INTENSIDADE, E SÓ…
Ora bem, aconteceram dois jogos, com duas vitórias, suadas e apertadas, mas vitórias, que para o momento por que passa o basquete feminino vieram em boa hora. Não discutiremos o valor das adversárias, se completas ou não, se adeptas da correria e da chutação de três ou não, mas tão somente o lado de cá, que é que nos interessa de momento. E deste lado, um dado, um único dado prevaleceu além dos enormes e costumeiros erros de fundamentos (contra o Canadá foram 19, contra Porto Rico alguns mais , porém não calculados pela ausência das estatísticas não veiculadas), arremessos falhos de todas as distâncias, com os de três insistentemente reivindicados pela comentarista Hortência como a salvação da equipe no segundo jogo, ante a fechada defesa caribenha, quando o decantado 5 x 5 nacional não conseguia penetrá-la, equilibrando o confronto, sobrando o dado antes mencionado, tido e havido como o fator decisivo para as vitórias, inclusive pelo seu treinador, a intensidade de jogo por quase todo o tempo das partidas, fruto da excelente forma física apresentadas pela maioria da equipe, excetuando-se aquelas poucas nitidamente fora do peso atenuando sua mobilidade. Sem dúvida alguma correram e pressionaram muito, e por bastante tempo, revezando-se seguidamente na busca da cereja do bolo, a intensidade, mencionada como marca registrada das equipes dirigidas pelo novel treinador nacional. Ponto para a comissão liderada por ele, adepta de carteirinha da preparação física científica, aquela que nos tem privado em um terço do tempo do treinamento estratégico dos fundamentos, exatamente o nosso tendão secular de Aquiles, trocado por testes e musculação de alta tecnologia, quando um trabalho forte e realmente sério na preparação, ensino e intensa prática com bola nos fundamentos, em muito, e com mais vantagens técnicas, emularia condicionamentos físicos, trocando aparelhos mecânicos por bolas, aquele básico instrumento que atrapalha muita gente convocada como estrelas de primeira grandeza, a mesma bola que a comentarista Hortência manipulava com muito mais firmeza e comprovado conhecimento do que um microfone. Claro que aqueles tecnológicos e caríssimos equipamentos poderiam complementar algumas carências físicas das jogadores, mas jamais torná-los primordiais no treinamento e aprendizagem do gesto desportivo, aspecto que contraria muito pseudo cientista do desporto (creio que agora reconhecidos como profissão), porém endeusados como os responsáveis pelo dado modal do momento, a intensidade…
Muito bem, correram como nunca, atacando e defendendo, cansaram as adversárias, roubaram bolas, lutaram tenazmente, se sacrificaram, venceram, fizeram seu trabalho, porém continuaram a errar, e muito, nos fundamentos, nos arremessos, longos, curtos e curtíssimos, pecaram na ambidestralidade nos dribles, nos passes paralelos a linha final, nas andadas e conduções, e principalmente na defesa e nos estratégicos rebotes, ações treináveis, de aprendizagem e prática diária, pois é a ferramenta de trabalho de todas elas, armadoras, alas e pivôs, jovens ou veteranas, prioritariamente acima de horas incontáveis em academias, e tão ou mais eficientes na preparação anaeróbica e aeróbica do que as mesmas, com uma inegável e indiscutível vantagem, a perene companhia de uma bola…
No breve amanhã de competições mais sérias, importantes e desafiadoras, serão os fundamentos embasando os sistemas de jogo, que sem os mesmos jamais funcionarão, a célula mater do grande jogo a ser buscada com a maior intensidade possível, replicando na prática sua estratégica importância, muito, muito além daquela intensidade vista nesses dois jogos, oportuna pelas vitórias alcançadas (inclusive emocionando despretensiosamente seu treinador…), porém insuficiente pela intensidade aqui exposta e defendida, unicamente com fatos e fatores técnicos, tão somente isso…
Que tal mudar de intensidade, hein?…
Foto e Vídeo – Reproduções da TV.
Amém.