MUNDIAL- O DÉCIMO TERCEIRO DIA: ENCENAÇÃO E MALANDRAGEM…
Minuto final, ou quase, os turcos vencem por um ponto, e numa bola disputada no rebote ofensivo, o pivosão (são 2,14 m de massa bruta) turco leva uma bofetada de raspão ( o VT mostra claramente), e cai com as mãos no rosto e lá fica ajoelhado estertorando como se um tiro o tivesse atingido. Minutos antes dessa “tragédia” ele mesmo, o pivosão, havia perdido dois lances livres pessimamente cobrados a La Shaquille, e… por não passar a responsabilidade dos novos lances livres a um substituto mais competente ( no caso um armador com a metade da sua altura), já que aleijado para continuar na quadra? O técnico sérvio, macaco velho de outros carnavais ri de soslaio, e nem reclama, sabedor, pela experiência e malandragem ( que não é prerrogativa só de latinos…) que naquela situação bem que proporia a um seu jogador fazer o mesmo, afinal era uma semi final de mundial, onde nem sempre a desportividade é preservada.
O substituto converte um dos lances, e ao final do jogo os turcos vencem por um ponto numa bandeja providencial. Valeu a encenação? Claro, um lance livre foi convertido e a diferença final foi de um ponto. Ponto final.
E porque contabilizo essa passagem do jogo? Porque sem a ocorrência dela a equipe mais técnica e mais completa teria vencido, a equipe sérvia, sem dúvida alguma a única que poderia enfrentar a equipe americana com boas chances, pelo seu alto grau técnico tático, sua excelente defesa, e seus jogadores muito bem treinados nos fundamentos do jogo.
A equipe turca, apesar de ser muito forte defensivamente, não tem uma estrutura ofensiva tão uniforme como a da Sérvia, fator básico para enfrentar a fortíssima defesa americana, que a utiliza como plataforma de disparo de seus formidáveis contra ataques. E mais um detalhe, o fato do sistema ofensivo sérvio ser incomensuravelmente mais efetivo que o turco.
Posso até me enganar, já que o apoio fanático da torcida turca possa influenciar no espírito de sua equipe, mas, bastando que os americanos mantenham sua estrutura defensiva uniforme e pressionada, para que essa vantagem exógena seja bastante reduzida, alavancando-os para o jogo franco, e aberto baseado na pura velocidade de ações e certeiros arremessos de três.
Deverá ser um jogo muito disputado, mas claramente favorável à equipe americana, mais bem preparada nos fundamentos, que os utilizam de forma absoluta e precisa, e sua velocidade natural, espontânea e letal.
Única chance turca? Frear ao máximo a velocidade ofensiva americana, e o mais difícil, ultrapassar sua potente defesa no jogo armado de meia quadra ( que muitos erroneamente chamam de 5 x 5, pois na maioria das vezes no sistema único somente dois jogadores, e às vezes três, participam de jogadas, e os restantes, assistem…).
Um detalhe significativo do jogo Estados Unidos x Lituânia, onde a anteposição defensiva aos arremessos de três lituanos, praticamente tiraram sua chances de vitória, confirmando o que previ nos artigos e comentários anteriores, de que o estancamento da hemorragia dos arremessos de três está prestes a se concretizar, através fortíssimas defesas e o aumento na distância da linha de três, que entrará em vigor após o mundial, fator este que já se fará sentir entre nós no NBB3.
Apesar do favoritismo americano, torçamos para que seja uma final condigna de um mundial, e sem estertores fajutos de qualquer espécie.
Amém.