Amém.
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